quarta-feira, 28 de setembro de 2011

KB Hallen, onde o Purple tocou oito shows, pega fogo


Há 40 anos em dezembro, incendiava o Cassino de Montreux, onde o Deep Purple tinha ido gravar o disco que virou Machine Head. Na turnê daquele disco, no dia primeiro de março de 1972, eles fizeram seu primeiro show (o único inteiramente registrado em vídeo na Mk2) num ginásio de Copenhague, chamado KB Hallen. Foi o último show sem "Smoke on the Water", que conta a história de como o cassino suíço pegou fogo.

Pois bem: o KB Hallen também pegou fogo.

Foi na manhã de hoje em Copenhague, segundo a TV dinamarquesa. Começou com halogênio e caixas de papelão. A torre de fumaça se espalhou pela cidade, como na foto clássica do incêndio do Cassino.


Era um lugar especial para o Deep Purple, como lembra o @brunoalsantos. A banda tocou lá oito vezes, entre 1972 e 2009. Três delas tiveram Ritchie Blackmore na guitarra. A primeira foi a do DVD Machine Head Live, em 1º de março de 1972. É o único show inteiro registrado em vídeo da melhor formação do Deep Purple. Aqui, eles em pleno improviso no palco do KB Hallen:



Em 1973 eles foram duas vezes, incluindo o primeiro show da Mk3, em 9 de dezembro. Esse foi o primeiro show assistido na vida por Lars Ulrich, o baterista do Metallica. As outras cinco foram com Steve Morse: uma na Mk7, em 1998, e quatro na Mk8, em 2003, 2006, 2008 e 2009.

Em 2008, fui à Noruega a trabalho. Resolvi aproveitar o ensejo para conhecer a cidade da minha tataravó, Malmö, no sul da Suécia. Copenhague é do outro lado do Öresund, a meia hora de trem. Em Malmö mora Svante Axbacke, um dos mais dedicados fãs do Deep Purple no mundo, a quem eu já conhecia pessoalmente de quando ele veio ao Brasil em lua-de-mel. Aproveitei pra marcar um öl (cerveja) com ele.

(O que mais me espantou foi que ele estacionou sua bicicleta a duas quadras do bar, sem corrente, e quando saímos do bar ela AINDA estava lá. Se fosse no Brasil...)

No meio da conversa, contei que estava para ir a Copenhague. Ele rapidamente ligou para outro fã dedicado do Purple, Rasmus Heide, pra ver se ele podia almoçar comigo perto do KB Hallen quando eu estivesse na cidade. Quem acompanha o Deep Purple pela internet deve reconhecer os nomes: os dois são sócios-atletas do The Highway Star.

Em 18 de setembro de 2008, dia em que todos os jornais noticiavam o grande marco da crise internacional, fiz checkout no Danhostel, fui para a estação central de Copenhague e peguei os trens necessários para chegar ao KB Hallen, pra encontrar o Rasmus. Cheguei antes dele, numa pontualidade que minha mulher julgaria inédita.

Era dia de semana, era manhã, e o lugar estava fechado. Esperei chegar algum faxineiro. Quando chegou, expliquei que eu era do Brasil e tinha ido lá só pra ver o KB Hallen. Ele entendeu. Abriu a porta e tirou uma foto minha com o palco ao fundo. O mesmo palco do meu DVD favorito. Minha máquina digital estava sem bateria e eu comprei uma de filme, descartável. Mas o resultado é isto aqui:


Rasmus chegou depois. Ele, que já esteve no local algumas vezes para tomar uma cerveja com a banda, me mostrou onde era a porta por onde os artistas entravam. E a porta estava ABERTA. Se fosse no Brasil...




Tudo isso que vocês mal conseguem ver nessas porcarias de fotos foi destruído pelo incêndio. Só o que ficam são as memórias. Memórias de momentos como o começo do primeiro show do Deep Purple no KB Hallen, em que Ian Gillan pega o microfone e anuncia:

"O que temos aqui é uma música nova!
É uma do próximo álbum que está pra sair.
O álbum se chama Machine Head, e esta música deve abrir nossos shows no próximo um ano e tal.
Uma coisa chamada Highway Star. Vamos lá!"



Quase quarenta anos depois, o um ano e tal continua valendo. Highway Star geralmente abre os shows do Deep Purple em todas as turnês, e inclusive abriu na última turnê deles, na Europa, com a orquestra. Deve abrir os shows no Brasil, agora em outubro.

Quando isso rolar, certifique-se de ter uma cerveja na mão para brindar ao KB Hallen.

domingo, 18 de setembro de 2011

Que venha o dia de Blackmore

Candice Night, a mulher do mestre Ritchie Blackmore, lançou seu primeiro vídeo solo, "Black Roses". Não é meu tipo de música favorito, assim como Blackmore's Night sempre me fisgou mais pelos instrumentais, mas Candice é boa nisso. É uma excelente nova cantora de música "easy-listening", e desejo a ela todo o sucesso do mundo nesse nicho. O vídeo também é legal por mostrar ao mundo a bebê Autumn, filha do casal de músicos.



O que eu mais quero no mundo, agora, é ver o primeiro vídeo solo do mestre Ritchie Blackmore. Seja tocando guitarra ou bandolim, seja rock ou medieval, mas que seja instrumental e poderoso.

Instrumental porque quando ele se dá mal com o vocalista saímos todos perdendo e porque quando ele se dá bem demais com a vocalista o estilo não é do meu agrado. Poderoso porque quando Ritchie está em primeiro plano ele não consegue fazer nada menos do que isso. E, especialmente na última fase de Blackmore's Night, ele estava MUITO em segundo plano. A ponto de sequer aparecer no último vídeo da banda.

Adeus, Blackmore's Night. Que venha o dia de Blackmore.