Conheci o grande Ulisses Santos no CPD da UFRGS, nos primórdios da internet, em meados dos anos 90, quando eu era estudante de jornalismo e ele, de história. O CPD, ao lado da minha faculdade, acabava sendo o único ponto de convívio e diálogo entre estudantes de cursos tão diversos quanto jornalismo, história, física e medicina.
Juntos, aprendemos a fuçar na internet, ainda no tempo das telas de fósforo verde. A turma do CPD virava tardes, madrugadas e finais de semana desbravando as telas - e foi nessas que eu acabei mergulhando mais fundo no Deep Purple, como contei em outro blog.
Mais tarde, por coincidência, o Ulisses foi professor da minha irmã mais nova na escola.
O Ulisses é fã de rock do bom, e mantém um blog chamado "Memória de Roqueiro", onde ele conta causos dos shows a que assistiu. No post mais recente, ele conta das passagens do Deep Purple por Porto Alegre - e inclusive coloca foto dos ingressos.
Altamente recomendado!
quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012
Paice: Lord está melhor e deve voltar ao trabalho em abril
Ian Paice, o mestre das baquetas, deu uma entrevista a uma rádio canadense. Entre outras várias coisas, comentou o estado de saúde do mestre Jon Lord - seu concunhado, aliás. Parece que eles moram perto um do outro, porque suas esposas são irmãs gêmeas.
Segundo ele, o câncer do tecladista é no pâncreas e foi detectado muito no começo, permitindo tratar com grande chance de sucesso. Não estão sendo produzidas novas células cancerosas, afastando o risco de a praga voltar a afetar o mestre. Agora, diz Paice, Lord está tratando da saúde em Israel e deve voltar ao trabalho em abril.
No final do ano passado, conversei com uma pessoa da banda de Lord, que me disse mais ou menos a mesma coisa: que em abril eles estavam planejando tocar em Paris.
Segundo ele, o câncer do tecladista é no pâncreas e foi detectado muito no começo, permitindo tratar com grande chance de sucesso. Não estão sendo produzidas novas células cancerosas, afastando o risco de a praga voltar a afetar o mestre. Agora, diz Paice, Lord está tratando da saúde em Israel e deve voltar ao trabalho em abril.
No final do ano passado, conversei com uma pessoa da banda de Lord, que me disse mais ou menos a mesma coisa: que em abril eles estavam planejando tocar em Paris.
segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012
Smoke on the Water, 40 anos - 1
Acabo de bolar aqui uma nova seção comemorativa para o Purpendicular.
Dia 9 de março, vai fazer 40 anos que "Smoke on the Water" estreou ao vivo nos palcos do Deep Purple. Foi nos estúdios da BBC, naquele show que está no "In Concert 70-72".
Até lá, vamos postar aqui várias versões em vídeo da música. Serão três por post: uma original, do próprio Deep Purple, uma excelente, dos outros, e uma exótica (divertida, vergonhosa ou de outro tipo). Se você tiver dicas, especialmente das excelentes e exóticas, mande aqui nos comentários.
Começo hoje.
Original
Deep Purple ao vivo na Universidade de Hofstra, em maio de 1973. É a primeira versão em vídeo conhecida (ao menos completa) de Smoke on the Water. Aí, já fazia mais de um ano que a música estava no setlist.
Excelente
Cover do Metallica, enviado numa comunidade do Facebook pelo cantor Abdalla Kilsam. Vale lembrar que o baterista do Metallica é fã da banda. O primeiro show a que assistiu na vida foi também o primeiro show da terceira formação do Deep Purple, em Copenhague.
Exótica
Em 1992, fiquei furioso ao saber que o Kid Abelha havia gravado uma versão de Smoke on the Water em seu mais novo disco de então. Ouvi e achei uma porcaria aguada. Outro dia estava fuçando no YouTube e descobri a pérola abaixo. São eles no Programa Livre, do Sérgio Groismann, fazendo cover da música em português em 1993. O causo contado, porém, é deles mesmos. Troque Frank Zappa and the Mothers por Paralamas do Sucesso e incêndio no cassino por um piti em que a Paula Toller se mandou de Montreux e foi para Portugal. Acrescente os versos "se eu ficasse em Montreux/ teria sido mais feliz". Diversão garantida.
Dia 9 de março, vai fazer 40 anos que "Smoke on the Water" estreou ao vivo nos palcos do Deep Purple. Foi nos estúdios da BBC, naquele show que está no "In Concert 70-72".
Até lá, vamos postar aqui várias versões em vídeo da música. Serão três por post: uma original, do próprio Deep Purple, uma excelente, dos outros, e uma exótica (divertida, vergonhosa ou de outro tipo). Se você tiver dicas, especialmente das excelentes e exóticas, mande aqui nos comentários.
Começo hoje.
Original
Deep Purple ao vivo na Universidade de Hofstra, em maio de 1973. É a primeira versão em vídeo conhecida (ao menos completa) de Smoke on the Water. Aí, já fazia mais de um ano que a música estava no setlist.
Excelente
Cover do Metallica, enviado numa comunidade do Facebook pelo cantor Abdalla Kilsam. Vale lembrar que o baterista do Metallica é fã da banda. O primeiro show a que assistiu na vida foi também o primeiro show da terceira formação do Deep Purple, em Copenhague.
Exótica
Em 1992, fiquei furioso ao saber que o Kid Abelha havia gravado uma versão de Smoke on the Water em seu mais novo disco de então. Ouvi e achei uma porcaria aguada. Outro dia estava fuçando no YouTube e descobri a pérola abaixo. São eles no Programa Livre, do Sérgio Groismann, fazendo cover da música em português em 1993. O causo contado, porém, é deles mesmos. Troque Frank Zappa and the Mothers por Paralamas do Sucesso e incêndio no cassino por um piti em que a Paula Toller se mandou de Montreux e foi para Portugal. Acrescente os versos "se eu ficasse em Montreux/ teria sido mais feliz". Diversão garantida.
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Gillan: "Foi a última noite de uma turnê de seis anos"
Ao final do último show da turnê do Deep Purple pelo Canadá, ontem à noite, Ian Gillan anunciou ter feito o último show da longa turnê de Rapture of the Deep, segundo o Vancouver Sun.
Bom sinal: quando voltarem a viajar pelo mundo, e já existem datas marcadas em outubro na Rússia e novembro na Europa, já será com o próximo disco.
Vejam aí embaixo um trecho de "Woman From Tokyo" desse último show da turnê:
sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012
Hughes com o Trapeze, aos 17 anos
Glenn Hughes postou ontem em sua conta do Twitter um link para um vídeo, com a seguinte observação: "fez uma lágrima cair do meu olho". O vídeo, de 1969, mostra ele aos 17 anos cantando em Wolverhampton, sua terra natal, com o Trapeze, sua primeira banda. Veja só que preciosidade:
quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012
Glover brinca: novo disco é "boato cruel"
Os mestres estão cansando de responder a perguntas sobre quando sai o próximo disco do Deep Purple.
O repórter do jornal Times Colonist, do Canadá, perguntou a Roger Glover quando ia sair o novo disco. Glover "disse brincando que isso era um 'boato cruel'", escreveu o repórter. No começo de novembro, Glover escreveu em seu site que a banda começaria a gravar o disco no começo de 2012.
"Não posso contar como vai ser, porque eu não sei", ele disse. "Trabalhamos de um jeito que seria assustador para outras pessoas. Fazemos as coisas no nosso tempo. Não adianta forçar."
Ian Gillan outro dia deu uma entrevista negando que o material produzido durante uma sessão de composição na Espanha, no ano passado, já seja algo pronto para o novo disco. Segundo ele, não tem nada pronto - ao contrário do que o Steve Morse disse, de que só faltavam as letras.
Mas é verdade o que o Glover diz: o Deep Purple só produz um disco quando para tudo o que está fazendo para fazer. Enquanto isso, esperemos.
Nesta madrugada, a banda colocou em seu site várias datas de shows que farão na Rússia em outubro. A turnê canadense termina na semana que vem. Dali para a frente, eles estão oficialmente em férias até os shows russos, a menos que novas apresentações sejam marcadas.
Leia tudo o que o Purpendicular já publicou sobre o próximo disco do Deep Purple neste link.
quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012
Há 10 anos, o último show de Lord como titular
Em 22 de fevereiro de 2002, o Deep Purple encerrou abruptamente uma turnê extremamente badalada no Reino Unido. Era o fim da Mk7, oito shows antes do previsto. Leia o que eu escrevi no Purpendicular na época aqui.
O motivo do cancelamento da turnê: uma gripe absurda que fez com que Ian Gillan cancelasse dois shows alguns dias antes e naquele último show deixasse de lado Child in Time, a atração da turnê.
Em 14 de março, a banda anunciava que Airey substituiria Lord pela segunda vez, pra fazer a turnê na Rússia. Já tinha até foto oficial da nova formação, e no dia 17 de março foi oficializada a substituição. Rasmus Heide, no Purpendicular, escreveu um editorial pra dizer que a saída de Lord não significaria o fim do Deep Purple como tanta gente andava temendo. Dez anos depois, eles ainda estão aí na estrada.
Os shows londrinos seriam retomados meses depois, já com Don Airey como titular e Jon Lord fazendo participação especial. Os shows dessa turnê tiveram várias participações especiais, como a do Iron Maiden. O último foi lançado em DVD na caixa Around the World Live.
O motivo do cancelamento da turnê: uma gripe absurda que fez com que Ian Gillan cancelasse dois shows alguns dias antes e naquele último show deixasse de lado Child in Time, a atração da turnê.
Em 14 de março, a banda anunciava que Airey substituiria Lord pela segunda vez, pra fazer a turnê na Rússia. Já tinha até foto oficial da nova formação, e no dia 17 de março foi oficializada a substituição. Rasmus Heide, no Purpendicular, escreveu um editorial pra dizer que a saída de Lord não significaria o fim do Deep Purple como tanta gente andava temendo. Dez anos depois, eles ainda estão aí na estrada.
Os shows londrinos seriam retomados meses depois, já com Don Airey como titular e Jon Lord fazendo participação especial. Os shows dessa turnê tiveram várias participações especiais, como a do Iron Maiden. O último foi lançado em DVD na caixa Around the World Live.
Preciosidades encontradas no YouTube
O Luciano Nunes indicou nos comentários do post abaixo um perfil curioso do YouTube. Chamado DPurple1968, ele tem onze vídeos de que eu nunca tinha ouvido falar. A maior parte deles é de boa qualidade. Como ele não permite embedar os vídeos, fica aí o link - e não deixem de agradecer ao Luciano nos comentários!
Os três vídeos mais curiosos são da TV alemã. O som é da Mk1 ("And the Address", "Hey Joe" e "April"), mas as imagens mostram a Mk2 no palco e em campo. Consultei no Facebook alguns dos maiores especialistas no assunto.
Mestre Nigel Young, o autor de um livro a ser publicado com o diário do Deep Purple, já conhecia os vídeos. Segundo ele, esses três foram gravados no começo de outubro de 1969 e apresentados no começo de 1970. John Barnes, que posta fotos ótimas, lembrou que foi da gravação desses vídeos que saiu a imagem que ilustra este post.
Existe uma falta muito grande de registros da Mk1 ao vivo. Esses vídeos que apareceram agora mostram um pouco mais de como eles eram no palco. Até agora, os que eu conhecia eram os do programa da Playboy, o vídeo de Copenhague no History, Hits and Highlights e as imagens borradas da gravação do show de Los Angeles em dezembro de 1968.
Nessa coleção que apareceu no YouTube, constam três vídeos e uma entrevista dessa formação:
Hush (dublado) - Berna, Suíça, 21.set.1968
Mais um (as mina pira) - Berna, Suíça, 21.set.1968
Hush (mudo) - Upbeat show, na turnê dos EUA, em 9.nov.1968
Entrevista do Jon Lord em Vancouver, no Canadá, em 1969 (estiveram lá em 4 de abril)
Da Mk2, temos:
Speed King dublado em Rotterdam, 1.jan.1971
Deep Purple no cassino de Montreux meses antes do incêndio, em 16.abr.1971 (Yodel, erro em Speed King e trechos)
Tem um vídeo da Mk4 que dizem ser em Melbourne, em 25.jan.1975, mas pode não ser, segundo um sujeito que esteve no show disse nos comentários.
Essas novas aparições me dão uma ideia interessante. Aguardem.
terça-feira, 21 de fevereiro de 2012
O placar da procrastinação
Segundo o Something Else Reviews, o guitarrista do Deep Purple vai participar da gravação de um disco em tributo à banda Supertramp. Rick Wakeman, Richard Page, Mickey Thomas e Billy Sherwood também estarão lá.
Enquanto isso, Ian Gillan e Alice Cooper são jurados de um concurso de talentos, o Rock the House.
Até agora, portanto, o placar da procrastinação em gravar o novo disco do Deep Purple - nome que dei à série de compromissos que os mestres assumiram antes de gravar o novo disco - está assim:
Steve Morse
Enquanto isso, Ian Gillan e Alice Cooper são jurados de um concurso de talentos, o Rock the House.
Até agora, portanto, o placar da procrastinação em gravar o novo disco do Deep Purple - nome que dei à série de compromissos que os mestres assumiram antes de gravar o novo disco - está assim:
Steve Morse
- Tributo a Tommy Bolin (Glenn Hughes também estará lá)
- Flying Colors
- Tributo ao Supertramp
- Tributo a Dio (Glenn Hughes também estará lá)
- Rock the House
- Homenagem às vítimas do tsunami no Japão
- Álbum em trio com Rick Wakeman e Tony Levin
sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012
Ian Paice vai gravar com Rick Wakeman?
Até agora, o Ian Paice era o único dos membros do Deep Purple que não estava gravando como convidado nos discos dos outros ou não gravou disco solo (Glover gravou). Rick Wakeman acaba de mudar isso.
Quem viu no blog do tecladista foi o The Highway Star:
Tem muitas outras coisas que eu vou tentar levar a cabo neste mês, que incluem um possível álbum em trio com Tony Levin e Ian Paice. Ainda estão no início as discussões com todos os envolvidos, mas parece muito promissor.Em julho do ano passado, Wakeman foi convidado pra tocar na Sunflower Jam, o show beneficiente anual promovido pelas esposas gêmeas de Paice e Jon Lord. Coloquei um vídeo do momento histórico neste post. Paice e Wakeman já tinham se encontrado antes, dando uma entrevista juntos em 1982. Este é o vídeo de onde saiu a imagem acima.
No dia 2 de abril, Paice também dará uma canja num show em homenagem a Buddy Rich, nos 25 anos da morte do baterista. Será no Reino Unido. Aí, pelas minhas contas, o Deep Purple já estará em férias e poderá finalmente começar a gravar seu disco.
E o disco novo? Nada de novo, quase.
Em entrevista publicada ontem num jornal canadense, o Ian Gillan disse que realmente houve uma sessão de composição no ano passado, mas que eles dificilmente vão aproveitar alguma coisa dela.
Nada aconteceu de verdade, e não estávamos muito no pique. Então, acho que vamos começar do zero e ver o que acontece. Eu imagino que a coisa vai rolar bem, porque não escrevemos nada há algum tempo.Razoável. Bananas e Rapture of the Deep foram compostos assim. Eles se acertam melhor tocando juntos, ouvindo um o que o outro faz e sacando na hora como reagir.
***
Steve Morse
- Tributo a Tommy Bolin (Glenn Hughes também estará lá)
- Flying Colors
Ian Gillan
- Tributo a Dio (Glenn Hughes também estará lá)
Don Airey
- Homenagem às vítimas do tsunami no Japão
Ian Paice
- Álbum em trio com Rick Wakeman e Tony Levin
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quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012
Um instante clássico
John Barnes postou no Facebook uma foto que eu não conhecia:
Como você sabe, não foi daquela vez. Ainda haveria uma canja do Blackmore num show do Gillan em 1982 e toda a passagem do vocalista pelo Black Sabbath em 1983 antes do retorno, em 1984. Ali em 1981, Lord e Paice estavam no Whitesnake, enquanto Blackmore e Glover estavam no Rainbow.
De qualquer forma, é sempre fascinante espiar pelo buraco da fechadura desses momentos.
É um encontro entre Jon Lord e Ian Gillan em 1981, no festival de Reading. Possivelmente esse momento inclui uma das rodadas mais fortes de conversas entre os ex-membros do Deep Purple para reformar a banda, no começo dos anos 80. Salvo engano, foi nessa rodada que a Campari estava querendo patrocinar um grande (e único) show da banda.
Como você sabe, não foi daquela vez. Ainda haveria uma canja do Blackmore num show do Gillan em 1982 e toda a passagem do vocalista pelo Black Sabbath em 1983 antes do retorno, em 1984. Ali em 1981, Lord e Paice estavam no Whitesnake, enquanto Blackmore e Glover estavam no Rainbow.
De qualquer forma, é sempre fascinante espiar pelo buraco da fechadura desses momentos.
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domingo, 12 de fevereiro de 2012
Finalmente: "What's Going On Here?" ao vivo
Burn é um dos meus discos favoritos do Deep Purple. Em várias das vezes em que eu ouço o álbum, minha faixa favorita fica sendo "What's Going On Here?". Gosto dos jograis entre Coverdale e Hughes - essa e "Hold On", do Stormbringer.
Sempre quis ver ao vivo, mas a música só foi tocada em alguns shows do começo da turnê da Mk3. Só existe áudio em bootlegs muito chiados. Quando chegou aos shows oficialmente gravados, na Califórnia e em Londres, já não estava mais no setlist.
Embora a Mk3 tenha nos privado desse privilégio, especialmente em vídeo, Glenn Hughes tocou essa música em Wolverhampton (Reino Unido), em junho de 2009. A banda é mais ou menos a mesma que veio ao Brasil no final daquele ano. O show foi lançado como "bootleg oficial" em CD e DVD pela Edel Records. Foi a gravadora que pôs o vídeo no YouTube pra dar um gostinho.
Hughes encara as partes das duas vozes muito bem. Compreensivelmente para um sujeito que se livrou dos excessos todos, ainda que não dê pra saber se é consciente, ele enrola as palavras na hora de falar "I've been drinking all night" e outros excessos do gênero.
Sempre quis ver ao vivo, mas a música só foi tocada em alguns shows do começo da turnê da Mk3. Só existe áudio em bootlegs muito chiados. Quando chegou aos shows oficialmente gravados, na Califórnia e em Londres, já não estava mais no setlist.
Embora a Mk3 tenha nos privado desse privilégio, especialmente em vídeo, Glenn Hughes tocou essa música em Wolverhampton (Reino Unido), em junho de 2009. A banda é mais ou menos a mesma que veio ao Brasil no final daquele ano. O show foi lançado como "bootleg oficial" em CD e DVD pela Edel Records. Foi a gravadora que pôs o vídeo no YouTube pra dar um gostinho.
Hughes encara as partes das duas vozes muito bem. Compreensivelmente para um sujeito que se livrou dos excessos todos, ainda que não dê pra saber se é consciente, ele enrola as palavras na hora de falar "I've been drinking all night" e outros excessos do gênero.
sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012
Glenn Hughes e grande elenco tocam no Brasil em abril
Dez anos depois de visitar São Paulo com a banda "Voices of Classic Rock", que tinha ex-membros de várias bandas famosas, Glenn Hughes volta ao país no aniversário do Brasil com outro tributo de luxo: Titans of Rock. Eles tocarão por aqui no dia 22 de abril, em meio a uma grande turnê latino-americana.
Estes são os membros da banda, com as respectivas banddas de que fizeram parte:
Duff McKagan (Guns N 'Roses)Pessoalmente? Preferia que o Hughes viesse ao Brasil com a Black Country Communion, que é a coisa nova mais legal que qualquer ex-membro do Purple anda fazendo.
Joe Elliot (Def Leppard)
Gilby Clark (Guns N' Roses)
Ed Roland (Collective Soul)
Steve Stevens (Billy Idol)
Glenn Hughes (Deep Purple)
Matt Sorum (Guns N 'Roses)
Jason Newsted (Metallica)
Sebastian Bach (Skid Row)
Vince Neil (Mötley Crüe)
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quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012
Paice: "vamos parar quando alguém não puder cortar a mostarda"
Em entrevista ao LFPress, do Canadá, perguntaram ao Ian Paice se o Deep Purple tem uma "estratégia de saída", já que eles estão ficando velhinhos. A resposta, genial:
"A estratégia de saída será parar quando um ou mais de nós, fisicamente, não conseguir mais cortar a mostarda. Não acho que valha a pena virar uma sombra de nós mesmos. Então, acabaria aí. Ou se o público parasse de vir, mas isso não parece estar rolando."(A melhor tradução de "cortar a mostarda" em português seria "dar no couro". Mas é genial a expressão.)
O baterista também falou sobre o disco novo. Disse que devem gravar neste ano. Segundo ele, alguns na banda não estavam muito a fim há um par de anos, mas agora isso mudou. Vão gravar por respeito aos fãs, segundo ele, porque grana não dá pra esperar muita hoje em dia com disco.
E você, corta a mostarda?
quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012
Morse: sem YouTube, já tocaríamos coisas novas
O Deep Purple está em turnê pelo Canadá antes da parada para gravar de vez o disco novo. Algumas coisas já começaram a ser compostas, segundo todos os membros da banda. Em entrevista à versão canadense do jornal Metro, Morse afirmou que eles só não incluem coisas novas no show porque no dia seguinte já está no YouTube e estragou a surpresa. Ele diz, porém, que ainda não viu as letras. Ou seja: mestre Ian Gillan precisa se mexer!
Esse medo do YouTube matou uma longa história do Deep Purple de testar ao vivo o que depois viraria música. É uma das coisas que sempre me agradaram na forma como eles criam. Essa história vem desde o final dos anos 60, quando eles (e outros!) iam à BBC gravar versões de suas músicas para que a emissora tivesse coisas deles para tocar na programação. Foi assim que o Led Zeppelin transformou sua versão de "Travelling Riverside Blues" em "The Lemon Song", por exemplo.
No final do ano passado, a EMI lançou o disco duplo "Deep Purple: The BBC Sessions 1968-1970", que traz todas as gravações remanescentes feitas pela banda na emissora nesse período. Estou pra resenhar esse disco há tempos. O que ele demonstra, basicamente, é o quanto o Deep Purple evoluiu testando músicas ao vivo para depois gravar.
A Mk1, por exemplo, testou lá a faixa "Hey Bop a Re Bop" em fevereiro de 1969. Mais adiante, a mesma música mudaria de letra e voltaria a aparecer lá em julho de 1969 como "The Painter", uma das faixas divertidas do terceiro disco. Nessa altura, a banda já estava mudando.
No mês seguinte, agosto de 1969, o novo Deep Purple tomaria os estúdios da BBC tocando "Ricochet". A mesma música seria tocada em Amsterdã, no dia 24, com o nome "Kneel and Pray". Isso saiu na primeira gravação pirata que fez a fama da qualidade do Purple ao vivo. Sei lá se a letra não colou, mas em outubro, no Festival de Jazz de Montreux, a base musical tinha sido mantida e a letra fora mudada. Em novembro, de volta à BBC, o Deep Purple já gravava uma versão próxima da definitiva: "Speed King".
Na mesma sessão em que eles gravaram Speed King, no programa "Stuart Henry Noise at Nine", a BBC pediu que o Deep Purple fosse ao estúdio e criasse algo novo. Saiu algo que eles chamaram de "Jam Stew", com Ian Gillan cantando sobre uma mulher de olhos malvados. Durante a gravação de In Rock, a música chegou a ser gravada em estúdio como "John Stew", agora sem vocais. Não foi aproveitada no disco, porém; só saiu em 1995, no remaster. Em setembro de 1970, o Deep Purple voltou à BBC e gravou uma nova versão desse instrumental como "Grabsplatter". Essa faixa apareceu para o público em geral pela primeira vez oficialmente em 1985, na coletânea "The Anthology".
Em 1971, Ritchie Blackmore e Ian Paice gravaram sob pseudônimo com alguns amigos um disco especial chamado "Green Bullfrog". E vejam só: lá estava Jam Stew/John Stew/Grabsplatter com nova roupagem, chamada de "Bullfrog". Nesse ano, o Deep Purple estava gravando o disco Fireball - e a estrutura de Grabsplatter foi aproveitada no single "I'm Alone", lado B de "Strange Kind of Woman", que reapareceu em "Singles A's & B's" e no remaster de Fireball.
Também nesse ano, duas músicas do disco seguinte, Machine Head, começaram a ser testadas ao vivo lá por julho: o blues "Lazy" e a porrada "Highway Star". Sim, nem todo o disco foi composto sob o rigor do inverno suíço após o incêndio do cassino.
A lenda de Highway Star diz que a música foi composta num ônibus, indo para um show na Inglaterra, com jornalistas a bordo. Um deles teria perguntado a Blackmore como o Deep Purple compõe suas músicas. Blackmore disse: "assim". Olhou pela janela, fez um power chord de sol na guitarra e começou a bater repetidamente. Ian Gillan entrou em cima e começou a improvisar: "We're on the road, we're on the road, we're a rock'n'roll ba-and!". A lenda diz que na mesma noite a música estava no show.
Em entrevista recente, Jon Lord discordou: não tinha como, porque as trocas de solo, em progressões bachianas, são elaboradas demais para criar do dia pra noite. E ele está certo. Um vídeo de Highway Star na TV alemã, gravado lá por setembro de 1971, mostra a mais antiga gravação de boa qualidade conhecida da música. A letra ainda não está consolidada - Gillan fala em Steve McQueen e Mickey Mouse. O solo também não é aquele que é tão perfeito que ninguém ousa mexer muito. A versão completa da gravação e um take alternativo saíram no DVD "History, Hits & Highlights".
Com as brigas na banda a partir de 1972, acabou o Deep Purple-moleque e a coisa ficou profissional demais. Na Mk3 e na Mk4 não tinha essas coisas, e até o improviso no palco perdeu o ímpeto criativo. Quando a Mk2 voltou, também não. A banda ficava muito presa ao repertório do Made in Japan - como ainda fica, em parte.
Com a chegada de Steve Morse a coisa mudou de figura e eles passaram a brincar mais com o catálogo do Deep Purple. Mas ainda não haviam voltado ao velho costume. Nos estertores da Mk7, no longo intervalo entre a gravação de Abandon e a saída de Jon Lord, duas músicas novas foram testadas ao vivo. Uma que não vingou chegou a ser tocada no festival de Montreux em 2000: "Long Time Gone".
A segunda, "Up the Wall", foi tocada na turnê de despedida de Jon Lord.
Acabou virando "I Got Your Number", quando entrou no disco Bananas. Ficou no repertório ao vivo até 2005, quando a banda lançou Rapture of the Deep.
Esse medo do YouTube matou uma longa história do Deep Purple de testar ao vivo o que depois viraria música. É uma das coisas que sempre me agradaram na forma como eles criam. Essa história vem desde o final dos anos 60, quando eles (e outros!) iam à BBC gravar versões de suas músicas para que a emissora tivesse coisas deles para tocar na programação. Foi assim que o Led Zeppelin transformou sua versão de "Travelling Riverside Blues" em "The Lemon Song", por exemplo.
No final do ano passado, a EMI lançou o disco duplo "Deep Purple: The BBC Sessions 1968-1970", que traz todas as gravações remanescentes feitas pela banda na emissora nesse período. Estou pra resenhar esse disco há tempos. O que ele demonstra, basicamente, é o quanto o Deep Purple evoluiu testando músicas ao vivo para depois gravar.
A Mk1, por exemplo, testou lá a faixa "Hey Bop a Re Bop" em fevereiro de 1969. Mais adiante, a mesma música mudaria de letra e voltaria a aparecer lá em julho de 1969 como "The Painter", uma das faixas divertidas do terceiro disco. Nessa altura, a banda já estava mudando.
No mês seguinte, agosto de 1969, o novo Deep Purple tomaria os estúdios da BBC tocando "Ricochet". A mesma música seria tocada em Amsterdã, no dia 24, com o nome "Kneel and Pray". Isso saiu na primeira gravação pirata que fez a fama da qualidade do Purple ao vivo. Sei lá se a letra não colou, mas em outubro, no Festival de Jazz de Montreux, a base musical tinha sido mantida e a letra fora mudada. Em novembro, de volta à BBC, o Deep Purple já gravava uma versão próxima da definitiva: "Speed King".
Na mesma sessão em que eles gravaram Speed King, no programa "Stuart Henry Noise at Nine", a BBC pediu que o Deep Purple fosse ao estúdio e criasse algo novo. Saiu algo que eles chamaram de "Jam Stew", com Ian Gillan cantando sobre uma mulher de olhos malvados. Durante a gravação de In Rock, a música chegou a ser gravada em estúdio como "John Stew", agora sem vocais. Não foi aproveitada no disco, porém; só saiu em 1995, no remaster. Em setembro de 1970, o Deep Purple voltou à BBC e gravou uma nova versão desse instrumental como "Grabsplatter". Essa faixa apareceu para o público em geral pela primeira vez oficialmente em 1985, na coletânea "The Anthology".
Em 1971, Ritchie Blackmore e Ian Paice gravaram sob pseudônimo com alguns amigos um disco especial chamado "Green Bullfrog". E vejam só: lá estava Jam Stew/John Stew/Grabsplatter com nova roupagem, chamada de "Bullfrog". Nesse ano, o Deep Purple estava gravando o disco Fireball - e a estrutura de Grabsplatter foi aproveitada no single "I'm Alone", lado B de "Strange Kind of Woman", que reapareceu em "Singles A's & B's" e no remaster de Fireball.
Também nesse ano, duas músicas do disco seguinte, Machine Head, começaram a ser testadas ao vivo lá por julho: o blues "Lazy" e a porrada "Highway Star". Sim, nem todo o disco foi composto sob o rigor do inverno suíço após o incêndio do cassino.
A lenda de Highway Star diz que a música foi composta num ônibus, indo para um show na Inglaterra, com jornalistas a bordo. Um deles teria perguntado a Blackmore como o Deep Purple compõe suas músicas. Blackmore disse: "assim". Olhou pela janela, fez um power chord de sol na guitarra e começou a bater repetidamente. Ian Gillan entrou em cima e começou a improvisar: "We're on the road, we're on the road, we're a rock'n'roll ba-and!". A lenda diz que na mesma noite a música estava no show.
Em entrevista recente, Jon Lord discordou: não tinha como, porque as trocas de solo, em progressões bachianas, são elaboradas demais para criar do dia pra noite. E ele está certo. Um vídeo de Highway Star na TV alemã, gravado lá por setembro de 1971, mostra a mais antiga gravação de boa qualidade conhecida da música. A letra ainda não está consolidada - Gillan fala em Steve McQueen e Mickey Mouse. O solo também não é aquele que é tão perfeito que ninguém ousa mexer muito. A versão completa da gravação e um take alternativo saíram no DVD "History, Hits & Highlights".
Com as brigas na banda a partir de 1972, acabou o Deep Purple-moleque e a coisa ficou profissional demais. Na Mk3 e na Mk4 não tinha essas coisas, e até o improviso no palco perdeu o ímpeto criativo. Quando a Mk2 voltou, também não. A banda ficava muito presa ao repertório do Made in Japan - como ainda fica, em parte.
Com a chegada de Steve Morse a coisa mudou de figura e eles passaram a brincar mais com o catálogo do Deep Purple. Mas ainda não haviam voltado ao velho costume. Nos estertores da Mk7, no longo intervalo entre a gravação de Abandon e a saída de Jon Lord, duas músicas novas foram testadas ao vivo. Uma que não vingou chegou a ser tocada no festival de Montreux em 2000: "Long Time Gone".
A segunda, "Up the Wall", foi tocada na turnê de despedida de Jon Lord.
Acabou virando "I Got Your Number", quando entrou no disco Bananas. Ficou no repertório ao vivo até 2005, quando a banda lançou Rapture of the Deep.
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