segunda-feira, 25 de setembro de 2006

Um minuto de silêncio



Sir Malcolm Arnold, o maestro que regeu e ajudou Jon Lord a compor o Concerto for Group and Orchestra e Gemini Suite, morreu neste sábado. Tinha 85 anos de idade. Em 1993, foi coroado cavaleiro.

Arnold era um compositor de mão cheia, especialmente para filmes. Era dele, por exemplo, a trilha assoviada de "A Ponte do Rio Kwai" (ou de "A Ponte do Rio Que Cai", pra quem via o Faustão no começo dos anos 90), com a qual ganhou um Oscar. Ele escreveu trilhas para mais de 80 filmes nos anos 50. Ao todo, escreveu 132 trilhas e mais de 20 concertos. Um livro inglês o classifica como o "compositor mais mal entendido" da Grã-Bretanha.

O obituário de Arnold publicado no The Times o descreve como um gênio visionário que sofria de distúrbios psíquicos: seria esquizofrênico, depressivo e teria tido problemas com álcool.

O texto do Times não especifica a causa da morte. (Tampouco menciona sua colaboração com o Deep Purple.) O Daily Record, porém, diz que ele estava hospitalizado fazia alguns dias.

Em York, na Inglaterra, está em cartaz o balé Os Três Mosqueteiros, cuja música foi composta por Arnold. Na sexta-feira, um dia antes de sua morte, o jornal The York Press descrevia o maestro como "um dos maiores compositores britânicos vivos".

Já estava marcado para outubro deste ano, quando Arnold completaria 85 anos, o Arnold Festival. Sua música será tocada em vários lugares da Europa, da Ásia e da América do Norte, em 21 e 22 de outubro. No Brasil, Arnold é praticamente desconhecido - especialmente a julgar pelo catálogo das lojas online. O Submarino e a Fnac só têm, cada uma, um CD com sua obra. A Laserland tem seis, mas todos só para importação sob encomenda. Assim sendo, não tem Malcolm Arnold's Day no Brasil, a menos que alguém apresente o DVD do Concerto em público.

Conheça também seu website oficial e o da Malcolm Arnold Society.

A Malcolm Arnold Society tem na internet um alentado artigo sobre a colaboração entre Arnold e Jon Lord. Nesse artigo, Vincent Budd descreve a parceria e conclui:

"As colaborações de Jon Lord com Malcolm Arnold, e mais tarde com Eberhard Schoener, à sua própria maneira mostram que delícias musicais podem ser conquistadas quando os músicos têm bravura suficiente para tentar sacudir os grilhões culturais com os quais a humanidade tratou de prender sua vida terrena. O Concerto, Gemini Suite, Windows e Sarabande são trabalhos de valor duradouro e de uma força suprema e formidável. Diversos outros grupos e músicos de rock já tentaram tomar essa veia de exploração musical, alavancando sua linguagem musical com o meio privilegiado da orquestra, muitas vezes com grande efeito e, sim, ocasionalmente menos que isso. Entretanto, a série de álbuns que Jon Lord produziu entre 1969 e 1976 tem poucos rivais, e se constitui num corpo ímpar de entretenimento musical, para ser apreciado por qualquer amante da música pronto para fruí-lo com de coração alegre e menos endurecido."