sábado, 30 de abril de 2011

Lord e Blackmore confabulando

Jon Lord deu uma entrevista em vídeo, em sua recente passagem pela Rússia. A maior revelação dela é que ele recentemente voltou a conversar por telefone com Ritchie Blackmore.

"Há duas semanas eu conversei com o Ritchie. Primeira vez em que conversamos ao vivo - geralmente conversamos por email. Falamos sobre nos encontrarmos pra tomar uma taça de vinho e falar de música. Sabe lá o que pode acontecer."

Não acredito - nem espero - que disso saia uma volta de alguma das suas versões do Deep Purple. A própria entrevista dá dicas disso. Quando os russos perguntam se ele voltaria ao Purple, Lord diz que sempre que pode encontra os amigos. "Quando chegar a hora de eles dizerem adeus, talvez eu me una a eles por um ou dois shows", diz ele.

Ou seja - ele não em interesse em voltar àquele calendário caótico de shows que a formação atual do Deep Purple costuma fazer. Lord também mata no nascedouro qualquer especulação sobre "volta da Mk3" quando os russos lhe perguntam o que ele achava dela:

"É certinha. Burn é um disco fabuloso. Mas isso porque a influência do Ian Paice, minha e do Ritchie Blackmore ainda era forte. Quando chegou o Stormbringer, a influência do Coverdale e do Hughes ficou mais forte, e o Ritchie na verdade quase desistiu no meio do Stormbringer. Sua cabeça estava no Rainbow."

(Na Classic Rock sobre o Whitesnake, o Coverdale também descartou isso ao dizer que não responderia qualquer pergunta a respeito. Hughes também está bem faceiro com o Black Country Communion.)

O que poderia sair de uma conversa entre Lord e Blackmore?

Os dois estão em fase de transição. Jon Lord parece estar meio que largando a música orquestral. Acaba de criar um projeto de blues. Blackmore, por sua vez, está de coadjuvante na banda da patroa.

O que eu ADORARIA ouvir seria um disco tipo Blackmore-Lord Project. Já pensou? Ainda mais se fosse num power trio com um baterista (padrão-ouro mesmo seria um disco só com Blackmore, Lord e Paice). Nem precisaria de vocal.

Uma das últimas vezes em que Lord e Blackmore piraram juntos no palco foi isto:

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Ecos de um assassinato na Indonésia?

Em 1975, quando o Deep Purple tocou em Jacarta com a Mk4, uma coisa horrível aconteceu. Um roadie da banda foi encontrado morto no fosso de um elevador. Uma queda de seis andares.

O Deep Purple tinha tocado para 55 mil pessoas em 3 de dezembro. Na volta do show, o roadie Patsy Collins discutiu com dois caras da equipe. Saiu do quarto deles pra ir pro seu, no andar acima. A história que contam é que o elevador estava lento, então ele teria resolvido pegar a escada de incêndio. A porta do andar estava trancada. Ele voltou por onde deu e encontrou uma porta destrancada, sem indicação nenhuma. Era a do fosso do elevador, de onde ele caiu. Morreu na manhã seguinte. Logo em seguida, a polícia chegou querendo prender os dois roadies que teriam discutido com Collins, mais o empresário da banda, Rob Cooksey. E a polícia ainda pedia autógrafos.

Era 4 de dezembro de 1975. Ouça "Getting Tighter" aqui. O som não está bom, nem na gravação, nem na execução:



No show do dia seguinte, seis mil policiais patrulhavam o estádio - que tinha mais dezenas de milhares de pessoas. Mal começou o show, começou a pancadaria - a polícia baixava o cacete em quem tentasse dançar. O show acabou na metade.

Esse é o episódio mais sombrio da história do Deep Purple, sem sombra de dúvida. Ainda mais que exatamente um ano depois dele o Tommy Bolin morreu.

Pois o DVD Phoenix Rising vai ter, além do velho "Rises Over Japan", um documentário que vai do fim da Mk2 até o fim da Mk4, mais uma entrevista com Lord e Hughes especialmente sobre esse episódio macabro.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Satriani deve subir ao palco do Deep Purple em junho

O Mercury News anuncia as bilheterias que abrem na Califórnia nesta semana. A partir de sexta, estão à venda os ingressos para o show do Deep Purple de 25 de junho na cidade de Concord.

Quem vai abrir? Joe Satriani, que fez a guitarra do Purple entre a saída do Blackmore, em 1993, e a chegada do Steve Morse, em 1994.

A banda deu ao Satch as gravações oficiais dos últimos shows com o Blackmore pra ele tirar as partes de guitarra. Consta que ele perguntou: "ué, tem uns pedações aqui em que não se ouve a guitarra; não tem guitarra neles?" A resposta: até tem, mas o Blackmore estava ocupado procurando um copo d'água pra jogar no câmera.

OK. Chega o ensaio. Eles passam as músicas todas e chega Smoke on the Water. Alguém da banda fala: "bom, essa nem precisa ensaiar, né?" O Satriani insiste pra ensaiar. Logo antes do primeiro acorde, ele abre um sorriso e diz: "uau, nunca imaginei que um dia eu fosse tocar Smoke on the Water com o Deep Purple". E como ele se saiu? Fabulosamente bem.

Aqui, ele toca Black Night no Japão, num dos primeiros shows logo depois da saída do Blackmore, em 93:



A única gravação oficial disponível dessa fase, por conta de divergências de gravadoras, é um vídeo amador que saiu no DVD de "Gillan's Inn".

Mas a amizade ficou. Desde então, sempre que coincide uma data o homem que compôs "Summer Song" sobe ao palco dos mestres. Como em 2004, também na Califórnia:



Desde já estou curioso pra ver as gravações do show. Até porque hoje em dia as câmeras disponíveis no bolso de cada um são BEM melhores e portáteis que as disponíveis em 1994 e 2004.

(Detalhe econômico: Os ingressos para este show do Deep Purple aberto pelo Satriani na Califórnia custam de US$ 17 a US$ 95 - ao câmbio de hoje, o mais caro sai menos de R$ 150 e o mais barato pouco mais de R$ 25. Um abraço pra você que, como eu, paga R$ 200 na inteira pra tomar chuva no Anhembi no show do Ozzy. Renda per capita de Concord? US$ 24.727. Renda per capita de São Paulo? Menos da metade.)

terça-feira, 26 de abril de 2011

Jon Lord, no hall da fama da Classic FM

Mestre Jon Lord está mais uma vez no Hall da Fama da rádio inglesa Classic FM. O "Durham Concerto", composto por ele em 2007, está na posição 153 entre as 300 obras eruditas mais populares em 2010.

Lord foi o compositor que mais caiu em popularidade no ranking deste ano - em 2010 ele ficou nas posições 28, com o mesmo concerto, e 79, com o "Boom of the Tingling Strings". Entre os compositores vivos, ficou em terceiro. "One hit wonder", diz a revista. Incrível ver essa mentalidade de "hits" em se tratando de música erudita.

O criador do Deep Purple não está no topo, mas não é fácil um músico vivo e vindo de outra tradição musical concorrer com Beethoven, Mozart e Rachmaninov - este, aliás, ficou em número 1 neste ano, com o Concerto para Piano Número 2.

A peça com a qual Lord entrou no ranking foi composta sob encomenda, para o aniversário de 175 anos da Universidade Durham. Conheça um trecho no vídeo abaixo.

domingo, 24 de abril de 2011

O que você acha dos discos ao vivo reeditados?

Responda ao questionário abaixo, e depois a gente conversa a respeito. Aproveite pra contar sobre o seu favorito.

Por que Blackmore não vai tocar Space Truckin'?

O William Shatner divulgou a lista dos músicos convidados para tocar no álbum que ele vai lançar. Do Deep Purple, temos Ian Paice e Ritchie Blackmore.

Space Trucking Originally By Deep Purple - Deep Purple Drummer Ian Paice Has Performed The Drum Part. Johnny Winter Is On Guest Guitar.

Space Oddity Originally By David Bowie - Ritchie Blackmore (Ex-Deep Purple) Has Added Guest Guitar. Alan Parsons Is Adding Guest Keyboards.

Blackmore foi fundador do Deep Purple e um dos compositores de Space Truckin'. Foi ele o homem que teve a ideia daquele riff - no vídeo "Classic Albums - Machine Head", ele canta meio constrangido sua ideia de fazer um refrão dizendo "come on tundundundum, come on...".

Há anos, Blackmore vem evitando deixar o Deep Purple em seu passado. É perfeitamente legítimo - ele já está fora da banda há mais de 15 anos, tem sua própria banda com a patroa, é um senhor de 66 anos e tal. Não precisa provar nada a ninguém - e é exatamente por isso que eu lamento que ele não toque na mesma faixa que o Paice no disco do Capitão Kirk.

O site oficial de Blackmore's Night dá conta de que a Candice Night vai colocar a voz na faixa de David Bowie, junto com Blackmore. Pode ser um motivo a mais pra evitar a associação com Paice. A mãe de Candice é a empresária de Blackmore's Night. E, cada vez mais, a banda é centrada na cantora. O guitarrista fica como pano de fundo, quase como convidado especial, como neste vídeo:



Há alguns meses, quando saiu o vídeo acima, troquei impressões com um ex-colega de Blackmore no Deep Purple. (Não um que reconhecidamente não o suporta e que bateu de frente com ele; com esse converso muito pouco, e geralmente por intermédio de um funcionário.) Perguntei o que esse ex-colega achava do vídeo. Ele respondeu: "o Ritchie sempre foi mandado pelas mulheres dele".

OK, já estamos acostumados com a ideia de que o Blackmore não pretende mais tocar com o Deep Purple. É um fato da vida. Mas é triste ver um sujeito tão talentoso se fechando em si mesmo.

Space Truckin' era a música que o Deep Purple usava para seus mais viajantes improvisos, entre 1974 e 1974. Era onde o Ian Paice quebrava tudo em longos solos, na Mk2, e onde o Blackmore literalmente tacava fogo no palco, na Mk3. Prefiro na Mk2, onde o Glover fica discretamente segurando as condições do improviso com o pulso firme. Na Mk3 o Hughes queria mostrar seu talento tanto quanto Blackmore e Lord, e acabava-se perdendo o pulso.

Minha homenagem a esse passado glorioso com o Blackmore, aqui:



quinta-feira, 21 de abril de 2011

Pro seu bolso chorar, como o meu

Encomendei da DPAS nesta semana o DVD "Phoenix Rising", que deve sair no final de maio. Hoje, recebi um simpático email da Ann Warburton, administradora da Purple Records (e, salvo engano, mulher do Simon Robinson), contando o que mais vai sair neste ano. Algumas coisas eu não tinha ouvido falar. Olha só:

* Ainda não tem data, mas está em planejamento uma edição especial de Perfect Strangers com 3 discos. Da DPAS: "CD1 será o remaster incluindo 'Not Responsible'. CD3 será o velho disco de entrevistas que a Polydor lançou como promo no final de 1984. CD2 será um disco de material variado, com faixas do show de Knebworth (já lançado como um pacote por si), Son Of Alerik e com espera-se que também as jams que sobraram da gravação" (Cozmic Jazz e RIJIR). Cozmic Jazz já circula há tempos por aí como pirataria:



* Vai sair uma edição limitada de 2 mil cópias do Phoenix Rising em vinil. Ela não disse o que vai ter nessa versão, mas suponho que seja algo como o Last Concert in Japan (base do Rises Over Japan, vídeo que estará incluído no documentário). Eu não tenho onde ouvir vinil, então não me emociono ainda. O trailer do documentário:



* Vai sair uma versão em CD do single beneficiente "Who Cares", com Ian Gillan, Tony Iommi e Jon Lord. São duas faixas. Uma delas, "Out of My Mind", vai estar à venda oficialmente em 6 de maio.
Um gostinho do single:



* Já foi anunciado antes que vai sair uma reedição do Born Again, o famoso disco do Black Sabbath com o Gillan que é fabuloso musicalmente mas tem o som abafado. "Infelizmente não conseguiram achar as fitas master, então um remix não foi possível. Ao invés disso, o disco será remasterizado, e vão pelo menos acrescentar a apresentação no festival de Reading feita para a Radio 1 da BBC (o único show da banda no Reino Unido) como disco bônus, mais o single", escreveu Ann. Ou seja: pela primeira vez, oficialmente, teremos "The Fallen" (yeah!) e o Gillan cantando "War Pigs" - minha versão favorita da música - e "Paranoid", como no vídeo abaixo:



* Já dá pra encomendar o segundo disco da Black Country Communion, o genial projeto do Glenn Hughes com o Joe Bonamassa e o Jason Bonham. Ainda não se sabe os formatos finais. O primeiro vídeo do novo disco deve sair agora em junho. Eu fiquei fascinado por BCC logo na primeira faixa do primeiro disco, com este baixo aqui:



* Vai sair um musical italiano sobre a vida do Blackmore. "Já me garantiram que não é tosco!", disse Ann. Eu ainda não tinha ouvido falar a respeito. Pedi mais detalhes.

* Blackmore e Paice vão tocar no disco "Seeking Major Tom", do capitão Kirk William Shatner. Paice vai tocar "Space Truckin'", do Deep Purple, e o Blackmore vai tocar "Space Oddity", do David Bowie. Já está no YouTube um vídeo com Shatner gravando "Iron Man" com Zakk Wylde - e encarnando o personagem de "S@#$ My Dad Says".



* Vai sair uma versão remasterizada do Long Live Rock'n'Roll, do Rainbow com o Dio. Sempre faz bem rever:

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Entrevista italiana com Ian Paice

Os italianos do Oval Bin tiveram a gentileza de me avisar no Twitter sobre a entrevista que fizeram com o Ian Paice. Ele fala em inglês e as legendas são em italiano.

Paice conta causos, como a vez em que eles tiraram a roupa do Roger Glover no carro e soltaram ele na rua pra caminhar a pé até o hotel. (E nem por esse bullying ele virou assassino.) Também conta sobre quando um maluco entrou um show com uma arma, no Texas, e atirou logo acima da cabeça dele (é a história que ele conta no Come Hell or High Water). Paice passa um bom tempo falando sobre rugby, assunto sobre o qual eu nada entendo.

O mais legal é quando ele conta sobre seu raciocínio e improviso na hora de tocar. "Eu sei como começa, eu sei como termina, mas no meio eu nunca sei o que vai acontecer."

43 anos atrás

Em 20 de abril de 1968, o Deep Purple estreava oficialmente em Tastrup, na Dinamarca. O vídeo abaixo, com "Help", foi feito possivelmente em Copenhague, dias depois. Esse e outros vídeos das quatro primeiras formações do Deep Purple saiu no DVD "History, Hits & Highlights".



Parêntese: em suas primeiras encarnações, o Deep Purple sempre iniciava suas turnês pela Escandinávia. Todas as bandas, aliás. Sabe por quê? Porque antes da internet ficava longe demais de tudo e a imprensa inteira era escrita em línguas esquisitas. Se fosse fiasco, não queimava o filme em casa.

Segundo o livro "Smoke on the Water - The Deep Purple Story", de Dave Thompson, a banda não sabia se conseguiria chegar ao lugar do show.

"Desembarcando da balsa em Esbjerg, sob o peso de um palco inteiro de equipamentos novos em folha, os membros da banda e dois roadies contratados para esta viagem inaugural ficaram lívidos ao descobrir que seus vistos de trabalho não estavam corretos. Embora o grupo tenha perdido não mais do que duas horas antes de a situação ser resolvida, ainda havia muito tempo para cada um dos músicos ficar cheio de visões sobre deportação peremptória - ou coisa pior."

Já no livro "Black Knight", uma biografia de Ritchie Blackmore, o autor Jerry Bloom conseguiu entrevistas com Nick Simper e Ian Paice, mais o roadie Ian Hansford. Segundo o roadie, Jon Lord ficava dizendo: "Não vou entrar naquele Land Rover com alsacianos!". Ian Paice lembra que o grupo foi levado das docas à delegacia numa van usada pra transportar cachorros da polícia. "Quando eu saí, estava com um cheiro meio canino". Nick Simper dizia que já na balsa, antes de ir pra delegacia, Blackmore estava tão apavorado que não lembrava como é que começava "Hush". O segredo pra vencer o branco: duas doses de uísque.

Só às 5 da tarde, pouquinho antes do show, é que eles conseguiram chegar ao hotel.

O primeiro show do Deep Purple teve um público de 500 pessoas. Parece pouco para uma banda desse calibre, mas lembre que era uma banda que estava começando, estava num país estrangeiro e o show era num saguão de escola. O show, de 45 minutos, começou com "And The Address" (instrumental, própria), depois umas covers - "Hush" (Joe South), "I'm So Glad" (Skip James/Cream), "Help" (Beatles), "Paint it Black" (Rolling Stones) e "Hey Joe" (Jimi Hendrix). Também teve a estreia de "Mandrake Root".

Ou seja: em sua primeira aparição, o Deep Purple era praticamente uma banda de covers variados, pouco diferente dessas que tocam nos bares de rock de São Paulo nos finais de semana. A diferença é que, como o promotor era o mesmo que levou os Artwoods à Escandinávia, a banda foi anunciada como "a nova banda de Jon Lord, ex-Artwoods".

Como a plateia reclamou do barulho, Lord pegou o microfone pra explicar. Jerry Bloom pega uma frase dele:

"Eu sei que tocamos alto no palco, mas precisa ser assim pra atingir a juventude de hoje. Não tocamos alto só por tocar alto. É que temos que garantir que o pessoal não pense que está num chá das cinco, porque senão eles perdem o interesse."

Logo depois dessa turnê, o Deep Purple gravou seu primeiro disco: "Shades of Deep Purple". O resto, como dizem, é história.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Músicas novas podem estrear já na nova turnê, diz Morse

Steve Morse deu uma entrevista ao Examiner, dando alguns detalhes sobre a turnê "The Songs That Built Rock". Segundo ele, a orquestra vai basicamente dar uma floreada nas faixas do Deep Purple. O filé mesmo está aqui:

"Algumas músicas nós nunca tocamos nos Estados Unidos, algumas vão se sair muito bem ao vivo, serão ressuscitadas e, é claro, temos um monte de material novo. Se formos conseguir incluir isso na turnê vai depender da rapidez com que o disco ficar pronto. (...) O material está soando superbem, na verdade. Estamos dando um tempinho para o Ian Gillan decorar as letras e tal."

Ou seja: o disco já está gravado, só não se sabe ainda quando sai. Músicas dele podem ser testadas no palco já nessa turnê, que começa nos EUA em 3 de junho. Cruzem os dedos!

O "decorar as letras" é divertido. Como todo fã do Deep Purple sabe, Ian Gillan vira suas próprias letras de cabeça pra baixo desde sempre. Highway Star, por exemplo, cada show ele canta de um jeito. Pessoalmente, adoro ver os improvisos dele.

sábado, 16 de abril de 2011

Quando sai o novo disco do Deep Purple? Talvez 2012

Hoje estreou a nova cara do site oficial do Deep Purple voltado à imprensa e promotores de shows.


Ele é todo embalado com a arte da turnê "The Songs That Built Rock", em que eles farão vários shows com orquestra nos EUA e na Europa. No texto de apresentação da turnê, há um resumo de tudo o que a banda vem fazendo. E diz o seguinte:

The band is planning a new album for 2012. Their last studio album was Rapture of the Deep in 2005.

Ou seja: a confiar no site oficial, e não tenho motivos para não confiar, o novo disco sai só no ano que vem. O que faz sentido, se neste ano eles estão investindo pesado numa turnê que celebra a influência do Deep Purple na história do rock. Nada impede que essa turnê vá para outros lugares também, como Ásia e América do Sul, onde o Deep Purple tem muitos fãs. Vale a pena segurar o lançamento. Até porque hoje a grana no negócio da música está mais nos shows do que nos discos, embora os lançamentos arejem o repertório.

Ocorre, porém, que aparentemente eles JÁ começaram a trabalhar em 17 músicas para um disco novo. Ao menos 9 teriam sido gravadas em março num estúdio particular que o Ian Paice tem na Espanha. O baterista, que seria o produtor do novo disco ao lado do Roger Glover, teria confirmado e dito que o disco novo vai ser mais pesado que "Rapture of the Deep".

Em fevereiro, na Cidade do México, Ian Gillan disse que "já estava na hora" de ter um disco novo.

"So we're gonna get together and have a writing session quite soon. And if we get excited, then we'll probably have another [album finished and ready for release] shortly after that. We'll see how it goes. But there's no plans. But I think we're getting poked by various connections who would like to see another DEEP PURPLE record. So I think it's about time."

Quando sai o novo disco?

Uma coisa não exclui a outra. Eles podem gravar agora pra ter tempo de melhorar o material até lançar. Já passamos por isso antes, quando depois do Abandon eles levaram cinco anos pra lançar o Bananas. Algumas músicas foram testadas no palco, uma foi melhorada no meio do caminho ("I've Got Your Number") e outra foi descartada ("Long Time Gone").

Eu queria o mais rápido possível, mas entendo o lado deles. Pessoalmente espero que saia o mais rápido possível mas conto com 2012. Até lá, teremos possivelmente novo discos solo do Roger Glover e do Ian Gillan, pra segurar o apetite.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Em Montreux de novo neste ano



Saiu a lista das atrações do 45° Festival de Jazz de Montreux, que ocorre entre 1 e 16 de julho.

Mais uma vez, o Deep Purple está entre as atrações do maior festival da cidade que inspirou "Smoke on the Water". Eles vão tocar com uma orquestra sinfônica no último dia do festival. A atração é provavelmente parte da turnê "As Músicas que Construíram o Rock".

Lembre que "Smoke on the Water" foi gravada na cidade em 1971 - ou seja, há 40 anos. Em 2006, Claude Nobs tentou reunir a Mk2 original para uma homenagem aos 35 anos do acontecimento. Blackmore, porém, não respondeu; Lord não pôde. Neste aniversário, será que pelo menos o Lord vai poder?

Desde seu surgimento, o Deep Purple já se apresentou oito vezes na cidade. As três primeiras foram no cassino que pegou fogo - e a primeira delas, de 4 de outubro de 1969, já saiu em CD:



Eles também tocaram lá em 16 e 17 de abril de 1971, antes de voltar à cidade em dezembro daquele ano para gravar o disco Machine Head. Depois disso, eles só voltaram a se apresentar na cidade que tornaram mundialmente famosa já nos anos 90, com Steve Morse. Foram cinco vezes. Três dessas apresentações (9 de julho de 1996, 22 de julho de 2000 e 15 de julho de 2006) estão disponíveis em CD e DVD:




PRA COMBINAR
Clicando nas capas dos CDs e DVDs aqui citados, você vai parar na página de compra da Livraria Cultura. Você não paga um centavo a mais caso compre por ali, mas eu recebo 4% do preço do que você comprar lá depois de abrir o link. Você tem todo o direito de não topar. Da minha parte, me comprometo a só indicar coisas de qualidade. Pessoalmente, acho que seria fácil indicar links para baixar as obras. Mas eu sou fã do Deep Purple, então compro - gosto de pensar que eles vão ganhar alguns centavos do que eu pagar, podendo assim tomar uma cerveja em minha homenagem. Comprando por aqui, não apenas eles ganham - mas eu também. Prometo fazer um brinde a vocês.

Parabéns a Ritchie Blackmore

Ritchie Blackmore, meu guitarrista favorito, faz 66 anos hoje. Ainda quando este blog estava ativo, ele casou de papel-passado com a Candice Night, sua parceira há tantos anos. No recesso, teve uma filha, chamada Autumn, e lançou o disco "Autumn Sky".

Blackmore é um sujeito difícil. Genial e genioso em medidas semelhantes. Mas nos últimos anos, com Candice, o homem que explodia amplificadores por farra virou um carneirinho. No último vídeo que ele fez com Blackmore's Night, ele é coadjuvante. Acho triste a coadjuvância, mas fico feliz que Blackmore esteja bem. O que todos nós queremos é chegar aos 66 tranquilos e felizes.

Ontem, saiu a lista das faixas que o ator William Shatner (o comandante Kirk de Star Trek, ou o coroa desbocado de "Shit my dad says") vai gravar em um disco de covers cheio de convidados especiais. É a trilha sonora de um filme sobre viagem no espaço. Ele chamou dois ex-membros do Deep Purple, Ritchie Blackmore e Ian Paice. Infelizmente, porém, eles não tocam juntos. Paice faz a bateria de "Space Truckin'" - provavelmente a mesma que me fez achar que o disco Machine Head estava arranhado na primeira vez em que o ouvi - e Blackmore toca com Alan Parsons na faixa "Space Oddity". Eu adoraria ouvir uma nova colaboração entre os dois, mas acho que não rola. Nem a maturidade faz milagres.

Meus parabéns ao mestre, de qualquer maneira. Abaixo, alguns vídeos para você.





quarta-feira, 13 de abril de 2011

Um abraço do Glenn Hughes pra vocês, via Twitter

Trazendo de volta o Purpendicular

Você pediu. Você ganhou. Depois de 414 dias, está de volta o Purpendicular.

Este blog foi criado em 2002, quando o Deep Purple passava por uma sacudida fabulosa. Saía Jon Lord, entrava de vez Don Airey, disco novo nos planos... era uma efervescência e os amigos que liam meu outro blog não tinham mais paciência de me ouvir falar deles.

Se em fevereiro de 2010 eu meio que parei de atualizar o blog por causa da falta de assunto, hoje assunto é o que não falta. Olha só:

* Parece que a banda já gravou várias faixas para um novo disco, no estúdio particular do Ian Paice. Pra mim, este é o grande motivador da reabertura deste blog. Há mais de cinco anos eles não lançavam disco novo, e a coisa parecia encaminhada pra virar uma banda cover de si mesma. Disco novo vende pouco, mas oxigena.

* Vai começar uma turnê do Deep Purple com orquestras, nos EUA e no Reino Unido.

* Ian Gillan e Jon Lord tocam junto com Tony Iommi e outros num supergrupo chamado "Who Cares", que deve lançar disco novo em maio

* Glenn Hughes lança disco novo com o Black Country Communion agora em maio também.

* David Coverdale acaba de lançar disco novo com o Whitesnake, chamado "Forevermore"

* Ritchie Blackmore e Ian Paice estão fazendo participações especiais no disco do William Shatner, veja só.

* Jon Lord está lançando um novo projeto tocando blues!

* Steve Morse vai fazer uma participação num disco com o Mike Portnoy.

* Don Airey vai fazer shows solo na Europa agora em abril.

Fora que vai sair o DVD "Phoenix Rising", com cenas do Rises Over Japan e entrevistas com os membros da Mk4, a formação que levou ao extremo todos os excessos e acabou com o Deep Purple há 35 anos. Também preciso falar dos lançamentos que saíram enquanto eu estive fora ("a mensagem dizia... você deixou um número e eu tentei ligar, mas eles escreveram em perfeitos garranchos em espanhol").

De hoje a domingo, começo uma série de posts contando cada uma destas coisas. O primeiro vai ser sobre o novo do Whitesnake - com um DataPurple atualizado e tudo mais.