Mostrando postagens com marcador pre-purple. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador pre-purple. Mostrar todas as postagens

sábado, 5 de agosto de 2006

O estripador

Achei no YouTube um videozinho de 1965 que mostra o mestre Screaming Lord Sutch cantando seu sucesso "Jack The Ripper". Nada me tira da cabeça que o guitarrista que aparece só de canto e só de costas é aquele nosso amigo que se veste de preto.

domingo, 11 de junho de 2006

De raiz

DE RAIZ

Muito antes de Child in Time, Ian Gillan já quebrava tudo. Vejam abaixo dois flagrantes dele no Episode Six, em 1967 (o Glover também tocava lá), e o vídeo alemão de Hallellujah, a primeira música que ele gravou com o Deep Purple. Depois de Hallellujah, um vídeo raro de Screaming Lord Sutch. O Blackmore deve ser o guitarrista, mas só aparece o som.







domingo, 30 de abril de 2006

Raridade

Apresento-lhes... Ritchie Blackmore.



Sim, ele é o rapaz mais empolgado à esquerda. Isso é em 1963, com os Outlaws.

quinta-feira, 29 de setembro de 2005

Raridades do Blackmore pré-Purple

Quando o Homem de Preto era apenas um jovem clone do Mr. Bean, ele gravava rocks sensacionais, estilo anos 50, com várias bandas diferentes. Em novembro, sai lá fora um disco duplo com várias faixas gravadas pelo Blackmore nos anos 60. Tem uma palinha no site da DPAS. Minha favorita dessas que estão lá: "Satan's Holiday". No disco, as sessões vão de 1963 a 1970, terminando com "Green Bullfrog" (gravada com o Ian Paice nos intervalos de Fireball).

segunda-feira, 15 de agosto de 2005

Um minuto de silêncio para Carlo Little

UM MINUTO DE SILÊNCIO

Carlo Little, que foi baterista de várias bandas do legendário Screaming Lord Sutch (Screaming Lord Sutch & The Savages, SLS & The Roman Empire, SLS & o caray a quatro), morreu no dia 6 de agosto, de câncer de pulmão.

O que ele está fazendo aqui, se ele não foi do Deep Purple? Ora, ele foi um galho muito presente na árvore genealógica da banda. Nas bandas de Lord Sutch, ele tocou com Ritchie Blackmore e Nick Simper. Quando tocou na The Flowerpot Men, no final dos anos 60, era colega de um talentoso tecladista que mais tarde deixaria crescer um indefectível bigodón. Jon Lord, inclusive, tocou órgão em seu casamento, em 20 de julho de 1968. Sei de dois caras que tiveram esse privilégio: ele e o Steve Morse.

No site dele era possível encontrar um dos mais completos tributos a David "Screaming Lord" Sutch. Criador do Loony Raving Monster Party e detentor do recorde de candidato mais insistente a primeiro ministro da Inglaterra, Lord Sutch descobriu alguns dos maiores talentos do rock inglês nos anos 60 (Blackmore, Page, Nick Simper, etc) e se suicidou no final dos anos 90. É meu ídolo político por ter criado o partido menos bunda-mole do mundo. Mas, enfim, já o homenageei várias vezes, e esta é a vez do Carlo Little.

Fora de eventuais gravações do Sutch que eu ouvi, não lembro de ter ouvido trabalhos do baterista. Mas eu já conhecia sua carreira pela internet, especialmente devido aos flagrantes da história do rock inglês que ele reunia. O cara era um arquivo vivo do rock britânico, amigo de todos eles, como mostra esta foto aqui do lado. Ele foi baterista dos Rolling Stones por um breve período, mas saltou fora por achar que a banda não tinha futuro (!). Em 1999, vendia cachorro-quente na entrada de um show dos véios.

Em 2003, publiquei no Cabide esta foto, com um Ritchie Blackmore de meros 15 anos, tirada do site dele:



O site da DPAS publica uma hilária foto de uma das bandas do Lord Sutch (que entrou para o livro dos recordes como o mais insistente candidato a primeiro-ministro da Inglaterra, pelo Loony Raving Monster Party, e se suicidou no final dos anos 90). O Blackmore é o terceiro da esquerda para a direita, quase subindo a escadinha. O Carlo Little é o que está no topo da escada, na extrema direita:



Enfim, um minuto de silêncio. Ou de solo de bateria.

terça-feira, 1 de março de 2005

Then, Chris Curtis... disappeared

Morrer é um costume que sabe ter toda gente, como dizia Jorge Luis Borges, então vamos ao minuto de silêncio de hoje.

Foi encontrado morto ontem em Liverpool, aos 63 anos, o baterista Chris Curtis, que fez fama no grupo The Searchers (que foi rival dos Beatles e gravou a versão original de "Needles and Pins") e, mais importante, foi o idealizador do grupo Roundabout (carrossel). Que, logo depois, se tornaria o Deep Purple.

Ele andava doente há muito tempo, mas a causa da morte não foi revelada. Seu último emprego foi como funcionário público, do qual foi aposentado por problemas de saúde. Em 2003, passou a cantar num grupo beneficiente de rock, chamado "The Merseycats".

Curtis se envolveu com a história do Deep Purple a partir da participação na banda Flowerpot Men, que gravou "Let's Go To San Francisco" (uma das músicas do filme Curtindo a Vida Adoidado). O tecladista da banda era um tal Jon Lord, com quem o baterista passou a dividir apartamento. Em 1967, juntou-se com Lord para um projeto de banda.

Sua idéia era muito louca: ele, o baterista, seria a figura central do grupo. Em torno dele, se revezariam outros músicos - tecladistas, guitarristas, baixistas e vocalista. Numa festa em 1967, Curtis conheceu o produtor Tony Edwards, que gostou da idéia principalmente depois de conhecer o polido e culto Jon Lord.

Mas, poxa, era o final dos anos 60 e Curtis estava metido até o pescoço no espírito da época. Certa vez, Lord entrou no apartamento e encontrou as paredes cobertas de papel alumínio. Seu colega de apartamento redecorou a casa pra trazer vibrações mais alto-astral, manja? Liga, desliga, cai na estrada: Chris Curtis desapareceu.

Com sua saída, o grupo achou um novo baterista - um certo Ian Paice -, que trouxe um guitarrista - Blackmore -, que conhecia um baixista - Nick Simper -, que trouxe um vocalista - Rod Evans. Estava formado um grupo, e de uma lista com mais de cem sugestões (incluindo "Orpheus" e "Fire"), foi escolhido o nome da música favorita da avó de Blackmore: "Deep Purple".

A banda provou ser um carrossel ao longo dos 37 anos seguintes. Saem Simper e Evans, entram Gillan e Glover. Saem os dois, entram Coverdale e Hughes. Sai Blackmore, entra Bolin. Sai todo mundo, voltam Lord, Paice, Blackmore, Gillan e Glover. Sai Gillan, entra Turner. Sai Turner, volta Gillan. Sai Blackmore, entra Satriani. Sai Satriani, entra Morse. Sai Lord, entra Airey.

Apenas o baterista fica imóvel. Como no conceito original do Roundabout de Chris Curtis.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2005

Blackmore no teatro

Vai sair uma peça chamada TELSTAR, sobre a vida do produtor de discos Joe Meek. O Homem de Preto, que começou sua carreira tocando com ele nos Outlaws, vai ser interpretado pelo ator Tarl Caple. A peça estréia amanhã em Cambridge. Ó lá: www.musicmayhemmadness.com.

Caple é este sujeito aqui (realmente parecido com o Blackmore no início da carreira):



Blackmore tocou com artistas produzidos por Joe Meek nestes trabalhos:

Don't You Think It's Time/... [Mike Berry] : UK late 1962 HMV [is Blackmore on this?]
Return Of The Outlaws/Texan Spiritual [Outlaws] : UK February 1963 HMV POP 1124
Dreams Do Come True/Been Invited To A Party [Heinz] : UK May 1963 Decca F.11652
That Set The Wild West Free/Hobo [Outlaws] : UK 1963 HMV POP 1195
San Francisco Bay/Like A Bird Without Feathers [Burr Bailey] : UK June 1963 Decca F.11686
Just Like Eddie/Don't You Knock At My Door [Heinz] : UK June 1963 Decca F.11693
If You Gotta Pick A Baby/... [Glenda Collins] : UK 1963 HMV POP 1233
Merry Go Round/Go On Then [Gunilla Thorne] : UK 1963 HMV POP 1239
In Sweden (EP) [Michael Cox] : Sweden 1963 His Master's Voice HMV 7EGS 296
Heinz (EP) [Heinz] : UK October 1963 Decca DFE 8545
Country Boy/Long Tall Jack [Heinz] : UK November 1963 Decca F.11768
The Kennedy March/... [Joe Meek Orchestra] : UK December 1963
A Tribute to Buddy Holly [lp; Mike Berry] : UK 1963 HMV 7EG 8808
It's Time for Mike Berry [lp; Mike Berry] : UK 1963 HMV 7EG 8793
Law And Order/Do Da Day [Outlaws] : UK January 1964 HMV POP 1241
You Were There/No Matter What They Say [Heinz] : UK January 1964 Decca F.11831
Galway Bay/Living Alone [Houston Wells] : UK January 1964 Parlophone R 5141
Ramona (EP) [Houston Wells] : UK January 1964 Parlophone GEP 8914
A Fool Such As I/... [Dave Kaye] : UK March 1964
Keep a-Knockin'/Shake With Me [Outlaws] : UK April 1964 HMV POP 1277
Please Little Girl/For Lovin' Me This Way [Heinz] : UK June 1964 Decca F.11920
The Bike Beat 1/The Bike Beat 2 [Rally Rounders = Outlaws] : UK 1964 Lyntone LYN 574
Tell The Truth/... [Andy Cavell] : UK 1964 Pye 7N 15610
A Tribute To Eddie [lp; Heinz] : UK 1964 Decca LK.4599
A Tribute To Eddie [lp; Heinz] : Germany April 1965 Decca Records X-ARL-6249/50-X
A Tribute To Eddie [cd; Heinz] : UK 1993 Castle Legends CLC 5117 CM
Thou Shalt Not Steal/Been Invited To A Party [Glenda Collins] : UK 1965 HMV POP 1475
Hurt Me/It Can Happen To Anyone [Jess Conrad] : UK 1965 [Blackmore on the b-side]

quinta-feira, 6 de novembro de 2003

A escola de Blackmore

Um dos personagens que mais admiro na música e na política inglesas é David "Screaming Lord" Sutch. O cara era um Forrest Gump que deu certo. Não cantava nada, mas suas bandas lançaram gente como Ritchie Blackmore e Jimmy Page. Não ganhava uma eleição, mas entrou para o Guinness dos recordes como um dos mais longevos líderes políticos do país.

É certo que o partido dele não era nada sério. O Monster Raving Loony Party tinha como slogan a frase "Vote for insanity - you know it's right". O partido chegou a lançar até um gato (chamado Cat Mandu) para concorrer às eleições para primeiro ministro. Fazia propostas como a obrigatoriedade de senhores carecas usarem chapéu pra evitar que o reflexo do sol nas calvas atrapalhe a visibilidade de pilotos de avião.

Quando Sutch morreu, em 1999, até o primeiro-ministro Tony Blair mandou uma carta reconhecendo a importância política da maluquice do Lord Sutch. É uma figuraça que eu adoraria ter entrevistado. Certa vez conversei sobre ele com um amigo que foi correspondente da Folha em Londres e ele disse o mesmo (só que ele chegou à cidade mais ou menos na época em que David morreu, enquanto eu nunca fui lá).

Em uma entrevista de 1997, Lord Sutch revela o que botava na papinha dos músicos com que ele trabalhava. Realmente, se for olhar o que o Blackmore fazia no palco em 1970, faz sentido. Se for olhar os últimos minutos do California Jam, também.


O que você procurava nos músicos de apoio? Vários caras que ficaram famosos tocaram com você em diferentes formações dos Savages.
Ensinávamos os Savages a serem visuais e se moverem bastante. Eu corria muito pelo palco, então ensinamos a banda a não ficar parada também. Esse é um dos principais fatores. Havia uma rotina de marcha com o baixista e o cara da batuta: eles andavam pra frente, esquerda-direita esquerda-direita e iam pro lado da galera. O bateirista e o pianista andavam lado a lado. Então pulavam pelo palco e saltavam no ar, e tudo isso era ensinado a caras como Ritchie Blackmore, que até nós o pegarmos ficava só ali no canto paradão. A gente tinha que arrastar o cara pelo palco pra botar um pouco de vida nele.
Então, quando ele entrou no Deep Purple, a banda decolou. Quando eles faziam shows de palco, diziam que o Ritchie Blackmore roubava o show, porque ele era muito visual. Ele estava muito na frente de todos os outros. Eles podiam ser como ele talvez musicalmente, mas não visualmente, porque ele foi treinado pela Screamin' Lord Sutch and the Savages. Os outros eram só simples músicos.