"O IG e eu fomos juntos para Frankfurt, via Caracas, e tivemos tempo de conversar sobre o próximo álbum. Foi uma conversa produtiva, e apesar de todas as coisas negativas que andam dizendo na internet, estamos entusiasmados e definitivamente trabalharemos sobre o projeto no começo do ano novo. Li em algum lugar que todas as faixas estavam finalizadas, faltando apenas o vocal. Não é verdade. Da sessão de composição no começo deste ano no estúdio El Cortijo, na Espanha (que não é do Ian Paice, como creio que alguns acreditam), temos uma dúzia de jams e ideias inacabadas para músicas - são diamantes brutos que ainda precisam ser polidos. E é isso."A banda já tem shows marcados para fevereiro, no Canadá, e para novembro e dezembro de 2012, em vários países da Europa. Considerando que quando eles turneiam não gravam e quando gravam não turneiam, pode ser que a gravação role em janeiro. Considerando o tempo de produção, mixagem e lançamento, é possível que se o disco for gravado por janeiro saia lá por agosto ou setembro. Foi o que houve com o Bananas, por exemplo.
quarta-feira, 30 de novembro de 2011
Roger Glover: "devemos começar a gravar o novo disco no começo do ano"
Em mensagem aos fãs em seu site, o aniversariante de hoje - ninguém menos que mestre Roger Glover - coloca mais um capítulo na novela do próximo disco do Purple. Segundo ele, houve uma conversa produtiva ao final da turnê sul-americana.
sexta-feira, 21 de outubro de 2011
Jon Lord reaparece!
Jon Lord saiu brevemente de seu descanso ontem. Ele reuniu vários músicos no estúdio Abbey Road e gravou aparentemente as partes de banda e voz para o Concerto for Group and Orchestra. Ele já havia anunciado que estava dando uma mexida na partitura e queria gravar em estúdio - mas isso foi antes do seu retiro. Aparentemente, a revista Classic Rock organizou tudo.
Acompanhei pelo Twitter. A coisa começou com os cantores da banda do Jon Lord, Steve Balsamo e Kasia Laska. Kasia contou que estava ansiosa porque viajaria da Polônia para Londres e feliz porque encontraria Balsamo depois de um tempo. Levantei a orelha. Vinha coisa aí - e eu confesso que fiquei apreensivo no começo.
Fiquei tranquilo quando li a manifestação do guitarrista Joe Bonamassa (que toca com o Glenn Hughes na Black Country Communion):
Thank you Scott at Classic Rock for the great hang and the wonderful Jon Lord for allowing me to play on his symphony today. What a thrill !
Steve Balsamo tirou uma foto do mestre gravando, ao lado de Bonamassa e do maestro Paul Mann. Aparenta estar com um pouco menos de cabelo, mas parece bem disposto. Em resposta a um tweet meu, Steve disse que o mestre parecia ótimo. Veja a foto:

Tenho um grande respeito pelos dois cantores do Jon Lord. Além de talentosíssimos, excelentes vozes, também são gente fina e divertidos. Quando eles vieram ao Brasil, fui entrevistar o mestre para a MTV e depois fiquei batendo papo com eles. Acabei ajudando-os a comprar uma camisetinha com patch do Deep Purple para o neto então recém-nascido do Jon Lord, na Galeria do Rock. (Tomara que tenha servido!) Desde então, sempre faço questão de dar um abraço neles no Twitter quando posso.
Que Jon Lord supere logo esses contratempos e traga esse pessoal legal pra cantar no Brasil. São meus sinceros votos.
Acompanhei pelo Twitter. A coisa começou com os cantores da banda do Jon Lord, Steve Balsamo e Kasia Laska. Kasia contou que estava ansiosa porque viajaria da Polônia para Londres e feliz porque encontraria Balsamo depois de um tempo. Levantei a orelha. Vinha coisa aí - e eu confesso que fiquei apreensivo no começo.
Fiquei tranquilo quando li a manifestação do guitarrista Joe Bonamassa (que toca com o Glenn Hughes na Black Country Communion):
Thank you Scott at Classic Rock for the great hang and the wonderful Jon Lord for allowing me to play on his symphony today. What a thrill !
Steve Balsamo tirou uma foto do mestre gravando, ao lado de Bonamassa e do maestro Paul Mann. Aparenta estar com um pouco menos de cabelo, mas parece bem disposto. Em resposta a um tweet meu, Steve disse que o mestre parecia ótimo. Veja a foto:
Tenho um grande respeito pelos dois cantores do Jon Lord. Além de talentosíssimos, excelentes vozes, também são gente fina e divertidos. Quando eles vieram ao Brasil, fui entrevistar o mestre para a MTV e depois fiquei batendo papo com eles. Acabei ajudando-os a comprar uma camisetinha com patch do Deep Purple para o neto então recém-nascido do Jon Lord, na Galeria do Rock. (Tomara que tenha servido!) Desde então, sempre faço questão de dar um abraço neles no Twitter quando posso.
Que Jon Lord supere logo esses contratempos e traga esse pessoal legal pra cantar no Brasil. São meus sinceros votos.
terça-feira, 11 de outubro de 2011
Deep Purple e a arte de viver
Fui ontem ao show do Deep Purple em São Paulo. Pela primeira vez em nove anos, fui com minha mulher. Embora não seja fã, ela conhece o repertório; afinal, são nove anos me ouvindo ouvi-los. O que ela não conhecia era o efeito que os meus mestres têm no palco. Ela saiu do show, que achou excelente, me entendendo melhor. E, por conta da presença dela, eu acabei curtindo mais as coisas em que eu não costumo prestar atenção.
Em todas as resenhas de shows do Deep Purple que eu escrevi neste blog desde 2003, procurei comentar a performance dos mestres em cada uma das músicas que eles tocaram, na ordem certinha. Desta vez, não farei isto.
Em primeiro lugar porque eu fiz questão de não anotar nada. Não queria que nada, exceto talvez algumas cabeças, estivesse entre meus olhos e o palco.
Em segundo lugar porque neste ano eu fiz questão de não olhar as resenhas dos shows anteriores, não olhar o setlist. Veja: a maior parte das escolhas, e boa parte da ordem das músicas, é possível de prever. O que foge disso é surpresa, e eu queria a surpresa. Queria assistir a um show do Deep Purple curtindo muito mais do que analisando.
Eu queria ser surpreendido. E fui, várias vezes. Entre elas:
Os shows do Deep Purple são calculadamente feitos para atender a todos.
São para a minha mulher, que como a maioria dos presentes lá conhece bem as cinco músicas deles que tocam na Kiss - embora também conheça por alto o que eu ouço em casa.
São para o gurizinho de nove anos que montava na garupa do pai meio metro à minha esquerda e vibrava a cada solo com a mãozinha fazendo gestos de chifrinho.
São para o quase cinquentão gente fina com quem conversei na fila, que estava lá por gostar de música boa, não por ser especialista em Deep Purple. Quarta-feira, ele estará no Eric Clapton.
E também são pra mim, que já vi e ouvi vários shows, de todas as épocas, ao vivo e em DVD e em bootleg, e voltei aos 15 anos de idade ao ouvir "Hard Loving Man".
A única música que eu não cantei junto foi Smoke on the Water. Porque na hora eu estava dividido entre olhar para o palco e olhar para o público à minha volta, descobrindo uma grande verdade sobre a vida.
O Deep Purple faz 70 shows ao ano e essa é a única música que eles não podem deixar de tocar - porque senão o público sai decepcionado.
Ontem, Ian Paice já havia tocado essa música 1899 vezes em shows do Purple, desde primeiro de março de 1972. Roger Glover, 1738 vezes. Ian Gillan, 1681 vezes. Steve Morse, 1239 vezes. Don Airey, 822 vezes. E eles sempre, SEMPRE, tocam com um sorriso no rosto, um gás danado. Questionado se ele não enjoava, certa vez Roger Glover respondeu com outra pergunta: se você pudesse apertar um botão que fizesse milhares de pessoas felizes na hora, cansaria de apertar?
O tesão do Deep Purple em tocar Smoke on the Water toda noite é "o encanto do cotidiano", como escreveu o psicólogo Contardo Calligaris em sua coluna da Folha de semana passada. Leia o texto inteiro.
Isso é saber viver.
Um show, enfim, pode ensinar lições de vida a quem está atento. Esqueça máscaras, explosões, palcos faraônicos e outras firulas. Cinco tiozinhos fazendo o que sabem e o que gostam. Só isso? Não. TUDO isso.
Em todas as resenhas de shows do Deep Purple que eu escrevi neste blog desde 2003, procurei comentar a performance dos mestres em cada uma das músicas que eles tocaram, na ordem certinha. Desta vez, não farei isto.
Em primeiro lugar porque eu fiz questão de não anotar nada. Não queria que nada, exceto talvez algumas cabeças, estivesse entre meus olhos e o palco.
Em segundo lugar porque neste ano eu fiz questão de não olhar as resenhas dos shows anteriores, não olhar o setlist. Veja: a maior parte das escolhas, e boa parte da ordem das músicas, é possível de prever. O que foge disso é surpresa, e eu queria a surpresa. Queria assistir a um show do Deep Purple curtindo muito mais do que analisando.
Eu queria ser surpreendido. E fui, várias vezes. Entre elas:
* uma música velha - "Hard Loving Man", incrivelmente fiel a todos os solos originais;
* uma vocalização nova - "No One Came", com Ian Gillan praticamente declamando a insegurança de um músico início da carreira
* uma sombra na parede - a de Steve Morse, embaixo do telão que mostrava ele solando
* uma brincadeira de duelo entre Ian Gillan e Steve Morse, com os dois se divertindo demais
* a pachorra do Ian Paice fazendo um solo poderoso de bateria com o rosto apoiado sobre uma das mãos na hora de solar, como quem diz "ah, coisa mais fácil"
Os shows do Deep Purple são calculadamente feitos para atender a todos.
São para a minha mulher, que como a maioria dos presentes lá conhece bem as cinco músicas deles que tocam na Kiss - embora também conheça por alto o que eu ouço em casa.
São para o gurizinho de nove anos que montava na garupa do pai meio metro à minha esquerda e vibrava a cada solo com a mãozinha fazendo gestos de chifrinho.
São para o quase cinquentão gente fina com quem conversei na fila, que estava lá por gostar de música boa, não por ser especialista em Deep Purple. Quarta-feira, ele estará no Eric Clapton.
E também são pra mim, que já vi e ouvi vários shows, de todas as épocas, ao vivo e em DVD e em bootleg, e voltei aos 15 anos de idade ao ouvir "Hard Loving Man".
A única música que eu não cantei junto foi Smoke on the Water. Porque na hora eu estava dividido entre olhar para o palco e olhar para o público à minha volta, descobrindo uma grande verdade sobre a vida.
O Deep Purple faz 70 shows ao ano e essa é a única música que eles não podem deixar de tocar - porque senão o público sai decepcionado.
Ontem, Ian Paice já havia tocado essa música 1899 vezes em shows do Purple, desde primeiro de março de 1972. Roger Glover, 1738 vezes. Ian Gillan, 1681 vezes. Steve Morse, 1239 vezes. Don Airey, 822 vezes. E eles sempre, SEMPRE, tocam com um sorriso no rosto, um gás danado. Questionado se ele não enjoava, certa vez Roger Glover respondeu com outra pergunta: se você pudesse apertar um botão que fizesse milhares de pessoas felizes na hora, cansaria de apertar?
O tesão do Deep Purple em tocar Smoke on the Water toda noite é "o encanto do cotidiano", como escreveu o psicólogo Contardo Calligaris em sua coluna da Folha de semana passada. Leia o texto inteiro.
Isso é saber viver.
Um show, enfim, pode ensinar lições de vida a quem está atento. Esqueça máscaras, explosões, palcos faraônicos e outras firulas. Cinco tiozinhos fazendo o que sabem e o que gostam. Só isso? Não. TUDO isso.
quarta-feira, 28 de setembro de 2011
KB Hallen, onde o Purple tocou oito shows, pega fogo
Há 40 anos em dezembro, incendiava o Cassino de Montreux, onde o Deep Purple tinha ido gravar o disco que virou Machine Head. Na turnê daquele disco, no dia primeiro de março de 1972, eles fizeram seu primeiro show (o único inteiramente registrado em vídeo na Mk2) num ginásio de Copenhague, chamado KB Hallen. Foi o último show sem "Smoke on the Water", que conta a história de como o cassino suíço pegou fogo.
Pois bem: o KB Hallen também pegou fogo.
Foi na manhã de hoje em Copenhague, segundo a TV dinamarquesa. Começou com halogênio e caixas de papelão. A torre de fumaça se espalhou pela cidade, como na foto clássica do incêndio do Cassino.
Era um lugar especial para o Deep Purple, como lembra o @brunoalsantos. A banda tocou lá oito vezes, entre 1972 e 2009. Três delas tiveram Ritchie Blackmore na guitarra. A primeira foi a do DVD Machine Head Live, em 1º de março de 1972. É o único show inteiro registrado em vídeo da melhor formação do Deep Purple. Aqui, eles em pleno improviso no palco do KB Hallen:
Em 1973 eles foram duas vezes, incluindo o primeiro show da Mk3, em 9 de dezembro. Esse foi o primeiro show assistido na vida por Lars Ulrich, o baterista do Metallica. As outras cinco foram com Steve Morse: uma na Mk7, em 1998, e quatro na Mk8, em 2003, 2006, 2008 e 2009.
Em 2008, fui à Noruega a trabalho. Resolvi aproveitar o ensejo para conhecer a cidade da minha tataravó, Malmö, no sul da Suécia. Copenhague é do outro lado do Öresund, a meia hora de trem. Em Malmö mora Svante Axbacke, um dos mais dedicados fãs do Deep Purple no mundo, a quem eu já conhecia pessoalmente de quando ele veio ao Brasil em lua-de-mel. Aproveitei pra marcar um öl (cerveja) com ele.
(O que mais me espantou foi que ele estacionou sua bicicleta a duas quadras do bar, sem corrente, e quando saímos do bar ela AINDA estava lá. Se fosse no Brasil...)
No meio da conversa, contei que estava para ir a Copenhague. Ele rapidamente ligou para outro fã dedicado do Purple, Rasmus Heide, pra ver se ele podia almoçar comigo perto do KB Hallen quando eu estivesse na cidade. Quem acompanha o Deep Purple pela internet deve reconhecer os nomes: os dois são sócios-atletas do The Highway Star.
Em 18 de setembro de 2008, dia em que todos os jornais noticiavam o grande marco da crise internacional, fiz checkout no Danhostel, fui para a estação central de Copenhague e peguei os trens necessários para chegar ao KB Hallen, pra encontrar o Rasmus. Cheguei antes dele, numa pontualidade que minha mulher julgaria inédita.
Era dia de semana, era manhã, e o lugar estava fechado. Esperei chegar algum faxineiro. Quando chegou, expliquei que eu era do Brasil e tinha ido lá só pra ver o KB Hallen. Ele entendeu. Abriu a porta e tirou uma foto minha com o palco ao fundo. O mesmo palco do meu DVD favorito. Minha máquina digital estava sem bateria e eu comprei uma de filme, descartável. Mas o resultado é isto aqui:
Rasmus chegou depois. Ele, que já esteve no local algumas vezes para tomar uma cerveja com a banda, me mostrou onde era a porta por onde os artistas entravam. E a porta estava ABERTA. Se fosse no Brasil...
Tudo isso que vocês mal conseguem ver nessas porcarias de fotos foi destruído pelo incêndio. Só o que ficam são as memórias. Memórias de momentos como o começo do primeiro show do Deep Purple no KB Hallen, em que Ian Gillan pega o microfone e anuncia:
"O que temos aqui é uma música nova!
É uma do próximo álbum que está pra sair.
O álbum se chama Machine Head, e esta música deve abrir nossos shows no próximo um ano e tal.
Uma coisa chamada Highway Star. Vamos lá!"
Quase quarenta anos depois, o um ano e tal continua valendo. Highway Star geralmente abre os shows do Deep Purple em todas as turnês, e inclusive abriu na última turnê deles, na Europa, com a orquestra. Deve abrir os shows no Brasil, agora em outubro.
Quando isso rolar, certifique-se de ter uma cerveja na mão para brindar ao KB Hallen.
domingo, 18 de setembro de 2011
Que venha o dia de Blackmore
Candice Night, a mulher do mestre Ritchie Blackmore, lançou seu primeiro vídeo solo, "Black Roses". Não é meu tipo de música favorito, assim como Blackmore's Night sempre me fisgou mais pelos instrumentais, mas Candice é boa nisso. É uma excelente nova cantora de música "easy-listening", e desejo a ela todo o sucesso do mundo nesse nicho. O vídeo também é legal por mostrar ao mundo a bebê Autumn, filha do casal de músicos.
O que eu mais quero no mundo, agora, é ver o primeiro vídeo solo do mestre Ritchie Blackmore. Seja tocando guitarra ou bandolim, seja rock ou medieval, mas que seja instrumental e poderoso.
Instrumental porque quando ele se dá mal com o vocalista saímos todos perdendo e porque quando ele se dá bem demais com a vocalista o estilo não é do meu agrado. Poderoso porque quando Ritchie está em primeiro plano ele não consegue fazer nada menos do que isso. E, especialmente na última fase de Blackmore's Night, ele estava MUITO em segundo plano. A ponto de sequer aparecer no último vídeo da banda.
Adeus, Blackmore's Night. Que venha o dia de Blackmore.
O que eu mais quero no mundo, agora, é ver o primeiro vídeo solo do mestre Ritchie Blackmore. Seja tocando guitarra ou bandolim, seja rock ou medieval, mas que seja instrumental e poderoso.
Instrumental porque quando ele se dá mal com o vocalista saímos todos perdendo e porque quando ele se dá bem demais com a vocalista o estilo não é do meu agrado. Poderoso porque quando Ritchie está em primeiro plano ele não consegue fazer nada menos do que isso. E, especialmente na última fase de Blackmore's Night, ele estava MUITO em segundo plano. A ponto de sequer aparecer no último vídeo da banda.
Adeus, Blackmore's Night. Que venha o dia de Blackmore.
terça-feira, 30 de agosto de 2011
Jon Lord agradece a força
Jon Lord: Your responses have touched my heart
August 30, 2011
Just a quick line or two from an absolutely overwhelmed, gratified and humbled musician.
Your responses to the news of my condition have touched my heart in a way that has truly helped to make my life a better place to be than it had occasionally threatened to become these last few weeks.
Your wonderful messages wishing me strength and courage have given me even more strength and courage – and so much more than you can ever know.
I read many of them with tears in my eyes, grateful for this cast-iron proof of the innate goodness of the human being, and grateful to every single one of you for your invaluable support.
This message goes out too to all the similarly wonderful folk on other websites whose support has been equally warm and strong and I want you all to know how greatly heartened and comforted I am by all this.
The treatment continues and I am confident and being supported by my glorious family and an amazing group of friends.
See you soon.
God bless
Jon
August 30, 2011
Just a quick line or two from an absolutely overwhelmed, gratified and humbled musician.
Your responses to the news of my condition have touched my heart in a way that has truly helped to make my life a better place to be than it had occasionally threatened to become these last few weeks.
Your wonderful messages wishing me strength and courage have given me even more strength and courage – and so much more than you can ever know.
I read many of them with tears in my eyes, grateful for this cast-iron proof of the innate goodness of the human being, and grateful to every single one of you for your invaluable support.
This message goes out too to all the similarly wonderful folk on other websites whose support has been equally warm and strong and I want you all to know how greatly heartened and comforted I am by all this.
The treatment continues and I am confident and being supported by my glorious family and an amazing group of friends.
See you soon.
God bless
Jon
terça-feira, 23 de agosto de 2011
1991+20: os vídeos
Hoje faz 20 anos do dia do show do Deep Purple no Gigantinho, em Porto Alegre - aquele que eu perdi porque tinha só 14 anos. Separei bastante material aqui pra escrever um bom post sobre a turnê brasileira, mas não consegui tempo ainda. Calhou de o vintenário coincidir com uma mudança importante no trabalho.
Então, pra não deixar a peteca cair enquanto tento arrumar um tempinho, publico aqui os quatro vídeos que estão no YouTube com músicas do segundo show da turnê brasileira. Foi no ginásio do Ibirapuera, em 17 de agosto de 1991. Meus comentários seguem antes de cada um dos vídeos.
A Mk5 foi a única formação que homenageou praticamente todas as anteriores, tendo na média o mais representativo setlist de toda a história do Deep Purple. Faltou uma tiradinha de chapéu para a Mk4, mas o Blackmore não toparia (como o Gillan não topa tirar o chapéu pra Mk3). Turner também é mais respeitoso com as formações anteriores do que Coverdale e Hughes foram com seus antecessores durante a Mk3. Ao vivo, eles eram excelentes com material próprio mas baixavam de qualidade quando tocavam (poucas) músicas de antes do seu tempo.
Em sua crítica dos shows para a Bizz, meu mestre André Forastieri resumiu: "Pô, qualquer show que começa com Burn, acaba com Smoke on the Water e tem no meio Perfect Strangers é maravilhoso", ainda que o Forasta ponderasse que "o novo vocalista Joe Lynn Turner tem menos voz que a Xuxa".
Nos comentários dos vídeos que estão na internet, mesmo fãs de Turner estranham o quanto sua voz está ruim. E, embora seu estilo não feche bem com o do Purple, ao menos em estúdio ele não é um mau cantor. Basta ouvir sua voz no disco "Slaves & Masters".
O show abriu com Burn. Todo mundo nervoso pra testemunhar esse momento histórico enquanto rolava uma gravação e um show de laser. Blackmore e Paice tinham uma combinação: o guitarrista fica sentado atrás dos amps e dá o sinal para o baterista começar a música quando ele, Blackmore, estiver pronto. Nesse show funcionou, embora num dos últimos não tenha funcionado (falo no próximo post). O que não funcionou foi o microfone do Turner.
Repare que os aplausos ao final da primeira música são bem menores do que os aplausos antes de ela começar.
A segunda música foi Black Night, que fazia medley com Child in Time e Long Live Rock'n'Roll. Child in Time empolgou mais antes de Turner efetivamente cantá-la (sem os gritos). Na gravação em áudio do show da noite anterior, dá pra ouvir gente questionando a masculinidade do Turner e chamando o Gillan de volta.
Como Turner não toca congas e tampouco sai do palco, ele fica meio perdido durante os solos dos colegas. Fica na frente da bateria, brinca com o pedestal do microfone.
A seguir, vem a primeira música nova da noite: Truth Hurts. Sério? Sério. Ao vivo tem um arranjo diferente, mais lento, aproveitando mais o feeling do Blackmore. E a música acaba indo por nove minutos. Abstraia a voz e letra sertaneja ("I wanna know who you've been loving in my place") e a experiência é quase hipnótica.
Se você assistiu tudo, deve ter notado a falta de jeito ampliada do Turner aqui. Mas confesso que achei simpática aquela parte lá no final, com o Turner, o Blackmore e o Glover sentados na frente da bateria, Glover quase consolando o Turner, "calma, esse negócio de chifre não existe, é só uma coisa que colocaram na sua cabeça". Aí eles levantam abruptamente, como quem diz "CORRE QUE A CANA VEM VINDO!"
No setlist daquele ano, logo depois vinha Hey Joe. Não encontrei esse vídeo nos shows brasileiros. E na verdade o último vídeo que encontrei é do que vem depois de Hey Joe: um medley entre The Cut Runs Deep (minha segunda favorita daquele disco, depois de Fire in The Basement) com Hush. O engraçado é que o Turner apresenta The Cut Runs Deep como sendo de "um ex-amigo meu", mas nos créditos do disco constam apenas membros da banda. Será que ele está se referindo a Blackmore, de quem até hoje se diz amigo, ou a Jon Lord, com quem nunca se bicou?
Destaque pra brincadeira entre bateria e guitarra. Turner é competente em chamar a platéia com o "Ô, ooô, ô". Mas eu preferia mais brincadeira entre bateria e guitarra. Até porque depois do ooô entra uma versão meio matada da letra de Hush.
Na biografia do Blackmore, Turner conta que "The Cut Runs Deep" foi a sua primeira colaboração criativa no Purple. Quando ele entrou no estúdio, Blackmore começou a tocar "Hey Joe" (a que vem logo antes no set) e ele agarrou o microfone e saiu cantando. Aí começaram as novidades. Eles começaram a tocar o riff dessa música e ele bolou o refrão na hora, no melhor estilo protoemo: "e quanto à mágoa? E quanto ao vazio por dentro?"
E assim terminam os vídeos do segundo show do Purple no Brasil que encontrei no YouTube. Segundo o The Highway Star, o restante do setlist daquele ano era este:
Perfect Strangers
Fire In The Basement
(incluindo) Bass solo
King Of Dreams
Stand By Me (Ben E King) only occasionally
Love Conquers All
Ritchie's Blues instrumental
Difficult To Cure
(incluindo) Keyboard Solo
Knocking At Your Back Door
(incluindo) Teddy Bear's Picnic instrumental
Tutti Frutti (Little Richard)only occasionally
A Whiter Shade Of Pale (Procol Harum)only occasionally
Yesterday (The Beatles)only occasionally
That'll Be The Day (Buddy Holly)only occasionally
Lazy
Wicked Ways
Highway Star
(incluindo) Bourree from Sarabande (Jon Lord)
Smoke On The Water
(incluindo) Drum Solo
(incluindo) In The Hall Of The Mountain King
(incluindo) Woman From Tokyo
Você conhece mais vídeos de shows do Brasil naquele ano? Mande aqui nos comentários. E conte mais sobre os shows que viu!
Então, pra não deixar a peteca cair enquanto tento arrumar um tempinho, publico aqui os quatro vídeos que estão no YouTube com músicas do segundo show da turnê brasileira. Foi no ginásio do Ibirapuera, em 17 de agosto de 1991. Meus comentários seguem antes de cada um dos vídeos.
A Mk5 foi a única formação que homenageou praticamente todas as anteriores, tendo na média o mais representativo setlist de toda a história do Deep Purple. Faltou uma tiradinha de chapéu para a Mk4, mas o Blackmore não toparia (como o Gillan não topa tirar o chapéu pra Mk3). Turner também é mais respeitoso com as formações anteriores do que Coverdale e Hughes foram com seus antecessores durante a Mk3. Ao vivo, eles eram excelentes com material próprio mas baixavam de qualidade quando tocavam (poucas) músicas de antes do seu tempo.
Em sua crítica dos shows para a Bizz, meu mestre André Forastieri resumiu: "Pô, qualquer show que começa com Burn, acaba com Smoke on the Water e tem no meio Perfect Strangers é maravilhoso", ainda que o Forasta ponderasse que "o novo vocalista Joe Lynn Turner tem menos voz que a Xuxa".
Nos comentários dos vídeos que estão na internet, mesmo fãs de Turner estranham o quanto sua voz está ruim. E, embora seu estilo não feche bem com o do Purple, ao menos em estúdio ele não é um mau cantor. Basta ouvir sua voz no disco "Slaves & Masters".
O show abriu com Burn. Todo mundo nervoso pra testemunhar esse momento histórico enquanto rolava uma gravação e um show de laser. Blackmore e Paice tinham uma combinação: o guitarrista fica sentado atrás dos amps e dá o sinal para o baterista começar a música quando ele, Blackmore, estiver pronto. Nesse show funcionou, embora num dos últimos não tenha funcionado (falo no próximo post). O que não funcionou foi o microfone do Turner.
Repare que os aplausos ao final da primeira música são bem menores do que os aplausos antes de ela começar.
A segunda música foi Black Night, que fazia medley com Child in Time e Long Live Rock'n'Roll. Child in Time empolgou mais antes de Turner efetivamente cantá-la (sem os gritos). Na gravação em áudio do show da noite anterior, dá pra ouvir gente questionando a masculinidade do Turner e chamando o Gillan de volta.
Como Turner não toca congas e tampouco sai do palco, ele fica meio perdido durante os solos dos colegas. Fica na frente da bateria, brinca com o pedestal do microfone.
A seguir, vem a primeira música nova da noite: Truth Hurts. Sério? Sério. Ao vivo tem um arranjo diferente, mais lento, aproveitando mais o feeling do Blackmore. E a música acaba indo por nove minutos. Abstraia a voz e letra sertaneja ("I wanna know who you've been loving in my place") e a experiência é quase hipnótica.
Se você assistiu tudo, deve ter notado a falta de jeito ampliada do Turner aqui. Mas confesso que achei simpática aquela parte lá no final, com o Turner, o Blackmore e o Glover sentados na frente da bateria, Glover quase consolando o Turner, "calma, esse negócio de chifre não existe, é só uma coisa que colocaram na sua cabeça". Aí eles levantam abruptamente, como quem diz "CORRE QUE A CANA VEM VINDO!"
No setlist daquele ano, logo depois vinha Hey Joe. Não encontrei esse vídeo nos shows brasileiros. E na verdade o último vídeo que encontrei é do que vem depois de Hey Joe: um medley entre The Cut Runs Deep (minha segunda favorita daquele disco, depois de Fire in The Basement) com Hush. O engraçado é que o Turner apresenta The Cut Runs Deep como sendo de "um ex-amigo meu", mas nos créditos do disco constam apenas membros da banda. Será que ele está se referindo a Blackmore, de quem até hoje se diz amigo, ou a Jon Lord, com quem nunca se bicou?
Destaque pra brincadeira entre bateria e guitarra. Turner é competente em chamar a platéia com o "Ô, ooô, ô". Mas eu preferia mais brincadeira entre bateria e guitarra. Até porque depois do ooô entra uma versão meio matada da letra de Hush.
Na biografia do Blackmore, Turner conta que "The Cut Runs Deep" foi a sua primeira colaboração criativa no Purple. Quando ele entrou no estúdio, Blackmore começou a tocar "Hey Joe" (a que vem logo antes no set) e ele agarrou o microfone e saiu cantando. Aí começaram as novidades. Eles começaram a tocar o riff dessa música e ele bolou o refrão na hora, no melhor estilo protoemo: "e quanto à mágoa? E quanto ao vazio por dentro?"
E assim terminam os vídeos do segundo show do Purple no Brasil que encontrei no YouTube. Segundo o The Highway Star, o restante do setlist daquele ano era este:
Perfect Strangers
Fire In The Basement
(incluindo) Bass solo
King Of Dreams
Stand By Me (Ben E King) only occasionally
Love Conquers All
Ritchie's Blues instrumental
Difficult To Cure
(incluindo) Keyboard Solo
Knocking At Your Back Door
(incluindo) Teddy Bear's Picnic instrumental
Tutti Frutti (Little Richard)only occasionally
A Whiter Shade Of Pale (Procol Harum)only occasionally
Yesterday (The Beatles)only occasionally
That'll Be The Day (Buddy Holly)only occasionally
Lazy
Wicked Ways
Highway Star
(incluindo) Bourree from Sarabande (Jon Lord)
Smoke On The Water
(incluindo) Drum Solo
(incluindo) In The Hall Of The Mountain King
(incluindo) Woman From Tokyo
Você conhece mais vídeos de shows do Brasil naquele ano? Mande aqui nos comentários. E conte mais sobre os shows que viu!
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segunda-feira, 22 de agosto de 2011
Confirmado: show em SP dia 10 de outubro
O Whiplash viu no site do Via Funchal que tem show dos mestres marcado pra 10 de outubro. Será uma segunda-feira (!).
Não se sabe se vai ser com a orquestra ou não. Os ingressos custam de R$ 130 (pista normal) a R$ 300 (pista premium).
Também não se sabe se até lá eles já terão ou não gravado o novo disco. Torço que sim.
Não se sabe se vai ser com a orquestra ou não. Os ingressos custam de R$ 130 (pista normal) a R$ 300 (pista premium).
Também não se sabe se até lá eles já terão ou não gravado o novo disco. Torço que sim.
quinta-feira, 18 de agosto de 2011
Sobre o Glenn Hughes
O Fernando Gilliatt colocou um comentário muito legal ali na caixinha, cuja resposta demanda mais do que o espaço de um comentário. Foi isto que ele escreveu:
Quando mexi na cara do Purpendicular, antes de retomá-lo, fui atrás de todos os posts antigos para colocar tags sobre os membros. Esta, por exemplo, é a do Hughes. Algumas coisas que eu escrevi sobre ele me deixaram espantado. Apaguei várias, editei outras. Talvez tenha a ver com o fato de que ele andou associado ao Joe Lynn Turner, esse sim um cantor bom mas caricato. Botei os dois no mesmo saco durante um tempo.
Esse tom mordaz deixou de existir nos últimos dois anos. E deixou de existir porque finalmente eu conheci o que o Glenn Hughes fez fora dos discos do Deep Purple. Desde que eu pesquisei muito sobre a vida e a obra do Hughes pra entrevistá-lo, em 2009. E ainda mais especialmente desde que ele supervisou a produção dos remasters de Stormbringer e Come Taste The Band e inventou o Black Country Communion.
Pra mim, Hughes fazia um excelente trabalho no estúdio, mas no palco estragava. Não consigo deixar de ter essa impressão ouvindo os shows e sua performance neles, e tenho pilhas de exemplos concretos. Pra mim, havia muito pouco que diferenciasse isso do que o Joe Lynn Turner fez, em essência.
Outra coisa que me desinteressou do Glenn Hughes por muito tempo foi o fato de ele ter se detonado usando drogas. As únicas substâncias alteradoras de consciência que eu uso são bebida (geralmente com moderação), música e gibis. E durante muito tempo acabei medindo meus músicos favoritos por essa minha régua. Até porque as coisas que Hughes usava o prejudicavam demais. Sendo que ele é um BAITA músico em situações controladas. Excelente baixista, grande cantor. Se mistura soul na sua música, e se isso não é do meu gosto direto geralmente, é o menor dos fatores.
Pesquisando sua vida, porém, descobri o que mais ele gravou depois de limpar a cara. Descobri o quanto ele é gente fina, aberto, bonachão. Ainda não li sua biografia inteira, só trechos, mas estou doido para ler. Do pouco que li, achei bem mais interessante que a do Gillan ou a do Blackmore, as outras duas que já li.
A diferença é basicamente a mesma entre um filme e um documentário. O que é mais interessante nas vidas de Blackmore e Gillan é a música que fizeram. Já a vida de Hughes é turbulenta. Se algum membro do Deep Purple se reinventou várias vezes, foi ele. Perto dos perrengues dele, os dos outros são fichinha.
Ganhei muito respeito pelo Hughes por conta dessa pesquisa. Mas isso não mudou minha avaliação musical sobre sua atuação no Deep Purple.
Não faço segredo de que para mim o melhor do Deep Purple está na Mk2. Ainda acho que ao vivo o Hughes queria tanto mostrar seu talento como cantor que a banda inteira acabava se perdendo sem uma linha de baixo firme na hora do improviso - pra mim, esse improviso é o ponto alto dos shows da Mk2. Tenho como provar, especialmente com o DVD "Phoenix Rising", que os exageros de Hughes foram fatores importantíssimos para o Deep Purple quase acabar em 1975 e acabar no ano seguinte. Ele mesmo diz que achava chato esse negócio de solar por sei lá quanto tempo, que é o que eu mais gosto na Mk2.
Acho, porém, que com a idade fui ficando mais propenso a avaliar os outros pelo que são, com suas qualidades e seus defeitos, em vez de avaliá-los pelo que eu gostaria que fossem. E, caramba, eu posso não gostar da performance do Hughes tocando Space Truckin' em 1974, mas hoje sei o quanto ele estava prejudicado.
Mas nunca vou esquecer o quanto eu fiquei grato quando:
1) Ouvi o remaster de Stormbringer, o meu primeiro disco do Purple. Com um sorrisão de orelha a orelha.
2) Eu não conseguia piscar vendo Hughes ensaiar Holy Man acústico em São Paulo, depois de eu entrevistá-lo.
3) Eu estava deprimido numa tarde de sábado, cheio de problemas na cabeça, e casualmente ouvi pela primeira vez o primeiro disco do Black Country Communion. Aquele baixo supersônico da abertura mandou meus problemas pra muito longe. IIIII am a messengeeeer... and this is my prophecyyyy... I'm going baaaaaaack... to the Blaaaaack Country...
Na mesma hora tuitei: "Has @glenn_hughes forgotten he's not a kid anymore? Old men are not supposed to play like this". Ele me mandou uma DM na hora, faceiríssimo.
Hoje, se tem algum ex-membro do Deep Purple fazendo música nova de um jeito que empolgaria o Marcelo que descobriu um Stormbringer empoeirado em 1990, é o Glenn Hughes. Pena, porém, que ele apanhou tanto da vida (e deste blog) até chegar a este ponto. Acho até que é pra compensar isso que eu falei tanto nele aqui nos últimos meses.
Abração, meu grande. Depois diga lá o que achou dos posts recentes sobre ele.
- Só não é perfeito, não que vc deseje isso e nem eu tb espero isso afinal é um blog pessoal com SUAS impressões e tals, acho que exagera com o Hughes. Sempre leio suas críticas ao jeito meio "extravagante" e sem feeling do Hughes me causa um desconforto danado. As excentricidades e birras do Gillan são vistas com humor e como se fossem algo que fazem o personagem se tornar maior, enquanto as do Hughes são molecagens e frescuras de um velho imaturo. Os exageros vocais do Hughes são coisas de menino mimado querendo aparecer enquanto Gillan com qualquer coisa que o faça atualmente, mesmo que sendo apenas um fantasma da voz que foi, é "coisa de gênio" que se reinventou. Enfim, só tenho a agradecer pelo Purpendicular mas não acha que exageras com o Hughes?
Quando mexi na cara do Purpendicular, antes de retomá-lo, fui atrás de todos os posts antigos para colocar tags sobre os membros. Esta, por exemplo, é a do Hughes. Algumas coisas que eu escrevi sobre ele me deixaram espantado. Apaguei várias, editei outras. Talvez tenha a ver com o fato de que ele andou associado ao Joe Lynn Turner, esse sim um cantor bom mas caricato. Botei os dois no mesmo saco durante um tempo.
Esse tom mordaz deixou de existir nos últimos dois anos. E deixou de existir porque finalmente eu conheci o que o Glenn Hughes fez fora dos discos do Deep Purple. Desde que eu pesquisei muito sobre a vida e a obra do Hughes pra entrevistá-lo, em 2009. E ainda mais especialmente desde que ele supervisou a produção dos remasters de Stormbringer e Come Taste The Band e inventou o Black Country Communion.
Pra mim, Hughes fazia um excelente trabalho no estúdio, mas no palco estragava. Não consigo deixar de ter essa impressão ouvindo os shows e sua performance neles, e tenho pilhas de exemplos concretos. Pra mim, havia muito pouco que diferenciasse isso do que o Joe Lynn Turner fez, em essência.
Outra coisa que me desinteressou do Glenn Hughes por muito tempo foi o fato de ele ter se detonado usando drogas. As únicas substâncias alteradoras de consciência que eu uso são bebida (geralmente com moderação), música e gibis. E durante muito tempo acabei medindo meus músicos favoritos por essa minha régua. Até porque as coisas que Hughes usava o prejudicavam demais. Sendo que ele é um BAITA músico em situações controladas. Excelente baixista, grande cantor. Se mistura soul na sua música, e se isso não é do meu gosto direto geralmente, é o menor dos fatores.
Pesquisando sua vida, porém, descobri o que mais ele gravou depois de limpar a cara. Descobri o quanto ele é gente fina, aberto, bonachão. Ainda não li sua biografia inteira, só trechos, mas estou doido para ler. Do pouco que li, achei bem mais interessante que a do Gillan ou a do Blackmore, as outras duas que já li.
A diferença é basicamente a mesma entre um filme e um documentário. O que é mais interessante nas vidas de Blackmore e Gillan é a música que fizeram. Já a vida de Hughes é turbulenta. Se algum membro do Deep Purple se reinventou várias vezes, foi ele. Perto dos perrengues dele, os dos outros são fichinha.
Ganhei muito respeito pelo Hughes por conta dessa pesquisa. Mas isso não mudou minha avaliação musical sobre sua atuação no Deep Purple.
Não faço segredo de que para mim o melhor do Deep Purple está na Mk2. Ainda acho que ao vivo o Hughes queria tanto mostrar seu talento como cantor que a banda inteira acabava se perdendo sem uma linha de baixo firme na hora do improviso - pra mim, esse improviso é o ponto alto dos shows da Mk2. Tenho como provar, especialmente com o DVD "Phoenix Rising", que os exageros de Hughes foram fatores importantíssimos para o Deep Purple quase acabar em 1975 e acabar no ano seguinte. Ele mesmo diz que achava chato esse negócio de solar por sei lá quanto tempo, que é o que eu mais gosto na Mk2.
Acho, porém, que com a idade fui ficando mais propenso a avaliar os outros pelo que são, com suas qualidades e seus defeitos, em vez de avaliá-los pelo que eu gostaria que fossem. E, caramba, eu posso não gostar da performance do Hughes tocando Space Truckin' em 1974, mas hoje sei o quanto ele estava prejudicado.
Mas nunca vou esquecer o quanto eu fiquei grato quando:
1) Ouvi o remaster de Stormbringer, o meu primeiro disco do Purple. Com um sorrisão de orelha a orelha.
2) Eu não conseguia piscar vendo Hughes ensaiar Holy Man acústico em São Paulo, depois de eu entrevistá-lo.
3) Eu estava deprimido numa tarde de sábado, cheio de problemas na cabeça, e casualmente ouvi pela primeira vez o primeiro disco do Black Country Communion. Aquele baixo supersônico da abertura mandou meus problemas pra muito longe. IIIII am a messengeeeer... and this is my prophecyyyy... I'm going baaaaaaack... to the Blaaaaack Country...
Na mesma hora tuitei: "Has @glenn_hughes forgotten he's not a kid anymore? Old men are not supposed to play like this". Ele me mandou uma DM na hora, faceiríssimo.
Hoje, se tem algum ex-membro do Deep Purple fazendo música nova de um jeito que empolgaria o Marcelo que descobriu um Stormbringer empoeirado em 1990, é o Glenn Hughes. Pena, porém, que ele apanhou tanto da vida (e deste blog) até chegar a este ponto. Acho até que é pra compensar isso que eu falei tanto nele aqui nos últimos meses.
Abração, meu grande. Depois diga lá o que achou dos posts recentes sobre ele.
quarta-feira, 17 de agosto de 2011
Será que eles vêm aí?
Nos comentários a um post anterior, o King Deletado I alerta para esta marcação do The Highway Star de que haverá um show do Deep Purple em Buenos Aires dia 16 de outubro. São três datas argentinas no calendário: 14, 16 e 18.
Enquanto isso, um jornal do Recife informa: se for fechado contrato, o Purple toca lá dia 8 de outubro.
Ou seja: há uma turnê sul-americana em preparação, que talvez passe pelo Brasil inclusive antes de Buenos Aires. As datas daqui ainda não estão confirmadas, mas aparentemente há negociações. Alguém sabe quem está marcando via São Paulo? E para quais datas?
E será que vai ter parceria com orquestra local, como nas turnês europeia e norte-americana deste ano? Se sim, qual seria a orquestra aqui? Em 2000, eles tocaram o Concerto com a Jazz Sinfônica. Em 2009, Jon Lord tocou com a Sinfônica Municipal.
A dúvida: eles gravam o disco novo antes ou depois dessa turnê?
Enquanto isso, um jornal do Recife informa: se for fechado contrato, o Purple toca lá dia 8 de outubro.
Ou seja: há uma turnê sul-americana em preparação, que talvez passe pelo Brasil inclusive antes de Buenos Aires. As datas daqui ainda não estão confirmadas, mas aparentemente há negociações. Alguém sabe quem está marcando via São Paulo? E para quais datas?
E será que vai ter parceria com orquestra local, como nas turnês europeia e norte-americana deste ano? Se sim, qual seria a orquestra aqui? Em 2000, eles tocaram o Concerto com a Jazz Sinfônica. Em 2009, Jon Lord tocou com a Sinfônica Municipal.
A dúvida: eles gravam o disco novo antes ou depois dessa turnê?
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