O blog Purpendicular fez 15 anos em fevereiro. Nem parece. Começou no início da Mk8, quando houve a última turnê do Jon Lord. Desde então, resenhei todos os lançamentos do Deep Purple, ao menos os de estúdio.
A de Bananas (2003) eu escrevi originalmente para o Omelete.
A de Rapture of the Deep (2005) levei uma semana ouvindo até fazer aqui.
A de Now What?! (2013) fiz no Facebook, porque o blog estava em recesso.
A de Infinite (2017) fiz no Facebook e faço aqui.
"Bom fim de semana!" E aí, quem mais já ouviu o Infinite?
Minha cópia física, com DVD e camiseta, está em algum ponto entre Hamburgo e São Paulo.
Eu esperei meia-noite e fui olhar o Vivo Música, que assino. Nada. meia-noite e cinco, fiquei furioso e assinei o Spotify. Quase cancelei o Vivo Música, mas minha mulher gosta. Saco. Mas, enfim, ouvi duas vezes antes de dormir e uma agora de manhã na esteira.
A primeira foi especial. Assim como quando saiu o Now What, tomei um banho antes de ouvir. De luzes apagadas, defronte à janela, olhando a chuva cair, como naquele 13 de abril de 2013, pra ouvir cada nota. Melhor do que meditação.
Minha impressão geral sobre o disco: grande álbum, belos riffs, solos familiares mas bons, só não curti a quantidade de ecos e efeitos darth vader na voz do Gillan - fica ruim de entender as letras. Não é tão bom quanto o Now What, mas é um baita disco. (Faço questão de não comparar a produção dos tios sessentões com a deles moleques.)
Achei curioso que Paradise Bar não está no disco. Mas já está no iTunes há algum tempo, vale comprar como extra.
Time for Bedlam e All I Got is You eu já tinha ouvido muitas, MUITAS vezes nos últimos meses. Gosto, mas estava querendo ouvir o que eu não conhecia. Ao contrário de Hell to Pay em Now What, desta vez eles ficaram nos devendo solo extra de teclado como o que teve em Hell to Pay, que também já era bem conhecida ao sair o Now What.
Time for Bedlam - Acho uma das músicas mais fortes, de música e letra, que eles fizeram na maturidade. Quando saiu, eu não sabia o que achava do "canto gregoriano" do Gillan no começo e no final. Hoje acho que não gosto muito. É a primeira de várias vezes em que ele usa efeitos na voz, o que eu acho bem desnecessário. Mas gosto do que ele declama nessas partes.
Hip Boots - baita riff. Gosto dessas pausas dramáticas. Já tinha sido experimentada ao vivo. Tem um belo potencial, suponho.
All I Got is You - a letra parece meio que de briga com a mulher, não? Gira os olhos com a mão na cintura quando o cara vai encher a cara com os amigos etc. O maior destaque aqui, pra mim, está nos solos. Airey no sintetizador sai da sombra do Lord, mas depois traz a tradição de hammond de novo pra deixar bem claro que aqui é Purple.
One Night in Vegas - gosto da costura do instrumental, e temos uma clássica letra do Gillan contando causos
Get me Outta Here - acho que esta é minha faixa favorita no disco, ainda que eu tenha pego pouco da letra por causa dos efeitos. Se no Now What a grande revelação era Airey começando a sair da sombra do Lord, neste disco o Paice está soltinho, e aqui é um belo exemplo. Não sei se é por desaforo ao derrame que teve no ano passado. Bateria meio Jack Ruby. Riff pesadão. Gillan solta um grito daqueles, pra gente matar a saudade, parecendo ter saído direto de "Money Lender". E no final ele se despede em várias línguas, inclusive português perfeito ("Bom fim de semana!"). Em 2014, quando o entrevistei, perguntei a ele se ele falava português, já que tem casa no litoral português e sempre vem ao Brasil. Ele disse: só frases normais de cortesia, bom dia, bom fim de semana...
The Surprising - é uma faixa surpreendente. Lembra filme de caubói dos anos 70, não? Aquela guitarra, aquela bateria. Só falta sair o Clint Eastwood com um cigarro no canto da boca e duas armas nas mãos. Efeito de gravar em Nashville? Mas a letra é sobre pesadelos. Bonita música, gostei, mas não sei se vai estar entre minhas três favoritas do disco. Só ouvindo mais.
Johnny's Band - já vinha tocando na BBC, e o Fernando Mattedi me mandou outro dia. Muito boa, divertida, boa levada. Riff simples mas eficiente.
On top of the world - adorei o começo, bela levada também. Efeitos de voz demais, porém. Tem uma parte narrada em que baixa o Darth Vader.
Birds of Prey - riff malandro, pesadinho e lento; Airey cósmico. Muito efeito de eco na voz do Gillan. Mas se bobear é uma das melhores faixas do álbum.
Roadhouse Blues - aqui é churrasco com os amigos. No começo achei meio estranho eles fazerem cover, mas azar. Gostei do resultado. Gillan canta a letra do jeito dele, não do jeito do Jim Morrison. O começo é empolgante, um instrumento entrando por vez. E a última frase da letra ("the future's uncertain and the end is always near") tem muito a ver com o que eles têm dito sobre o fato de ser um disco de despedida, ou não.
Com 70 e tantos anos nas costas ou logo à frente, levar mais oito anos pra fazer um disco, como eles demoraram entre Rapture e Now What, deixa de fato o futuro incerto. Com um amigo enterrado e a idade mostrando suas garrinhas com mais força (adoro observar o quanto eles não escondem a coroíce no vídeo de All I Got is You), a ideia de que o fim está sempre perto deve estar sempre em mente.
É um disco muito melhor do que qualquer coisa que se poderia esperar de uma banda que está pensando em parar de tocar. Mas, claro, sendo o Deep Purple eles obviamente não estão - só vão dar mais uma volta ao mundo, ou duas, ou três, antes de dar uma maneirada. Glover disse em entrevistas recentes que ainda tem alguns lugares do mundo que ele quer ver antes de sossegar o facho.
Pelo que andou circulando, parece que em outubro é a nossa vez. Vamos tentar ver mais de um show enquanto eles estão por aí. Geralmente eu vou a um só por turnê, sempre acho que 1) estou velho demais pra ir a mais de um show numa semana e 2) eles vão voltar. Considerando que eles são um tanto mais velhos do que eu e podem não voltar, eu vou fazer o possível pra ver mais de um.
Obrigado, Ian Gillan. Obrigado, Roger Glover. Obrigado, Ian Paice. Obrigado, Steve Morse. Obrigado, Don Airey. Tiro meu chapéu para vocês como sempre nas últimas quase três décadas.
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sexta-feira, 7 de abril de 2017
quinta-feira, 25 de abril de 2013
Now What?!, há quatro anos
Em 2013, quando o Deep Purple lançou o "Now What?!", este blog estava em recesso. Dia 25 de abril de 2013, quando o disco entrou no iTunes, baixei, ouvi e fui postando faixa por faixa na versão Facebook deste blog. Para mim, "Now What?!" é provavelmente o disco mais bem pensado da Mk8, ainda que eu goste de todos. Como não postei na época, reproduzo aqui, postando retroativamente.

Chegou.
A Simple Song: Porrada nas zoreia. Ouça com fones a todo volume. Mas daqueles internos, pra não cair. Porque sua cabeça não vai ficar parada.
Weirdistan: baixo assustador. Teclado gigante. Guitarra cortando. Nunca ouvi a bateria tão claramente. Gillan se divide em três, todos eles geniais. Vale aquilo dos fones, pague o otorrino depois. Sai barato perto desse troço.
Out of Hand: a introdução me remete ao Psicose, mas aí vem o riff - sério candidato ao CQC usar como vinheta, como usa uns dos últimos dois discos. Som bem moderninho, tios. Podia ser clipe da MTV nos anos 90 fácil. Haja volume nesses fones.
Três por vez. Não quero morrer do coração.
Hell to Pay: a história dos revolucionários de sofá que proclamam não ser representados pelo feliciano e fazem comentários em blog com adjetivos terminados em alha. Versão do disco muito melhor que a do single. Os tios se puxaram.
Body Line: coisa mais boa. A jam do começo promete se entrar no show. Refrão achei meio caidinho, mas a música tem umas paradinhas legais. Solo divertido do Morse, Airey mandando ver com os lados das mãos. O riff é excelente.
Above and Beyond: Gillan escreveu no dia em que o Lord morreu. É como se ele estivesse psicografando um recado do amigo. Coisa linda esse teclado.
Blood from a Stone: voz do Gillan maduro é o destaque. Bela faixa.
Uncommon Man: outra homenagem ao Lord. Forte trabalho. Foi usada num dos previews, naquele primeiro, muito empolgante. Coisa genial. É a resposta da banda a "De Profundis", do primeiro solo do Lord pós-Purple. Gillan: "who says you can't have it all? It's good t be king" lembra minha entrevista com o Lord.
Après Vous: Glover segurando no baixo a piração de Airey e Morse é fabuloso.
All the Time in the World: o pulso ainda pulsa.
Vincent Price: o tecladista que compôs a introdução de Mr. crowley finalmente veio substituir Jon Lord na banda!!! riff porrada, vi gente comparando com No More Tears. Tem uma pegada de rock horror, como diria Sérgio Chapelin. Pombas, o disco abre com uma porrada nas zoreia e termina com outra.
It'll be Me: caraca, o que é essa voz grave??? Coisa que o Gillan tocava com os Javelins. Sempre legal ver os tios atualizando o que ouviam quando moleques.

Chegou.
A Simple Song: Porrada nas zoreia. Ouça com fones a todo volume. Mas daqueles internos, pra não cair. Porque sua cabeça não vai ficar parada.
Weirdistan: baixo assustador. Teclado gigante. Guitarra cortando. Nunca ouvi a bateria tão claramente. Gillan se divide em três, todos eles geniais. Vale aquilo dos fones, pague o otorrino depois. Sai barato perto desse troço.
Out of Hand: a introdução me remete ao Psicose, mas aí vem o riff - sério candidato ao CQC usar como vinheta, como usa uns dos últimos dois discos. Som bem moderninho, tios. Podia ser clipe da MTV nos anos 90 fácil. Haja volume nesses fones.
Três por vez. Não quero morrer do coração.
Hell to Pay: a história dos revolucionários de sofá que proclamam não ser representados pelo feliciano e fazem comentários em blog com adjetivos terminados em alha. Versão do disco muito melhor que a do single. Os tios se puxaram.
Body Line: coisa mais boa. A jam do começo promete se entrar no show. Refrão achei meio caidinho, mas a música tem umas paradinhas legais. Solo divertido do Morse, Airey mandando ver com os lados das mãos. O riff é excelente.
Above and Beyond: Gillan escreveu no dia em que o Lord morreu. É como se ele estivesse psicografando um recado do amigo. Coisa linda esse teclado.
Blood from a Stone: voz do Gillan maduro é o destaque. Bela faixa.
Uncommon Man: outra homenagem ao Lord. Forte trabalho. Foi usada num dos previews, naquele primeiro, muito empolgante. Coisa genial. É a resposta da banda a "De Profundis", do primeiro solo do Lord pós-Purple. Gillan: "who says you can't have it all? It's good t be king" lembra minha entrevista com o Lord.
Après Vous: Glover segurando no baixo a piração de Airey e Morse é fabuloso.
All the Time in the World: o pulso ainda pulsa.
Vincent Price: o tecladista que compôs a introdução de Mr. crowley finalmente veio substituir Jon Lord na banda!!! riff porrada, vi gente comparando com No More Tears. Tem uma pegada de rock horror, como diria Sérgio Chapelin. Pombas, o disco abre com uma porrada nas zoreia e termina com outra.
It'll be Me: caraca, o que é essa voz grave??? Coisa que o Gillan tocava com os Javelins. Sempre legal ver os tios atualizando o que ouviam quando moleques.
sexta-feira, 23 de março de 2012
Morse toca com o G3; Glover, com Tolo Marton
O placar da procrastinação cada vez aumenta mais.
O Deep Purple está em férias, para descansar um pouco antes de gravar o novo disco. Isso deve rolar em maio e junho, e os primeiros shows do começo da nova turnê estão marcados para outubro.
Enquanto isso, Steve Morse se prepara para encontrar seu antecessor imediato no Purple, Joe Satriani, e Steve Vai para uma turnê do G3 em julho e agosto. Até agora só estão anunciadas cinco datas.
Roger Glover, por sua vez, parte em abril pra fazer um show na Itália com Tolo Marton. Em seu site, ele promete tocar coisas dos seus dois últimos discos solo, "Snapshot" e "If Life Was Easy" - coisas que nunca apresentou ao vivo antes.
Veja como estão as atividades paralelas com que os membros se comprometeram:
Steve Morse
O Deep Purple está em férias, para descansar um pouco antes de gravar o novo disco. Isso deve rolar em maio e junho, e os primeiros shows do começo da nova turnê estão marcados para outubro.
Enquanto isso, Steve Morse se prepara para encontrar seu antecessor imediato no Purple, Joe Satriani, e Steve Vai para uma turnê do G3 em julho e agosto. Até agora só estão anunciadas cinco datas.
Roger Glover, por sua vez, parte em abril pra fazer um show na Itália com Tolo Marton. Em seu site, ele promete tocar coisas dos seus dois últimos discos solo, "Snapshot" e "If Life Was Easy" - coisas que nunca apresentou ao vivo antes.
Veja como estão as atividades paralelas com que os membros se comprometeram:
Steve Morse
- Tributo a Tommy Bolin (Glenn Hughes também estará lá)
- Flying Colors
- Tributo ao Supertramp
- Breve turnê com o G3 na Alemanha, Hungria e Rússia (21 de julho a 5 de agosto)
- Tributo a Dio (Glenn Hughes também estará lá)
- Rock the House
- Homenagem às vítimas do tsunami no Japão
- Álbum em trio com Rick Wakeman e Tony Levin
- Show com Tolo Marton na Itália (28 de abril)
sábado, 17 de março de 2012
Há 10 anos, Airey se tornava o titular do teclado
Referências a Guerra nas Estrelas e um show de luzes durante o solo de teclado - além de um sorriso aberto, simpático e inconfundível - fazem parte de todos os shows do Deep Purple desde 17 de março de 2002, quando Don Airey entrou para o time titular. Ele havia coberto uma licença de Jon Lord em 2001, e estava a postos quando o mestre se aposentou.
Estava inaugurada a Mk8 do Deep Purple, cuja primeira foto oficial foi essa aí em cima.
Em 2009, eu e ele fizemos um duelo de máquinas fotográficas. Quem disparasse primeiro ganhava.
Ele ganhou.
segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012
Gillan: "Foi a última noite de uma turnê de seis anos"
Ao final do último show da turnê do Deep Purple pelo Canadá, ontem à noite, Ian Gillan anunciou ter feito o último show da longa turnê de Rapture of the Deep, segundo o Vancouver Sun.
Bom sinal: quando voltarem a viajar pelo mundo, e já existem datas marcadas em outubro na Rússia e novembro na Europa, já será com o próximo disco.
Vejam aí embaixo um trecho de "Woman From Tokyo" desse último show da turnê:
quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012
Há 10 anos, o último show de Lord como titular
Em 22 de fevereiro de 2002, o Deep Purple encerrou abruptamente uma turnê extremamente badalada no Reino Unido. Era o fim da Mk7, oito shows antes do previsto. Leia o que eu escrevi no Purpendicular na época aqui.
O motivo do cancelamento da turnê: uma gripe absurda que fez com que Ian Gillan cancelasse dois shows alguns dias antes e naquele último show deixasse de lado Child in Time, a atração da turnê.
Em 14 de março, a banda anunciava que Airey substituiria Lord pela segunda vez, pra fazer a turnê na Rússia. Já tinha até foto oficial da nova formação, e no dia 17 de março foi oficializada a substituição. Rasmus Heide, no Purpendicular, escreveu um editorial pra dizer que a saída de Lord não significaria o fim do Deep Purple como tanta gente andava temendo. Dez anos depois, eles ainda estão aí na estrada.
Os shows londrinos seriam retomados meses depois, já com Don Airey como titular e Jon Lord fazendo participação especial. Os shows dessa turnê tiveram várias participações especiais, como a do Iron Maiden. O último foi lançado em DVD na caixa Around the World Live.
O motivo do cancelamento da turnê: uma gripe absurda que fez com que Ian Gillan cancelasse dois shows alguns dias antes e naquele último show deixasse de lado Child in Time, a atração da turnê.
Em 14 de março, a banda anunciava que Airey substituiria Lord pela segunda vez, pra fazer a turnê na Rússia. Já tinha até foto oficial da nova formação, e no dia 17 de março foi oficializada a substituição. Rasmus Heide, no Purpendicular, escreveu um editorial pra dizer que a saída de Lord não significaria o fim do Deep Purple como tanta gente andava temendo. Dez anos depois, eles ainda estão aí na estrada.
Os shows londrinos seriam retomados meses depois, já com Don Airey como titular e Jon Lord fazendo participação especial. Os shows dessa turnê tiveram várias participações especiais, como a do Iron Maiden. O último foi lançado em DVD na caixa Around the World Live.
sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012
Ian Paice vai gravar com Rick Wakeman?
Até agora, o Ian Paice era o único dos membros do Deep Purple que não estava gravando como convidado nos discos dos outros ou não gravou disco solo (Glover gravou). Rick Wakeman acaba de mudar isso.
Quem viu no blog do tecladista foi o The Highway Star:
Tem muitas outras coisas que eu vou tentar levar a cabo neste mês, que incluem um possível álbum em trio com Tony Levin e Ian Paice. Ainda estão no início as discussões com todos os envolvidos, mas parece muito promissor.Em julho do ano passado, Wakeman foi convidado pra tocar na Sunflower Jam, o show beneficiente anual promovido pelas esposas gêmeas de Paice e Jon Lord. Coloquei um vídeo do momento histórico neste post. Paice e Wakeman já tinham se encontrado antes, dando uma entrevista juntos em 1982. Este é o vídeo de onde saiu a imagem acima.
No dia 2 de abril, Paice também dará uma canja num show em homenagem a Buddy Rich, nos 25 anos da morte do baterista. Será no Reino Unido. Aí, pelas minhas contas, o Deep Purple já estará em férias e poderá finalmente começar a gravar seu disco.
E o disco novo? Nada de novo, quase.
Em entrevista publicada ontem num jornal canadense, o Ian Gillan disse que realmente houve uma sessão de composição no ano passado, mas que eles dificilmente vão aproveitar alguma coisa dela.
Nada aconteceu de verdade, e não estávamos muito no pique. Então, acho que vamos começar do zero e ver o que acontece. Eu imagino que a coisa vai rolar bem, porque não escrevemos nada há algum tempo.Razoável. Bananas e Rapture of the Deep foram compostos assim. Eles se acertam melhor tocando juntos, ouvindo um o que o outro faz e sacando na hora como reagir.
***
Steve Morse
- Tributo a Tommy Bolin (Glenn Hughes também estará lá)
- Flying Colors
Ian Gillan
- Tributo a Dio (Glenn Hughes também estará lá)
Don Airey
- Homenagem às vítimas do tsunami no Japão
Ian Paice
- Álbum em trio com Rick Wakeman e Tony Levin
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quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012
Paice: "vamos parar quando alguém não puder cortar a mostarda"
Em entrevista ao LFPress, do Canadá, perguntaram ao Ian Paice se o Deep Purple tem uma "estratégia de saída", já que eles estão ficando velhinhos. A resposta, genial:
"A estratégia de saída será parar quando um ou mais de nós, fisicamente, não conseguir mais cortar a mostarda. Não acho que valha a pena virar uma sombra de nós mesmos. Então, acabaria aí. Ou se o público parasse de vir, mas isso não parece estar rolando."(A melhor tradução de "cortar a mostarda" em português seria "dar no couro". Mas é genial a expressão.)
O baterista também falou sobre o disco novo. Disse que devem gravar neste ano. Segundo ele, alguns na banda não estavam muito a fim há um par de anos, mas agora isso mudou. Vão gravar por respeito aos fãs, segundo ele, porque grana não dá pra esperar muita hoje em dia com disco.
E você, corta a mostarda?
quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012
Morse: sem YouTube, já tocaríamos coisas novas
O Deep Purple está em turnê pelo Canadá antes da parada para gravar de vez o disco novo. Algumas coisas já começaram a ser compostas, segundo todos os membros da banda. Em entrevista à versão canadense do jornal Metro, Morse afirmou que eles só não incluem coisas novas no show porque no dia seguinte já está no YouTube e estragou a surpresa. Ele diz, porém, que ainda não viu as letras. Ou seja: mestre Ian Gillan precisa se mexer!
Esse medo do YouTube matou uma longa história do Deep Purple de testar ao vivo o que depois viraria música. É uma das coisas que sempre me agradaram na forma como eles criam. Essa história vem desde o final dos anos 60, quando eles (e outros!) iam à BBC gravar versões de suas músicas para que a emissora tivesse coisas deles para tocar na programação. Foi assim que o Led Zeppelin transformou sua versão de "Travelling Riverside Blues" em "The Lemon Song", por exemplo.
No final do ano passado, a EMI lançou o disco duplo "Deep Purple: The BBC Sessions 1968-1970", que traz todas as gravações remanescentes feitas pela banda na emissora nesse período. Estou pra resenhar esse disco há tempos. O que ele demonstra, basicamente, é o quanto o Deep Purple evoluiu testando músicas ao vivo para depois gravar.
A Mk1, por exemplo, testou lá a faixa "Hey Bop a Re Bop" em fevereiro de 1969. Mais adiante, a mesma música mudaria de letra e voltaria a aparecer lá em julho de 1969 como "The Painter", uma das faixas divertidas do terceiro disco. Nessa altura, a banda já estava mudando.
No mês seguinte, agosto de 1969, o novo Deep Purple tomaria os estúdios da BBC tocando "Ricochet". A mesma música seria tocada em Amsterdã, no dia 24, com o nome "Kneel and Pray". Isso saiu na primeira gravação pirata que fez a fama da qualidade do Purple ao vivo. Sei lá se a letra não colou, mas em outubro, no Festival de Jazz de Montreux, a base musical tinha sido mantida e a letra fora mudada. Em novembro, de volta à BBC, o Deep Purple já gravava uma versão próxima da definitiva: "Speed King".
Na mesma sessão em que eles gravaram Speed King, no programa "Stuart Henry Noise at Nine", a BBC pediu que o Deep Purple fosse ao estúdio e criasse algo novo. Saiu algo que eles chamaram de "Jam Stew", com Ian Gillan cantando sobre uma mulher de olhos malvados. Durante a gravação de In Rock, a música chegou a ser gravada em estúdio como "John Stew", agora sem vocais. Não foi aproveitada no disco, porém; só saiu em 1995, no remaster. Em setembro de 1970, o Deep Purple voltou à BBC e gravou uma nova versão desse instrumental como "Grabsplatter". Essa faixa apareceu para o público em geral pela primeira vez oficialmente em 1985, na coletânea "The Anthology".
Em 1971, Ritchie Blackmore e Ian Paice gravaram sob pseudônimo com alguns amigos um disco especial chamado "Green Bullfrog". E vejam só: lá estava Jam Stew/John Stew/Grabsplatter com nova roupagem, chamada de "Bullfrog". Nesse ano, o Deep Purple estava gravando o disco Fireball - e a estrutura de Grabsplatter foi aproveitada no single "I'm Alone", lado B de "Strange Kind of Woman", que reapareceu em "Singles A's & B's" e no remaster de Fireball.
Também nesse ano, duas músicas do disco seguinte, Machine Head, começaram a ser testadas ao vivo lá por julho: o blues "Lazy" e a porrada "Highway Star". Sim, nem todo o disco foi composto sob o rigor do inverno suíço após o incêndio do cassino.
A lenda de Highway Star diz que a música foi composta num ônibus, indo para um show na Inglaterra, com jornalistas a bordo. Um deles teria perguntado a Blackmore como o Deep Purple compõe suas músicas. Blackmore disse: "assim". Olhou pela janela, fez um power chord de sol na guitarra e começou a bater repetidamente. Ian Gillan entrou em cima e começou a improvisar: "We're on the road, we're on the road, we're a rock'n'roll ba-and!". A lenda diz que na mesma noite a música estava no show.
Em entrevista recente, Jon Lord discordou: não tinha como, porque as trocas de solo, em progressões bachianas, são elaboradas demais para criar do dia pra noite. E ele está certo. Um vídeo de Highway Star na TV alemã, gravado lá por setembro de 1971, mostra a mais antiga gravação de boa qualidade conhecida da música. A letra ainda não está consolidada - Gillan fala em Steve McQueen e Mickey Mouse. O solo também não é aquele que é tão perfeito que ninguém ousa mexer muito. A versão completa da gravação e um take alternativo saíram no DVD "History, Hits & Highlights".
Com as brigas na banda a partir de 1972, acabou o Deep Purple-moleque e a coisa ficou profissional demais. Na Mk3 e na Mk4 não tinha essas coisas, e até o improviso no palco perdeu o ímpeto criativo. Quando a Mk2 voltou, também não. A banda ficava muito presa ao repertório do Made in Japan - como ainda fica, em parte.
Com a chegada de Steve Morse a coisa mudou de figura e eles passaram a brincar mais com o catálogo do Deep Purple. Mas ainda não haviam voltado ao velho costume. Nos estertores da Mk7, no longo intervalo entre a gravação de Abandon e a saída de Jon Lord, duas músicas novas foram testadas ao vivo. Uma que não vingou chegou a ser tocada no festival de Montreux em 2000: "Long Time Gone".
A segunda, "Up the Wall", foi tocada na turnê de despedida de Jon Lord.
Acabou virando "I Got Your Number", quando entrou no disco Bananas. Ficou no repertório ao vivo até 2005, quando a banda lançou Rapture of the Deep.
Esse medo do YouTube matou uma longa história do Deep Purple de testar ao vivo o que depois viraria música. É uma das coisas que sempre me agradaram na forma como eles criam. Essa história vem desde o final dos anos 60, quando eles (e outros!) iam à BBC gravar versões de suas músicas para que a emissora tivesse coisas deles para tocar na programação. Foi assim que o Led Zeppelin transformou sua versão de "Travelling Riverside Blues" em "The Lemon Song", por exemplo.
No final do ano passado, a EMI lançou o disco duplo "Deep Purple: The BBC Sessions 1968-1970", que traz todas as gravações remanescentes feitas pela banda na emissora nesse período. Estou pra resenhar esse disco há tempos. O que ele demonstra, basicamente, é o quanto o Deep Purple evoluiu testando músicas ao vivo para depois gravar.
A Mk1, por exemplo, testou lá a faixa "Hey Bop a Re Bop" em fevereiro de 1969. Mais adiante, a mesma música mudaria de letra e voltaria a aparecer lá em julho de 1969 como "The Painter", uma das faixas divertidas do terceiro disco. Nessa altura, a banda já estava mudando.
No mês seguinte, agosto de 1969, o novo Deep Purple tomaria os estúdios da BBC tocando "Ricochet". A mesma música seria tocada em Amsterdã, no dia 24, com o nome "Kneel and Pray". Isso saiu na primeira gravação pirata que fez a fama da qualidade do Purple ao vivo. Sei lá se a letra não colou, mas em outubro, no Festival de Jazz de Montreux, a base musical tinha sido mantida e a letra fora mudada. Em novembro, de volta à BBC, o Deep Purple já gravava uma versão próxima da definitiva: "Speed King".
Na mesma sessão em que eles gravaram Speed King, no programa "Stuart Henry Noise at Nine", a BBC pediu que o Deep Purple fosse ao estúdio e criasse algo novo. Saiu algo que eles chamaram de "Jam Stew", com Ian Gillan cantando sobre uma mulher de olhos malvados. Durante a gravação de In Rock, a música chegou a ser gravada em estúdio como "John Stew", agora sem vocais. Não foi aproveitada no disco, porém; só saiu em 1995, no remaster. Em setembro de 1970, o Deep Purple voltou à BBC e gravou uma nova versão desse instrumental como "Grabsplatter". Essa faixa apareceu para o público em geral pela primeira vez oficialmente em 1985, na coletânea "The Anthology".
Em 1971, Ritchie Blackmore e Ian Paice gravaram sob pseudônimo com alguns amigos um disco especial chamado "Green Bullfrog". E vejam só: lá estava Jam Stew/John Stew/Grabsplatter com nova roupagem, chamada de "Bullfrog". Nesse ano, o Deep Purple estava gravando o disco Fireball - e a estrutura de Grabsplatter foi aproveitada no single "I'm Alone", lado B de "Strange Kind of Woman", que reapareceu em "Singles A's & B's" e no remaster de Fireball.
Também nesse ano, duas músicas do disco seguinte, Machine Head, começaram a ser testadas ao vivo lá por julho: o blues "Lazy" e a porrada "Highway Star". Sim, nem todo o disco foi composto sob o rigor do inverno suíço após o incêndio do cassino.
A lenda de Highway Star diz que a música foi composta num ônibus, indo para um show na Inglaterra, com jornalistas a bordo. Um deles teria perguntado a Blackmore como o Deep Purple compõe suas músicas. Blackmore disse: "assim". Olhou pela janela, fez um power chord de sol na guitarra e começou a bater repetidamente. Ian Gillan entrou em cima e começou a improvisar: "We're on the road, we're on the road, we're a rock'n'roll ba-and!". A lenda diz que na mesma noite a música estava no show.
Em entrevista recente, Jon Lord discordou: não tinha como, porque as trocas de solo, em progressões bachianas, são elaboradas demais para criar do dia pra noite. E ele está certo. Um vídeo de Highway Star na TV alemã, gravado lá por setembro de 1971, mostra a mais antiga gravação de boa qualidade conhecida da música. A letra ainda não está consolidada - Gillan fala em Steve McQueen e Mickey Mouse. O solo também não é aquele que é tão perfeito que ninguém ousa mexer muito. A versão completa da gravação e um take alternativo saíram no DVD "History, Hits & Highlights".
Com as brigas na banda a partir de 1972, acabou o Deep Purple-moleque e a coisa ficou profissional demais. Na Mk3 e na Mk4 não tinha essas coisas, e até o improviso no palco perdeu o ímpeto criativo. Quando a Mk2 voltou, também não. A banda ficava muito presa ao repertório do Made in Japan - como ainda fica, em parte.
Com a chegada de Steve Morse a coisa mudou de figura e eles passaram a brincar mais com o catálogo do Deep Purple. Mas ainda não haviam voltado ao velho costume. Nos estertores da Mk7, no longo intervalo entre a gravação de Abandon e a saída de Jon Lord, duas músicas novas foram testadas ao vivo. Uma que não vingou chegou a ser tocada no festival de Montreux em 2000: "Long Time Gone".
A segunda, "Up the Wall", foi tocada na turnê de despedida de Jon Lord.
Acabou virando "I Got Your Number", quando entrou no disco Bananas. Ficou no repertório ao vivo até 2005, quando a banda lançou Rapture of the Deep.
domingo, 22 de janeiro de 2012
Novo disco sai antes de 2013, segundo site oficial
Foi eu reclamar aqui no blog e os mestres se mexeram.
O site oficial do Deep Purple anuncia que a gravação mesmo do novo disco deve ficar lá pro verão do hemisfério norte (junho a agosto), e que ao menos nessa parte do ano não vai rolar turnê.
Frase do Ian Gillan no site oficial: "Sabemos que vamos desapontar alguns dos nossos fãs no verão, mas estamos muito empolgados com a turnê de outono/inverno e continuaremos nossa turnê mundial com o disco novo em 2013".
Fevereiro inteiro, na agenda do Deep Purple, está ocupado por shows no Canadá. Não há nada marcado entre março e o início de novembro, quando começa a turnê europeia (tinha uns shows já vendendo ingresso na Europa em julho, lembra o The Highway Star, e não se sabe como vai ficar).
Isso sugere espaço pra dar uma turnezinha por países menos ricos entre março e junho. Aqui na América do Sul, pelo menos, eles marcam sempre de última hora. Possivelmente deve rolar algo semelhante na Ásia, que é outro baita mercado pra eles. Na Europa e nos EUA, porém, até os ingressos são vendidos com antecedência.
Ainda anteontem o leitor Bruno Crepaldi perguntou, quando por acaso comemoramos nossos aniversários juntos no bar Gillan's Inn, em São Paulo, se tinha novidades. Então: o que se tem disponível é isso aí.
O site oficial do Deep Purple anuncia que a gravação mesmo do novo disco deve ficar lá pro verão do hemisfério norte (junho a agosto), e que ao menos nessa parte do ano não vai rolar turnê.
Frase do Ian Gillan no site oficial: "Sabemos que vamos desapontar alguns dos nossos fãs no verão, mas estamos muito empolgados com a turnê de outono/inverno e continuaremos nossa turnê mundial com o disco novo em 2013".
Fevereiro inteiro, na agenda do Deep Purple, está ocupado por shows no Canadá. Não há nada marcado entre março e o início de novembro, quando começa a turnê europeia (tinha uns shows já vendendo ingresso na Europa em julho, lembra o The Highway Star, e não se sabe como vai ficar).
Isso sugere espaço pra dar uma turnezinha por países menos ricos entre março e junho. Aqui na América do Sul, pelo menos, eles marcam sempre de última hora. Possivelmente deve rolar algo semelhante na Ásia, que é outro baita mercado pra eles. Na Europa e nos EUA, porém, até os ingressos são vendidos com antecedência.
Ainda anteontem o leitor Bruno Crepaldi perguntou, quando por acaso comemoramos nossos aniversários juntos no bar Gillan's Inn, em São Paulo, se tinha novidades. Então: o que se tem disponível é isso aí.
sexta-feira, 2 de dezembro de 2011
Cinco bravos jovens sem respeito por limites
Mestre Jon Lord colocou em seu site a carta que Ian Paice leu no mês passado, quando o Deep Purple ganhou da revista Classic Rock o prêmio de inovadores. Nela, ele definiu tudo o que eu admiro no Deep Purple, especialmente na Mk2:
"Agradeço do fundo do coração este prêmio, por reconhecer que aquilo que fizemos - quando éramos apenas cinco bravos jovens sem respeito por limites mas um amor dedicado por escrever e tocar música - era de fato inovador. Também era alto, grave e sujo, subversivo e perigoso, intrincado ainda que muitas vezes enganosamente simples, muito empolgante de tocar e acima de tudo mais era uma diversão espantosamente boa. E, sim, nós 'dançamos e cantamos e subimos ao topo da montanha' [trecho de No One Came]. Ah, foi mesmo. Agradeço do fundo do coração, também, aos cavalheiros no palco por fazerem parte da mudança na minha vida e por tocarem como heróis. Ah, e por favor não esqueçam de quem foi o primeiro a forçar vocês a tocar com uma orquestra!"
Aniversário no palco
Roger Glover fez aniversário anteontem, no meio de um show na Alemanha. Com direito a orquestra tocando parabéns.
Já mandei os parabéns no blog dele, onde ele anuncia que será avô pela segunda vez. Gillian Glover, sua filha cantora, teve o primeiro filho em 2009 e já encomendou o segundo. No dia do aniversário, chegou meu exemplar do novo CD do Glover. Vou resenhar depois.
Em 1984, num dos primeiros shows da reunião do Deep Purple, também houve aniversário do mestre. Gillan pegou o microfone e anunciou - avisando que Rog pagaria drinques pra todo mundo depois do show. O @brunoalsantos lembrou de um pirata do Rainbow, de 1979, chamado "Perfect Roger's Birthday Party"
Outras comemorações no palco:
* 29 de junho de 1973. Último show de Gillan e Glover antes de deixarem o Deep Purple. Também era aniversário de Ian Paice. No meio de Space Truckin', Jon Lord deu um jeito de tocar o parabéns. Quem não sabia a data ficou achando que era algo como o Blackmore tocando Jingle Bells no meio de Wring that Neck em qualquer época do ano.
* 17 de dezembro de 1997. Pouco antes de começar o show do Deep Purple na House of Blues de Chicago, Ian Gillan pega o microfone e anuncia que tinha um momento muito especial: o casamento de Steve Morse. Entra um padre no palco e casa o Steve com Jackelyn. Detalhe fabuloso: Jon Lord toca a marcha nupcial. Só caso de papel passado nessa situação.
Já mandei os parabéns no blog dele, onde ele anuncia que será avô pela segunda vez. Gillian Glover, sua filha cantora, teve o primeiro filho em 2009 e já encomendou o segundo. No dia do aniversário, chegou meu exemplar do novo CD do Glover. Vou resenhar depois.
Em 1984, num dos primeiros shows da reunião do Deep Purple, também houve aniversário do mestre. Gillan pegou o microfone e anunciou - avisando que Rog pagaria drinques pra todo mundo depois do show. O @brunoalsantos lembrou de um pirata do Rainbow, de 1979, chamado "Perfect Roger's Birthday Party"
Outras comemorações no palco:
* 29 de junho de 1973. Último show de Gillan e Glover antes de deixarem o Deep Purple. Também era aniversário de Ian Paice. No meio de Space Truckin', Jon Lord deu um jeito de tocar o parabéns. Quem não sabia a data ficou achando que era algo como o Blackmore tocando Jingle Bells no meio de Wring that Neck em qualquer época do ano.
* 17 de dezembro de 1997. Pouco antes de começar o show do Deep Purple na House of Blues de Chicago, Ian Gillan pega o microfone e anuncia que tinha um momento muito especial: o casamento de Steve Morse. Entra um padre no palco e casa o Steve com Jackelyn. Detalhe fabuloso: Jon Lord toca a marcha nupcial. Só caso de papel passado nessa situação.
terça-feira, 11 de outubro de 2011
Deep Purple e a arte de viver
Fui ontem ao show do Deep Purple em São Paulo. Pela primeira vez em nove anos, fui com minha mulher. Embora não seja fã, ela conhece o repertório; afinal, são nove anos me ouvindo ouvi-los. O que ela não conhecia era o efeito que os meus mestres têm no palco. Ela saiu do show, que achou excelente, me entendendo melhor. E, por conta da presença dela, eu acabei curtindo mais as coisas em que eu não costumo prestar atenção.
Em todas as resenhas de shows do Deep Purple que eu escrevi neste blog desde 2003, procurei comentar a performance dos mestres em cada uma das músicas que eles tocaram, na ordem certinha. Desta vez, não farei isto.
Em primeiro lugar porque eu fiz questão de não anotar nada. Não queria que nada, exceto talvez algumas cabeças, estivesse entre meus olhos e o palco.
Em segundo lugar porque neste ano eu fiz questão de não olhar as resenhas dos shows anteriores, não olhar o setlist. Veja: a maior parte das escolhas, e boa parte da ordem das músicas, é possível de prever. O que foge disso é surpresa, e eu queria a surpresa. Queria assistir a um show do Deep Purple curtindo muito mais do que analisando.
Eu queria ser surpreendido. E fui, várias vezes. Entre elas:
Os shows do Deep Purple são calculadamente feitos para atender a todos.
São para a minha mulher, que como a maioria dos presentes lá conhece bem as cinco músicas deles que tocam na Kiss - embora também conheça por alto o que eu ouço em casa.
São para o gurizinho de nove anos que montava na garupa do pai meio metro à minha esquerda e vibrava a cada solo com a mãozinha fazendo gestos de chifrinho.
São para o quase cinquentão gente fina com quem conversei na fila, que estava lá por gostar de música boa, não por ser especialista em Deep Purple. Quarta-feira, ele estará no Eric Clapton.
E também são pra mim, que já vi e ouvi vários shows, de todas as épocas, ao vivo e em DVD e em bootleg, e voltei aos 15 anos de idade ao ouvir "Hard Loving Man".
A única música que eu não cantei junto foi Smoke on the Water. Porque na hora eu estava dividido entre olhar para o palco e olhar para o público à minha volta, descobrindo uma grande verdade sobre a vida.
O Deep Purple faz 70 shows ao ano e essa é a única música que eles não podem deixar de tocar - porque senão o público sai decepcionado.
Ontem, Ian Paice já havia tocado essa música 1899 vezes em shows do Purple, desde primeiro de março de 1972. Roger Glover, 1738 vezes. Ian Gillan, 1681 vezes. Steve Morse, 1239 vezes. Don Airey, 822 vezes. E eles sempre, SEMPRE, tocam com um sorriso no rosto, um gás danado. Questionado se ele não enjoava, certa vez Roger Glover respondeu com outra pergunta: se você pudesse apertar um botão que fizesse milhares de pessoas felizes na hora, cansaria de apertar?
O tesão do Deep Purple em tocar Smoke on the Water toda noite é "o encanto do cotidiano", como escreveu o psicólogo Contardo Calligaris em sua coluna da Folha de semana passada. Leia o texto inteiro.
Isso é saber viver.
Um show, enfim, pode ensinar lições de vida a quem está atento. Esqueça máscaras, explosões, palcos faraônicos e outras firulas. Cinco tiozinhos fazendo o que sabem e o que gostam. Só isso? Não. TUDO isso.
Em todas as resenhas de shows do Deep Purple que eu escrevi neste blog desde 2003, procurei comentar a performance dos mestres em cada uma das músicas que eles tocaram, na ordem certinha. Desta vez, não farei isto.
Em primeiro lugar porque eu fiz questão de não anotar nada. Não queria que nada, exceto talvez algumas cabeças, estivesse entre meus olhos e o palco.
Em segundo lugar porque neste ano eu fiz questão de não olhar as resenhas dos shows anteriores, não olhar o setlist. Veja: a maior parte das escolhas, e boa parte da ordem das músicas, é possível de prever. O que foge disso é surpresa, e eu queria a surpresa. Queria assistir a um show do Deep Purple curtindo muito mais do que analisando.
Eu queria ser surpreendido. E fui, várias vezes. Entre elas:
* uma música velha - "Hard Loving Man", incrivelmente fiel a todos os solos originais;
* uma vocalização nova - "No One Came", com Ian Gillan praticamente declamando a insegurança de um músico início da carreira
* uma sombra na parede - a de Steve Morse, embaixo do telão que mostrava ele solando
* uma brincadeira de duelo entre Ian Gillan e Steve Morse, com os dois se divertindo demais
* a pachorra do Ian Paice fazendo um solo poderoso de bateria com o rosto apoiado sobre uma das mãos na hora de solar, como quem diz "ah, coisa mais fácil"
Os shows do Deep Purple são calculadamente feitos para atender a todos.
São para a minha mulher, que como a maioria dos presentes lá conhece bem as cinco músicas deles que tocam na Kiss - embora também conheça por alto o que eu ouço em casa.
São para o gurizinho de nove anos que montava na garupa do pai meio metro à minha esquerda e vibrava a cada solo com a mãozinha fazendo gestos de chifrinho.
São para o quase cinquentão gente fina com quem conversei na fila, que estava lá por gostar de música boa, não por ser especialista em Deep Purple. Quarta-feira, ele estará no Eric Clapton.
E também são pra mim, que já vi e ouvi vários shows, de todas as épocas, ao vivo e em DVD e em bootleg, e voltei aos 15 anos de idade ao ouvir "Hard Loving Man".
A única música que eu não cantei junto foi Smoke on the Water. Porque na hora eu estava dividido entre olhar para o palco e olhar para o público à minha volta, descobrindo uma grande verdade sobre a vida.
O Deep Purple faz 70 shows ao ano e essa é a única música que eles não podem deixar de tocar - porque senão o público sai decepcionado.
Ontem, Ian Paice já havia tocado essa música 1899 vezes em shows do Purple, desde primeiro de março de 1972. Roger Glover, 1738 vezes. Ian Gillan, 1681 vezes. Steve Morse, 1239 vezes. Don Airey, 822 vezes. E eles sempre, SEMPRE, tocam com um sorriso no rosto, um gás danado. Questionado se ele não enjoava, certa vez Roger Glover respondeu com outra pergunta: se você pudesse apertar um botão que fizesse milhares de pessoas felizes na hora, cansaria de apertar?
O tesão do Deep Purple em tocar Smoke on the Water toda noite é "o encanto do cotidiano", como escreveu o psicólogo Contardo Calligaris em sua coluna da Folha de semana passada. Leia o texto inteiro.
Isso é saber viver.
Um show, enfim, pode ensinar lições de vida a quem está atento. Esqueça máscaras, explosões, palcos faraônicos e outras firulas. Cinco tiozinhos fazendo o que sabem e o que gostam. Só isso? Não. TUDO isso.
quarta-feira, 28 de setembro de 2011
KB Hallen, onde o Purple tocou oito shows, pega fogo
Há 40 anos em dezembro, incendiava o Cassino de Montreux, onde o Deep Purple tinha ido gravar o disco que virou Machine Head. Na turnê daquele disco, no dia primeiro de março de 1972, eles fizeram seu primeiro show (o único inteiramente registrado em vídeo na Mk2) num ginásio de Copenhague, chamado KB Hallen. Foi o último show sem "Smoke on the Water", que conta a história de como o cassino suíço pegou fogo.
Pois bem: o KB Hallen também pegou fogo.
Foi na manhã de hoje em Copenhague, segundo a TV dinamarquesa. Começou com halogênio e caixas de papelão. A torre de fumaça se espalhou pela cidade, como na foto clássica do incêndio do Cassino.
Era um lugar especial para o Deep Purple, como lembra o @brunoalsantos. A banda tocou lá oito vezes, entre 1972 e 2009. Três delas tiveram Ritchie Blackmore na guitarra. A primeira foi a do DVD Machine Head Live, em 1º de março de 1972. É o único show inteiro registrado em vídeo da melhor formação do Deep Purple. Aqui, eles em pleno improviso no palco do KB Hallen:
Em 1973 eles foram duas vezes, incluindo o primeiro show da Mk3, em 9 de dezembro. Esse foi o primeiro show assistido na vida por Lars Ulrich, o baterista do Metallica. As outras cinco foram com Steve Morse: uma na Mk7, em 1998, e quatro na Mk8, em 2003, 2006, 2008 e 2009.
Em 2008, fui à Noruega a trabalho. Resolvi aproveitar o ensejo para conhecer a cidade da minha tataravó, Malmö, no sul da Suécia. Copenhague é do outro lado do Öresund, a meia hora de trem. Em Malmö mora Svante Axbacke, um dos mais dedicados fãs do Deep Purple no mundo, a quem eu já conhecia pessoalmente de quando ele veio ao Brasil em lua-de-mel. Aproveitei pra marcar um öl (cerveja) com ele.
(O que mais me espantou foi que ele estacionou sua bicicleta a duas quadras do bar, sem corrente, e quando saímos do bar ela AINDA estava lá. Se fosse no Brasil...)
No meio da conversa, contei que estava para ir a Copenhague. Ele rapidamente ligou para outro fã dedicado do Purple, Rasmus Heide, pra ver se ele podia almoçar comigo perto do KB Hallen quando eu estivesse na cidade. Quem acompanha o Deep Purple pela internet deve reconhecer os nomes: os dois são sócios-atletas do The Highway Star.
Em 18 de setembro de 2008, dia em que todos os jornais noticiavam o grande marco da crise internacional, fiz checkout no Danhostel, fui para a estação central de Copenhague e peguei os trens necessários para chegar ao KB Hallen, pra encontrar o Rasmus. Cheguei antes dele, numa pontualidade que minha mulher julgaria inédita.
Era dia de semana, era manhã, e o lugar estava fechado. Esperei chegar algum faxineiro. Quando chegou, expliquei que eu era do Brasil e tinha ido lá só pra ver o KB Hallen. Ele entendeu. Abriu a porta e tirou uma foto minha com o palco ao fundo. O mesmo palco do meu DVD favorito. Minha máquina digital estava sem bateria e eu comprei uma de filme, descartável. Mas o resultado é isto aqui:
Rasmus chegou depois. Ele, que já esteve no local algumas vezes para tomar uma cerveja com a banda, me mostrou onde era a porta por onde os artistas entravam. E a porta estava ABERTA. Se fosse no Brasil...
Tudo isso que vocês mal conseguem ver nessas porcarias de fotos foi destruído pelo incêndio. Só o que ficam são as memórias. Memórias de momentos como o começo do primeiro show do Deep Purple no KB Hallen, em que Ian Gillan pega o microfone e anuncia:
"O que temos aqui é uma música nova!
É uma do próximo álbum que está pra sair.
O álbum se chama Machine Head, e esta música deve abrir nossos shows no próximo um ano e tal.
Uma coisa chamada Highway Star. Vamos lá!"
Quase quarenta anos depois, o um ano e tal continua valendo. Highway Star geralmente abre os shows do Deep Purple em todas as turnês, e inclusive abriu na última turnê deles, na Europa, com a orquestra. Deve abrir os shows no Brasil, agora em outubro.
Quando isso rolar, certifique-se de ter uma cerveja na mão para brindar ao KB Hallen.
segunda-feira, 22 de agosto de 2011
Confirmado: show em SP dia 10 de outubro
O Whiplash viu no site do Via Funchal que tem show dos mestres marcado pra 10 de outubro. Será uma segunda-feira (!).
Não se sabe se vai ser com a orquestra ou não. Os ingressos custam de R$ 130 (pista normal) a R$ 300 (pista premium).
Também não se sabe se até lá eles já terão ou não gravado o novo disco. Torço que sim.
Não se sabe se vai ser com a orquestra ou não. Os ingressos custam de R$ 130 (pista normal) a R$ 300 (pista premium).
Também não se sabe se até lá eles já terão ou não gravado o novo disco. Torço que sim.
quarta-feira, 17 de agosto de 2011
Será que eles vêm aí?
Nos comentários a um post anterior, o King Deletado I alerta para esta marcação do The Highway Star de que haverá um show do Deep Purple em Buenos Aires dia 16 de outubro. São três datas argentinas no calendário: 14, 16 e 18.
Enquanto isso, um jornal do Recife informa: se for fechado contrato, o Purple toca lá dia 8 de outubro.
Ou seja: há uma turnê sul-americana em preparação, que talvez passe pelo Brasil inclusive antes de Buenos Aires. As datas daqui ainda não estão confirmadas, mas aparentemente há negociações. Alguém sabe quem está marcando via São Paulo? E para quais datas?
E será que vai ter parceria com orquestra local, como nas turnês europeia e norte-americana deste ano? Se sim, qual seria a orquestra aqui? Em 2000, eles tocaram o Concerto com a Jazz Sinfônica. Em 2009, Jon Lord tocou com a Sinfônica Municipal.
A dúvida: eles gravam o disco novo antes ou depois dessa turnê?
Enquanto isso, um jornal do Recife informa: se for fechado contrato, o Purple toca lá dia 8 de outubro.
Ou seja: há uma turnê sul-americana em preparação, que talvez passe pelo Brasil inclusive antes de Buenos Aires. As datas daqui ainda não estão confirmadas, mas aparentemente há negociações. Alguém sabe quem está marcando via São Paulo? E para quais datas?
E será que vai ter parceria com orquestra local, como nas turnês europeia e norte-americana deste ano? Se sim, qual seria a orquestra aqui? Em 2000, eles tocaram o Concerto com a Jazz Sinfônica. Em 2009, Jon Lord tocou com a Sinfônica Municipal.
A dúvida: eles gravam o disco novo antes ou depois dessa turnê?
sexta-feira, 12 de agosto de 2011
Terceiro DVD de Montreux a caminho

Será o terceiro DVD do Deep Purple em Montreux na coleção da Eagle Rock e o quarto lançamento com shows da banda na cidade que deu origem a "Smoke on the Water". Até agora, já temos:
Live in Montreux 1969 (só em CD, com a Mk2)
Live at Montreux 1996 (com a Mk7)
Live at Montreux 2006 (com a Mk8)
O próximo lançamento, que sai dia 7 de novembro, tem um setlist de resto sem maiores surpresas:
- Orchestral Intro
- Highway Star
- Hard Loving Man
- Maybe I’m A Leo
- Strage Kind Of Woman
- Rapture Of The Deep
- Woman From Tokyo
- Contact Lost
- When A Blind Man Cries
- The Well Dressed Guitar
- Knocking At Your Back Door
- Lazy
- No One Came
- Don Airey Solo
- Perfect Strangers
- Space Truckin’
- Smoke On The Water
- Hush
- Black Night
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quinta-feira, 16 de junho de 2011
Airey conta uma dica do Lord
Uma das minhas faixas favoritas do In Rock, quando o ouvi pela primeira vez aos 15 anos de idade, era Hard Lovin' Man. Era um riff que eu conseguia tocar no violão. Agora, essa música faz parte do novo setlist do Deep Purple. Nem nos melhores anos da Mk2, quando foi gravada, ela chegou ao palco. (Adoro esse trabalho de garimpo nas últimas duas formações do Deep Purple, aliás.)
Em entrevista ao Windsor Star, Don Airey diz que conversou com Jon Lord recentemente e contou ao mestre que eles haviam resgatado a pérola.
"Ele me disse pra tocar a linha de teclado o mais alto que eu pudesse. Também disse pra eu nunca me meter na frente dos rolos de bateria do Ian Paice."
Chequemos o novo, então.
O original, conforme inaugurado no Top of the Pops, da BBC, com entrevista do Jon Lord e tudo:
Qual seu veredito? Airey aprendeu?
Em entrevista ao Windsor Star, Don Airey diz que conversou com Jon Lord recentemente e contou ao mestre que eles haviam resgatado a pérola.
"Ele me disse pra tocar a linha de teclado o mais alto que eu pudesse. Também disse pra eu nunca me meter na frente dos rolos de bateria do Ian Paice."
Chequemos o novo, então.
O original, conforme inaugurado no Top of the Pops, da BBC, com entrevista do Jon Lord e tudo:
Qual seu veredito? Airey aprendeu?
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domingo, 12 de junho de 2011
Que tal o Deep Purple com a orquestra ao fundo?
No documentário "Classic Albums: Machine Head", Jon Lord diz que compôs o solo de Highway Star numa sequência bachiana de acordes.
Na turnê atual, "Songs that Built Rock", o Deep Purple está colocando orquestras no palco para dar uma turbinada em suas músicas. Encontrei um vídeo de Highway Star que começa no solo de teclado. Ficou interessante.
Segundo o Press of Atlantic City, a orquestra "certamente fez muitas das músicas ainda mais memoráveis e até transformou Rapture of the Deep, de 2005, de uma música medíocre numa experiência memorável ao vivo".
Bora conferir? A imagem tá horrível, mas o som ficou excelente aqui:
Cá pra nós? Ficou legal. Mas, por mais que o Roger Glover não curta a comparação, não é nada muito diferente do que o Metallica fez com orquestra há alguns anos.
Em 2002, o maestro Paul Mann, que regeu a turnê mundial do Concerto for Group and Orchestra, disse que esse tipo de roupagem era "importantite". Na tradução que postei aqui, na época:
E você, o que acha?
Na turnê atual, "Songs that Built Rock", o Deep Purple está colocando orquestras no palco para dar uma turbinada em suas músicas. Encontrei um vídeo de Highway Star que começa no solo de teclado. Ficou interessante.
Segundo o Press of Atlantic City, a orquestra "certamente fez muitas das músicas ainda mais memoráveis e até transformou Rapture of the Deep, de 2005, de uma música medíocre numa experiência memorável ao vivo".
Bora conferir? A imagem tá horrível, mas o som ficou excelente aqui:
Cá pra nós? Ficou legal. Mas, por mais que o Roger Glover não curta a comparação, não é nada muito diferente do que o Metallica fez com orquestra há alguns anos.
Em 2002, o maestro Paul Mann, que regeu a turnê mundial do Concerto for Group and Orchestra, disse que esse tipo de roupagem era "importantite". Na tradução que postei aqui, na época:
"Uma banda que apenas usa uma orquestra como um apoio de luxo, mas sem que isso adicione muita coisa ao material. Acho que escolhemos (na turnê com o Deep Purple, em que a orquestra fez o fundo de algumas) músicas que ganharam uma dimensão completamente nova com o uso da orquestra, ao lado, claro, da forma como o Concerto explora a relação entre os dois mundos."Nesta turnê, a orquestra basicamente acrescenta uma roupagem ao setlist que a banda já toca, como diz Steve Morse:
"Estamos fazendo o que sempre fazemos, com mais textura onde é apropriado."Enfim, preciso ouvir um show inteiro da nova turnê do Purple pra formar opinião a respeito. Mas, em se tratando da banda que fez o Concerto for Group and Orchestra, parece meio retrocesso.
E você, o que acha?
segunda-feira, 6 de junho de 2011
Pra quem duvidou na outra entrevista...
...Roger Glover confirmou ao Boston Herald que a banda concordou em gravar um disco novo:
We had a writing session in March. We did manage to get together and agree to do an album. People were saying the business has changed, people don’t buy albums anymore. I’m not of that belief. We’re an album band. We were born and should die that way. An album is almost like a school report of a particular era, a great tradition.Mas o Steve Morse deu outra entrevista e pelo jeito parece que não vai rolar de eles testarem as músicas novas no palco.
“We used to do that. You Tube has derailed that concept. The first time you do a new song, it’s immediately pushed out on You Tube.”Aconteceu na pré-turnê de Bananas, em 2002. Duas músicas foram testadas ao vivo: "Up the Wall", que depois virou "I've Got Your Number", e "Long Time Gone", que não foi pro disco. Esta foi gravada no Festival de Jazz de Montreux em 2000:
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