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quarta-feira, 28 de setembro de 2011

KB Hallen, onde o Purple tocou oito shows, pega fogo


Há 40 anos em dezembro, incendiava o Cassino de Montreux, onde o Deep Purple tinha ido gravar o disco que virou Machine Head. Na turnê daquele disco, no dia primeiro de março de 1972, eles fizeram seu primeiro show (o único inteiramente registrado em vídeo na Mk2) num ginásio de Copenhague, chamado KB Hallen. Foi o último show sem "Smoke on the Water", que conta a história de como o cassino suíço pegou fogo.

Pois bem: o KB Hallen também pegou fogo.

Foi na manhã de hoje em Copenhague, segundo a TV dinamarquesa. Começou com halogênio e caixas de papelão. A torre de fumaça se espalhou pela cidade, como na foto clássica do incêndio do Cassino.


Era um lugar especial para o Deep Purple, como lembra o @brunoalsantos. A banda tocou lá oito vezes, entre 1972 e 2009. Três delas tiveram Ritchie Blackmore na guitarra. A primeira foi a do DVD Machine Head Live, em 1º de março de 1972. É o único show inteiro registrado em vídeo da melhor formação do Deep Purple. Aqui, eles em pleno improviso no palco do KB Hallen:



Em 1973 eles foram duas vezes, incluindo o primeiro show da Mk3, em 9 de dezembro. Esse foi o primeiro show assistido na vida por Lars Ulrich, o baterista do Metallica. As outras cinco foram com Steve Morse: uma na Mk7, em 1998, e quatro na Mk8, em 2003, 2006, 2008 e 2009.

Em 2008, fui à Noruega a trabalho. Resolvi aproveitar o ensejo para conhecer a cidade da minha tataravó, Malmö, no sul da Suécia. Copenhague é do outro lado do Öresund, a meia hora de trem. Em Malmö mora Svante Axbacke, um dos mais dedicados fãs do Deep Purple no mundo, a quem eu já conhecia pessoalmente de quando ele veio ao Brasil em lua-de-mel. Aproveitei pra marcar um öl (cerveja) com ele.

(O que mais me espantou foi que ele estacionou sua bicicleta a duas quadras do bar, sem corrente, e quando saímos do bar ela AINDA estava lá. Se fosse no Brasil...)

No meio da conversa, contei que estava para ir a Copenhague. Ele rapidamente ligou para outro fã dedicado do Purple, Rasmus Heide, pra ver se ele podia almoçar comigo perto do KB Hallen quando eu estivesse na cidade. Quem acompanha o Deep Purple pela internet deve reconhecer os nomes: os dois são sócios-atletas do The Highway Star.

Em 18 de setembro de 2008, dia em que todos os jornais noticiavam o grande marco da crise internacional, fiz checkout no Danhostel, fui para a estação central de Copenhague e peguei os trens necessários para chegar ao KB Hallen, pra encontrar o Rasmus. Cheguei antes dele, numa pontualidade que minha mulher julgaria inédita.

Era dia de semana, era manhã, e o lugar estava fechado. Esperei chegar algum faxineiro. Quando chegou, expliquei que eu era do Brasil e tinha ido lá só pra ver o KB Hallen. Ele entendeu. Abriu a porta e tirou uma foto minha com o palco ao fundo. O mesmo palco do meu DVD favorito. Minha máquina digital estava sem bateria e eu comprei uma de filme, descartável. Mas o resultado é isto aqui:


Rasmus chegou depois. Ele, que já esteve no local algumas vezes para tomar uma cerveja com a banda, me mostrou onde era a porta por onde os artistas entravam. E a porta estava ABERTA. Se fosse no Brasil...




Tudo isso que vocês mal conseguem ver nessas porcarias de fotos foi destruído pelo incêndio. Só o que ficam são as memórias. Memórias de momentos como o começo do primeiro show do Deep Purple no KB Hallen, em que Ian Gillan pega o microfone e anuncia:

"O que temos aqui é uma música nova!
É uma do próximo álbum que está pra sair.
O álbum se chama Machine Head, e esta música deve abrir nossos shows no próximo um ano e tal.
Uma coisa chamada Highway Star. Vamos lá!"



Quase quarenta anos depois, o um ano e tal continua valendo. Highway Star geralmente abre os shows do Deep Purple em todas as turnês, e inclusive abriu na última turnê deles, na Europa, com a orquestra. Deve abrir os shows no Brasil, agora em outubro.

Quando isso rolar, certifique-se de ter uma cerveja na mão para brindar ao KB Hallen.

sábado, 25 de junho de 2011

Um documentário dolorido. E fascinante.



Acabo de assistir ao documentário do DVD de Phoenix Rising, que conta a história do Deep Purple desde o final da Mk2 até o fim da banda, em 1976. Foram entrevistados Jon Lord e Glenn Hughes, e a sinceridade deles chega a ser brutal em várias partes do documentário. Especialmente a sinceridade do Hughes.

O DVD, que ainda não foi lançado no Brasil, tem feito certo sucesso comercial na Europa. E tem ótimos motivos. Phoenix Rising é um documento definitivo sobre os excessos que acabaram com as melhores bandas de rock do mundo - inclusive o Deep Purple.

Veja o trailer aqui:



Ele não tem comparação, por exemplo, com "Classic Albums: Machine Head". Naquele, o grande fascínio é a música (o que não é pouco) - mas nem as brigas entre os membros aparecem. Não se compara também com "Heavy Metal Pioneers", o documentário lançado durante os anos em que Joe Lynn Turner estava na banda. O DVD novo não busca contar o passado da banda do ponto de vista de seu presente.

Em Phoenix Rising, o ponto central é a história de uma grande banda em plena desintegração. Contada em primeira pessoa por dois ex-membros.

Dói ver a banda que eu mais aprecio no mundo chegando ao fim. Tudo bem que foi antes de eu nascer. Mas dói igual.

Dói ver músicos talentosos, como Hughes e Tommy Bolin, se detonando do jeito como se detonaram. Por sorte, e basicamente apenas sorte, Hughes sobrou pra contar a história.

Dói ver músicos ainda mais talentosos e extremamente disciplinados, como Jon Lord, contarem das vezes em que tinham que empurrar os colegas mais displicentes para o palco ou chamar sua atenção devido aos excessos. Lord, sempre carinhoso com os amigos, faz questão de fazer várias vezes a ressalva "não estou dizendo que eu era santo, mas...". Quando você acha que ele contou podres muito fortes dos ex-colegas, vem Hughes e conta seus próprios podres com mais detalhes.

Exatamente por isso, trata-se de um documentário fabuloso. Eles não estão preocupados em agradar ninguém - e nem precisam ter vergonha de expor colegas. Bolin, o que mais pisou na jaca, morreu há 35 anos. O vice-campeão, Hughes, faz questão de falar da jaca em que pisou até pra contrastar com o quanto sua vida melhorou.

Algumas notícias a respeito anunciam como inéditos os 30 minutos do show no Japão.

É mentira. "Rises Over Japan" foi lançado em VHS, nos anos 80. Está fora de catálogo há muitos anos, mas é facinho de achar no YouTube. Partes dele já saíram oficialmente em DVDs como o "History, Hits and Highlights". Inédito é ele ser lançado inteiro em DVD.



Mas esse DVD tem cenas inéditas, sim. Delas, pouquíssimo se falou até agora. Pelas minhas contas, são:

* Alguns segundos de "Smoke on the Water" do Made in Japan, na parte onde se fala do final da Mk2. As imagens do mais mitológico show do Deep Purple estão sendo lançadas a conta-gotas. No "History, Hits and Highlights", saíram segundos de "Highway Star". No "Deepest Purple", saíram segundos de "Space Truckin'". Um dia ainda sai a gravação completa, espera-se.

* Alguns segundos em preto-e-branco com o Gillan usando um traje meio que de marinheiro.

* Algumas cenas em vídeo de shows da Mk3, possivelmente do finalzinho da formação, lá em 1975. Impossível para mim identificar qual é o show.

* Trechos fabulosos da turnê do Deep Purple na Indonésia, em dezembro de 1975. Eles filmaram desde a chegada da banda à capital, Jacarta, até o momento em que roadies tiveram de encher o pneu do avião para a banda conseguir sair do país. Trechos dos dois shows, incluindo a polícia ameaçando a plateia com cachorros, estão lá.

Como não podia deixar de ser, a parte mais dolorosa do documentário é aquela que se aproxima do final. Toda a descrição da turnê do Deep Purple em Jacarta - a corrupção, os achaques, o calote, as drogas, a morte de Patsy Collins - é muito forte. E fica mais forte ainda com os depoimentos de Lord e Hughes sendo contrastados com as imagens daqueles dias pesados.



E fica ainda mais pesado quando você chega ao final do DVD, aos créditos, e aparece uma declaração de que as opiniões emitidas por Hughes e Lord sobre a morte de Patsy Collins não refletem a opinião de David Coverdale a respeito. Os dois acreditam que Collins - um homem forte, treinado como segurança - não tropeçaria assim tão fácil pra cair no poço de um elevador desativado e fechado. Lord diz que Collins foi certamente assassinado. Hughes, que chegou a ser preso por ter sido um dos últimos a ver o roadie vivo, diz que precisaria da ajuda de cinco homens fortes pra um homem daquele porte cair por acidente no poço de um elevador.

Eu lembro da primeira vez em que ouvi pedaços do "Last Concert in Japan". Foi num sebo de discos em Porto Alegre, acho que em 1992. O vendedor, Paulo, me mostrava o disco e lamentava o quanto as drogas haviam detonado aquele guitarrista. Sua guitarra estava inaudível. Anos depois, quando comprei o "This Time Around", com a versão completa e remasterizada do mesmo show, consegui ouvir a guitarra e disse a mim mesmo: "uau, o cara não estava tão mal assim".

No DVD de agora, Hughes coloca a coisa em contexto ao lembrar que o show do Japão foi o primeiro logo depois da experiência traumática em Jacarta. Segundo ele e Lord, o que detonou Bolin ali não foram as drogas. Não exatamente. O promotor local deu morfina para o guitarrista, e ele acabou dormindo em cima de sua própria mão esquerda. Assim, tudo o que ele conseguia fazer era uma posição só. Suas guitarras foram afinadas cada uma num tom diferente para ele poder tocar.

O final do Deep Purple, em março de 1976, foi melancólico. Sua última turnê foi praticamente em casa, no interior do Reino Unido. Hughes, literalmente o homem que tocou a última nota num show da primeira encarnação do Deep Purple, conta que nos últimos dias da banda ele virou de um show a outro sem dormir e sem comer, apenas bebendo e usando drogas. A bronca que Jon Lord conta ter dado no colega é daquele tipo que você nunca gostaria de ouvir de ninguém. Já contei aqui um par de vezes o final daquele show.

Se você é fã do Deep Purple, assista Phoenix Rising. Seus depoimentos são muito sinceros e chocantes. Você é trazido para os bastidores da fase mais shakespeariana da banda.

Se você é fã de rock, ainda que não especialmente do Deep Purple, assista Phoenix Rising. É um documento de uma fase do rock, tão completo e pungente quanto "The Decline Of Western Civilization Part 2: The Metal Years".

Se você não curte nem rock e nem Deep Purple, mas tem interesse em antropologia e sociologia, ou quem sabe em documentários em geral, assista Phoenix Rising. É um documentário fascinante.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Hughes: "eu uivo de rir com Coverdale"

Glenn Hughes se sente meio excluído da "família" Deep Purple. Em entrevista ao Geeks of Doom, ele revelou isso e revelou que fala com o Coverdale todo santo dia.

"Olha, vou te contar a verdade. Eu nunca falo sobre isto a menos que alguém cave lá fundo como você está cavando agora, David Coverdale e eu... eu entrei na banda três meses antes dele. Ele nunca tinha subido num palco antes, e eu já tocava com o Trapeze havia 3 anos na América. Ficamos amigos. Nós dois somos do norte da Inglaterra; ele é de Yorkshire, eu sou de West Midlands. O resto do Purple estava estabelecido, sabe? O Jon Lord, o Ian Paice, o Ritchie Blackmore estavam estabelecidos. Eu saí da banda há muitos anos e não tenho contato nenhum com ninguém além do David. Na verdade, eu não falo com o Blackmore e nem o vejo desde 1977. Estar numa banda por três anos, três anos, e não receber nenhum cartão de natal, nem oi, nem foda-se, nem nada, é bizarro. É bizarro, então eu recebo do David Coverdale todo o amor que eu preciso daquela banda. Somos muito bons amigos. Ele me faz uivar de rir! Conversamos pela internet todo dia; todo santo dia. Não passa um dia em que eu não fale com o David, então recebo dele todo o amor que preciso do Deep Purple."
Duas observações, portanto:

1) Como já falei outro dia, acho excelente que os dois se deem bem hoje depois de coroas, e gostaria que mais deles se dessem bem. (Ele também, aliás.) Mas quando eles eram colegas no Deep Purple, rolava uma grande competição da parte do Hughes pra aparecer mais que o Coverdale. É natural, por se tratar de um músico altamente talentoso. Mas, enfim, essa amizade de infância é coisa da maturidade deles.

2) Hughes fala que não conversa com o Blackmore desde 1977. Com o Jon Lord, só falou em 2009 - mas mesmo mais ou menos por aquela época ainda lamentava de ter perdido a namorada para o tecladista. O Ian Paice está bem no Deep Purple. O David Coverdale tem lá o Whitesnake. Não sei como é que a imprensa especializada conseguiu entrar no bonde da boataria toda vez em que o Hughes levantou a lebre de sua vontade de voltar com a Mk3.

Falta de assunto, talvez?

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Trechos da biografia de Glenn Hughes

O site oficial do Glenn Hughes postou e depois tirou do ar um preview de várias páginas da autobiografia do baixista e segunda voz do Deep Purple entre 1973 e 1976. A edição de luxo do livro custa 500 libras, mas é um troço vistoso pra caramba. Tem fotos raríssimas, incluindo uma do Roger Glover dando um pedala no Coverdale.

Enquanto ela esteve no ar, havia vários trechos interessantes disponíveis. Eles tratam de sexo, drogas e rock'n'roll - a tríade de excessos que acabou com o Deep Purple em 76, como o próprio Hughes admitiu a este blog numa entrevista há algum tempo.

SEXO

Hughes fala do seu namoro com Vicky, gêmea da mulher do Ian Paice e há 35 anos patroa do Jon Lord. O preview não entra no trecho sertanejo da história. Mas tem uma foto das gêmeas na época em que derretiam corações. Sinceramente? Pode ser que eu conheça mais mulheres bonitas do que a média (duvido), mas achei bem normaizinhas.

As aventuras de Hughes na chifrolândia continuam quando ele menciona ter casado posteriormente com a namorada do Tommy Bolin. Não fica claro se é a mesma moça exuberante que vestia quase nada quando o guitarrista chegou pra fazer teste no Purple.


DROGAS

A autobiografia do Hughes é um livro altamente sincero. Hughes não tem motivo pra esconder o que fez ou deixou de fazer. Pelo contrário: ele faz questão de contar, até pra mostrar do que se livrou. E não tem pudor de apontar o dedo pra quem fazia junto.

Segundo ele, até ele e Coverdale entrarem, o Deep Purple não era uma banda chegada a drogas. O negócio da banda era cachaça mesmo. "Remy Martin [o conhaque] era a droga favorita dele [Lord]". Talvez experiências, mas nada de hábito - e certamente não vício.

A coisa começou a mudar lá por 1974, com mais grana e mais viagens pros EUA. Segundo Hughes, seu primeiro acesso fácil à cocaína foi ao lado do Paice e das respectivas namoradas. Também diz que costumava "dar um teco" com Lord e Coverdale, embora os dois não tenham se viciado.

Hughes admite que foi perdendo o limite com a química gradualmente, até que sentia não ter ninguém no Purple que acompanhasse seu pique pra cair na farra. Aí entrou o Tommy Bolin, que tinha menos limite ainda - e a partir deste ponto os trechos se tornam mais espaçados.


ROCK'N'ROLL

Esta parte é a minha favorita. Os trechos pulam muito, então não dá pra ler o Hughes contar como ele e o Coverdale pesaram forte a mão na direção musical do grupo.

Mas é divertido saber finalmente qual foi a música que Coverdale gravou bêbado na fita que mandou pro teste do Deep Purple: "You've Lost That Lovin' Feeling". O teste do Coverdale foi no Scorpio Sound Studios, na Marylebone Road.

Hughes queria ser o principal cantor do Deep Purple ("esta é a verdade, e eu tô cagando se parecer arrogante: eu nasci pra estar no palco com uma banda como essa"). E descreve assim o papel que, segundo ele, Blackmore tinha em mente:

"Ritchie achava que o meu papel seria o de ser a cola entre os membros da banda, unindo as harmonias. Ele me via como um instrumentista-cantor tipo Paul McCartney, trabalhando ao lado de outro cara (...) que seria mais tipo Paul Rodgers, com aquela voz de blues."

Aqui tem o primeiro de dois exageros, ouso dizer. Pode ser que o papel buscado para Hughes fosse esse mesmo. Mas, possivelmente por imaturidade, um tanto também por conta da química, Hughes não conseguiu cumprir bem esse papel.

Isso fica bastante claro quando a gente ouve a Mk3 tocar "Space Truckin" ao vivo. Na Mk2, Glover fica de canto segurando a linha de baixo enquanto seus colegas piram. Um ano depois, na Mk3, Hughes quer mostrar seu talento tanto quanto os outros. Natural, em se tratando de uma banda cheia de gênios. Mas com isso ele perde o pulso no baixo, e como a música se estende os solos degringolam. Pena, mas acaba não sendo a cola.

O segundo exagero é que Hughes força um pouco a barra ao classificar como sempre muito amigável a relação entre ele e Coverdale no palco. Faz sentido se for olhar pelo ponto de vista de hoje, quando são dois tiozinhos sessentões que praticamente "serviram juntos" quando moleques. Coverdale hoje é o ex-membro que mais tem contato com ele. Hughes sempre se refere a ele como "meu irmão".

Eu acho muito legal que eles se dêem bem hoje - e eu adoraria que mais deles se dessem bem entre si. Mas qualquer um que ouça os registros ao vivo de 1974 a 1976 percebe que havia uma clara competição entre os dois - provocada especialmente por Hughes, que às vezes invadia o espaço da voz do Coverdale. Infelizmente, foi o que aconteceu. No estúdio, era perfeito. Ao vivo, a coisa mudava de figura.

Enfim: o livro parece bem interessante, mas vou esperar sair o paperback em outubro para comprar. A edição de luxo custa 500 libras!

sábado, 11 de abril de 2009

O ano em que Blackmore teve sua crise dos 30

Nesta semana, completou 34 anos o fim da Mk3 do Deep Purple. A fase do Deep Purple que apresentou David Coverdale e Glenn Hughes para o mundo terminou quando Ritchie Blackmore pediu para sair. Ele deixou a banda em 7 de abril de 1975, uma semana antes de completar 30 anos. Portanto, ele completa 64 na próxima terça.

Blackmore andava de saco cheio com o rumo que o Deep Purple estava tomando, especialmente depois da gravação de Stormbringer. Pela primeira vez desde que tomara as rédeas da direção musical da banda, em 1969, seus colegas se recusaram a gravar uma música proposta por ele - no caso, "Black Sheep of the Family", do Quatermass. O original é este:



Blackmore não é um cara que tope perder poder assim desse jeito. De um lado, ele começou a fazer críticas à banda em entrevistas. De outro, ele passou a ensaiar com os caras do ELF, que vinha abrindo os shows do Purple. O vocalista do ELF era um baixinho de pulmão poderoso, que passaria à história do rock como Ronnie James Dio. O disco que ele gravou com o novo grupo foi Ritchie Blackmore's Rainbow. A música do Quatermass rejeitada pelo Purple abre o disco.

O último show de Blackmore em sua primeira passagem pelo Deep Purple aconteceu em Paris, no dia 7 de abril de 1975. Partes dele já eram conhecidas durante anos por conta primeiro do Made in Europe e depois por conta do The Final Concerts. Mas o show só foi lançado inteiro recentemente, no Live in Paris 1975.

O show termina com "Highway Star", que Blackmore compusera com Gillan na estrada quase quatro anos antes. Eu particularmente não gosto muito do jeito como a Mk3 (leia-se baixo e vozes) interpreta a faixa. Mas, para encerrar o show, os vocalistas resolveram fazer uma homenagem aos gostos do colega que partia.

"SHE HAS BIG FAT TITS! BIG FAT TITS AND EVERYTHING!" (Ela tem peitos enormes! Peitos grandes e tudo mais!)

Também nesta semana, no dia 6 (segunda), o show mais explosivo da Mk3 completou 35 anos: foi o California Jam. Sobre ele já tive a oportunidade de escrever todos estes textos aqui, inclusive este Clássicos Purpendicular, quando o show completou 30 anos.

domingo, 25 de janeiro de 2009

Novo DVD da Mk3 - mas cuidado!

Outro dia o Bruno perguntou o que mais havia em vídeo da Mk3. Fiz algumas edições aqui.

Daqui a poucos dias, em 10 de fevereiro, será lançado na Europa um DVD com um show teoricamente quase inédito da Mk3, ao vivo na Alemanha em 1974. Ele sai pela IMV Blueline, segundo o Blabbermouth. Até agora, essas imagens teriam sido de alguma forma exibidas basicamente só na Argentina, diz a matéria, embora ninguém as conheça. Ao contrário do California Jam, onde houve uma desinteligência com os câmeras, esse vídeo mostraria fartos minutos de Ritchie Blackmore em ação.

O set é aquele que a gente conhece de Cal Jam e Live in London:

* Burn
* Might Just Take Your Life
* Mistreated
* Smoke On The Water
* You Fool No One
* The Mule
* Space Truckin'

O The Highway Star adverte:

    1. Tem uma foto do Cal Jam na capa.
    2. A lista de faixas parece idêntica à do Cal Jam.
    3. O selo (IMV Blueline) tem um histórico de lançar coletâneas toscas.
    4. Não que seja completamente impossível, mas uma gravação de vídeo do Purple de 55 minutos completamente desconhecida de 1974 aparecendo por um selo pequeno e independente?

Nos comentários, um fã alemão lembra que uma cópia pirata do California Jam já foi lançada na Argentina como "Leipzig". Esse DVD também circula nas estantes brasileiras. Outro fã lembra que nesse setlist não tem Lay Down Stay Down - como a primeira versão do Cal Jam também não tinha.

Considerando o custo de importar, minha dica é a seguinte: aguarde as resenhas primeiro para ver se é inédito mesmo.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Jon Lord: volta da Mk3 é só boato

Em seu site oficial, mestre Jon Lord comenta a nova onda de boatos sobre uma possível volta da Mk3. Ele nega que sequer tenha acontecido um convite e diz que só aceitaria um eventual convite se o baterista fosse o Ian Paice. Assim sendo, mais uma vez, temos apenas Coverdale e Hughes. Contagem regressiva para o Coverdale dizer que não sabe de nada e não viu nada.

A íntegra da nota:

    "Parece tudo um monte de papo furado e especulação maluca pra mim.

    Eu gosto do Lars e do que ele conquistou com o Metallica. Ele obviamente sempre foi muito elogioso em seus comentários sobre o DP, e eu adoro a história de seu famoso 'batismo de fogo' aos nove anos de idade em nosso show de 73 no KB Hallen, em Copenhagen, mas, se me pedissem pra me envolver numa reunião da 'Mark III' (e, aliás, não fui. Tudo o que eu disse foi que a idéia tinha alguns pontos bons e alguns pontos nem tão bons) - e eu de fato considerasse essa oferta, eu não poderia sequer imaginar isso sem a presença do Ian Paice.

    Aliás - eu NÃO me aposentei!

    Muito amor, e um ano novo tão pacífico quanto possível para todos vocês.

    Jon

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Nova tentativa de volta da Mk3?


A revista Classic Rock deste mês (que sai amanhã na Inglaterra) publica entrevistas separadas com David Coverdale, Glenn Hughes e Jon Lord - onde os três dizem que estão tentando convencer Ritchie Blackmore a topar uma volta da Mk3, de alguma forma. Ian Paice, apenas, não poderia pois tem outra banda com a mesma tradição.

É possível que não role - já não rolou em outras tentativas, mas há peças se aprumando.

Lars Ulrich, baterista do Metallica, também disse à revista Classic Rock que estaria disposto a tocar com uma reunião da Mk3 caso ela ocorresse. O primeiro show a que o baterista assistiu na vida foi o primeiro da Mk3, no KB Hallen, em Copenhagen (no dia exato em que meus pais casaram, aliás).

Ulrich diz:

    "Eu sei que andam dizendo que, se juntassem Coverdale, Hughes, Lord e Blackmore teriam quatro membros que não estão no Deep Purple atual - então, só precisaria de um baterista. Eu seria voluntário pra essa (risos). Se precisarem de um baterista, o Coverdale tem meu telefone."

Sobre as peças que se aprumam, acompanhe abaixo.

Glenn Hughes sempre quis. Sempre foi ele quem espalhou boatos da volta - e, em 2007, teve as asas cortadas pelo Coverdale. Em seu Twitter, em 29 de dezembro, Hughes deixou uma mensagem críptica lamentando que a família Purple não é muito unida e mandando um beijo pro Coverdale, que chamou de "irmão para sempre". Não sei a quem ele se referia, mas isso já é depois que o papo já devia estar circulando entre os interessados. Talvez alguém (sei lá quem) tenha jogado um balde d'água na idéia.

David Coverdale, por sua vez, costuma dizer que está feliz com o Whitesnake, mas andou oferecendo obliquamente seus préstimos ao Led Zeppelin pós-Plant ao sugerir que seu amigo Jimmy Page deveria fazer um rodízio de vocalistas. Ou seja: ele está disponível para projetos grandes.

Jon Lord anda quieto, aparentemente feliz apenas com sua música clássica e eventuais aparições com os velhos amigos, como em setembro. É o melhor dos mundos, fala sério.

Ritchie Blackmore, que é Ritchie Blackmore, está oculto sob sua usual capa de mistério, agora com o capuz da carreira-solo anunciada pela Candice e os "outros projetos" em que ele estaria envolvido, segundo sua patroa.

Não sei se rola, porque há muitos fatores envolvidos. O primeiro deles são as personalidades envolvidas. O segundo deles são as personalidades que não estarão envolvidas mas que atualmente carregam a bandeira do Deep Purple. O terceiro deles são as burocracias envolvidas. Seria possível haver dois Deep Purple por aí? Blackmore toparia excursionar sob outro nome que não o Deep Purple?

(Por mim, se rolasse, eles podiam usar qualquer outro nome que eu iria igual. Podia ser que nem naquela banda dos ex-membros do Whitesnake, chamada "In The Company of Snakes". Podia ser "More Black Than Purple", ou "DisPurple" que eu iria.)

Se rolar, eu quebro o porquinho pra ir.

domingo, 20 de abril de 2008

40 - the best of

Em 20 de abril de 1968, uma banda inglesa nova chamada Roundabout foi tocar um cover dos Beatles num programa de TV dinamarquês. Na última hora, avisaram a produção de que o nome tinha mudado: a partir dali, seria Deep Purple. Desde então, eles foram e voltaram e mudaram nove vezes a formação e fizeram 2.014 shows - dos quais 49 foram no Brasil.

Vida longa e próspera aos mestres. Abaixo, alguns vídeos - vários deles bem raros - pra relembrar os grandes momentos da nossa banda favorita, quase ano a ano.

1968 (Mk1) - KENTUCKY WOMAN, ao vivo em Los Angeles.
A qualidade do vídeo é uma bosta - a fita se deteriorou muito ao longo dos anos -, mas é um dos poucos registros da Mk1 ao vivo tocando algo além de Hush.



1968 (Mk1) - AND THE ADDRESS, ao vivo na Mansão Playboy
Todo mundo quase só conhece o vídeo de Hush. Mas eles também tocaram na abertura do programa. Destaque para Hugh Hefner ainda antes da mania do robe de chambre. Olhe para o Rod Evans e cante: "VAI LACRAIA, VAI LACRAIA"!



1969 (Mk2) - WRING THAT NECK, ao vivo no Bilzen Jazz Festival.
Raridade das boas. Aqui, eles estão no auge da improvisação.



1970 (Mk2) - MANDRAKE ROOT, ao vivo no South Bank Summer Festival
Mais uma vez, uma improvisação de cair o queixo.



1971 (Mk2) - DEMON'S EYE, ao vivo em Berlim
Este é o mais antigo vídeo que mostra o duelo entre Gillan e Blackmore que se tornaria famoso em Strange Kind of Woman.



1972 (Mk2) - CHILD IN TIME, ao vivo em Copenhagen
Vocês já conhecem esta versão. Mas eu não podia deixar passar sem Child in Time.



1973 (Mk2) - SMOKE ON THE WATER, ao vivo na Universidade de Hofstra, nos EUA
Único registro conhecido em vídeo da verdadeira Mk2 da Era de Prata Amigos tocando a música que se tornou a mais famosa do grupo.



1974 (Mk3) - BLACKMORE DETONA O PALCO, no California Jam
Vocês também conhecem isto aqui.



1975 (Mk4) - YOU KEEP ON MOVING, ao vivo no Budokan, no Japão
Hughes e Coverdale fazendo dueto. É de arrepiar os pêlos do braço.



Terminada a Mk4, terminou o Deep Purple. Eles ficaram oito anos parados e voltaram em 1984. No segundo show, tiveram um convidado ilustre.

1984 (Mk2a) - LUCILLE, ao vivo na Austrália com George Harrison
Filmado atrás do palco.



1985 (Mk2a) - GYPSY'S KISS, ao vivo no Rockpalast
Eles não tocam mais essas músicas.



1987 (Mk2a) - HARD LOVIN'WOMAN, ao vivo em Viena
Eles não tocam mais essas músicas.



1988 (Mk2a) - HUSH, ao vivo em Copenhagen
É a versão regravada em estúdio no disco Nobody's Perfect.



1991 (Mk5) - THE CUT RUNS DEEP, ao vivo em São Paulo
Era a primeira vez em que o Deep Purple vinha ao Brasil. Com Joe Lynn Turner. Uma das melhores faixas de Slaves & Masters. Destaques: Turner errando sua própria letra (sem falar na de Hush), Blackmore e Glover rebolando de costas um para o outro e o tango do Turner com o Glover. Paice arrebenta na bateria e Lord destroça o teclado.



1993 (Mk2b) - THE BATTLE RAGES ON, ao vivo em Birmingham
É o famoso show de Come Hell or High Water.



1994 (Mk6) - WHEN A BLIND MAN CRIES, ao vivo em Saarbrucken
Ritchie Blackmore se recusava a tocar essa música, gravada nas sessões do Machine Head. Desde 1991, porém, o Gillan já a tinha colocado em seu setlist solo. Quando Blackmore saiu e Satriani entrou, a música veio junto.



1995 (Mk7) - BLACK NIGHT, ao vivo em Bombaim, na Índia
Um dos mais antigos shows conhecidos em vídeo com Steve Morse. Ainda era mais ou menos o mesmo setlist do Satriani, que era mais ou menos o mesmo setlist do Blackmore.



1996 (Mk7) - THE AVIATOR, ao vivo em Chicago, nos EUA
Esta faixa do disco Purpendicular, feita em homenagem a Steve Morse, que além de guitarrista é piloto de aviões, infelizmente sumiu dos setlists. Repare que o Gillan está sentado na borda do palco, do lado da galera, e ninguém sequer toca nele. Se fosse no Brasil, ele teria saído sem roupa.



1997 (Mk7) - CASCADES (I'M NOT YOUR LOVER NOW), ao vivo em São Paulo
A segunda vinda do Deep Purple ao Brasil foi emocionante. Foi a primeira do Purple com o Gillan por estas terras. E foi quando eu aprendi a confiar no Steve Morse. Outra bela faixa que sumiu dos setlists.



1998 (Mk7) - FINGERS TO THE BONE, ao vivo em Sófia, na Bulgária
Hoje em dia, nenhuma música do Abandon sobrevive no setlist. Mas vejam que preciosidade esta.



1999 (Mk7) - WATCHING THE SKY, com a Orquestra Sinfônica de Londres
Esta é uma das minhas músicas favoritas do Abandon. No tratamento da orquestra, ficou genial.



2000 (Mk7) - FOOLS, ao vivo na Transilvânia
Levou quase 30 anos para o Deep Purple incluir esta gloriosa faixa de Fireball em seu setlist.



2001 (Mk7) - NESSUN DORMA, com Luciano Pavarotti, em Módena (Itália)
Pavarotti dizia que os melhores tenores do mundo têm algum receio em cantar essa música. Ian Gillan não apenas mergulhou nela como também traduziu a letra.



2002 (Mk8) - CHILD IN TIME, ao vivo na Rússia
Em janeiro, a Mk7 fez metade de sua última turnê, na Inglaterra. Seria a despedida de Jon Lord, embora eles demorassem a confirmar. Para comemorar, Child in Time foi incluída no setlist, mas Ian Gillan caiu doente depois de poucos dias de shows. No recesso, Jon Lord confirmou que sairia da banda. Ao voltar, eles iriam à Rússia - mas com Don Airey, substituto do TOMATO. Foi nessa fase que começou este blog. Naquelas terras geladas, onde Child in Time tem um significado especial, Ian Gillan topou cantar a música pelas últimas vezes. Esta é uma delas.



2003 (Mk8) - HOUSE OF PAIN, no Casseta e Planeta
O Deep Purple ficou pop quando veio ao Brasil daquela vez, na turnê de Bananas. Eu queria ter achado o vídeo de Fucker & Sucker, mas não achei. Fica pra próxima. De qualquer forma, eles estão ali no meio da fuzarca toda.



2004 (Mk8) - BLACK NIGHT, ao vivo na Califórnia
No palco, dois dos grandes guitarristas que já passaram pelo Deep Purple: Steve Morse e Joe Satriani.



2005 (Mk8) - I'VE GOT YOUR NUMBER, ao vivo em Londres
O que eu acho genial nesse show é que o palco do Hard Rock Café londrino não é muito maior que o do Café Piu-Piu paulistano. A música é do Bananas, mas a turnê já é do Rapture of the Deep.



2006 (Mk8) - HIGHWAY STAR, ao vivo em São Paulo
Nesse show, um imbecil mijou na minha perna.



2007 (Mk8) - PICTURES OF HOME, ao vivo em Glasgow, na Escócia
Salvo engano, aqui eles estavam tocando todo o Machine Head.



2008 (Mk8) - SMOKE ON THE WATER, ao vivo no Kremlin, na Rússia
O show mais polêmico do ano do quarentenário da banda.

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

Poupe seus dólares

Sabe aquele disco ao vivo do Deep Purple que você andava louco pra comprar mas só existia em versão importada? Não sacrifique seu cartão de crédito tão rapidamente. A Biplane Records está lançando no Brasil três novos discos do Purple ao vivo, lançados pela Purple Records, que só se conseguia importado.

Todos eles são versões mais completas de discos que já eram conhecidos e reverenciados pelos fãs brasileiros:

Stockholm 70 - É a versão remasterizada do disco antigamente conhecido como Scandinavian Nights, gravado na Suécia durante a turnê de In Rock. Tem versões gloriosamente longas de Child in Time, Wring That Neck e Mandrake Root. Algumas dessas versões você pode encontrar num CDzinho tabajara italiano, de capa preta, vendido em lojas por aí a menos de R$ 10. Prefira esta. (Aliás, não tenho certeza sobre se Scandinavian Nights chegou a ser lançado oficialmente no Brasil. Só lembro de ver em vinil e CD importados.)

Paris 75 - É a íntegra, remasterizada, do último show com o Ritchie Blackmore na Mark 3. Partes dessa performance já saíram anteriormente nos discos Made in Europe e The Final Concerts. Apesar de ser o último dia da terceira formação do Purple, é um de seus melhores momentos ao vivo: o Coverdale não estava mais tão verde quanto no California Jam e no Live in London, sem falar que tem Lady Double Dealer (OBA!). Pra não ficar só nos elogios, eu certamente dispenso a versão de Highway Star que é tocada aí. Tem meia hora de material nunca antes lançado, segundo a DPAS.

This Time Around - É a versão completa, remasterizada e sem edições canhestras daquilo que os fãs mais antigos conheciam como Last Concert in Japan. Vale a pena para conhecer melhor a fase que tem o Tommy Bolin. Embora o guitarrista estivesse num mau momento, o resto da banda estava com todo o gás. Com Bolin travadão, restou ao Lord fazer o riff de Burn, por exemplo - e segurou imensamente bem. Salvo engano, é o primeiro lançamento oficial da Mk4 em CD no Brasil. (O Days May Come and Days May Go que andou circulando há poucos anos nas lojas brasileiras era tabajara.)

Serão edições limitadas, com 1.500 cópias. Não se preocupem: sobrarão 1.499 de cada um para vocês. No site da Biplane, cada um custa R$ 49,90. Já solicitei mais informações.

Mas comprem mesmo: possivelmente, se o selo se empolgar com os lançamentos, pode ter mais coisas a caminho. Lá fora está para sair uma versão integral de Live in London. Sem falar que já foram lançados outros shows ótimos, como Montreux 1969, Perks and Tit (um show antes do California Jam) e Space 1970 (que tem um dos melhores instrumentais do Purple que já ouvi).

quinta-feira, 12 de abril de 2007

Entrevista esclarecedora do Blackmore

Em 1975, quando Ritchie Blackmore saiu do Deep Purple e formou o Ritchie Blackmore's Rainbow, ele deu uma gloriosa entrevista ao jornalista Steven Rosen. Nela, ele abre o coração sobre sua saída do Purple. Deixa de lado alguns fatos, como os detalhes da sua saída no meio da turnê européia de abril daquele ano. Mas vale muito a pena ler.

Clique aqui e saiba de tudo.

quarta-feira, 11 de abril de 2007

Volta da Mk3 não rola, dizem Coverdale e Hughes



Este blog vem acompanhando há meses o vai-e-vem de declarações do Glenn Hughes sobre seus planos de voltar com a Mk3 para alguma coisa comemorativa. Sempre que Hughes dá uma entrevista, alguém pergunta isso a ele e ele fala otimisticamente sobre sua vontade. Repetidas vezes, este blog demonstrou que não passava de uma vontade. Vontade sincera, de um grande músico, mas ainda assim só vontade.

Na quinta-feira, Hughes deu mais uma entrevista sobre o assunto:

    "antiMUSIC: Do fundo do seu coração, você acha que a tão esperada reunião da Mk3 vai um dia acontecer? Hughes: Acho que todo mundo... menos o Ian Paice... está a fim. Ian ainda está na Mk2. Todos já falamos sobre isso, por meio de terceiros. Todos já conversamos. Quer dizer, David e Jon Lord e eu já conversamos bastante sobre isso. Ritchie já falou com pessoas. Quer dizer... olha, eu gostaria de fazer isso por dois motivos. O primeiro seria simplesmente tocar de novo com meus irmãos e fechar esse capítulo. Mas, sabe, eu acho que seria ótimo tocar com Ritchie de novo, e David e Jon e Ian de novo. Acho que seria muito, muito bom. Acho que seria uma banda realmente ótima. Por uma última vez, sabe?"


No sábado, o Coverdale jogou água na fervura:

    "Por mais que alguns possam ficar desapontados, e eu fico chateado de ter que ficar repetindo isso, eu nunca concordei de nenhuma maneira, jeito ou forma em reformar a Mk3 do Deep Purple, e meu irmão de espírito já devia saber disso depois de nossas várias conversas. Aqueles de vocês que seguiram e apoiaram minha carreira por tantos anos sabem como eu me sinto sobre 'voltar atrás'. A única consideração que eu faço, como já disse repetidas vezes em entrevistas, seria minha vontade de me envolver em um único show de caridade que apresentasse todos os membros sobreviventes do Deep Purple. (...) Se de fato for haver uma reunião, desejo a eles todo sucesso, e talvez o Whitesnake possa chamá-los a algum lugar como 'convidados especiais'!"


Foi aí que o Glenn Hughes se viu forçado a voltar atrás, em seu blog:

    "Estou na Rússia, e quero dar a vocês todas as notícias sobre o boato de uma reunião da Mk3 do Deep Purple. Eu tenho sido constantemente bombardeado com a mesma pergunta, o tempo todo. Minha resposta sempre foi que havia cinco membros, e que em tempo algum tivemos uma discussão da banda inteira sobre uma reunião. Sim, David e eu flertamos com a idéia há 18 meses, e desde então meu irmão se comprometeu completamente com seu amor e cuidados de seu amado Whitesnake. Todos os fãs de GH podem ver que minha carreira solo subiu para outro nível, tocando pra mais gente ao redor do mundo - a popularidade e a demanda por minha atividade subiram... A declaração recente de David finalmente pôs esse boato pra dormir. Embora eu pudesse adorar ver isso acontecer nas certas circunstâncias, fico feliz em deixar o incrível legado da Poderosa Mk3 permanecer intacto..."


Este blog falou. Este blog avisou. Clique aqui para ler textos anteriores a respeito.

sexta-feira, 30 de março de 2007

Stormbringer coming... time to die!

Vai ser hora de morrer com uns cem paus quando sair o remaster de Stormbringer. Vejam só o que o Hughes diz a respeito, em entrevista ao Music Street Journal:

    Estive no estúdio, em Abbey Road, há uns três meses pra fazer a mixagem de "Holy Man", e fiz bem rápido. Pus a fita de 24 pistas de 1974 e o som era tão bom que eu mixei. Mixei mais algumas músicas. Mixei "Holy Man", "You Can't Do It Right", "Love Don't Mean a Thing". Mixei tudo de tarde. Fiz uma mixagem um pouco diferente do que você já ouviu, com um vocal meio cru, provavelmente com mais funk nessas faixas, mais do que você deve lembrar. Acrescentei algumas coisas de guitarra que a gente não tinha no original. E coloquei um novo vocal em "Hold On", então o mix ficou bem interessante.

quinta-feira, 29 de março de 2007

O lorde das teclas

Nos anos 70, a TV alemã tinha um programa onde música clássica e rock se encontravam. Calhou de Jon Lord passar por lá em 1974, com a turnê de Windows, um dos seus discos solo que misturavam as duas linguagens. Ele e o maestro Eberhard Schoener, co-autor de Windows, foram convidados a participar.

Não deixaram de levar consigo alguns amigos, que participaram da turnê de Windows: Tony Ashton, David Coverdale, Glenn Hughes, Ray Fenwick e Pete York. A TV entrou com a Orquestra de Câmara de Ópera de Munique e com o Coral de Meninos de Toelz. Vejam abaixo o resultado, com trechos da Missa da Coroação, de Mozart:

quarta-feira, 21 de março de 2007

Telefone sem fio

No Blabbermouth, Coverdale afirma:

"Glenn (Hughes) e eu estivemos em contato recentemente, e ele me contou sobre sua turnê na Rússia. Ele disse que existe um grande interesse por lá numa reunião da Mk3 do Deep Purple."

Na versão do Whiplash:

"Segundo David, ele e Hughes conversaram recentemente, quando Glenn lhe contou sobre sua turnê na Rússia e sobre seu interesse em uma reunião da formação Mk.3 do DEEP PURPLE."

De concreto, porém, só a vontade abstrata.

segunda-feira, 27 de novembro de 2006

Datapurple geográfico

O Deep Purple já visitou 71 países ao longo de sua carreira.

Nos dez anos com Steve Morse, a banda visitou 68 deles. A nova fase do Deep Purple desbravou 36 países onde o Deep Purple nunca havia pisado antes.

Nos 17 anos com Blackmore, foram 30 países. Com a Mk1, ele visitou apenas 6 países.

David Coverdale conheceu com o Deep Purple 18 países. Eles incluem a Iugoslávia (Belgrado e Zagreb, em março de 1975) e uma tentativa frustrada de ir a Hong Kong, em dezembro do mesmo ano. Três meses depois do show cancelado, acabaria o Deep Purple.

Joe Lynn Turner foi a 20 países. Eles incluem dois shows em Israel, onde o Deep Purple nunca tinha ido e aonde nunca mais voltou. Foram os últimos shows da banda antes da volta do Gillan.

Hoje em dia, o Deep Purple faz em média a mesma quantidade de shows que fazia no auge dos vinte e poucos anos dos mestres. É possível ver exatamente em que fase eles andavam apenas pela quantidade de shows dos anos mais movimentados:

1) 1972 - 123 apresentações (lançamento do Machine Head, primeira turnê no Japão, auge do sucesso da banda)
2) 1970 - 119 apresentações (lançamento do In Rock, Deep Purple toda hora na BBC, matando a pau)
3) 1996 - 116 apresentações (entrada do Steve Morse, lançamento do Purpendicular)
4) 1969 - 112 apresentações (duas formações, entrada do Ian Gillan e do Roger Glover, Concerto...)
5) 2004 - 110 apresentações (turnê de Bananas)

Até o final do ano, 2006 deve ultrapassar a quantidade de apresentações de 2004. Lembre que esses dados são até o dia 14 de novembro.

Ao final da turnê do Deep Purple no Brasil, dia 3, o Bananão passará a ser o nono país onde o Deep Purple mais tocou em toda sua carreira, com 45 shows - empatado com o Canadá. Na ordem:

USA - 542
UK - 334
Germany - 234
France - 65
Italy - 63
Japan - 61
Australia - 57
Canada - 45
Sweden - 41


17 países viram o Deep Purple uma só vez. Isso inclui a Província Cisplatina, o Peru, a Romênia, a Bolívia e Belarus.

O nome mais comum de lugares onde o Deep Purple tocou em toda sua existência é Stadthalle. Por 26 vezes, estádios assim chamados em cidades alemãs abrigaram os mestres. Logo em seguida vêm os lugares chamados "Coliseum" e "Entertainment Centre" - 19 vezes. Nas "House of Blues", o Deep Purple tocou 13 vezes.

Há nove shows em lugares chamados Olympia - do lendário clube parisiense à extinta casa de shows de São Paulo. Se somarmos os "Olympiahalle", são 18.

sexta-feira, 3 de novembro de 2006

Hughes no estúdio

No início de julho, este blog publicou uma entrevista com Glenn Hughes em que ele dizia que ia participar do processo de remasterização de Stormbringer. Dizia ele: "eu VOU achar algo novo". Pois há pouco tempo o ex-baixista do Deep Purple esteve no estúdio Abbey Road, da EMI, dando uma força. Veja a foto aqui embaixo, diretamente do site da DPAS:



Diz a DPAS:

"O som do material estava fascinante; a qualidade da gravação de estúdio é muito, mas muito, melhor que a de Burn, muito mais definida, e a única coisa que aqueles que foram ao estúdio disseram durante o dia é que era difícil acreditar que o material era de 1974 - soava muito contemporâneo. Glenn queria muito fazer Holy Man e começou com isso, mas logo ele pegou o jeito e no final cinco músicas foram trabalhadas em uma longa sessão. Os resultados soam realmente excelentes, e haverá algumas surpresas para fãs deste álbum em particular, já que Glenn trouxe algumas novas linhas vocais e outros trechos nunca antes ouvidos, assim como uma ênfase em diferentes aspectos do material."

sexta-feira, 30 de junho de 2006

A entrevista

Não faz meia hora que eu falei com o Glenn Hughes. Liguei pra casa dele, em Los Angeles. Atendeu a mulher dele, chamou o mestre e começamos a falar. Eu quase não acreditei. Passamos 15 minutos muito agradáveis conversando.

Ele é um grande cara, mas eu tive certeza de que não sirvo pra ser jornalista de rock full-time. Não sei entrevistar direito caras que eu admiro (como eu trabalho normalmente com jornalismo de política, não corro esse risco). Gaguejei, me perdi, elogiei, falei besteira e tudo mais.

Algumas perguntas que eu queria fazer não foram feitas. Outras, sobre a história do Deep Purple, foram. Mas as principais declarações dele seguem abaixo.

“Estamos fechando nas próximas semanas um acordo com uma gravadora brasileira pra lançar Songs for the Divine por aí. Já me sondaram pra ir a um festival em outubro, que vai passar pelo Rio. Adoro o Brasil, sou louco por São Paulo, mas infelizmente ainda não conheço o Rio. Vai ser uma boa chance.”

“Quando eu entrei no Deep Purple, em 1973, a indústria da música era muito diferente de como é hoje. Era mais simples. Tinha mais a ver com grandes bandas e boa música. Nos últimos 20 anos é que mudou bastante. Pra minha carreira, foi um passo natural saltar do Trapeze para o Deep Purple. O Trapeze era muito popular na América, mas ainda não nos conheciam na Europa.”

“Eu entrei no Deep Purple com 21 anos, em junho de 1973. A idéia de ter um dueto de vozes no Deep Purple já andava pela cabeça do Ritchie e do Jon. Desde o começo estavam convidando o Paul Rodgers. Fiquei amigo, individualmente, de todos os colegas da banda.”

“Quando eu cheguei na banda, cheguei trazendo elementos de blues. Eu era um dos poucos caras brancos que entendiam a música dos cantores negros. Eu e o Bolin conhecíamos a fórmula secreta pra misturar o rock com o funk. Todo mundo curtiu, no começo. Especialmente depois da entrada do Bolin, a gente começou a aprofundar isso.”

“O Ritchie é um cara mais difícil, mas até aí todos os grandes guitarristas são difíceis. O Jimmy Page é difícil, o Jeff Beck é. Todos são. O Tony Iommi é mais tranqüilo, mas é exceção.”

“Tommy Bolin era uma figuraça. Gente boa, crianção... só que ele tinha aquele problema muito sério com a heroína. Em 1975, eu comecei a pegar pesado com as drogas. Cocaína, Heroína... nessa época o Bolin já estava começando a experimentar com morfina.”

“Quando o cara é famoso, vive cercado de gente oferecendo drogas, bebida, carros, aviões, mulher. Tudo de graça. Infelizmente, eu era muito jovem, não estava preparado pra tudo isso. Não queria ficar viciado, mas infelizmente depois que a coisa começa o cara fica querendo mais. A coisa foi mais pesada comigo e com o Bolin. Não digo que os outros não viessem junto, mas eles eram mais da bebida. Eu nunca fui de beber, mas acabei pegando pesado com a cocaína. As drogas são uma merda, fodem a vida do cara. Eu estou há 15 anos lutando com elas.”

“O que acabou com o Deep Purple, há 30 anos, foi uma combinação de sexo, drogas e rock’n’roll. Rolava muita doideira. Tinha troca de mulheres, muita droga e o negócio de a música ir numa direção diferente.”

“Agora em agosto ou setembro, devo ir a um estúdio pra ouvir as fitas dos ensaios de Stormbringer pro disco novo. Infelizmente, parece que não sobraram músicas extras. Mas eu vou vasculhar tudo aquilo, todas aquelas fitas dos ensaios. Devo achar alguma coisa nova e diferente. Mas o disco ainda vai demorar um pouco, talvez só saia em janeiro.”

“Diga aos fãs brasileiros que eu vou adorar voltar lá pra cantar minhas músicas. Adoro o país e sua musicalidade.”

quinta-feira, 22 de junho de 2006

Fala Hughes

Glenn Hughes deu uma entrevista à Rock'n'Roll Universe e falou sobre o Purple. Algumas declarações:

"O Blackmore é bem doido. Acho que uma galera foi a nocaute com as guitarras que ele jogou na platéia (em California Jam). Uma vez ele me bateu com a guitarra. Ele disse pra eu nunca ir pro lado dele do palco. Claro, eu queria saber o motivo, então uma noite eu fui. Ele jogou a guitarra pro alto e me deu uma raquetada com ela nas costas. Doideira. Mas isso é parte de quem ele é, e eu o adoro por isso."

(Sobre o fim do Deep Purple, em 1976) "As coisas começaram a ficar malucas. Acho que tinha um monte de coisas rolando. Muita coisa rola nos bastidores que pouca gente percebe. Só digo que foi sexo, drogas e roquenrôu. Todos esses elementos-chave foram as coisas que acabaram com a banda. Tinha coisas fodidas rolando nos bastidores, com drogas, esposas, namoradas (Jon Lord roubou na época a namorada de Hughes e até hoje é casado com ela). Foi por isso que a banda acabou. O David Coverdale e eu estávamos indo pra lados diferentes, mas acho que a banda estava cansada. Acho que precisava de férias, foi uma boa hora pra acabar a banda. Eu mesmo andava meio desiludido. Comecei a me afundar na cocaína, e queria tocar mais funk. (...)"

(Sobre a intenção de reunir a Mk3) "Acho que David e eu faríamos isso. Falo em nome do David, e o David e eu conversamos sobre isso no natal. Acho que lá pelas tantas começou a rolar na imprensa. Mas, enquanto o Gillan, o Glover e o Paice estiverem lá, acho que não acontece. Acho que se um dia o Deep Purple parar de fazer turnês com os dois Ians e o Roger, que são gente muito boa por sinal, talvez role. Não quero pisar no pé de ninguém e fazer algo errado. Mas acho que, se juntasse Ritchie Blackmore, Glenn Hughes, David Coverdale, Ian Paice e Jon Lord de novo, provavelmente seria uma baita turnê. David e eu já conversamos sobre como seria legal voltarmos a cantar juntos. Mas só rolaria se fosse no Deep Purple. E só se fosse com o Ritchie Blackmore. Na minha idade de agora, 53, as coisas têm que fazer sentido. Não quero fazer uma coisa errada. (...) Nunca falei com o Ritchie a respeito. Não dei nenhum telefonema, ninguém deu. Acho que ele curte o negócio lá com a mulher dele. Só acho que na hora certa, pode rolar. Acho que, se for acontecer, seria nos próximos 2 ou 3 anos."

quarta-feira, 7 de junho de 2006

Stormbinger coming... time to die!

STORMBRINGER COMING... TIME TO DIE!

Sim, tempo de morrer. Morrer com uns noventa paus no remaster importado, que deve sair neste ano. O Glenn Hughes vai fazer parte da equipe de produção.

Vai ter pérolas, como a versão original do que o Coverdale diz ao contrário no início da faixa-título ("cocksucker, muthafucker, Stormbringer") e uma versão instrumental de Highball Shooter pra qualquer fanático pelo Deep Purple fazer seu purpleoquê em casa se achando o próprio Coverdale ou Hughes. Sem falar em TRÊS VOCAIS DIFERENTES para Soldier of Fortune.