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quarta-feira, 20 de abril de 2011

43 anos atrás

Em 20 de abril de 1968, o Deep Purple estreava oficialmente em Tastrup, na Dinamarca. O vídeo abaixo, com "Help", foi feito possivelmente em Copenhague, dias depois. Esse e outros vídeos das quatro primeiras formações do Deep Purple saiu no DVD "History, Hits & Highlights".



Parêntese: em suas primeiras encarnações, o Deep Purple sempre iniciava suas turnês pela Escandinávia. Todas as bandas, aliás. Sabe por quê? Porque antes da internet ficava longe demais de tudo e a imprensa inteira era escrita em línguas esquisitas. Se fosse fiasco, não queimava o filme em casa.

Segundo o livro "Smoke on the Water - The Deep Purple Story", de Dave Thompson, a banda não sabia se conseguiria chegar ao lugar do show.

"Desembarcando da balsa em Esbjerg, sob o peso de um palco inteiro de equipamentos novos em folha, os membros da banda e dois roadies contratados para esta viagem inaugural ficaram lívidos ao descobrir que seus vistos de trabalho não estavam corretos. Embora o grupo tenha perdido não mais do que duas horas antes de a situação ser resolvida, ainda havia muito tempo para cada um dos músicos ficar cheio de visões sobre deportação peremptória - ou coisa pior."

Já no livro "Black Knight", uma biografia de Ritchie Blackmore, o autor Jerry Bloom conseguiu entrevistas com Nick Simper e Ian Paice, mais o roadie Ian Hansford. Segundo o roadie, Jon Lord ficava dizendo: "Não vou entrar naquele Land Rover com alsacianos!". Ian Paice lembra que o grupo foi levado das docas à delegacia numa van usada pra transportar cachorros da polícia. "Quando eu saí, estava com um cheiro meio canino". Nick Simper dizia que já na balsa, antes de ir pra delegacia, Blackmore estava tão apavorado que não lembrava como é que começava "Hush". O segredo pra vencer o branco: duas doses de uísque.

Só às 5 da tarde, pouquinho antes do show, é que eles conseguiram chegar ao hotel.

O primeiro show do Deep Purple teve um público de 500 pessoas. Parece pouco para uma banda desse calibre, mas lembre que era uma banda que estava começando, estava num país estrangeiro e o show era num saguão de escola. O show, de 45 minutos, começou com "And The Address" (instrumental, própria), depois umas covers - "Hush" (Joe South), "I'm So Glad" (Skip James/Cream), "Help" (Beatles), "Paint it Black" (Rolling Stones) e "Hey Joe" (Jimi Hendrix). Também teve a estreia de "Mandrake Root".

Ou seja: em sua primeira aparição, o Deep Purple era praticamente uma banda de covers variados, pouco diferente dessas que tocam nos bares de rock de São Paulo nos finais de semana. A diferença é que, como o promotor era o mesmo que levou os Artwoods à Escandinávia, a banda foi anunciada como "a nova banda de Jon Lord, ex-Artwoods".

Como a plateia reclamou do barulho, Lord pegou o microfone pra explicar. Jerry Bloom pega uma frase dele:

"Eu sei que tocamos alto no palco, mas precisa ser assim pra atingir a juventude de hoje. Não tocamos alto só por tocar alto. É que temos que garantir que o pessoal não pense que está num chá das cinco, porque senão eles perdem o interesse."

Logo depois dessa turnê, o Deep Purple gravou seu primeiro disco: "Shades of Deep Purple". O resto, como dizem, é história.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Em Montreux de novo neste ano



Saiu a lista das atrações do 45° Festival de Jazz de Montreux, que ocorre entre 1 e 16 de julho.

Mais uma vez, o Deep Purple está entre as atrações do maior festival da cidade que inspirou "Smoke on the Water". Eles vão tocar com uma orquestra sinfônica no último dia do festival. A atração é provavelmente parte da turnê "As Músicas que Construíram o Rock".

Lembre que "Smoke on the Water" foi gravada na cidade em 1971 - ou seja, há 40 anos. Em 2006, Claude Nobs tentou reunir a Mk2 original para uma homenagem aos 35 anos do acontecimento. Blackmore, porém, não respondeu; Lord não pôde. Neste aniversário, será que pelo menos o Lord vai poder?

Desde seu surgimento, o Deep Purple já se apresentou oito vezes na cidade. As três primeiras foram no cassino que pegou fogo - e a primeira delas, de 4 de outubro de 1969, já saiu em CD:



Eles também tocaram lá em 16 e 17 de abril de 1971, antes de voltar à cidade em dezembro daquele ano para gravar o disco Machine Head. Depois disso, eles só voltaram a se apresentar na cidade que tornaram mundialmente famosa já nos anos 90, com Steve Morse. Foram cinco vezes. Três dessas apresentações (9 de julho de 1996, 22 de julho de 2000 e 15 de julho de 2006) estão disponíveis em CD e DVD:




PRA COMBINAR
Clicando nas capas dos CDs e DVDs aqui citados, você vai parar na página de compra da Livraria Cultura. Você não paga um centavo a mais caso compre por ali, mas eu recebo 4% do preço do que você comprar lá depois de abrir o link. Você tem todo o direito de não topar. Da minha parte, me comprometo a só indicar coisas de qualidade. Pessoalmente, acho que seria fácil indicar links para baixar as obras. Mas eu sou fã do Deep Purple, então compro - gosto de pensar que eles vão ganhar alguns centavos do que eu pagar, podendo assim tomar uma cerveja em minha homenagem. Comprando por aqui, não apenas eles ganham - mas eu também. Prometo fazer um brinde a vocês.

Parabéns a Ritchie Blackmore

Ritchie Blackmore, meu guitarrista favorito, faz 66 anos hoje. Ainda quando este blog estava ativo, ele casou de papel-passado com a Candice Night, sua parceira há tantos anos. No recesso, teve uma filha, chamada Autumn, e lançou o disco "Autumn Sky".

Blackmore é um sujeito difícil. Genial e genioso em medidas semelhantes. Mas nos últimos anos, com Candice, o homem que explodia amplificadores por farra virou um carneirinho. No último vídeo que ele fez com Blackmore's Night, ele é coadjuvante. Acho triste a coadjuvância, mas fico feliz que Blackmore esteja bem. O que todos nós queremos é chegar aos 66 tranquilos e felizes.

Ontem, saiu a lista das faixas que o ator William Shatner (o comandante Kirk de Star Trek, ou o coroa desbocado de "Shit my dad says") vai gravar em um disco de covers cheio de convidados especiais. É a trilha sonora de um filme sobre viagem no espaço. Ele chamou dois ex-membros do Deep Purple, Ritchie Blackmore e Ian Paice. Infelizmente, porém, eles não tocam juntos. Paice faz a bateria de "Space Truckin'" - provavelmente a mesma que me fez achar que o disco Machine Head estava arranhado na primeira vez em que o ouvi - e Blackmore toca com Alan Parsons na faixa "Space Oddity". Eu adoraria ouvir uma nova colaboração entre os dois, mas acho que não rola. Nem a maturidade faz milagres.

Meus parabéns ao mestre, de qualquer maneira. Abaixo, alguns vídeos para você.