segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

200 anos de Smoke on the Water

É o Luiz Antonio Ryff quem chama a atenção: na semana passada, a Quinta Sinfonia do Beethoven (tchan-tchan-tchan-tchaaan) completou 200 anos.

Em entrevista recente à CNN, o Blackmore andou dizendo que foi nela que ele se inspirou pra compor o riff de Smoke on the Water.



Mas não esqueça também a conexão bossa nova do riff.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

É ela ou não é?

O Luciano, membro das melhores comunidades sobre o Deep Purple no Orkut e de uma banda de tributo à Mk3, trouxe uma curiosidade interessante. Aparentemente, Candice Night aparece de mãos dadas com o Blackmore, os dois dando tchauzinho para a câmera, na abertura do vídeo Heavy Metal Pioneers.

Blackmore se faz acompanhar de uma loura sorridente. Ela parece um pouco mais gordinha que a Candice, e talvez um pouco mais velha - mas pode bem ser efeito daqueles cabelos dos anos 80. Sabe-se, por entrevistas da própria, que os dois estão juntos desde 1989, mas o vídeo tem imagens de shows só até 1988. Será que é? Assista o vídeo abaixo e vote na enquete aqui do lado.

O vídeo é esse aí embaixo, e o casal aparece entre os 45 e os 50 segundos.

domingo, 14 de dezembro de 2008

Uma velha resenha

Entrou no ar um arquivo digital da revista Veja. Você pode pesquisar por palavra dentro desse arquivo. Pesquisei "Deep Purple". Uma pobreza: apenas 10 menções, sendo duas ao Whitesnake (e aí fala de onde o Coverdale começou) e outras muito casuais, de passagem, no meio de outras matérias e declarações.

O único resultado que realmente fala no trabalho do Deep Purple é este, da seção de notas sobre novos discos pop na edição de 17 de julho de 1974. É uma resenha do Tárik de Souza sobre o então mais novo disco da banda:

    BURN, com o grupo Deep Purple, LP Purple/Odeon (9003) -- Várias vezes reformulado, o Deep Purple parece sensivelmente afetado por sua última transformação, quando deixaram o quinteto inglês o vocalista Ian Gillan e o baixista e compositor Roger Glover. Sua incendiária energia, porém, foi diluída pelo próprio desgaste do gênero guitarras-gargantas-e-baterias-abertas-a-todo-volume.

A resenha imediatamente anterior é sobre o disco "Shinin' On", do Grand Funk. O Bento daria risada ao ler. Alguém comenta a resenha do Burn?

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Candice solo em 2009! E o Blackmore?

Em entrevista à rede de jornais McClatchy-Tribune, Candice Blackmore disse que deve lançar seu primeiro disco solo no início de 2009, depois que Blackmore's Night terminar sua turnê com músicas de natal. O repórter aponta a surpresa, visto que os dois músicos acabaram de casar de papel-passado após viverem juntos por 19 anos.

Ela diz que resolveu partir para a carreira solo porque tinha muitas idéias de músicas e o Blackmore não tinha tempo para compor porque estava ocupado demais fazendo outras coisas. O jornal The Oklahoman não diz que coisas são essas. Mas vai que é uma volta do Rainbow, por exemplo. Nada foi anunciado, mas eu não duvidaria.

Na entrevista, Candice diz que nunca havia pensado em fazer carreira-solo. Mas eu já havia visto muitas pistas para esse resultado. Em setembro de 2002 eu já tinha indicações disso, tiradas do site da Candice. Com o tempo, achei que estava errado porque ela não é mais exatamente da idade da Amy Winehouse, Mallu Magalhães ou Britney Spears. É difícil lançar uma cantora nova com quase 40 anos de idade.

Quando soube que haveria um projeto de música renascentista do Blackmore, achei genial. Depois de ouvir o primeiro CD de Blackmore's Night, meio que me decepcionei. Sempre me pareceu que a idéia de Blackmore's Night era lançar a patroa do meu guitarrista favorito como uma espécie de Anya, cantando música para solteironas que curtem incenso e bonequinhos de duendes.

O tempo foi passando e me pareceu que Blackmore, um cara de personalidade dominante que não aceitava menos do que ascendência criativa total no Deep Purple, havia se resignado ao papel de ser o cara que faz os solos geniais no show. Aturar música new-age era o imposto que se pagava para ouvir o gênio dar umas palinhas com seus dedos mágicos.

Blackmore's Night amealhou uma boa quantidade de fãs. No início, havia mais fãs do Deep Purple e do Rainbow do que da música da Candice. O jeito mais fácil de ganhar uma camiseta de Blackmore's Night era ir ao show deles vestindo alguma imagem do Deep Purple. Aos poucos, a banda foi ganhando seu próprio público, e de fato hoje não me parece mais necessário ter o gênio na banda para que haja interesse no show da Candice.

No fim, por obra e graça do amor, Blackmore pôde passar alguns anos sem se irritar no palco, Candice ganhou seu público e fãs de música new-age já sabem cantar refrões de coisas do Deep Purple e do Rainbow.

Que venha o velho Blackmore. Genial, genioso e quebrando tudo. Será muito bem-vindo pelos fãs de rock. Agora, o frio na barriga é pra saber o que vem por aí.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Sobre datas e datas

Eu queria ter escrito nos últimos dias sobre os primeiros shows do Deep Purple com o Satriani, que aconteceram há 15 anos no Japão. Pena que estou curto de tempo.

Mas vejam só: hoje tem dois aniversários relevantes para o Deep Purple. Muito significativos, aliás.

Neste dia, há 38 anos, o Deep Purple foi a um show do Frank Zappa em Montreux. Vocês sabem o que aconteceu lá.

E, no mesmo dia, há 32 anos, o Tommy Bolin morreu de overdose. O Deep Purple já havia acabado.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Dois atrasos

Dois discos muito esperados devem atrasar. O remaster de Stormbringer vai sair em fevereiro, não mais em 19 de janeiro. E o novo do Gillan solo deve sair só lá por março.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Nobody's gonna take my car...

O gesseiro Shaun Maddix, 39, da cidade de Dewsbury, na Inglaterra, teve sua Ford Transit roubada. Com a ajuda de seu filho, de 16 anos, ele correu atrás dos ladrões por mais de um quilômetro, num carro emprestado, e conseguiu recuperar o carro bloqueando sua passagem. Ao alcançar o bandido, ele o arrancou do carro e segurou-o no chão até a chegada da polícia, diz o Yorkshire Evening Post.

A história fica mais interessante quando você fica sabendo que todos esses esforços foram porque em seu porta-luvas estava um objeto precioso: o seu CD favorito do Deep Purple: Machine Head, segundo ele disse a um programa de rádio.

"Eu ouvi a van dando a partida. Demorei apenas dez passos pra chegar lá fora, fui bem rápido. Eu fiquei puto da cara - acima de tudo porque meu CD favorito do Deep Purple estava na van", disse ele. "A primeira coisa em que eu pensei foi no CD. Eu escuto ele o tempo inteiro quando estou dirigindo, e ele me mantém animado o dia inteiro. Não consigo ficar sem ele."

Qual CD do Deep Purple faria você caçar um bandido? Responda aqui a enquete:

Que disco do Deep Purple faria você caçar bandido se fosse roubado?


In Rock
Fireball
Machine Head
Made in Japan
Burn
Perfect strangers
Slaves & Masters
Outro
Todos

Crie sua enquete também

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Turnê à vista!!!

O The Highway Star está anunciando, ainda que sem confirmação oficial, que um show do Deep Purple está sendo anunciado para o dia 14 de fevereiro na Argentina, no festival Cosquin Rock, em Córdoba.

Há alguns meses, quando foi anunciado localmente e depois cancelado um show do Purple em Manaus, os organizadores me informaram que os empresários do Purple é que pediram pra transferir para março de 2009.

Levando em conta as duas datas - que, lembrem, ainda não foram confirmadas -, dá pra chutar que o Deep Purple seguiria sua turnê pelo Brasil na segunda metade de fevereiro, primeiro pedaço de março.

Assim sendo, vale a pena já ir preparando o bolso. Até porque em janeiro FINALMENTE sai o remaster de Stormbringer.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Blackmore topa entrar na banda-tributo do Turner

Lembra a banda Purple Rainbow, criada pelo Joe Lynn Turner com o Bobby Rondinelli pra fazer tributos às duas bandas citadas no nome? Pois é. Blackmore aceitou o convite para tocar guitarra com eles. A turnê mundial vai começar pela Rússia.

Mas peraí, peraí, peraí. Não é o Ritchie Blackmore. É o filho dele, Jurgen Blackmore, informa o The Highway Star.

domingo, 16 de novembro de 2008

Quinze anos depois

Nesta segunda, completam-se 15 anos do último show do Blackmore no Deep Purple. Ele ocorreu no Icehall, em Helsinki (Finlândia). Naquele ponto, há muito tempo não rolavam mais as colaborações criativas que ganharam a imaginação dos fãs duas décadas antes em duelos como este:


Em 1993, nos 25 anos do Deep Purple, Blackmore topou a contragosto reformar a Mk2 por uma segunda vez - o que significava voltar a dividir o palco com seu ex-melhor amigo Ian Gillan, com quem não se bicava direito desde os anos 70. Cinco anos antes, Blackmore havia proposto e os outros membros do Purple haviam topado demitir o vocalista, que andava abusando da cachaça e não tinha mais o mesmo controle nem da voz, nem da memória. Só que a formação que viera depois, com Joe Lynn Turner, não havia agradado nem à crítica e nem ao público.

Com o jubileu de prata a caminho, basicamente foi uma imposição da gravadora trazer o Gillan de volta, pra um disco e uma turnê. Para fazer o disco, gravado entre novembro de 1992 e fevereiro de 1993, o Purple puxou da gaveta algumas faixas compostas com Turner e com o instrumental já pré-gravado. Não encaixaram 100% na voz do Gillan, mas o disco saiu com algumas coisas bem boas, embora sempre com um leve travo de amargor. Blackmore, por exemplo, não gostou do jeito como ficou "Time to Kill". Segundo a biografia do Gillan, ele teria dito:

    "Não gostei da letra, não gostei do tom e não gostei do título! Quer dizer, a palavra 'kill' (matar) não fecha exatamente com aquele acorde, fecha? Pra ser honesto, eu preferia que você usasse a letra que o Joe escreveu."

No DVD "Highway Star", que comemora os 40 anos de carreira do Gillan, Roger Glover diz: "foi o melhor disco que pudemos fazer naquele momento". É uma boa definição dele.

Aí, viria a turnê. Originalmente, ela começaria no final de julho de 1993, nos Estados Unidos. Mas 24 shows, nos EUA e no Canadá, foram cancelados. A turnê só começou em 24 de setembro, em Roma. Empolgou os fãs por incluir novo material velho praticamente inédito no palco, como "Anyone's Daughter". Mas os ensaios eram tensos, como se pode ver neste vídeo de 21 de setembro:



A caravana purpleana passaria pela Alemanha, França, Suíça, Espanha e Áustria sem notícias de stress visível. Mas, ao encerrar-se o show em Praga, no dia 30 de outubro - 37 dias e 28 shows após o início da turnê -, Blackmore pediu que Colin Hart entregasse aos colegas uma carta em que apresentava os termos de sua demissão. Ele teria rasgado seu passaporte para não ir tocar no Japão após a turnê européia. Seu último show seria duas semanas depois, em 17 de novembro. Nada de novo no Purple: Gillan já fizera isso em 1973, dando seis meses de antecedência. Jon Lord o faria mais tarde, em termos muito mais amigáveis.

Quando houve o incidente da água, em 9 de novembro, apenas os fãs não sabiam que o Blackmore já tinha pedido o boné. Sabendo disso, e revendo o gestual e as trocas de olhares entre Gillan e Glover no vídeo de "Come Hell or High Water", fica claro que eles comentavam um com o outro que o homem de preto estava especialmente chato porque já havia ligado o foda-se.

Como o primeiro show no Japão seria em 2 de dezembro, a banda teria menos de um mês para achar e treinar um substituto. Teria de ser um excelente guitarrista, não apenas para dar conta do repertório (quase 50% formado por material novo ou raro), mas também pra ser aceito pelos fãs no lugar do gênio que criou todos os riffs do Purple. Udo, o promotor japonês, propôs Joe Satriani - e o fã do Surfista Prateado topou. Nesse meio tempo, enviaram uma fita do show de Stuttgart, considerado um dos melhores da turnê (lançado comercialmente há alguns anos), para que ele fosse ensaiando.

No dia 14, um domingo, a BBC anunciou que Blackmore deixaria a banda. Então, Helsinki era uma data obrigatória para todos os fãs que pudessem ir. Antes do show, Glover deu uma entrevista a uma revista finlandesa confirmando a saída do guitarrista.

Naquela noite, Blackmore subiu ao palco e tocou soberbamente bem (aqui estão os links para baixar o boot inteiro). Estava até simpático. Conta o Rasmus Heide sobre o duelo de guitarra e teclado em Speed King:

    um ocupado Blackmore tentava sem sucesso alcançar seu velho parceiro Jon Lord em uma complexa caçada de guitarra e órgão. O senso de humor de Blackmore emergiu quando, depois de um tempo, ele desistiu e pôs as mãos nos quadris, brincando como quem diz: "quem você pensa que é?"

Ao sair do show, Blackmore foi para o hotel fazendo mistério. Uma rádio finlandesa fez uma reportagem a respeito, na hora, mas eu não entendi nada do que eles disseram exceto a única frase que Blackmore teria dito aos repórteres: "Have a nice day". Gillan, ao sair do Icehall, anunciou que a turnê continuaria com Satriani.

Na manhã seguinte, Blackmore partiu de volta para casa e Gillan deu uma entrevista à TV finlandesa. Ele anuncia a saída do guitarrista e responde a uma provocação do repórter dizendo que topou a segunda reunião porque seu empresário ameaçou pedir demissão se ele não topasse. E reclama do agora ex-colega: "Não tem muita fricção. Blackmore é o problema. Ele é muito difícil, não escuta ninguém, quer tudo do jeito dele, não deixa ninguém dar contribuições à música, cancela turnês no último minuto. Essas coisas são difíceis, e eu não gosto disso. O único motivo pelo qual o Deep Purple pára de tempos em tempos é essa dificuldade dele." Gillan também promete que o Deep Purple continuaria rolando até que o óleo acabasse.

O programa também mostra o Blackmore faceiro, fazendo seu último solo de Highway Star com o Purple:


Depois disso, Ritchie primeiro falou em gravar um disco só seu. Retirou-se para sua casa em Long Island e jogava futebol todo domingo às três da tarde num parque da cidade. Até o final de 1994, porém, Blackmore tirou um tempo pra si próprio.

Ex-colegas se aproximaram. Glenn Hughes convidou Blackmore para fazer uns solos em shows seus. Não rolou. Com o fim da parceria entre David Coverdale e Jimmy Page, chegou-se a anunciar uma participação do Blackmore em shows do Whitesnake, e até gravações dele com Coverdale. Os shows nunca rolaram. Se gravações houve, nunca apareceram. Nem o disco solo chegou a sair.

No final de 1994, era certo que sairia uma nova formação do Rainbow, com o vocalista Doogie White. Em 1995, saiu o álbum "Stranger in Us All", com participações especiais da então desconhecida namorada do Blackmore. Antes de iniciar a turnê, a banda já tinha mudado de baterista. O primeiro show foi em 30 de setembro. Sabe onde? Helsinki, na Finlândia. A turnê chegou a passar pelo Brasil, em julho de 1996 - começando pelo Opinião, em Porto Alegre, em 2 de julho, e seguindo para mais quatro datas. O show anunciado no Rio foi cancelado.

Tal como acontecera com a formação do Turner, menos de um mês após os shows no Brasil aquela formação do Rainbow tinha terminado. Mas naquele ponto já se falava no tal projeto medieval do Blackmore. O nome seria "Medieval Moons And Dances". A primeira menção que vi a Blackmore's Night foi no final de 1997, quando ele deu uma entrevista à Guitar Player brasileira.

Fez bem ao ânimo de Blackmore sair do Deep Purple. Fez bem ao ânimo do Deep Purple a saída do Blackmore. Mas sempre fica um travo no fundo da garganta pensar que nunca mais veremos Blackmore e Gillan dividindo o palco criativamente. Mas, também, nunca mais veremos o Pelé fazendo gols pela Seleção. Vivamos com isso. O importante é nossos mestres estarem felizes e compondo.