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sábado, 11 de abril de 2009

O ano em que Blackmore teve sua crise dos 30

Nesta semana, completou 34 anos o fim da Mk3 do Deep Purple. A fase do Deep Purple que apresentou David Coverdale e Glenn Hughes para o mundo terminou quando Ritchie Blackmore pediu para sair. Ele deixou a banda em 7 de abril de 1975, uma semana antes de completar 30 anos. Portanto, ele completa 64 na próxima terça.

Blackmore andava de saco cheio com o rumo que o Deep Purple estava tomando, especialmente depois da gravação de Stormbringer. Pela primeira vez desde que tomara as rédeas da direção musical da banda, em 1969, seus colegas se recusaram a gravar uma música proposta por ele - no caso, "Black Sheep of the Family", do Quatermass. O original é este:



Blackmore não é um cara que tope perder poder assim desse jeito. De um lado, ele começou a fazer críticas à banda em entrevistas. De outro, ele passou a ensaiar com os caras do ELF, que vinha abrindo os shows do Purple. O vocalista do ELF era um baixinho de pulmão poderoso, que passaria à história do rock como Ronnie James Dio. O disco que ele gravou com o novo grupo foi Ritchie Blackmore's Rainbow. A música do Quatermass rejeitada pelo Purple abre o disco.

O último show de Blackmore em sua primeira passagem pelo Deep Purple aconteceu em Paris, no dia 7 de abril de 1975. Partes dele já eram conhecidas durante anos por conta primeiro do Made in Europe e depois por conta do The Final Concerts. Mas o show só foi lançado inteiro recentemente, no Live in Paris 1975.

O show termina com "Highway Star", que Blackmore compusera com Gillan na estrada quase quatro anos antes. Eu particularmente não gosto muito do jeito como a Mk3 (leia-se baixo e vozes) interpreta a faixa. Mas, para encerrar o show, os vocalistas resolveram fazer uma homenagem aos gostos do colega que partia.

"SHE HAS BIG FAT TITS! BIG FAT TITS AND EVERYTHING!" (Ela tem peitos enormes! Peitos grandes e tudo mais!)

Também nesta semana, no dia 6 (segunda), o show mais explosivo da Mk3 completou 35 anos: foi o California Jam. Sobre ele já tive a oportunidade de escrever todos estes textos aqui, inclusive este Clássicos Purpendicular, quando o show completou 30 anos.

quinta-feira, 22 de junho de 2006

Fala Hughes

Glenn Hughes deu uma entrevista à Rock'n'Roll Universe e falou sobre o Purple. Algumas declarações:

"O Blackmore é bem doido. Acho que uma galera foi a nocaute com as guitarras que ele jogou na platéia (em California Jam). Uma vez ele me bateu com a guitarra. Ele disse pra eu nunca ir pro lado dele do palco. Claro, eu queria saber o motivo, então uma noite eu fui. Ele jogou a guitarra pro alto e me deu uma raquetada com ela nas costas. Doideira. Mas isso é parte de quem ele é, e eu o adoro por isso."

(Sobre o fim do Deep Purple, em 1976) "As coisas começaram a ficar malucas. Acho que tinha um monte de coisas rolando. Muita coisa rola nos bastidores que pouca gente percebe. Só digo que foi sexo, drogas e roquenrôu. Todos esses elementos-chave foram as coisas que acabaram com a banda. Tinha coisas fodidas rolando nos bastidores, com drogas, esposas, namoradas (Jon Lord roubou na época a namorada de Hughes e até hoje é casado com ela). Foi por isso que a banda acabou. O David Coverdale e eu estávamos indo pra lados diferentes, mas acho que a banda estava cansada. Acho que precisava de férias, foi uma boa hora pra acabar a banda. Eu mesmo andava meio desiludido. Comecei a me afundar na cocaína, e queria tocar mais funk. (...)"

(Sobre a intenção de reunir a Mk3) "Acho que David e eu faríamos isso. Falo em nome do David, e o David e eu conversamos sobre isso no natal. Acho que lá pelas tantas começou a rolar na imprensa. Mas, enquanto o Gillan, o Glover e o Paice estiverem lá, acho que não acontece. Acho que se um dia o Deep Purple parar de fazer turnês com os dois Ians e o Roger, que são gente muito boa por sinal, talvez role. Não quero pisar no pé de ninguém e fazer algo errado. Mas acho que, se juntasse Ritchie Blackmore, Glenn Hughes, David Coverdale, Ian Paice e Jon Lord de novo, provavelmente seria uma baita turnê. David e eu já conversamos sobre como seria legal voltarmos a cantar juntos. Mas só rolaria se fosse no Deep Purple. E só se fosse com o Ritchie Blackmore. Na minha idade de agora, 53, as coisas têm que fazer sentido. Não quero fazer uma coisa errada. (...) Nunca falei com o Ritchie a respeito. Não dei nenhum telefonema, ninguém deu. Acho que ele curte o negócio lá com a mulher dele. Só acho que na hora certa, pode rolar. Acho que, se for acontecer, seria nos próximos 2 ou 3 anos."

terça-feira, 22 de novembro de 2005

Lançado California Jam completo em DVD



Sai hoje, mundialmente, o DVD definitivo de California Jam. Além de toda a filmagem que já conhecíamos, há Lay Down, Stay Down e duas músicas com ângulos alternativos de câmera. Quer mais? Tem entrevista com Ian Paice, comentários da época, galeria de imagens, filmagem da banda chegando no histórico Starship One e imagens em super-8 dos bastidores e torre de controle.

É um granicídio que vale a pena.

domingo, 11 de abril de 2004

Clássicos Purpendicular - California Jam



Semana passada fez 30 anos. Era 6 de abril de 1974. Em dezembro do ano anterior, o Deep Purple havia inaugurado em Copenhague sua terceira formação: mantinha o tripé original (Blackmore, Lord e Paice) e apresentava seus dois novos membros, David Coverdale (voz, no lugar de Ian Gillan) e Glenn Hughes (baixo, voz e gritinhos, no lugar de Roger Glover). São os primeiros meses da famosa Mark 3, que gravou os discos "Burn" e "Stormbringer".

Depois de algumas apresentações iniciais da nova formação na Europa, o Deep Purple foi convidado para ser a principal banda a tocar no festival California Jam --com a fantástica duração de 12 horas!!! Outras bandas poderosas que estariam lá: Black Sabbath, ELP, Eagles. Mas o Deep Purple seria o prato principal e o show mais polêmico do ano. Eram meados da primeira turnê americana da nova formação, quando o Deep Purple era a banda mais lucrativa do mundo e havia entrado no Guinness havia pouco tempo como a banda mais BARULHENTA do mundo.

Muito nervosismo, da banda e da organização do show. O guitarrista do grupo, Ritchie Blackmore, era conhecido por fazer misérias com suas guitarras no palco. Não chegava a tocar com os dentes ou botar fogo na guitarra, como o Jimi Hendrix, mas como bom discípulo do glorioso Screaming Lord Sutch, ele fazia lá suas balacas. Coisas como tocar com os pés, fazer longas seções de "bending" nas cordas, jogar a guitarra ao redor do corpo e voltar a tocar. O magrinho era um malabarista.

Josh White, diretor de filmagens do evento, lembra de como ele, pensando nessa fama do Blackmore, pode tê-lo induzido à cena mais famosa do evento:

"Eu falei com ele na noite anterior. O Deep Purple fez um ensaio técnico, e eu perguntei se ele ia quebrar a guitarra dele. E Richie disse: 'sim, talvez. Sei lá, que merda'. Ele estava meio puto com várias coisas que não tinham nada a ver comigo. E eu disse: 'Veja, se você for quebrar a guitarra, privilegie a câmera. Vou fazer uma bela filmagem e vai ficar genial'. E ele privilegiou bem a câmera, gerando US$ 8 mil de prejuízo."

Mais de 200 mil fãs estavam na platéia, e eram esperados no máximo 60 mil. Todos queriam ver a estréia do "novo Deep Purple", depois do fim da mais perfeita formação deles, aquela com o Gillan e o Glover. Todos os membros estavam no topo de sua energia: Jon Lord, o mais velho de todos, tinha apenas 32 anos. Coverdale e Hughes, os mais jovens, estavam excitadíssimos com o estrelato e com a primeira vez em que pisavam em solo americano.

O setlist foi mais ou menos o mesmo do Live in London, que seria gravado mais de um mês depois: Burn (com Hughes gritando "You know we had no tiiiiiiime!!! Aaah, aaah, aaah, aaaah!!!"), Might Just Take Your Life, Smoke on the Water (num esquema de jogral). Algumas cenas interessantes: Coverdale literalmente comendo mosca, uma interação simpática entre Hughes e Lord (dois anos depois, Lord "roubaria" a ex-namorada de Hughes, mas essa é outra história), Hughes tocando seu baixo e dando gritinhos. Mas a coisa ficou realmente quente depois, durante Space Truckin'.

A música era, desde os tempos de Gillan, o veículo para os solos de cada um deles. Todos faziam performances quase literalmente pirotécnicas, de quase meia hora (um amigo meu, na época do vinil, dizia que não tinha curiosidade de ouvir o Purple porque alguns discos --como o Made in Japan-- tinham "só uma música num dos lados").

Naquele dia, Blackmore se estranhou com os jornalistas, que estavam lá embaixo na platéia, bem na frente do palco. Eles queriam ângulo para tirar fotos dele, e ele só fazia caretas. Para complicar, um câmera da TV americana ABC estava lá em cima do palco querendo pegar também o melhor ângulo.

Lá pelo 17º minuto da música, ele começou seu verdadeiro show.

Quebrou duas guitarras e as atirou violentamente nos jornalistas. Bateu violentamente numa câmera com sua guitarra. Dançou sobre as cordas de guitarras inteiras e quebradas. Fez uma barulheira dos infernos. Até que o verdadeiro lance pirotécnico foi tentado.

Quando foi buscar sua terceira guitarra, Blackmore cochichou meia dúzia de palavras com um dos roadies da banda, e se posicionou. Inocentemente, começou a tocar sua guitarra e a caminhar para a frente de um grande amplificador. Lá na frente, começou a dançar sobre as cordas da guitarra.

O técnico jogou gasolina lá dentro, riscou um fósforo, saiu correndo e...



Essa é uma das cenas mais lindas da história do rock. Merece ser vista em vídeo - em áudio não tem graça nenhuma. O clipe dessa parte em especial pode ser baixado clicando aqui.

Blackmore ficou fazendo coreografias na frente do fogo, até que foi retirado de lá pelos bombeiros. Mais tarde, passou a jogar os amplificadores queimados nos jornalistas também.

Depois ele pegou outra guitarra e tocou mais um pouco até o final da música. Mas os caras do Deep Purple, todos, tiveram que ser tirados do palco de helicóptero, logo depois do show. Para não serem presos.

O show está disponível em vídeo e em CD --este lançado em 1996. Prefira o vídeo, já que o CD tem no final uns 15 minutos de barulheira completamente sem sentido... só faz sentido com a imagem junto. A vantagem do CD é o sempre providencial livretinho escrito pelo Simon Robinson, o homem que mais entende de Deep Purple no mundo. Mas nem o Robinson recomenda esse CD, e até por isso lançou no ano passado uma nova versão completa, chamada Ontario Motor Speedway 1974.

segunda-feira, 15 de março de 2004

...E surge a verdade

No dia 6 de abril, um dia antes do aniversário da minha digníssima, faz 30 anos que o Blackmore botou fogo no palco na Ontario Speedway, no famoso e infame California Jam (que foi o primeiro vídeo lançado pelo Purple).

Nas próximas duas semanas vou postar coisas aqui sobre a Mark 3, o Cal Jam e o Burn, que vai ser relançado agora em abril. Pra começar, encontrei esta bela frase:

"Acho que sou pessoalmente responsável por Blackmore ter batido sua guitarra contra a câmera. Eu falei com ele na noite anterior. O Deep Purple fez um ensaio técnico, e eu perguntei se ele ia quebrar a guitarra dele. E Richie disse: 'sim, talvez. Sei lá, que merda'. Ele estava meio puto com várias coisas que não tinham nada a ver comigo. E eu disse: 'Veja, se você for quebrar a guitarra, privilegie a câmera. Vou fazer uma bela filmagem e vai ficar genial'. E ele privilegiou bem a câmera, gerando US$ 8 mil de prejuízo."

JOSH WHITE, diretor de filmagens do evento California Jam

domingo, 21 de setembro de 2003

Dias de vôo



Uma matéria da New York Times Magazine lembra os dias de glória do Starship 1, o avião usado por todas as grandes bandas entre 1973 e 1976 - palco e símbolo de toda espécie de excessos por parte das bandas. (Certa vez, no documentário Os Anos do Heavy Metal, perguntaram ao Steve Tyler, do Aerosmith, o que acontecera com o avião deles. "Subiu pelo nariz", ele respondeu.) Entre outros luxos, ele era equipado com uma suíte com cama queen-size e colchão d'água, lareira, telão, bar com teclado, cadeiras com assento de couro e duas aeromoças totosas chamadas Suzee e Bianca.

O Deep Purple também usou o avião, na turnê de 1974 (de California Jam), e não podia faltar na matéria. É a primeira vez em que vejo uma menção à banda no New York Times desde 1997, mas posso estar enganado. Os dois trechos em que os mestres aparecem são estes:

"Para os membros do Deep Purple e seus roadies, a maior vantagem era assistir filmes pornô no monitor de vídeo de último tipo e usar o Starship para atiçar as groupies ["atiradoras de elite", segundo o Tiago]. 'As meninas entravam no avião e voavam até onde quer que fosse o próximo show', lembra Bruce Payne, o empresário do grupo. 'Pais dentro do perímetro de dois Estados ligavam para a polícia'. Mas o baterista do Deep Purple, Ian Paice, não se arrepende. 'O Starship era um belo lugar para entrar para o clube da alta milhagem', diz."

"Paice tem boas lembranças de estar em Miami e, de repente, voar para Boston para jantar lagostas. 'Era um tempo em que tudo era factível', diz. 'E não tínhamos vergonha de gastar a grana'. Bruce Payne, o empresário da banda, rugia: 'Esse jantar provavelmente nos custou US$ 11 mil'."

sexta-feira, 31 de janeiro de 2003

De volta a 1974

Gently borrowed from the DPAS websitePlaneta: Terra. Cidade: Londres. A EMI pediu e o Roger Glover aceitou supervisar a reedição do disco Burn, ainda que ele estivesse fora do Purple na época. Ian Paice e Jon Lord, que estavam dentro, deram seu OK. O Simon Robinson, da DPAS, conseguiu achar todas as fitas originais ainda no ano passado. Então, é extremamente possível que saia ainda este ano o disco. Já estou preparando minhas burras.

Também em relação a 1974, havia sérias restrições ao CD de California Jam que foi lançado há alguns anos. Além de os últimos 25 minutos não fazerem nenhum sentido sem o vídeo (é aquele show em que o Blackmore quebrou três guitarras e botou fogo no palco), o som era péssimo. Pois a DPAS foi atrás, catou as masters originais do vídeo e recompilou o disco. A nova versão sai entre março e abril deste ano, e deve incluir a faixa Lay Down, Stay Down - que nunca apareceu nem em vídeo e nem em CD.

O novo California Jam vai sair pela série Sonic Zoom, que lança versões perfeitas de piratarias que valem a pena. Esse de California Jam (que vai se chamar "Live at Ontario Motor Speedway") será provavelmente o único que de alguma forma já havia sido lançado oficialmente. A mesma série também vai lançar em breve o título "Perks and Tit", com um show ocorrido três dias depois de California Jam. Diz que no meio do show o Glenn Hughes diz: "é muito legal fazer um show sem se preocupar em estar sendo gravado". Estava para sair este mês.

A série Sonic Zoom promete. Os três primeiros lançamentos (Space 1970, Inglewood 1968 e Denmark 1972) eu já tenho de alguma forma. California Jam também, mas não completo. Agora: Perks and Tit e Kneel and Pray (especialmente este, gravado no infame cassino de Montreaux em 1969 e que inclui uma dificílima versão Mark 2 de "Kentucky Woman") são verdadeiros achados.

domingo, 17 de fevereiro de 2002

Clássicos Purpendicular 1 - California Jam



O ano é 1974. O mês, abril. Meses antes, o Deep Purple havia inaugurado sua terceira formação: mantinha o tripé original (Blackmore, Lord e Paice) e apresentava seus dois novos membros, David Coverdale (voz, no lugar de Ian Gillan) e Glenn Hughes (baixo, voz e gritinhos, no lugar de Roger Glover). São os primeiros meses da famosa Mark 3, que gravou os discos "Burn" e "Stormbringer".

Depois de algumas apresentações na Inglaterra, inclusive na BBC --onde eles gravaram o disco Live in London, lançado em 1980--, o Deep Purple foi convidado para tocar no festival California Jam, em 6.abr.1974 --com a fantástica duração de 12 horas!!! Outras bandas poderosas que estariam lá: Black Sabbath, ELP, Eagles. Mas o Deep Purple seria o principal.

Mais de 200 mil fãs estavam na platéia (eram esperados no máximo 60 mil). Todos queriam ver a estréia do "novo Deep Purple", depois do fim da mais perfeita formação deles, aquela com o Gillan e o Hughes. Todos os membros estavam no topo de sua energia: Jon Lord, o mais velho de todos, tinha apenas 32 anos. Coverdale e Hughes, os mais jovens, estavam excitadíssimos com o estrelato e com a primeira vez em que pisavam em solo americano.

O setlist foi mais ou menos o mesmo do Live in London: Burn (com Hughes gritando "You know we had no tiiiiiiime!!! Aaah, aaah, aaah, aaaah!!!"), Might Just Take Your Life, Smoke on the Water (num esquema de jogral). Algumas cenas interessantes: Coverdale literalmente comendo mosca, uma interação simpática entre Hughes e Lord (dois anos depois, Lord "roubaria" a ex-namorada de Hughes, mas essa é outra história), Hughes tocando seu baixo e dando gritinhos. Mas a coisa ficou realmente quente depois, durante Space Truckin'.

A música era, desde os tempos de Gillan, o veículo para os solos de cada um deles. Todos faziam performances quase literalmente pirotécnicas, de quase meia hora (um amigo meu, na época do vinil, dizia que não tinha curiosidade de ouvir o Purple porque alguns discos --como o Made in Japan-- tinham "só uma música num dos lados").

Naquele dia, Blackmore se estranhou com os jornalistas, que estavam lá embaixo na platéia, bem na frente do palco. Eles queriam ângulo para tirar fotos dele, e ele só fazia caretas. Para complicar, um câmera da TV americana ABC estava lá em cima do palco querendo pegar também o melhor ângulo.

Lá pelo 17º minuto da música, ele começou seu verdadeiro show.

Quebrou duas guitarras e as atirou violentamente nos jornalistas. Bateu violentamente numa câmera com sua guitarra. Dançou sobre as cordas de guitarras inteiras e quebradas. Fez uma barulheira dos infernos. Até que o verdadeiro lance pirotécnico foi tentado.

Quando foi buscar sua terceira guitarra, Blackmore cochichou meia dúzia de palavras com um dos roadies da banda, e se posicionou. Inocentemente, começou a tocar sua guitarra e a caminhar para a frente de um grande amplificador. Lá na frente, começou a dançar sobre as cordas da guitarra.

O técnico jogou gasolina lá dentro, jogou um fósforo e...



Essa é uma das cenas mais lindas da história do rock. Merece ser vista em vídeo. O clipe dessa parte em especial pode ser baixado clicando aqui.

Blackmore ficou fazendo coreografias na frente do fogo, até que foi retirado de lá pelos bombeiros. Mais tarde, passou a jogar os amplificadores queimados nos jornalistas também.

Depois ele pegou outra guitarra e tocou mais um pouco até o final da música. Mas os caras do Deep Purple, todos, tiveram que ser tirados do palco de helicóptero, logo depois do show. Para não serem presos.

O show está disponível em vídeo e em CD --este lançado em 1996. Prefira o vídeo, já que o CD tem no final uns 15 minutos de barulheira completamente sem sentido... só faz sentido com a imagem junto. A vantagem do CD é o sempre providencial livretinho escrito pelo Simon Robinson, o homem que mais entende de Deep Purple no mundo.