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sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Terceiro DVD de Montreux a caminho

Mal faz um mês que os mestres tocaram em Montreux e a Eagle já está anunciando o DVD com o show - que tem a companhia de uma orquestra, na turnê "Songs That Built Rock", e marca os 40 anos do famoso incêndio do cassino.

Será o terceiro DVD do Deep Purple em Montreux na coleção da Eagle Rock e o quarto lançamento com shows da banda na cidade que deu origem a "Smoke on the Water". Até agora, já temos:

Live in Montreux 1969 (só em CD, com a Mk2)
Live at Montreux 1996 (com a Mk7)
Live at Montreux 2006 (com a Mk8)

O próximo lançamento, que sai dia 7 de novembro, tem um setlist de resto sem maiores surpresas:
  1. Orchestral Intro
  2. Highway Star
  3. Hard Loving Man
  4. Maybe I’m A Leo
  5. Strage Kind Of Woman
  6. Rapture Of The Deep
  7. Woman From Tokyo
  8. Contact Lost
  9. When A Blind Man Cries
  10. The Well Dressed Guitar
  11. Knocking At Your Back Door
  12. Lazy
  13. No One Came
  14. Don Airey Solo
  15. Perfect Strangers
  16. Space Truckin’
  17. Smoke On The Water
  18. Hush
  19. Black Night

sábado, 25 de junho de 2011

Um documentário dolorido. E fascinante.



Acabo de assistir ao documentário do DVD de Phoenix Rising, que conta a história do Deep Purple desde o final da Mk2 até o fim da banda, em 1976. Foram entrevistados Jon Lord e Glenn Hughes, e a sinceridade deles chega a ser brutal em várias partes do documentário. Especialmente a sinceridade do Hughes.

O DVD, que ainda não foi lançado no Brasil, tem feito certo sucesso comercial na Europa. E tem ótimos motivos. Phoenix Rising é um documento definitivo sobre os excessos que acabaram com as melhores bandas de rock do mundo - inclusive o Deep Purple.

Veja o trailer aqui:



Ele não tem comparação, por exemplo, com "Classic Albums: Machine Head". Naquele, o grande fascínio é a música (o que não é pouco) - mas nem as brigas entre os membros aparecem. Não se compara também com "Heavy Metal Pioneers", o documentário lançado durante os anos em que Joe Lynn Turner estava na banda. O DVD novo não busca contar o passado da banda do ponto de vista de seu presente.

Em Phoenix Rising, o ponto central é a história de uma grande banda em plena desintegração. Contada em primeira pessoa por dois ex-membros.

Dói ver a banda que eu mais aprecio no mundo chegando ao fim. Tudo bem que foi antes de eu nascer. Mas dói igual.

Dói ver músicos talentosos, como Hughes e Tommy Bolin, se detonando do jeito como se detonaram. Por sorte, e basicamente apenas sorte, Hughes sobrou pra contar a história.

Dói ver músicos ainda mais talentosos e extremamente disciplinados, como Jon Lord, contarem das vezes em que tinham que empurrar os colegas mais displicentes para o palco ou chamar sua atenção devido aos excessos. Lord, sempre carinhoso com os amigos, faz questão de fazer várias vezes a ressalva "não estou dizendo que eu era santo, mas...". Quando você acha que ele contou podres muito fortes dos ex-colegas, vem Hughes e conta seus próprios podres com mais detalhes.

Exatamente por isso, trata-se de um documentário fabuloso. Eles não estão preocupados em agradar ninguém - e nem precisam ter vergonha de expor colegas. Bolin, o que mais pisou na jaca, morreu há 35 anos. O vice-campeão, Hughes, faz questão de falar da jaca em que pisou até pra contrastar com o quanto sua vida melhorou.

Algumas notícias a respeito anunciam como inéditos os 30 minutos do show no Japão.

É mentira. "Rises Over Japan" foi lançado em VHS, nos anos 80. Está fora de catálogo há muitos anos, mas é facinho de achar no YouTube. Partes dele já saíram oficialmente em DVDs como o "History, Hits and Highlights". Inédito é ele ser lançado inteiro em DVD.



Mas esse DVD tem cenas inéditas, sim. Delas, pouquíssimo se falou até agora. Pelas minhas contas, são:

* Alguns segundos de "Smoke on the Water" do Made in Japan, na parte onde se fala do final da Mk2. As imagens do mais mitológico show do Deep Purple estão sendo lançadas a conta-gotas. No "History, Hits and Highlights", saíram segundos de "Highway Star". No "Deepest Purple", saíram segundos de "Space Truckin'". Um dia ainda sai a gravação completa, espera-se.

* Alguns segundos em preto-e-branco com o Gillan usando um traje meio que de marinheiro.

* Algumas cenas em vídeo de shows da Mk3, possivelmente do finalzinho da formação, lá em 1975. Impossível para mim identificar qual é o show.

* Trechos fabulosos da turnê do Deep Purple na Indonésia, em dezembro de 1975. Eles filmaram desde a chegada da banda à capital, Jacarta, até o momento em que roadies tiveram de encher o pneu do avião para a banda conseguir sair do país. Trechos dos dois shows, incluindo a polícia ameaçando a plateia com cachorros, estão lá.

Como não podia deixar de ser, a parte mais dolorosa do documentário é aquela que se aproxima do final. Toda a descrição da turnê do Deep Purple em Jacarta - a corrupção, os achaques, o calote, as drogas, a morte de Patsy Collins - é muito forte. E fica mais forte ainda com os depoimentos de Lord e Hughes sendo contrastados com as imagens daqueles dias pesados.



E fica ainda mais pesado quando você chega ao final do DVD, aos créditos, e aparece uma declaração de que as opiniões emitidas por Hughes e Lord sobre a morte de Patsy Collins não refletem a opinião de David Coverdale a respeito. Os dois acreditam que Collins - um homem forte, treinado como segurança - não tropeçaria assim tão fácil pra cair no poço de um elevador desativado e fechado. Lord diz que Collins foi certamente assassinado. Hughes, que chegou a ser preso por ter sido um dos últimos a ver o roadie vivo, diz que precisaria da ajuda de cinco homens fortes pra um homem daquele porte cair por acidente no poço de um elevador.

Eu lembro da primeira vez em que ouvi pedaços do "Last Concert in Japan". Foi num sebo de discos em Porto Alegre, acho que em 1992. O vendedor, Paulo, me mostrava o disco e lamentava o quanto as drogas haviam detonado aquele guitarrista. Sua guitarra estava inaudível. Anos depois, quando comprei o "This Time Around", com a versão completa e remasterizada do mesmo show, consegui ouvir a guitarra e disse a mim mesmo: "uau, o cara não estava tão mal assim".

No DVD de agora, Hughes coloca a coisa em contexto ao lembrar que o show do Japão foi o primeiro logo depois da experiência traumática em Jacarta. Segundo ele e Lord, o que detonou Bolin ali não foram as drogas. Não exatamente. O promotor local deu morfina para o guitarrista, e ele acabou dormindo em cima de sua própria mão esquerda. Assim, tudo o que ele conseguia fazer era uma posição só. Suas guitarras foram afinadas cada uma num tom diferente para ele poder tocar.

O final do Deep Purple, em março de 1976, foi melancólico. Sua última turnê foi praticamente em casa, no interior do Reino Unido. Hughes, literalmente o homem que tocou a última nota num show da primeira encarnação do Deep Purple, conta que nos últimos dias da banda ele virou de um show a outro sem dormir e sem comer, apenas bebendo e usando drogas. A bronca que Jon Lord conta ter dado no colega é daquele tipo que você nunca gostaria de ouvir de ninguém. Já contei aqui um par de vezes o final daquele show.

Se você é fã do Deep Purple, assista Phoenix Rising. Seus depoimentos são muito sinceros e chocantes. Você é trazido para os bastidores da fase mais shakespeariana da banda.

Se você é fã de rock, ainda que não especialmente do Deep Purple, assista Phoenix Rising. É um documento de uma fase do rock, tão completo e pungente quanto "The Decline Of Western Civilization Part 2: The Metal Years".

Se você não curte nem rock e nem Deep Purple, mas tem interesse em antropologia e sociologia, ou quem sabe em documentários em geral, assista Phoenix Rising. É um documentário fascinante.

quinta-feira, 12 de março de 2009

Baú do tesouro

Está pra sair em junho um DVD duplo com imagens raras (e outras nem tanto) do Deep Purple. Ele inclui, segundo a DPAS:

DVD 1:

Help (Mk1) - Inédita. Gravada numa cobertura na Dinamarca, à la Beatles, logo nos primeiros dias do Deep Purple. Eles estão dublando, mas a preciosidade é que se trata da mais antiga filmagem que existe do grupo.

Hush (Mk1) - No Clube Playboy, em 1968. Todo mundo já viu isso no Heavy Metal Pioneers e no YouTube.

Wring That Neck (Mk1) - Inédita. Gravada no começo de 1969, por uma equipe de filmagem canadense, no estúdio De Lane Lea.

Hallelujah (Mk2) - No Beat Club. Isso já está no DVD "Master from the Vaults"

Mandrake Root (Mk2) - Inédita oficialmente. Possivelmente no South Bank Summer Festival, em 1970. Você já viu no YouTube, porque eu já pus aqui.

Speed King (Mk2) - Possivelmente do programa alemão Ich Bin Vicky Leandros, de 1970. Tem de má qualidade no YouTube.

Black Night (Mk2) - Inédito oficialmente. No Top of the Pops, acho que é aquele com o Paice usando camiseta do Super-Homem. Você já viu no YouTube.

Child In Time (Mk2) - Possivelmente é do Doing Their Thing. Você já viu no "Master from the Vaults" e no YouTube. Com alguma sorte, recuperaram a performance inteira.

Lazy (Mk2) - Possivelmente, você já viu no "Machine Head Live" e no YouTube.

Strange Kind Of Woman (Mk2) - Inédito oficialmente. Nem a DPAS sabe.

Composição de Fireball (Mk2) - Filme ruim gravado durante a gravação do disco. Já vi trechos disso.

Fireball (Mk2) - Inédita oficialmente. É provavelmente um vídeo engraçadíssimo em que eles estão dublando e o Blackmore toca a guitarra com as cordas na barriga. Eu já pus aqui, direto do YouTube.

Demon's Eye (Mk2) - Inédita oficialmente. É provavelmente um vídeo da TV alemã de 1971, onde eles mostram o mais antigo duelo conhecido entre Gillan e Blackmore. Você já viu no YouTube e aqui.

No No No (Mk2) - É a versão Mickey Mouse, do Beat Club. Já saiu no "Master from the Vaults" e você já viu no YouTube.

Into The Fire (Mk2) - Inédita. Possivelmente do mesmo programa de Demon's Eye. Eu acho que ainda não vi.

Never Before (Mk2) - Montajão de imagens. Está disponível no "Classic Albums: Machine Head".

Highway Star (Mk2) - Beat Club, provavelmente. Você já viu na MTV, no "Master from the Vaults" e no YouTube.

Smoke On The Water (Mk2) - Provavelmente é a mesma da universidade de Hofstra, única performance de Smoke on the Water conhecida em vídeo com a Mk2 original.

Burn (Mk3) - Inédita oficialmente. Estudantes ingleses da Leeds Polytechnic gravaram um show inteiro em 1974. Isso esteve no YouTube por um tempo mas sumiu.

Mistreated (Mk3) - California Jam. Manjadão.

Love Child e You Keep On Moving (Mk4) - Inéditas oficialmente em DVD. São do "Rises Over Japan". Você já viu no YouTube.


DVD 2:

And The Address (Mk1) - Inédita oficialmente. Na TV Playboy. Você já viu no YouTube.

Wring That Neck (Mk2) - Inédita oficialmente. No Bilzen Jazz Festival. Você já viu no YouTube.

Mandrake Root e Wring That Neck (Mk2) - Inédita oficialmente. No Pop Deux, em Paris. Você já viu no YouTube.

Black Night (Mk2) - Inédito oficialmente em DVD. Diz que é "promo". É o mais manjado de todos os vídeos do Purple.

No No No Take 1 e No No No Take 2 (Mk2) - Inédito oficialmente. É o ensaio pro Mickey Mouse do DVD anterior. Um deles circulava pelo YouTube.

"Jt Nuit" (Mk3) - Inédito. Na TV francesa, em 1974

Burn, Space Truckin' e duas entrevistas (Mk3) - Inédito oficialmente. Da Leeds Polytechnic. Andavam pelo YouTube. Agora, só se acha as entrevistas.

Documentário da TV da Nova Zelândia (Mk4) - Inédito oficialmente. Acho que já vi no YouTube, mas não tenho certeza.

Smoke On The Water (Mk4) - Inédito oficialmente. Da TV da Nova Zelândia.

Uma entrevista com Tony Edwards, de 1976. Inédito oficialmente. Edwards era o E da HEC, e foi um dos homens que puseram o Deep Purple de pé.

domingo, 25 de janeiro de 2009

Novo DVD da Mk3 - mas cuidado!

Outro dia o Bruno perguntou o que mais havia em vídeo da Mk3. Fiz algumas edições aqui.

Daqui a poucos dias, em 10 de fevereiro, será lançado na Europa um DVD com um show teoricamente quase inédito da Mk3, ao vivo na Alemanha em 1974. Ele sai pela IMV Blueline, segundo o Blabbermouth. Até agora, essas imagens teriam sido de alguma forma exibidas basicamente só na Argentina, diz a matéria, embora ninguém as conheça. Ao contrário do California Jam, onde houve uma desinteligência com os câmeras, esse vídeo mostraria fartos minutos de Ritchie Blackmore em ação.

O set é aquele que a gente conhece de Cal Jam e Live in London:

* Burn
* Might Just Take Your Life
* Mistreated
* Smoke On The Water
* You Fool No One
* The Mule
* Space Truckin'

O The Highway Star adverte:

    1. Tem uma foto do Cal Jam na capa.
    2. A lista de faixas parece idêntica à do Cal Jam.
    3. O selo (IMV Blueline) tem um histórico de lançar coletâneas toscas.
    4. Não que seja completamente impossível, mas uma gravação de vídeo do Purple de 55 minutos completamente desconhecida de 1974 aparecendo por um selo pequeno e independente?

Nos comentários, um fã alemão lembra que uma cópia pirata do California Jam já foi lançada na Argentina como "Leipzig". Esse DVD também circula nas estantes brasileiras. Outro fã lembra que nesse setlist não tem Lay Down Stay Down - como a primeira versão do Cal Jam também não tinha.

Considerando o custo de importar, minha dica é a seguinte: aguarde as resenhas primeiro para ver se é inédito mesmo.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Terceiro DVD

A DPAS está para lançar o terceiro DVD de imagens de arquivo do Deep Purple. O primeiro, vocês sabem, foi Machine Head Live. O segundo, California Jam. As faixas do terceiro serão divulgadas em breve, dizem eles.

No site, eles usam uma imagem da Mk1 a mais mal-documentada do Purple. Deve ter coisas deles, mas acho que não vai ser só. Tendo Mk1, algumas possibilidades de imagens conhecidas deles são:

1) A gravação do primeiro show em que eles usaram o nome "Deep Purple". Eu já vi o vídeo, mas com som "dublado";

2) A aparição dos mestres no Playboy Club, onde o Blackmore ensina o Hef a tocar guitarra;

3) O show na Califórnia gravado num vídeo em preto-e-branco cuja qualidade era considerada perdida.

Não sendo nenhuma dessas, é ainda mais empolgante.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

No vácuo

Saiu o primeiro lançamento alusivo aos 40 anos do Deep Purple: o DVD Deep Purple - Collectors Box. Mas não se apresse para comprar, porque aparentemente ele não traz nada de novo. É da mesma produtora dos documentários "Inside Deep Purple", "Rock Review: Led Zeppelin", entre outros. São meio mambembes, todos eles.

O Deep Purple, aparentemente, não está preparando nada de especial para comemorar seus 40 anos. Como a natureza não tolera o vácuo, sempre há quem aproveite o ensejo.

quinta-feira, 30 de novembro de 2006

Live in Montreux 1996

Ando babando pelo show Live in Montreux 1996, cujo DVD comprei recentemente. Gosto especialmente de dois momentos:

- "69", do Abandon, no show de 2000, por lembrar o quanto aquele disco é subestimado e pelo solo que lembra os longos solos de 1969-70, com pitadas de The Book of Taliesyn;

- "Speed King", pelos improvisos. Que incluem esta pérola:

In 1814 we took a little trip along
with colonel jackson down the mighty mississipi
we took a little bacon and we took a little beans
and we fought the bloody british in the town of New Orleans

We fired our guns and the british kept a-comin
there wasnt as many as there was a while ago
we fired once more and they began to runnin'
on down the mississipi to the gulf of mexico

quinta-feira, 26 de janeiro de 2006

Butterfly Ball finalmente sai em DVD

Finalmente vai sair lá fora, em 14 de março, um DVD do show de Butterfly Ball, em 16/out/75. A ópera-rock sobre a festa na floresta foi composta por Roger Glover e executada por seus amigos - basicamente, a árvore genealógica do Deep Purple, mais o eterno Drácula Vincent Price fazendo a narração. Fizeram desenho também, para o clipe de "Love is All" - que está no CD remasterizado que saiu há algum tempo.

Originalmente, o cantor principal da ópera era Ronnie James Dio. Ele cantava "Love is All" e "Sitting in a Dream". No dia em que haveria gravação em vídeo, ele ficou doente. Glover resolveu chamar um grande amigo seu, que estava aposentado do rock e vendia motocicletas - um certo Ian Gillan. Foi sua primeira aparição em público depois de sair do Deep Purple. Foi aplaudido de pé.

No vídeo, há algumas cenas antológicas. Por exemplo, Roger Glover e David Coverdale lado a lado em "Behind the Smile".

Cometam esse granicídio que vale a pena.

terça-feira, 6 de dezembro de 2005

Convite ao granicídio

Olha o que vem por aí no ano que vem, segundo a DPAS:

1) Deep Purple
Live In London (CD) : pela primeira vez, lançado oficialmente em CD. Ah, você tem? Eu também. Mas é um semipirata nipo-brasileiro.

Stormbringer (CD) : remasterizado, remixado. Diz o Simon Robinson que Hold On tá de babar. É principalmente voltado a malucos como eu, que já tiveram o vinil e o CD normal e que estão gradualmente substituindo a coleção convencional pela aditivada dos remasters comemorativos.

Live In Europe 1993 (4CD) : a íntegra dos shows editados para o CD de Come Hell or High Water, com os últimos registros do Blackmore na banda. Quatro discos. Facada!!!

Live In Aachen 1970 (CD) : isso já tinha sido lançado, mas com uma capa feia pra caraco e saiu de catálogo. É o meu show favorito do Deep Purple, de julho de 1970. Mestre Gillan quase não canta, mas o instrumental é de pirar o cabeção.

Archive Collection (DVD) : vem mais coisa boa aí, além de 72/73 e California Jam. "Deve incluir um monte de material raro, incluindo coisas que os pirateiros perderam", diz o Simon Robinson.

Amsterdam Paradiso 1969: um dos primeiros shows do Purple que circularam em pirataria pode sair pela Purple Records. Esse ainda tem Kneel and Pray com a letra original ("You were good/I was bad/I wanted the things you had").

Scotland 1974: O Nigel Young não conhecia nem pirataria dos quatro shows feitos pelo Purple na terra de Macbeth em abril de 74. O primeiro show dessa perna da turnê do Coverdale/Hughes foi feito logo após a pirotécnica passagem dos mestres pela California (também pela Purple records)

2) Rainbow
German Tour 1976 (CD) : três shows, numa caixinha que deve sair no Japão em abril e separadamente na Europa a partir de março.

Rockpalast 1977 (DVD) : show gravado em outubro de 1977 na TV alemã. Primeiro DVD oficial da banda do Homem de Preto.

Promos (DVD) : todos os clipes oficiais da banda.

3) Blackmore's Night
Village Lantern : o novo álbum de estúdio deles, que sai no final de janeiro. Pra quem curte, beleza. A DPAS perdeu a conta, acha que é o sétimo de estúdio; acho que é o quinto de estúdio e sétimo no geral.

4) Paice, Ashton & Lord
Live In London (DVD) : nunca antes lançado em vídeo.

Tony Ashton / Testimonial (CD - DVD) : show em homenagem ao parceiro de Paice e Lord, gravado em 2000. Além do Tony, há John Entwhistle, Whitesnake (com Lord e Paice mas sem Coverdale) e PAL - a única reunião deles ao vivo depois dos anos 70.

5) Ian Gillan
Gillan's Inn 40th Anniversary CD : cheio de convidados. Todos estamos babando e já existe um preview de Smoke on the Water no ar. Deve sair em fevereiro.

Gillan / Live (CD) : shows ao vivo dos anos 80 das bandas solo do mestre!

6) Whitesnake
Live In The Still Of The Night (DVD / CD) : filmado em Londres, em 2004. Sai junto o DVD e o CD, em março - separado, não rola. Quando eu disse que essa turnê era caça-níqueis, me criticaram.

Whitesnake remasters (CD) : tão anunciando há tempos, mas nada certo.

7) Tommy Bolin
Tommy Bolin / Masters Series (CD) : coisas raras, coisas remixadas. É pra trazer novos fãs.

8) Steve Morse
Dixie Dregs Live In Montreux (DVD) : Steve bem novinho, recém-saído da faculdade, tocando no festival de jazz de Montreux em 1978.

9) Glenn Hughes
Glenn Hughes / Studio album (CD) : disco novo e possível retrospectiva na Austrália.

10) Jon Lord
Gemini Suite de estúdio: pela primeira vez em CD, é basicamente Jon Lord e convidados. Yvonne Elliman (a Maria Madalena de Jesus Christ Superstar) canta no lugar do Ian Gillan, uma letra completamente diferente do "how I wish that I wasn't here"

Windows (DVD): Sim, Jon Lord solo, com convidados! Em vídeo! Tudo sai pela Purple Records.

terça-feira, 29 de novembro de 2005

Para desfazer mal-entendidos

Saiu há pouco tempo o DVD que tem o show do Deep Purple em Copenhague, em 1º de março de 1972. É o primeiro lançamento oficial disso que já circulava em vídeo pirata, em mpg e em DVD semipirata de banca. Ao mesmo tempo, saiu lá fora (mais) um DVD que afirma ser de Made in Japan. Atenção: cuidado pra não comprar gato por lebre. O show de Copenhague é o único show do verdadeiro Deep Purple da Era de Prata de que sobraram imagens em vídeo do espetáculo inteiro.

Para desfazer alguns mal-entendidos, observem atentamente a argumentação abaixo:

1) Não havia câmeras apontadas para o palco nem em Osaka e nem em Tóquio em agosto de 1972. Levem em conta a tecnologia disponível na época. Era muito mais complicado (e caro) levar todo um aparato de câmera para o palco há 33 anos. Hoje, até com celular se grava. [CORRIGINDO: HAVIA, SIM. AS IMAGENS MAL ESTÃO SENDO RESGATADAS.]

2) O único show completo gravado em vídeo da Mk2 de que se tem notícia é o gravado em Copenhague, em 1º.mar.1972. Fora isso, existem trechos de aparições na TV e de outros shows (como o da universidade de Hofsfra, em Nova York, que aparece no DVD de Copenhague lançado oficialmente há pouco).

3) Made in Japan é um dos discos ao vivo mais bem-sucedidos de toda a história do rock. Por isso, quando o videocassete se popularizou, passou a ser grande a demanda por um vídeo dele. Na falta disso, alguns espertos pegaram outras gravações em vídeo do Purple (como o show de Copenhague e o Doing Their Thing, de 1970) e espalharam por aí como se fossem "Made in Japan".

4) A versão mais comum é a que dá o nome de "Made in Japan" ao show de Copenhague. Isso porque o setlist é bastante parecido com o de Made in Japan. Mas atenção: o show de Copenhague é o último antes da introdução de "Smoke on the Water" no setlist. Isso aconteceu nove dias depois, em um show na BBC (que está no disco "In Concert 70-72").

5) Ainda não acreditou? Pois veja lá em Highway Star. Se o Gillan começa a brigar com a platéia no meio de uma estrofe ("oy! oy!!!"), é Copenhague. Em um dos shows do Made in Japan ele briga com a platéia também, mas é em Speed King. (Isso está no CD duplo e remasterizado de MiJ.) Parece que o rolo foi ainda mais feio do que o que houve em Copenhague, mas não existem imagens disso pra saber o quanto foi feio. Apenas a palavra do Glover de que houve um qüiproqüó.

5) O show de Copenhague também circula com os nomes de "Machine Head Live" (bastante descritivo) e "Scandinavian Nights" (que é o mesmo nome de um CD com um show de 1970).

6) Fiquem ligados. Esse novo DVD que se anuncia como "Made in Japan" é na verdade uma colagem de músicas do Gillan solo, que já haviam aparecido em outras gravações antes. A entrevista do Blackmore também é coisa velha. Não que Gillan solo seja ruim, mas evitem comprar gato por lebre. Mais ainda: boicotem as picaretagens.

terça-feira, 22 de novembro de 2005

Lançado California Jam completo em DVD



Sai hoje, mundialmente, o DVD definitivo de California Jam. Além de toda a filmagem que já conhecíamos, há Lay Down, Stay Down e duas músicas com ângulos alternativos de câmera. Quer mais? Tem entrevista com Ian Paice, comentários da época, galeria de imagens, filmagem da banda chegando no histórico Starship One e imagens em super-8 dos bastidores e torre de controle.

É um granicídio que vale a pena.

terça-feira, 11 de outubro de 2005

Prêmio Classic Album

Dia 4 deste mês, o Deep Purple ganhou da revista inglesa Classic Rock o prêmio "Classic Album", por "In Rock". Neste mês, a revista traz uma matéria com os bastidores da gravação do disco. Vou começar a bater nas bancas da Paulista desde agora. Os sites de revistas inglesas são uma bosta.

A foto abaixo mostra os meliantes no local do crime. Estava com saudade do moço da esquerda.



Mais algumas:

1) Os mestres fizeram ontem à noite um show secreto de uma hora e cinco minutos no Hard Rock Café de Londres. Poucas centenas de sortudos assistiram. A novidade no setlist é "Kiss Tomorrow Goodbye". As outras duas músicas do disco novo, "Wrong Man" e "Rapture of the Deep", já estavam no setlist desde o começo de setembro. Este o setlist inteiro:

Fireball
I've Got Your Number
Strange Kind Of Woman
Kiss Tomorrow Goodbye
Rapture Of The Deep
Wrong Man
Lazy
Perfect Strangers
Highway Star
Smoke On The Water


2) Nesta quinta, na rádio 2 da BBC, o Gillan vai apresentar trechos do "Gillan's Inn", o disco que celebra seus 40 anos de carreira com a participação especial de vários amigos, no programa "Masters of Rock". O programa é apresentado pelo Bruce Dickinson, que é um fã do Gillan ("I wanted to scream like a Banshee..."). Deve ir ao ar nesta quinta, às 9 da noite inglesas ou meia-noite brasileira. Quer ouvir pela internet? O link é este.

3) Na notícia do Blabbermouth, também ficamos sabendo que o disco que comemora a carreira do Gillan só sai lá por fevereiro do ano que vem. Antes disso, porém, o Purpendicular deve ter uma cópia (cortesia do mestre).

4) O DVD Live In Concert 72/73, que tem o show de Copenhagen e o de Hofsfra e que foi resenhado na Playboy deste mês, já é disco de ouro na Austrália. Bom, né? Saiu uma notinha sobre ele também na VIP.

5) O Jon Lord está gravando um disco de Natal com a cantora pop norueguesa Maria Arredondo. Sai no final de novembro.

6) A patroa do Blackmore faz uma participação especial em uma balada do próximo CD do Helloween.

DIA DE JOHN PEEL

Dia 13, quinta-feira, o mesmo dia em que o Gillan vai dar entrevista, a BBC vai comemorar o primeiro "Dia de John Peel". Pra quem não sabe, Peel foi o cara na BBC que "descobriu" o Deep Purple. Foi o primeiro a chamá-los ao ar. A emissora botou um baita de um site no ar, homenageando boa parte do que ele fez na carreira.

Entre os recursos do site, já encontrei o programa de duas "Peel Sessions" com o Deep Purple: 18/jun/1968 (a primeira aparição da banda no rádio, com Hush, One More Rainy Day e Help) e 14/jan/1969 (Hey Joe, Hey Bop a Roo Bop, Emmaretta e Wring That Neck). Todas essas músicas já saíram oficialmente no Brasil, nos remasters dos três primeiros discos do Purple e no especialíssimo "Deep Purple - The Early Years".

Também tem uma página especial sobre o Deep Purple, onde fico sabendo que Child in Time esteve entre as mais tocadas de 1976.

sexta-feira, 9 de setembro de 2005

Copenhagen 72 já no Brasil

Segundo o Mauro Ferreira, já saiu no Brasil o DVD oficial que tem o show em Copenhagen de 1.mar.1972 e o da Universidade de Hofsfra, em 1973. Coisa fina.

sábado, 31 de janeiro de 2004

Heavy Metal Pioneers

Estava revendo hoje o vídeo Heavy Metal Pioneers, o primeiro que assisti do Deep Purple, ainda na época em que foi lançado (92). Incrível como o tempo dá perspectiva às coisas. Primeiro: eu achava na época que entendia o que tinha ouvido. Estava errado. Me surpreendi com o quanto eu ouvi de "novidade". Segundo: embora a primeira metade tenha me trazido boas lembranças, o pedaço que conta da reunião do Purple até a entrada do Joe Lynn Turner engasgou.

Esse vídeo tem grandes semelhanças com o "Come Hell or High Water", apesar da óbvia diferença de um ser um show e outro ser um documentário. Ambos são feitos com a intenção de jogar uma pá de cal sobre o mais recente saído do grupo.

Em HMP, o Judas a ser malhado é o Ian Gillan. O trecho com ele cantando Perfect Strangers parece ter sido escolhido a dedo: rouco, esquecendo as letras, inventando partes, saltando trechos, o Blackmore fazendo caretas e gesticulando. Já em CHOHW, a "vítima" é o Blackmore. O show escolhido é exatamente aquele em que o homem de preto se embromou pra subir ao palco (chegou só na metade da primeira estrofe de Highway Star), jogou água no câmera e acertou a mulher do Gillan, etc. Nas entrevistas, os ex-colegas do cara lembram seus momentos de maluquice e dizem que Blackmore "vive em um mundo particular".

São vídeos importantes, muito embora a política interna do grupo influa muito em ambos. Some à equação o California Jam (acho a MK3 áspera demais ao vivo, e o espetáculo do palco em chamas é deprimente, embora poderoso) e o melhor DVD do Purple disponível em todos os tempos é Classic Albums: Machine Head. Melhor até mesmo que o genial Black Night in Denmark (vulgo Machine Head Live 72) e que os VHS Rises Over Japan (pobre Bolin) e o sensacional Doing Their Thing.

Ainda não vi Bombay Calling e nem o da turnê de Abandon na Austrália. Mas parece que, desde a chegada do Steve Morse, as coisas mudaram muito lá dentro. Um indicador positivo disso parece ser a ausência de vídeos pra "vingar" a saída do Jon Lord.

sábado, 17 de janeiro de 2004

Doumentário sobre Machine Head na GNT

Neste domingo, às 21h, passa no GNT o imperdível documentário Classic Albums: Machine Head. Nele, cada um dos membros da Mark 2 do Deep Purple, além de produtores e jornalistas, conta como foi a composição de quase todas as músicas do disco mais famoso do grupo. Lazy e Maybe I'm a Leo não estão incluídas.

Isso já saiu em DVD no Brasil, e alguns de nós já têm (eu me dei isso de presente de aniversário no ano passado). Na TV inglesa, o documentário foi apresentado em 27 de novembro de 2002. A versão televisiva tem 50 minutos. O DVD, com os extras, tem 95 e olhe lá.

Destaques:

- Ritchie Blackmore, ao violão, explicando a maneira certa de tocar o riff de Smoke on the Water (ele também diz que ele mesmo demorou pra acertar os acordes de acompanhamento do refrão).
- Jon Lord mostrando como se abre a jaula do monstro do Hammond em Highway Star
- Roger Glover na mesa de mixagem, no estúdio, separando os instrumentos pra mostrar como às vezes a genialidade vem da mistura de coisas simples; em Pictures of Home, espiem só como ele acompanha com as mãos e o rosto o solo do Lord;
- Os dois Ians sentados na mesma sala e contando causos da época

Show de bola. Vale muito a pena ver. Depois passem aqui pra comentar!

quinta-feira, 20 de novembro de 2003

Master from the Vaults

Está saindo do forno o DVD "Master From the Vaults", com imagens do Deep Purple nos anos 70 e da banda Gillan nos 80. Tem o seguinte:

• Mandrake Root, Improvisation
• Speed King
• Child in Time
• Wring that Neck
• No No No
• Hallelujah
• Highway Star
• When a Blind Man
cries*
• Demon's Eye*
• Lucille*
• Smoke on the Water*
*pelo Ian Gillan

Cabe lembrar que esse DVD vale MUITO mais a pena que outro recentemente lançado - que tem três músicas do Deep Purple no programa alemão Beat Club (Hallellujah, Highway Star e No No No). Esse aí, além das três, tem bem mais coisas.

O Erich Estrada garante que entre Mandrake Root e Wring That Neck vem do Doing Their Thing.

O Zé Roberto já avisa que vai ter na loja dele, mas a um preço meio salgado (uns R$ 90). Eu acho que vale. Zé, bota aí pra gente o link ou o email da tua loja, pra quem estiver interessado.

terça-feira, 18 de novembro de 2003

Para futuro granicídio

Olha que delícia este DVD do Jon Lord que sai na semana que vem lá fora: é um documentário com uma longa entrevista do mestre e o registro da turnê solo que ele fez depois de sair do Deep Purple. Ele conta por que saiu da banda, mostra o que tem feito e anuncia seus planos para o futuro. Há imagens dele com o Deep Purple, com a Hoochie Coochie Men, e com a Queensland Orchestra e a banda george, tocando o Concerto regido por Paul Mann.

O DVD dura uma hora e meia e tem as seguintes músicas:

1. Concerto For Group And Orchestra
2. Who's Been Talkin'
3. 24/7 Blues
4. When A Blind Man Cries
5. Back At The Chicken Shack
6. Boom Of The Tingling Strings (a nova composição orquestral do mestre, para piano)
7. Pictured Within

segunda-feira, 19 de maio de 2003

Novo selo

A Thames Talent, que administra o Deep Purple, lançou um novo selo para lançamentos de coisas conexas à banda, como os DVDs solo do Paice, do Morse e do Lord. O selo é o T2 Media.

sexta-feira, 31 de janeiro de 2003

De volta a 1974

Gently borrowed from the DPAS websitePlaneta: Terra. Cidade: Londres. A EMI pediu e o Roger Glover aceitou supervisar a reedição do disco Burn, ainda que ele estivesse fora do Purple na época. Ian Paice e Jon Lord, que estavam dentro, deram seu OK. O Simon Robinson, da DPAS, conseguiu achar todas as fitas originais ainda no ano passado. Então, é extremamente possível que saia ainda este ano o disco. Já estou preparando minhas burras.

Também em relação a 1974, havia sérias restrições ao CD de California Jam que foi lançado há alguns anos. Além de os últimos 25 minutos não fazerem nenhum sentido sem o vídeo (é aquele show em que o Blackmore quebrou três guitarras e botou fogo no palco), o som era péssimo. Pois a DPAS foi atrás, catou as masters originais do vídeo e recompilou o disco. A nova versão sai entre março e abril deste ano, e deve incluir a faixa Lay Down, Stay Down - que nunca apareceu nem em vídeo e nem em CD.

O novo California Jam vai sair pela série Sonic Zoom, que lança versões perfeitas de piratarias que valem a pena. Esse de California Jam (que vai se chamar "Live at Ontario Motor Speedway") será provavelmente o único que de alguma forma já havia sido lançado oficialmente. A mesma série também vai lançar em breve o título "Perks and Tit", com um show ocorrido três dias depois de California Jam. Diz que no meio do show o Glenn Hughes diz: "é muito legal fazer um show sem se preocupar em estar sendo gravado". Estava para sair este mês.

A série Sonic Zoom promete. Os três primeiros lançamentos (Space 1970, Inglewood 1968 e Denmark 1972) eu já tenho de alguma forma. California Jam também, mas não completo. Agora: Perks and Tit e Kneel and Pray (especialmente este, gravado no infame cassino de Montreaux em 1969 e que inclui uma dificílima versão Mark 2 de "Kentucky Woman") são verdadeiros achados.

quarta-feira, 15 de janeiro de 2003

No mínimo

O Arthur Dapieve, do No Mínimo, escreveu uma resenha de dois dos últimos DVDs do Purple, Machine Head Live 1972 (com o Blackmore, em Copenhagen, que acaba de sair numa revista de DVDs) e o Perihelion (com Steve Morse). Alguns trechos:

"Um tom é vivo, o outro é desbotado. Quase trinta anos os separam. Nesse período, entre 1972 e 2001, o grupo inglês de hard rock Deep Purple, um dos formatadores do heavy metal, junto com seus conterrâneos Led Zeppelin e Black Sabbath, atingiu o ápice de sua carreira, fragmentou-se, acabou, reagrupou-se, hesitou, aprendeu a suportar-se, como num casamento esticado por conveniência. Dois DVDs recentemente lançados no Brasil dão conta dessa história que, a rigor, é também a de toda banda de rock oprimida pelo seu passado grandioso. Ou seja: uma lasca da história do próprio rock como gênero 'jovem'."

"O show de 1972 dá de mil no de 2001. Ali, naquele momento, Gillan, Blackmore, Glover, Lord e Paice estavam a ponto de se tornar uma das melhores bandas de rock do mundo – muitos diriam, com boa dose de razão, A melhor banda de rock do mundo – por um ano ou um pouco mais. E, melhor ainda, não estavam bem conscientes disso."

"No palco de Copenhague, o quinteto parece estar ainda descobrindo toda a sua potencialidade. Estão todos desavergonhadamente jovens, tocando para uma audiência desavergonhadamente jovem, o que inclui um número surpreendente de crianças. A garganta de Gillan está no ponto, alternando graves, agudos e agudíssimos sem esforço. Blackmore demonstra a personalidade que, exacerbada, iria crescer tanto que não caberia mais no Deep Purple (por causa dela, Gillan e Glover logo pediriam as contas, sendo substituídos por David Coverdale e Glenn Hughes; o próprio Blackmore sairia em seguida para fundar o Rainbow). Glover dá liga à energia gerada pelos outros, com firmeza e senso melódico. Lord puxa o som para o rock progressivo, com seu órgão Hammond citando Bach na sempre bela “Child in time”. Paice faz de “The mule” uma peça solo para bateria interessante, o que não é pouco para um solo de bateria, ainda mais num kit tão singelo, que faria Mike Portnoy, do Dream Theater, ter fa-ni-qui-tos."

"O clima morno [de Perihelion] – em que pesem as declarações entusiasmadas dos fãs após o concerto (afinal, eles são fãs, certo?) – do resultado final não é culpa apenas dos membros da banda. As platéias roqueiras dos anos 2000 já não têm o engajamento das dos anos 70. Se acaso Steve Morse resolvesse emular em “Perihelion” a entrega de Ritchie Blackmore na “Space truckin’” de “Machine head live – 1972”, por exemplo, raspando a guitarra no traseiro ou atirando-a em cima dos amplificadores, acredito piamente que a platéia da Flórida fosse vaiar. O público hoje não está interessado em ouvir, num show, nada diferente do que ouviu antes no disco, tintim por tintim. É muito mais conservador – paradoxo: porque quer rever o que era transgressor trinta anos atrás tal e qual. Como os músicos precisam sobreviver, acabam tornando-se também, com honrosas exceções, conservadores."