Mostrando postagens com marcador entrevista. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador entrevista. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Gillan: disco novo será gravado em Nashville a partir de 23 de junho


Meu colega Marco Jayme catou esta entrevista do Gillan à Classic Rock. O foco principal é o Who Cares, que saiu no ano passado. Mas o cantor fala bastante do futuro do Deep Purple. O novo disco, pelo que Gillan diz, será gravado em Nashville, no final de junho. Ainda não tem data pra sair o disco novo.


Gillan elogia a produção de Bananas ("Bananas foi um disco de som fantástico... O primeiro disco de Bradford conosco foi brilhante") e critica a produção de Rapture of the Deep ("...em contraste completo com Rapture of the Deep"). A foto acima, aliás, é da produção de Bananas. Gillan também fala sobre as expectativas em relação ao produtor Bob Ezrin, ainda que o contrato não tenha sido assinado.

"Ele veio até nós pra conversar sobre o assunto e todo mundo se apaixonou por ele. Acho que a ideia de trabalhar com alguém que respeitamos profissionalmente e pessoalmente... vai ser mais fácil. Pra ser honesto, acho que o que estamos procurando é uma daquelas abordagens de profissional antigo, onde você tem uma direção e um grande som. É isso que queremos. Cortar o lixo, que a gente só nota tarde demais. Precisamos de um ouvido objetivo, acho que isso é muito importante."

To close, we simply must talk about Deep Purple. It’s true that Bob Ezrin is producing your new album?
It looks that way. I’m not sure I’m allowed to say anything until contracts are signed but it seems… let’s put it this way, I’m booking a flight out to Nashville on June 23. So I’m sure he will be [producing], yes.
June 23 is when you’re going to kick off the recording?
The whole thing, the writing and everything, yes. We’ve got six weeks to do it.
Bob Ezrin is an interesting choice…
I think it’s great to work with different producers and Bob Ezrin has got an amazing track record. No pun intended. He came up to see us to talk it through and everyone fell in love with him. I think the idea of working with somebody you’ve got respect for professionally and personally… it’s going to make it easy. To be honest, what I think we’re looking for is one of those old-pro type approaches where you have guidance and a great sound. That’s what we want. To cut out the rubbish, which we always recognise too late. We need an objective ear, I think that’s really important. I’m looking forward to it very much.
If you look at the history of Purple, you’ve self-produced more often than not.
Generally, yes. We’ve used Martin Birch as a kind of engineer and sixth ear… a sixth pair of ears, I should say. But generally self-produced. This time I think we’re a little more focused than we have been in the past. We never make plans; we just turn up with nothing and crack on from there. But I think Bob Ezrin will help us focus. I thought Bananas [2003, produced by Michael Bradford] was a fantastic-sounding record… in complete contrast to Rapture Of The Deep [2005, also produced by Bradford]. Bradford’s first album with us was brilliant. We’re all a bit long in the tooth and as life goes on you do need someone to give you that cutting edge, which I’m sure Bob Ezrin will provide.
When will new album be released?
Well, I don’t know. There used to be a long lapse between finishing the recording, then the post-production, the artwork and everything… it used to take ages. It’s much quicker these days. I’ve done three or four albums since the last Purple album. Once the music’s sorted, the rest of it takes no time at all. So, when’s it coming out? I don’t know. How do you sell records these days anyway?

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Airey conta uma dica do Lord

Uma das minhas faixas favoritas do In Rock, quando o ouvi pela primeira vez aos 15 anos de idade, era Hard Lovin' Man. Era um riff que eu conseguia tocar no violão. Agora, essa música faz parte do novo setlist do Deep Purple. Nem nos melhores anos da Mk2, quando foi gravada, ela chegou ao palco. (Adoro esse trabalho de garimpo nas últimas duas formações do Deep Purple, aliás.)

Em entrevista ao Windsor Star, Don Airey diz que conversou com Jon Lord recentemente e contou ao mestre que eles haviam resgatado a pérola.

"Ele me disse pra tocar a linha de teclado o mais alto que eu pudesse. Também disse pra eu nunca me meter na frente dos rolos de bateria do Ian Paice."

Chequemos o novo, então.



O original, conforme inaugurado no Top of the Pops, da BBC, com entrevista do Jon Lord e tudo:



Qual seu veredito? Airey aprendeu?

terça-feira, 7 de junho de 2011

O primeiro vídeo do BCC 2

É "Man in the Middle", que Hughes considera uma história pessoal. Ele contou a história desta e de todas as outras faixas numa entrevista ao MusicRadar.

Curtam o vídeo:

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Pra quem duvidou na outra entrevista...

...Roger Glover confirmou ao Boston Herald que a banda concordou em gravar um disco novo:

We had a writing session in March. We did manage to get together and agree to do an album. People were saying the business has changed, people don’t buy albums anymore. I’m not of that belief. We’re an album band. We were born and should die that way. An album is almost like a school report of a particular era, a great tradition.
Mas o Steve Morse deu outra entrevista e pelo jeito parece que não vai rolar de eles testarem as músicas novas no palco.

“We used to do that. You Tube has derailed that concept. The first time you do a new song, it’s immediately pushed out on You Tube.”
Aconteceu na pré-turnê de Bananas, em 2002. Duas músicas foram testadas ao vivo: "Up the Wall", que depois virou "I've Got Your Number", e "Long Time Gone", que não foi pro disco. Esta foi gravada no Festival de Jazz de Montreux em 2000:

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Glover: o novo disco está só composto, não gravado

Mestre Glover, em plena licença-paternidade, deu uma entrevista ao Vancouver Sun sobre a turnê com a orquestra que começa neste final de semana.

Na entrevista, ele deu mais detalhes sobre o disco, que aparentemente só está composto:

"Estamos trabalhando num novo álbum. Já tivemos uma sessão de composição; ficamos uns nove dias na Espanha e tiramos um monte de ideias boas nas quais trabalharemos mais tarde neste ano, e depois viremos, presumivelmente, com um álbum matador."
Aqui faz sentido a declaração do Steve Morse de que as músicas novas podem estrear já na nova turnê, mesmo sem o disco. Segundo o site oficial da banda, o disco deve sair só em 2012, e eu estava estranhando o fato de que já diziam estar gravado.

Fazer o disco, porém, não foi consenso. Ian Gillan algumas vezes disse que não precisava. E o que realmente dá dinheiro é fazer turnês - coisa que eles não páram de fazer. Glover foi questionado sobre a maior demora da história do Deep Purple em lançar algo novo. Já faz quase seis anos que saiu o Rapture of the Deep, enfim. Resposta do Glover:

"Já houve discordâncias na banda sobre se devíamos fazer um novo disco. Isso realmente não dá mais dinheiro. Minha opinião é que somos uma banda de álbuns e devemos fazê-los mesmo perdendo dinheiro, porque isso é o que fazemos. Talvez eu seja tradicionalista, mas acredito que devemos continuar como somos. Podemos progredir com nossa música, mas a forma como a fazemos deve ser como sempre a fizemos. Não há nada de errado nisso. Um disco é como capturar um momento no tempo. E, numa banda com uma história como a nossa, esses momentos dizem muito."
Leia tudo o que já saiu aqui sobre os vaivéns do novo disco do Deep Purple neste link.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Entrevista italiana com Ian Paice

Os italianos do Oval Bin tiveram a gentileza de me avisar no Twitter sobre a entrevista que fizeram com o Ian Paice. Ele fala em inglês e as legendas são em italiano.

Paice conta causos, como a vez em que eles tiraram a roupa do Roger Glover no carro e soltaram ele na rua pra caminhar a pé até o hotel. (E nem por esse bullying ele virou assassino.) Também conta sobre quando um maluco entrou um show com uma arma, no Texas, e atirou logo acima da cabeça dele (é a história que ele conta no Come Hell or High Water). Paice passa um bom tempo falando sobre rugby, assunto sobre o qual eu nada entendo.

O mais legal é quando ele conta sobre seu raciocínio e improviso na hora de tocar. "Eu sei como começa, eu sei como termina, mas no meio eu nunca sei o que vai acontecer."

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Músicas novas podem estrear já na nova turnê, diz Morse

Steve Morse deu uma entrevista ao Examiner, dando alguns detalhes sobre a turnê "The Songs That Built Rock". Segundo ele, a orquestra vai basicamente dar uma floreada nas faixas do Deep Purple. O filé mesmo está aqui:

"Algumas músicas nós nunca tocamos nos Estados Unidos, algumas vão se sair muito bem ao vivo, serão ressuscitadas e, é claro, temos um monte de material novo. Se formos conseguir incluir isso na turnê vai depender da rapidez com que o disco ficar pronto. (...) O material está soando superbem, na verdade. Estamos dando um tempinho para o Ian Gillan decorar as letras e tal."

Ou seja: o disco já está gravado, só não se sabe ainda quando sai. Músicas dele podem ser testadas no palco já nessa turnê, que começa nos EUA em 3 de junho. Cruzem os dedos!

O "decorar as letras" é divertido. Como todo fã do Deep Purple sabe, Ian Gillan vira suas próprias letras de cabeça pra baixo desde sempre. Highway Star, por exemplo, cada show ele canta de um jeito. Pessoalmente, adoro ver os improvisos dele.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Minha entrevista com o Jon Lord

Pra quem não viu ou quer ver de novo. De brinde, eu cantando Smoke on the Water:






domingo, 3 de maio de 2009

sexta-feira, 1 de maio de 2009

O mestre

Entrevistei Jon Lord ontem. Vai ao ar na MTV segunda ou terça.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Turner alfineta mais um ex-membro do Purple

E desta vez é David Coverdale. Ao dar uma entrevista ao The Metal Circus, da Espanha, ele foi convidado a responder se usa equipamento digital pra corrigir a voz. Ele admitiu, depois puxou o tapete do Coverdale.

    "Pra ser honesto, eu tenho uma máquina que ajuda a cantar os backings - é da Digitech, grande tecnologia - mas ela não usa samples, faz ao vivo; você canta no microfone e aí essa máquina pega a sua voz, o que você põe na máquina é exatamente o que você leva. Então, se você cantar uma bosta, o som vai ser uma bosta. Não tem mágica, não tem fita. Porque há pouco tempo eu vi na internet que o David Coverdale tava usando todo tipo de fita. Bom, eu estava na Finlândia com o Graham Bonnet e estávamos no mesmo festival que o Whitesnake, e eu não acreditei que ele usava essas fitas - pra voz principal! Não pros backings, mas pro principal! Eu fiquei... de boca aberta. Eu dizia: 'Mas que porra, David?! Não pode fazer isso. Parece tão besta, tão bobo.' E todo mundo reclamando disso. Não, eu canto ao vivo. O que eu faço é aquilo mesmo... não tô tentando falar merda... é verdade. Todo mundo vê... eu não acreditei, porque o David sempre foi um dos meus cantores favoritos. Usar fitas pra voz principal... eu até entendo fazer os backings se o resto da banda não canta. Mas pra voz principal? Fala sério!"

Eu também já tinha ouvido algo parecido antes sobre o Coverdale. Não acho exatamente simpático, mas também não tenho provas de nada. O que me incomoda mesmo é o gosto que o Turner tem em pichar os outros que já foram ou são do Purple. Logo ele, que é um cantor bem competente mas trocava os pés pelas mãos quando cantava ao vivo com o Purple. Logo ele.

domingo, 22 de março de 2009

A razão já era, mas a briga continua

Em outubro, o Gillan deu uma entrevista em que fazia várias críticas ao Blackmore - especialmente sobre o processo que o ex-guitarrista moveu contra o Deep Purple supostamente pra ter seu rosto tirado de uma camiseta de Machine Head.

Agora, cinco meses depois, os advogados de Blackmore respondem. Dizem que a briga do Blackmore era pelo fato de não estar recebendo sua parte nos direitos de imagem.

Mas a parte mais divertida é a frase final do comunicado, que dá o verdadeiro motivo dele:

    "Ritchie está francamente surpreso com os comentários infantis de Gillan sobre outras questões que ele discute na entrevista. Já não é hora de ele agir como adulto?"

Eu pessoalmente acho que os dois deviam crescer de uma vez e parar de birra besta. Mas não pude deixar de reler a entrevista pra ver que comentários infantis seriam esses.

Imagino que o Homem de Preto deva estar se referindo a este trecho:

    Rockpages.gr: Acho que você já sabe que a empresária do Blackmore é a sogra dele, agora...

    Ian Gillan: É...

    Rockpages.gr: E ela raramente deixa ele dar uma entrevista sozinho.

    Ian Gillan: Sério?

    Rockpages.gr: Tem que ter a Candice Night junto, e ela também nunca deixa ele dar entrevistas pra revistas de rock e perguntas sobre o Deep Purple não são permitidas...

    Ian Gillan: Bom, eu não sei por quê... eu tenho umas fotos dela pelada... (dando uma risadinha).

    Rockpages.gr: (Chocado!) De quem? (risos).

    Ian Gillan: Da sogra dele. Fabuloso!?

    Rockpages.gr: (risos) E ela também acha que a melhor cantora que já trabalhou com o Blackmore é a Candice...

    Ian Gillan: Bom, é uma opinião, né? Quer dizer, eu podia dizer que o Bob Dylan é o melhor de todos os tempos, por causa da emoção, mas alguém podia responder "É, mas ele sempre desafina", enquanto um fã devoto deve acreditar que ele é absolutamente fantástico. Eu defenderia que o Bob Dylan é um grande cantor, porque cantar toca as pessoas. Se você quiser ser técnico e dizer que a Candice quer ser a melhor cantora, tudo bem. Mas eu tenho fotos da mãe dela pelada.

    Rockpages.gr: (risos) Você podia me emprestar algumas delas pra eu publicar junto com a entrevista...

    Ian Gillan: São muito pornográficas (risos).

    Rockpages.gr: A gente podia borrar um pouco as fotos... por falar em fotos, o que houve com a camiseta do Machine Head? Teve um boato...

    Ian Gillan: Ah, é muito simples, é hilário. Quando você está no Deep Purple, está no Deep Purple, assina tudo, etc. Aí, o Ritchie estava recebendo, recebia por tudo e às vezes até ganhava mais do que qualquer outro. Ele mandou o advogado dele dizer pro Bruce Payne: "Não pode usar minha imagem do Machine Head, eu não quero estar nisso". Aí, o Bruce disse: "Tudo bem, então a gente borra o rosto dele pra ele sair fora". Foi isso que ele pediu. Aí, o Ritchie começou a processar o Bruce, porque ficou bravo e eu acho que já foi a tribunal várias vezes.

    Rockpages.gr: Então, foi parar no tribunal...

    Ian Gillan: No tribunal não, mas teve uma audiência prévia com um juiz antes de ir pro tribunal. Mas o juiz vive dizendo "que besteira, você pediu pra sua imagem não ser usada e eles tiraram fora, borraram. O que você vai fazer?" É uma bobajada.

    Rockpages.gr: Às vezes, parece que o Ritchie não é ele mesmo...

    Ian Gillan: Bom, provavelmente quem mandou foi a sogra pelada dele. Acho que o Ritchie nem sabia disso.

    Rockpages.gr: Exatamente o que eu acho...

    Ian Gillan: A culpa é da sogra pelada. (risos)

terça-feira, 3 de março de 2009

Novo disco este ano?

Don Airey, em entrevista ao Classic Rock Revisited:

    Vamos fazer um disco, provavelmente este ano, O último que fizemos nos manteve na estrada pelos últimos três anos, que é a duração dessa turnê.

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Qual é a dos mestres

Estamos desafiados a ganhar dos argentinos nos shows brasileiros. Olha o que foi Black Night lá:


O Abdalla, vocalista da banda Powerhouse, me contou certa vez a história de um sujeito que ele conheceu na fila de um show do Deep Purple no final dos anos 90. Esse cara conhecia as duas músicas da banda que passavam na Kiss, até gostava, mas não estava muito disposto a pagar pra ver um show que consistisse só em músicos e seus instrumentos. Queria lasers, profusão de gelo seco, cenários mirabolantes, músicos fazendo piruetas e talvez um monstro de plástico caminhando pelo palco e soltando fogo pela boca.

"Fica de olho. Esses aí não precisam de nada disso", disse meu amigo. Ao final do show, o sujeito estava boquiaberto. Naquela noite, o Deep Purple ganhou mais um fã devoto.

Os mestres não têm a pirotecnia de um Iron Maiden, nem o balé todo da Madonna, nem os óculos do Elton John, nem o porco voador do Roger Waters e nem a profusão de músicos de apoio dos Rolling Stones. Mas pra quê? São apenas cinco tiozinhos tocando bem pra caramba. E curtindo muito o que fazem, e com um carisma imenso, como bem lembrou o Wilerson.

Roger Glover sabe disso melhor do que ninguém. Vejam o que ele disse num programa da TV argentina:

    "Acho que nos anos 80 houve muita competição, onde o pessoal concorria pra ver quem fazia o maior espetáculo. O nosso negócio não é o show business. Nós voltamos à música, ao nível da banda. Quem precisa dessas apresentações são os popstars. Nós, do hard rock, não precisamos."

Avise aos seus colegas de outras bandas, Rog. De repente, se tirar o espetáculo todo, eles baixam o preço dos ingressos.

sábado, 3 de maio de 2008

O melhor disco e o melhor show


Mestre Ian Gillan não é um sujeito que se preocupa muito com o sucesso em vendas ou em bilheteria. Sua medida de sucesso é outra. Na comunidade Devotos de Ian Gillan, no Orkut, um colega perguntou que disco era esse que o mestre disse ser o melhor de sua carreira numa entrevista no Brasil. Entrei em contato com o homem, via seu site, e ele respondeu:

    Ah, era o Accidentally on Purpose, com o Roger Glover; eu estava falando sobre sucesso. Para a maior parte das pessoas nos negócios ou na mídia, o sucesso, ou qualquer medida do que é melhor, é quantitativo. Pra mim, é qualitativo. Outro exemplo na mesma entrevista foi sobre o melhor show que já fiz na vida. Não foi no Madison Square Garden, nem no Royal Albert Hall, nem no Festival de Reading, nem os 200 mil que juntamos na Bretanha recentemente. Não, foi no Speakeasy, na Margaret Street, em Londres, em agosto de 69 [na verdade, foi em 10 de julho de 69], minha primeira vez com o Deep Purple. O Roger Glover e eu olhamos um pro outro e pensamos: '...é este!' Não devia ter mais de 30 pessoas lá dentro - ou talvez 50, se contar o Keith Moon.

terça-feira, 29 de abril de 2008

Coverdale: é preciso prestar mais atenção na política

Em entrevista ao jornal inglês The Independent, David Coverdale surpreende por seu interesse em política:

    Eu gostaria que as pessoas se preocupassem mais com ... Política, porque é algo que diretamente afeta as vidas de todos. As pessoas realmente precisam prestar mais atenção no que está rolando. Por mais chato e insidioso que pareça ser, às vezes, há coisas terríveis sendo feitas, no mundo inteiro, em nome do povo - e é preciso tentar impedir.

Autopromoção descarada: se o leitor do Purpendicular quiser saber mais sobre política, pode visitar meu outro blog: o E Você Com Isso?.

O cantor do Whitesnake também dá duas palinhas completamente Whitesnake:

    Um engano comum sobre mim é... O pessoal pensa que eu não gosto de mulheres. Percebi que depois de eu fazer uma série de sucessos sobre corações partidos, o pessoal confundia o significado das letras, pensando que elas eram sexistas quando eu achava que eram sexy. Resumindo bem, minha filosofia é esta... Tudo tem a ver com o amor.

Em homenagem ao homem da cobra branca que visita o Brasil daqui a poucos dias, segue Coverdale e Vandenberg tocando "Soldier of Fortune", do Stormbringer.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Glover fala sobre o novo disco

Mestre Roger Glover deu uma entrevista ao G1. Segundo ele, o grupo só vai parar pra pensar num novo disco no final do ano. Alguns pontos:

    "O Deep Purple se tornou um grupo focado em turnês. Fazemos shows o tempo todo, e o grande motivo para isso é que os negócios mudaram muito. Com a queda na venda de CDs, que está praticamente acabada, o trabalho das bandas se foca em shows ao vivo. É a forma que elas encontraram para sobreviver. Nosso grupo se consolidou como o de uma grande apresentação ao vivo, e hoje podemos encontrar lugares para tocar com bastante público em qualquer lugar do mundo, o que nos mantém muito ativos. Fazemos mais shows e turnês muito mais longas. Antes, fazíamos turnês de três a quatro meses para promover discos recém-lançados. Os shows eram agendados apenas na Europa, nos EUA e no Japão. Isso até 15 anos atrás, quando, mesmo na Europa, não conseguíamos tocar em lugares como a Espanha, por exemplo. Não havia infra-estrutura para grandes shows em nenhum outro lugar do mundo, o que também limitava as viagens. Hoje isso mudou, e podemos ir a qualquer lugar do mundo, à América do Sul, à África, à Europa Oriental, à Indonésia e até mesmo à China, lugares que se desenvolveram nos últimos 15 anos. Mudou a indústria, que requer mais shows para sustentar as bandas, e mudou a tecnologia, que permite que toquemos com som de qualidade em qualquer lugar do mundo, o que faz com que nos apresentemos mais vezes em todos os lugares onde há público." "Por ser um grupo formado por músicos muito competentes, nem sequer ensaiamos mais. Decidimos o repertório nos camarins, pouco antes de entrar no palco. Soa como uma estratégia perigosa, mas sempre dá certo. Mesmo quando acabamos tocando as mesmas músicas, a atmosfera de cada show é completamente diferente, há solos diferentes. Isso é o que torna divertido. Se fosse o mesmo show, seria uma apresentação de cabaré do rock. Não somos um grupo de música de cabaré." "Sou fã do Led Zeppelin, acho que eles são fabulosos e mudaram a forma como se faz música. Foi algo que o Purple ajudou, nos anos 1960 e 1970, um período mágico, revolucionário da música. Na época, havia uma grande profissionalização da música. Os grupos eram formados por músicos, as gravadoras tinham músicos em suas equipes. Hoje o mundo é outro. As gravadoras estão falidas, estão desaparecendo. Isso é em grande parte porque as empresas foram comandadas por advogados e contadores. Além disso a tecnologia se difundiu no mundo, fazendo com que proliferassem novas bandas, e que se tornasse fácil divulgar novas músicas. O que acontece é que o Purple sobreviveu a isso tudo, já estava na mente de todas as pessoas, um clássico, que se mantém atual. É algo que acontece também com o Zeppelin. Essas bandas fizeram algo mágico no passado e continuam queridas em todo o mundo, o que novos grupos não conseguem." "Devemos voltar a pensar num novo álbum de estúdio no final do ano. É algo difícil de fazer atualmente, já que se vendem poucos discos. Perdemos dinheiro para gravar. Mas o foco é fazer shows, e pretendemos voltar ao Brasil muitas outras vezes. Não temos um limite, uma data de quando pretendemos parar de tocar. Não estou querendo me aposentar. Isto é a minha aposentadoria, na verdade. Meu último trabalho foi quando tinha 19 anos."

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Smoke over Beethoven

Ao longo dos anos, já li, ouvi e passei adiante todo tipo de explicação sobre a origem do riff de Smoke on the Water. Minha favorita é a que coloca Tom Jobim na história, com a introdução da música "Maria Moita".

Em entrevista à CNN, porém (veja aqui), Ritchie Blackmore dá outra versão: segundo ele, nosso querido dã-dã-dã é o tema da Quinta Sinfonia de Beethoven tocado ao contrário. É a primeira vez que eu o vejo dizer isso. "Isso significa que eu devo uma grana preta a Beethoven", disse Blackmore.

Não faz sentido: enquanto o riff de Smoke on the Water tem quatro notas, o da Quinta tem duas: tchan-tchan-tchan-tchaaaaan...

Já havia visto anteriormente um paralelo entre Smoke on the Water e a Quinta na questão do poder da simplicidade. Quinta ao contrário, é a primeira vez.

Mas, como foi o Blackmore quem compôs e eu toco mal pra cacilda, quem sou eu pra tirar sarro, certo?

O entrevistador - que não conseguiu aprender o riff nem com o Blackmore ensinando - também pergunta se alguma vez na vida o guitarrista já cansou de tocar nosso querido dã-dã-dã. Ele responde:

-- Absolutamente nunca. È um riff que todos devemos ter em nossas mentes. Toda noite quando eu vou dormir, eu lembro dele e penso: "nossa, sou muito feliz por ter escrito o pam-pam-pam, pam-pam-param...".

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Blackmore como convidado do Gillan, em 1981

Pesquisando as tretas da banda Gillan, descobri esta raridade que é parte de algo que há muito tempo procuro:



Na foto, estão Bernie Torme, Ritchie Blackmore e Ian Gillan. Ou seja: é aquele show feito depois do natal de 1981, quando Blackmore procurou Gillan pra convidá-lo a participar do Rainbow e Gillan devolveu-lhe o convite. Isso abriu as portas para uma canja e para a futura reformação do Deep Purple. Nunca consegui pirataria desse show.

A foto saiu desta entrevista com Torme, de sete anos atrás. Nela, ele também revela que o Ian Paice fez teste para ser baterista da banda do Gillan. Desistiu porque as músicas eram muito rápidas e ele, além de só ter um pulmão (eu não sabia disso), andava fora de prática havia um ano na época. Depois disso, convidado pelo Jon Lord, foi tocar com o Whitesnake.

O calote do mestre



O DVD recente do Ian Gillan, que eu recomendo, é uma das auto-homenagens mais sinceras e autocríticas que já vi. Muita gente boa fala do problema do Gillan com a marvada da Kátia e tira sarro da briga dele com o Blackmore. Até Colin Towns, tecladista da banda Gillan, é entrevistado - e abre a boca sobre o lado financeiro da banda em que tocou. Ele acusa o mestre de ter dado o calote na banda inteira.

Recapitulando: o Ian Gillan saiu do Deep Purple em 1973. Em 1975, convidado pelo Roger Glover, cantou "Sitting in a Dream" no Butterfly Ball. O disco do show foi gravado no estúdio que Gillan havia comprado, o Kingsway Studio (hoje no lugar do estúdio funciona uma farmácia). Como o mestre se empolgou com os aplausos que recebeu, aproveitou a banda que tocou no disco composto pelo Glover pra compor sua própria banda, a Ian Gillan Band.

Em 1978, a banda trocou de nome para Gillan - e contava com músicos poderosíssimos, como o próprio Towns (a partir de 1973) e o guitarrista Bernie Torme. Teve praticamente uma formação por ano e acabou em 1982. A coisa já estava feia dentro da banda, com as brigas por causa de grana. Os músicos viam a banda tocando pra caramba e não viam o saldo da conta crescer. Apenas Ian Gillan estava contente. Mas quebrado: segundo a mulher dele, o mestre vivia num apartamento onde não cabia sequer um gato.

Nessa época, Gillan dizia estar mal das cordas vocais e que teria de deixar de cantar por um tempo. Em 1983, sai o disco "Born Again", do Black Sabbath, com o Gillan esmerilhando o gogó. Os colegas da banda solo reclamaram: um deles gravou uma música chamada "Because you Lied" (Porque você mentiu). O baterista Mick Underwood, que tocou com Gillan no Episode Six e indicou o vocalista ao amigo Ritchie Blackmore em 1969, não fala com Ian desde essa época.

Recentemente, ex-membros da banda Gillan têm aberto a boca sobre isso em entrevistas. Já li acusações de que Gillan usaria a renda da banda solo pra pagar os altos impostos que deixou de pagar quando cantava no Deep Purple. Bernie Torme e John McCoy acabam de gravar um disco onde, mais uma vez, descascam o mestre. No DVD, Gillan reconhece a burrada e lembra que ele mesmo sofreu com isso. E acha que o negócio é bola pra frente, que isso é passado.

Entendo os motivos dos que sofreram com o caso todo pra continuar putos da vida com o Gillan, embora fique meio mal porque admiro demais o cara. E vocês, o que acham?