terça-feira, 28 de outubro de 2003

A qualidade de Slaves & Masters

Mestre Roger Glover comenta Slaves & Masters em resposta a um fã que perguntou se ele considera que o infame disco do Joe Lynn Turner é um "disco de qualidade":

"A própria questão já é um indicativo do que você pensa sobre ele, e eu nunca poderei mudar a sua idéia disso. Em todo caso, a 'qualidade' a que você se refere é um julgamento subjetivo; não é algo que possa ser medido de alguma forma. Do que pode ser medido, podemos dizer com certeza o seguinte: o CD pesa tanto quanto outros CDs; tem as mesmas dimensões de outros CDs; a duração do conteúdo musical pode ser comparada à da maior parte dos outros CDs; as informações na capa estão corretas – acho que posso dizer, com segurança, que Slaves & Masters é realmente um produto de qualidade."

segunda-feira, 27 de outubro de 2003

Ao lançar Nobody's Perfect, um Deep Purple medieval

Saiu na internet o resumo da Darker Than Blue 36 (Dec 88 - Jan 89). Simon Robinson conta: "O disco ao vivo Nobody's Perfect havia finalmente saído, em junho, mas poucos estavam empolgados com isso, embora a banda tivesse se vestido com roupas medievais para a festa de lançamento, talvez dando a Blackmore a idéia de seu projeto solo quase dez anos depois".

quarta-feira, 22 de outubro de 2003

Como Steve se sentiu ao entrar no Purple

"(Estar no Deep Purple) É interessante. É como fazer parte de um pedacinho da história. Mas o que faz sentido pra mim é o fato de estar tocando com grandes músicos. Não conseguiria participar dessas longas turnês se os caras não tocassem o que eles tocam. Há dez anos, quando os encontrei pela primeira vez, eu disse para o meu empresário: 'tanto eles como eu não nos conhecemos, e não temos certeza de nada; vamos fazer quatro shows e depois decidiremos o que fazer'. Já antes da primeira apresentação, nós todos nos convencemos de que iria dar certo. A conexão foi instantânea. E eu me senti um tanto surpreso com isso"

STEVE MORSE, numa bela entrevista à revista Cover Guitarra. A revista também traz 14 trechinhos de músicas do Morse, incluindo Sometimes I Feel Like Screaming (finalmente aprendi a tocar a introdução no cabong) e cinco do Bananas: House of Pain, Silver Tongue, Bananas, Picture of Innocence e I've Got Your Number

O Marcel me mandou um scan da capa, visto que o site não está no ar. Mas eu ainda tenho que descobrir um canto pra hospedar a imagem antes de botar no ar. Se alguma alma caridosa o fizer, show de bola.

No The Highway Star, o Albertino avisa que tem entrevista do Glover na Cover Baixo e do Paice na Modern Drummer (que eu vi ontem na banca, mas não comprei porque sempre fui mais afeito à guitarra).

domingo, 19 de outubro de 2003

Glover: a finalidade do Deep Purple é a música

"A única coisq que eu sei sobre o DP é que ele sempre foi uma banda cuja finalidade é a música, acima de tudo. Aprendi há muito tempo que o DP era uma banda de músicos que queriam ser tão 'naturais' quanto possível. Em outras palavras, cada um de nós só precisava ser ele mesmo. Parece simples, mas às vezes as coisas mais fortes são as mais simples. Em toda sua existência, o DP também teve alguns músicos realmente talentosos que amam tocar e não são motivados primariamente pelas armadilhas do show business. Isso pode ser tanto bênção quanto maldição, mas pelo menos é uma bênção. Também tivemos a sorte de estarmos presentes no começo de uma nova era, algo que não pode ser planejado, e assim ganhamos alguma credibilidade por termos largado na frente."

ROGER GLOVER, definindo o Deep Purple

Sail Away "deslumbrante" no remaster de Burn

Está andando o remaster de Burn. Segundo o Simon Robinson, o que já está pronto ficou poderoso, "com um trabalho deslumbrante em Sail Away, em particular". O remix deve ficar pronto em outubro e o disco em si sai no ano que vem, como edição especial de 30 anos de Burn.

Já estou preparando meus bolsos aqui. Vai ser minha terceira versão de Burn (a primeira foi em vinil e a segunda em CD normal). E que venha Stormbringer!

sábado, 18 de outubro de 2003

Este é o Funky Claude

Todo mundo que realmente curte Deep Purple tem ao menos uma vaga idéia sobre quem é o Funky Claude mencionado na letra de Smoke on the Water: era um cara lá da Suíça que deu uma força sem tamanho ao Purple quando deu todo aquele rolo de o Grand Hotel queimar, e tal.

Mas quem é esse cara?

Claude Nobs é o maior agitador cultural da Suíça. Foi ele quem fundou o maior e mais famoso festival de jazz do mundo. Ele é um ex-chef de restaurante que virou o maior agitador cultural da Suíça. Desde 1956 ele trabalha pra secretaria de turismo de Montreux, e em 1965 foi aos EUA e descobriu que sua cidade era uma completa desconhecida na Gringolândia. Disse isso para seu chefe e o cara perguntou se ele tinha alguma idéia. Apaixonado por jazz, ele propôs a criação de um festival, e o Montreux Jazz Festival surgiu em 1967.

Por causa do festival, Nobs ficou amigão de gente tipo Miles Davis e Ella Fitzgerald, e ainda hoje trata os caras do Purple na base do "tu". Certa vez, o Miles Davis viu ele com uma camisa tunisiana e achou bonita. Nobs tirou a camisa e deu de presente pro mestre do jazz.

Foi ele que começou a experimentar com a amplitude do gosto do pessoal do jazz, em seu festival. Em 1969 ele convidou o Ten Years After e torceu uns narizes. "Eu não via limites - blues, r&b, gospel. Pra mim, jazz significa partilha emocional por instinto, um frescor improvisacional", disse ele à Time Magazine. Desde 1979 ele chama músicos brasileiros, começando com a Elis Regina. Nos anos 90, ele torceu narizes (inclusive o meu) ao convidar até o É o Tchan pra tocar lá. Redimiu-se quando por duas vezes chamou o Deep Purple.

Sobre o estado atual da música, e especialmente do jazz, ele diz:

"Sempre haverá músicos jovens. Mas o que é difícil de achar é um Coleman Hawkins, um Miles Davis. Mesmo o Wynton Marsalis — com toda sua força de improviso e técnica — não tem o mesmo nível de gênio como alguém menos perfeito como Miles. Fico pensando se todas essas tecnologias à disposição não diminui o nível de criatividade pura e simples."

sexta-feira, 17 de outubro de 2003

RADIO ONE, YOU'RE THE ONLY ONE... FOR ME (atualizada)

Estava lendo agora de madrugada sobre a Radio One da BBC, criada em 1967 e principal veículo para as grandes bandas de rock inglesas no final dos anos 60 e início dos 70, que são as que me importam. Naquele tempo, os músicos eram convidados a ir ao estúdio da rádio para gravar versões tão semelhantes quanto possível às que tivessem gravado para seus discos - tudo pra não pagar direitos autorais à gravadora, que eram (e são) caríssimos.

Dessas sessões saíram preciosidades como CDs duplos dos Beatles, do Jimi Hendrix (que gravou um maroto jingle cuja letra começava com o título deste post), do Led Zeppelin e de um monte de gente. O do Deep Purple só eu tenho, porque eu catei a pirataria toda e montei aqui no Seu Creysson. Ainda falta fazer o da primeira fase do Purple.

A história da rádio está neste site, com fotos impagáveis. Até 1967, não existiam rádios legalizadas que tocassem música pop no Reino Unido. Alguns jovens locutores botavam barcos no oceano e de fora dos limites marítimos de Albion transmitiam rock do bom. Daí o nome "rádios piratas", e foi assim que surgiu a primeira Kiss FM. A BBC, rede pública, reagiu a isso recrutando locutores das piratas e criando a Radio One no começo de outubro de 67. O dia era para o pop, a noite era pro rock - e foi daí que se espalhou o boom do rock britânico.

O site também tem perfis de alguns locutores da rádio, como John Peel (cuja voz aparece apresentando o Deep Purple In Concert 1970), que era um dos poucos caras na BBC que arriscava tocar punk e foi o primeiro cara que tocou um disco inteiro duas vezes seguidas. Foi ele quem resolveu dar um banho de água fria no Purple depois do single Black Night. Recebi uma resposta bastante consistente do Doug:

"Basicamente (e Nigel que me corrija se eu estiver errado), nos primeiros dias, era muitas vezes mais barato para a BBC convencer as bandas a regravar suas músicas exclusivamente para a BBC do que tocar constantemente as versões comercialmente lançadas, e por isso o Deep Purple e muitas outras bandas da época foram gravados diversas vezes. Entretanto, uma das razões pelas quais eu acredito que o Deep Purple perdeu popularidade na BBC foi uma briga deles com o DJ John Peel, que sentiu que a Mark 2 havia se vendido depois de ter um single de sucesso. :)"

Tommy Vance, um dos mais antigos apresentadores de programas de rock no rádio mundial, foi o cara que fez uma bela série de entrevistas com o Purple em 1984, quando o grupo voltou.

Tem um cara que colocou no ar uma lista das músicas banidas pela rádio. Tem coisas interessantes. Os Beatles tiveram trocentas músicas proibidas, o Purple nenhuma - provavelmente graças à técnica do Gillan e do Glover de fazer metáforas quase impenetráveis e beirando o nonsense.

Diz que em 1995 baixou na rádio uma ordem pra jogar no lixo todas as gravações com mais de cinco anos e centrar fogo no tal do britpop, que não me agrada. Por causa disso, a banda Status Quo processou a BBC. Perdeu na Justiça e não toca mais lá nem a pau e corda.

quinta-feira, 16 de outubro de 2003

Como eles constroem os setlists

Tá lá no Roger Glover:

"O fato infeliz da vida é que os fãs mais sofisticados sempre vão querer ouvir as músicas mais obscuras ou mais recentes, enquanto as turnês de verão na América e os festivais da Europa exigem que toquemos músicas mais reconhecíveis. Nós até tentamos incorporar o que se pode chamar de músicas 'lado B', como Mary Long, mas não funcionou. A dureza disso tudo é que os dois últimos discos [Purpendicular e Abandon] muito embora tenham valor duradouro para um fã, não geraram o alto nível necessário para tornar suas músicas reconhecíveis para o público em geral. Elas não foram sucesso! Agora, com o novo álbum, Bananas, há uma chance de que possamos romper essa barreira da aceitação e ter alguns novos clássicos. Pessoalmente, eu ainda gostaria de explorar algumas das músicas dos dois álbuns anteriores também, mas preciso que o resto da banda concorde. Nem sempre é uma tarefa fácil."

Frases lapidares

"Só um ato do parlamento pode fazer o Deep Purple desistir de tocar até cair"

THE GUARDIAN, 13.fev.2002

quarta-feira, 15 de outubro de 2003

O embaixador do inferno

Jon Lord ganhou em setembro, no Hell Blues Festival, o título de "Ambassador of Hell". Ele dedicou a homenagem a seu amigo Tony Ashton (com quem tocou na Paice, Ashton & Lord), que foi embaixador de Hell em 1998 e morreu em 2001.

Foi lá, em uma entrevista coletiva, que Lord deu umas cotoveladas no disco Bananas mas disse que acha que o Deep Purple vai durar até que a pilha acabe.

"Não há motivos para que o rock não possa ser tocado pelas pessoas que estão envelhecendo. É a música que pertencia a eles quando eram jovens, então por que é que eles não poderiam levá-la adiante enquanto envelhecem? Você não diria a um músico de jazz ou de blues que eles não poderiam mais tocar porque estão ficando velhos. Então não vejo razões pelas quais eles não pudessem continuar se tivessem vontade."

Lord disse que tinha saudade de tocar com Steve Morse, e alguém perguntou: "quando rola de novo?". Ele respondeu: "Bom, se o Don ficar doente, já sabe..."

Olha a fotinho do embaixador do inferno aí:


terça-feira, 14 de outubro de 2003

Divagações musicais

Guardadas as diferenças óbvias, "Machine Head" é para o Deep Purple o que "Kind of Blue" foi para o Miles Davis. A simplicidade do riff de Smoke on the Water lembra o despojamento do tema básico de So What, aqueles dois acordes que se repetem. Sem falar em fraseados aparentemente imperceptíveis mas que se ouve com a familiaridade do som do vento, como a divagação de Jon Lord no teclado em Maybe I'm a Leo ou a de Coltrane em Blue in Green. Ou a repetição que, no tempo do vinil, fazia supor que o disco havia arranhado - tanto no riff do refrão de Space Truckin' quanto no solo de Davis em Flamenco Sketches.

Claro, nem todo mundo que gosta de Deep Purple vai gostar de Miles Davis e provavelmente vice-versa. Mas ouvir atentamente discos como esses é uma ótima explicação para o motivo de os artistas reunirem sua produção em álbuns. Bem sacado, o álbum mostra claramente as idéias que rolam na cabeça dos artistas num período determinado de tempo.

Há quem me pergunte "tá, mas que música do Deep Purple é boa?". Pessoalmente, não gosto desse tipo de pergunta, assim como não gosto de coletâneas por melhores que sejam. Elas desfiguram o trabalho de um artista pinçando apenas o que se tornou mais famoso - e desgastando pela repetição. Gosto é do álbum, com seus altos e baixos e preciosidades que não chegam a ficar famosas mas são uma delícia de descobrir.

Isoladamente, não tenho mais saco pra ouvir Smoke on the Water. No contexto de Machine Head, porém, entre Never Before e Lazy, a música volta a significar exatamente o que eu entendi dela quando tinha 15 anos e troquei o ingresso que tinha ganho do baixista do Roxette por um vinil de Machine Head na Megaforce. Cheguei em casa no final da tarde, com o disco dentro daquele saco preto com a mão prateada segurando um raio, e deitei sobre ele a agulha. Eu já conhecia Smoke on the Water, claro. Mas apenas depois que eu ouvi sobre o vazio, as águias e a neve e virei o disco e que entendi o que significava a fumaça sobre a água e o fogo no céu.

É o mesmo com o Kind of Blue. No meu tempo de solteiro morando sozinho, descobri em furtivos encontros o quanto o timing do Miles Davis era perfeito. Tenho So What em uma coletânea também - mas ali ela significa uma passagem entre um tema de Porgy & Bess e My Funny Valentine. Dentro do Kind of Blue a mesma música abre uma perfeita noite em boa companhia que sutilmente vai determinando um clima exato até que cai nos lençóis macios de Flamenco Sketches. E aí, meu amigo, o melhor é abrir o Torrontés enquanto Freddie Freeloader está na área.

segunda-feira, 13 de outubro de 2003

Ride the rainbow, crack the sky

A Deep Purple Appreciation Society botou no ar uma discografia ilustrada de Stormbringer. Foi o primeiro disco do Purple que eu ouvi, num vinil comido por traças (!), então tenho um carinho especial por ele.

Além das curiosas capas internacionais (como a argentina, em que o disco é renomeado Traetormentas, e da moçambicana, que é cor de laranja), a discografia traz algumas curiosidades que eu não sabia. Quais sejam:

1) Na Coréia do Sul, a faixa "Stormbringer" foi censurada e o disco foi renomeado "Soldier of Fortune". Será que foi por causa da "violência" da letra ("ride the rainbow, crack the sky, Stormbringer coming, time to die")? A imagem da capa, que tudo tem a ver com o título Stormbringer e com a letra da faixa vetada, foi mantida. Mais um exemplo de que toda censura é fundamentalmente burra.

2) O disco originalmente se chamaria Silence; a capa original tinha a imagem de uma mulher maquiada pedindo silêncio (é essa que vai aí do lado).

3) Quando foi decidido o nome Stormbringer, eles pensaram em usar a famosa foto que vai lá embaixo, em que uma audiência japonesa enfurecida destruiu a arena no penúltimo show do Ian Gillan no grupo. A imagem foi rejeitada por ser muito destrutiva.

4) A imagem definitiva da capa é uma pintura baseada numa foto famosa de um tornado nos EUA. Alguém conhece essa foto?

Há mais curiosidades sobre Stormbringer num artigo do xiru Giuliano Ventura para o qual eu dei uns pitacos. A coluna dele no site Backstage Pass é bem legal: chama-se "O Grito dos Excluídos" e faz resenhas de discos mezzo obscuros mas muito legais da história do rock.

sexta-feira, 10 de outubro de 2003

Paice: fui demitido pelo Coverdale

PURPLE NA FITA

O Albertino mandou pro The Highway Star a dica: a revista Batera & Percussão traz uma longa entrevista com o Ian Paice. Entre outras coisas (principalmente detalhes técnicos saborosos), ele revela que foi demitido do Whitesnake pelo Coverdale.

Resta esperar pra ver se as revistas de guitarra, baixo e teclado brasileiras aproveitaram os tios também.

No Velho Mundo, eles também estão a toda. Na revista Guitarist, a edição de novembro comemora com dez páginas os 35 anos da melhor banda do mundo. Teria até entrevista com o Blackmore, segundo o pessoal da DPAS. No site, infelizmente, não diz nada. Tem, porém, uma matéria antiga sobre os amplificadores do bruxo. A Guitar inglesa, que não tem seu conteúdo na internet, tem entrevistas com o Morse e com o Glover. Mesmo com a Classic Rock, que apresenta o Gillan. A Powerplay, que bota o Bananas como o álbum do mês, com nota 9, só tem o índice no ar.

Foda esse cenário britânico, né?

A rádio da cabeça do Blackmore

Olha este trecho da entrevista do Homem de Preto à Guitar Magazine, em 96:

"P: Começando lá por Burn e nos primeiros discos do Rainbow, seu jeito de tocar espelhou muito escalas tipo mesoeuropéias, meio húngaras.

R: Definitivamente. São minhas favoritas. Isso me emociona, essa coisa de paixão xigana. Basicamente os ciganos turcos, aquela coisa modal israelense. Adoro ouvir isso. Às vezes você liga a TV ou o rádio naquelas estações estrangeiras e ouve essas bandas turcas tocando, com aqueles instrumentos muito esquisitos e o cantor cantando aqueles semitons estranhos. Aquilo me motiva, pega bem no nervo."

P: Quando você foi exposto a isso pela primeira vez?

Não lembro. Não foi neste mundo. Sinto que foi há uns 400 anos, e que tem a ver com a minha crença na reencarnação. Existe alguma coisa naquilo que me leva de volta no tempo."


No DVD de The Making of Machine Head, o Jon Lord tira sarro disso. Diz que o Blackmore ouvia uma rádio húngara que só pegava na cabeça dele.

sábado, 4 de outubro de 2003

Blackmore se rende à guitarra

Primeiro era o nome do site oficial: de "Blackmore's Night Web Page" virou Ritchie Blackmore & Blackmore's Night Official Web Site". Depois, a Candice ganhou seu próprio site. Agora, o velho homem de preto voltou a pegar a velha Fender Stratocaster cor de creme pra tocar algumas músicas no palco (All For One, Village On The Sand e 16th Century Greensleeves). Tá lá na DPAS pra quem quiser ver, e foi de lá que eu roubei esta fotinha.

São sinais alentadores. Depois de seis anos tocando violão medieval, com resultados variando entre peças instrumentais sublimes e canções tipo new-age-de-balzaca-que-acredita-em-gnomos, depois de passar anos se vestindo feito os Sete Anões pra tirar fotos com a patroa, acho que muito em breve vamos voltar a ver o bom e velho resmungão brincar com eletricidade.

Eu não quero que ele volte ao Deep Purple, e certamente ele não volta. Mas um novo Rainbow cairia muito, mas muito bem. Torço pela carreira solo da patroa dele. Mas realmente não é o meu tipo de música.

Há 21, 22 anos, foi preciso o Blackmore ir à casa do Gillan no natal pra puxar as orelhas do grande vocalista e dizer que ele tava perdendo tempo com esse negócio de keeping a low profile com jazz-rock. Embora o som fosse muito legal, não atraía muito público. "Seu lugar é nos grandes estádios", disse Blackmore ao Gillan.

Quando eu ouvi vinte mil sardinhas abafarem o som do Purple no Gigantinho com seu canto, a primeira coisa em que pensei foi "viva Blackmore".

Alguém tinha que dar o mesmo tipo de puxão de orelha no homem de preto. Tenho certeza de que ele ouviria. Se alguém que estiver lendo isso for arriscar, diz pra ele tirar também aquele bigodinho bagaceiro.

sexta-feira, 3 de outubro de 2003

Eu, tradutor do site do Gillan

Estou estreando como tradutor do site do Ian Gillan para o português. Passa lá! Pra ler o meu trabalho, tem que clicar na bandeirinha de Portugal (esses europeus...).