sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Turnê à vista!!!

O The Highway Star está anunciando, ainda que sem confirmação oficial, que um show do Deep Purple está sendo anunciado para o dia 14 de fevereiro na Argentina, no festival Cosquin Rock, em Córdoba.

Há alguns meses, quando foi anunciado localmente e depois cancelado um show do Purple em Manaus, os organizadores me informaram que os empresários do Purple é que pediram pra transferir para março de 2009.

Levando em conta as duas datas - que, lembrem, ainda não foram confirmadas -, dá pra chutar que o Deep Purple seguiria sua turnê pelo Brasil na segunda metade de fevereiro, primeiro pedaço de março.

Assim sendo, vale a pena já ir preparando o bolso. Até porque em janeiro FINALMENTE sai o remaster de Stormbringer.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Blackmore topa entrar na banda-tributo do Turner

Lembra a banda Purple Rainbow, criada pelo Joe Lynn Turner com o Bobby Rondinelli pra fazer tributos às duas bandas citadas no nome? Pois é. Blackmore aceitou o convite para tocar guitarra com eles. A turnê mundial vai começar pela Rússia.

Mas peraí, peraí, peraí. Não é o Ritchie Blackmore. É o filho dele, Jurgen Blackmore, informa o The Highway Star.

domingo, 16 de novembro de 2008

Quinze anos depois

Nesta segunda, completam-se 15 anos do último show do Blackmore no Deep Purple. Ele ocorreu no Icehall, em Helsinki (Finlândia). Naquele ponto, há muito tempo não rolavam mais as colaborações criativas que ganharam a imaginação dos fãs duas décadas antes em duelos como este:


Em 1993, nos 25 anos do Deep Purple, Blackmore topou a contragosto reformar a Mk2 por uma segunda vez - o que significava voltar a dividir o palco com seu ex-melhor amigo Ian Gillan, com quem não se bicava direito desde os anos 70. Cinco anos antes, Blackmore havia proposto e os outros membros do Purple haviam topado demitir o vocalista, que andava abusando da cachaça e não tinha mais o mesmo controle nem da voz, nem da memória. Só que a formação que viera depois, com Joe Lynn Turner, não havia agradado nem à crítica e nem ao público.

Com o jubileu de prata a caminho, basicamente foi uma imposição da gravadora trazer o Gillan de volta, pra um disco e uma turnê. Para fazer o disco, gravado entre novembro de 1992 e fevereiro de 1993, o Purple puxou da gaveta algumas faixas compostas com Turner e com o instrumental já pré-gravado. Não encaixaram 100% na voz do Gillan, mas o disco saiu com algumas coisas bem boas, embora sempre com um leve travo de amargor. Blackmore, por exemplo, não gostou do jeito como ficou "Time to Kill". Segundo a biografia do Gillan, ele teria dito:

    "Não gostei da letra, não gostei do tom e não gostei do título! Quer dizer, a palavra 'kill' (matar) não fecha exatamente com aquele acorde, fecha? Pra ser honesto, eu preferia que você usasse a letra que o Joe escreveu."

No DVD "Highway Star", que comemora os 40 anos de carreira do Gillan, Roger Glover diz: "foi o melhor disco que pudemos fazer naquele momento". É uma boa definição dele.

Aí, viria a turnê. Originalmente, ela começaria no final de julho de 1993, nos Estados Unidos. Mas 24 shows, nos EUA e no Canadá, foram cancelados. A turnê só começou em 24 de setembro, em Roma. Empolgou os fãs por incluir novo material velho praticamente inédito no palco, como "Anyone's Daughter". Mas os ensaios eram tensos, como se pode ver neste vídeo de 21 de setembro:



A caravana purpleana passaria pela Alemanha, França, Suíça, Espanha e Áustria sem notícias de stress visível. Mas, ao encerrar-se o show em Praga, no dia 30 de outubro - 37 dias e 28 shows após o início da turnê -, Blackmore pediu que Colin Hart entregasse aos colegas uma carta em que apresentava os termos de sua demissão. Ele teria rasgado seu passaporte para não ir tocar no Japão após a turnê européia. Seu último show seria duas semanas depois, em 17 de novembro. Nada de novo no Purple: Gillan já fizera isso em 1973, dando seis meses de antecedência. Jon Lord o faria mais tarde, em termos muito mais amigáveis.

Quando houve o incidente da água, em 9 de novembro, apenas os fãs não sabiam que o Blackmore já tinha pedido o boné. Sabendo disso, e revendo o gestual e as trocas de olhares entre Gillan e Glover no vídeo de "Come Hell or High Water", fica claro que eles comentavam um com o outro que o homem de preto estava especialmente chato porque já havia ligado o foda-se.

Como o primeiro show no Japão seria em 2 de dezembro, a banda teria menos de um mês para achar e treinar um substituto. Teria de ser um excelente guitarrista, não apenas para dar conta do repertório (quase 50% formado por material novo ou raro), mas também pra ser aceito pelos fãs no lugar do gênio que criou todos os riffs do Purple. Udo, o promotor japonês, propôs Joe Satriani - e o fã do Surfista Prateado topou. Nesse meio tempo, enviaram uma fita do show de Stuttgart, considerado um dos melhores da turnê (lançado comercialmente há alguns anos), para que ele fosse ensaiando.

No dia 14, um domingo, a BBC anunciou que Blackmore deixaria a banda. Então, Helsinki era uma data obrigatória para todos os fãs que pudessem ir. Antes do show, Glover deu uma entrevista a uma revista finlandesa confirmando a saída do guitarrista.

Naquela noite, Blackmore subiu ao palco e tocou soberbamente bem (aqui estão os links para baixar o boot inteiro). Estava até simpático. Conta o Rasmus Heide sobre o duelo de guitarra e teclado em Speed King:

    um ocupado Blackmore tentava sem sucesso alcançar seu velho parceiro Jon Lord em uma complexa caçada de guitarra e órgão. O senso de humor de Blackmore emergiu quando, depois de um tempo, ele desistiu e pôs as mãos nos quadris, brincando como quem diz: "quem você pensa que é?"

Ao sair do show, Blackmore foi para o hotel fazendo mistério. Uma rádio finlandesa fez uma reportagem a respeito, na hora, mas eu não entendi nada do que eles disseram exceto a única frase que Blackmore teria dito aos repórteres: "Have a nice day". Gillan, ao sair do Icehall, anunciou que a turnê continuaria com Satriani.

Na manhã seguinte, Blackmore partiu de volta para casa e Gillan deu uma entrevista à TV finlandesa. Ele anuncia a saída do guitarrista e responde a uma provocação do repórter dizendo que topou a segunda reunião porque seu empresário ameaçou pedir demissão se ele não topasse. E reclama do agora ex-colega: "Não tem muita fricção. Blackmore é o problema. Ele é muito difícil, não escuta ninguém, quer tudo do jeito dele, não deixa ninguém dar contribuições à música, cancela turnês no último minuto. Essas coisas são difíceis, e eu não gosto disso. O único motivo pelo qual o Deep Purple pára de tempos em tempos é essa dificuldade dele." Gillan também promete que o Deep Purple continuaria rolando até que o óleo acabasse.

O programa também mostra o Blackmore faceiro, fazendo seu último solo de Highway Star com o Purple:


Depois disso, Ritchie primeiro falou em gravar um disco só seu. Retirou-se para sua casa em Long Island e jogava futebol todo domingo às três da tarde num parque da cidade. Até o final de 1994, porém, Blackmore tirou um tempo pra si próprio.

Ex-colegas se aproximaram. Glenn Hughes convidou Blackmore para fazer uns solos em shows seus. Não rolou. Com o fim da parceria entre David Coverdale e Jimmy Page, chegou-se a anunciar uma participação do Blackmore em shows do Whitesnake, e até gravações dele com Coverdale. Os shows nunca rolaram. Se gravações houve, nunca apareceram. Nem o disco solo chegou a sair.

No final de 1994, era certo que sairia uma nova formação do Rainbow, com o vocalista Doogie White. Em 1995, saiu o álbum "Stranger in Us All", com participações especiais da então desconhecida namorada do Blackmore. Antes de iniciar a turnê, a banda já tinha mudado de baterista. O primeiro show foi em 30 de setembro. Sabe onde? Helsinki, na Finlândia. A turnê chegou a passar pelo Brasil, em julho de 1996 - começando pelo Opinião, em Porto Alegre, em 2 de julho, e seguindo para mais quatro datas. O show anunciado no Rio foi cancelado.

Tal como acontecera com a formação do Turner, menos de um mês após os shows no Brasil aquela formação do Rainbow tinha terminado. Mas naquele ponto já se falava no tal projeto medieval do Blackmore. O nome seria "Medieval Moons And Dances". A primeira menção que vi a Blackmore's Night foi no final de 1997, quando ele deu uma entrevista à Guitar Player brasileira.

Fez bem ao ânimo de Blackmore sair do Deep Purple. Fez bem ao ânimo do Deep Purple a saída do Blackmore. Mas sempre fica um travo no fundo da garganta pensar que nunca mais veremos Blackmore e Gillan dividindo o palco criativamente. Mas, também, nunca mais veremos o Pelé fazendo gols pela Seleção. Vivamos com isso. O importante é nossos mestres estarem felizes e compondo.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

O sósia

Esta eu não sabia, mas a Associated Press me informou.

Em 13 de novembro de 1974, um impostor se fazendo passar pelo Ritchie Blackmore pegou um Porsche emprestado e bateu o carrão em Iowa City. Acabou sendo processado por falsidade ideológica.

Em 2005, o Blackmore também teve outro sósia espertinho, desta vez em Southampton, na Inglaterra. Esse se internou num hospital e até compôs uma música pra uma enfermeira. Leia aqui o que escrevi a respeito na época.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Novo CD do Gillan em janeiro

O novo CD solo do Ian Gillan, "One Eye in Morocco", deve sair em janeiro de 2009.

O disco foi gravado com o guitarrista Steve Morris, que já esteve ao lado do mestre em seus trabalhos solo dos anos 90: Naked Thunder (ok, 1989), Toolbox (1992) e Dreamcatcher (1998). Ele também foi um dos convidados especiais do "Gillan's Inn", na faixa "Loving on Borrowed Time".

Os dois se conheceram por conta de uma fita jogada na lata do lixo. Morris havia enviado ao Gillan, e ele botara no lixo. Um dia, o cantor estava jogando sinuca com um amigo e o sujeito botou uma fita pra tocar. Gillan pergunta: "sensacional, de onde você tirou isso?" E ele: "Da lixeira!" Das quatro faixas daquela fita, três foram parar no Naked Thunder. Uma delas era "Gut Reaction".

Morris subiu ao palco com Gillan pela primeira vez em fevereiro de 1989, cinco meses após o Gillan fazer seu último show com o Purple, quando o mestre passou sete meses se apresentando sob um dos seus primeiros nomes artísticos: Garth Rockett and the Moonshiners. Ele chegou a vir ao Brasil com o Gillan na primeira vez em que o mestre pôs o pé no país, na turnê de "Naked Thunder", mas deixou a banda meses antes da primeira vez em que eu vi o Gillan pessoalmente, em 92. Basicamente por conta de sua agitação no palco ser inversamente proporcional ao tanto que toca.

Veja abaixo Gillan em sua banda com Steve Morris, tocando "Demon's Eye" em 1990:

domingo, 9 de novembro de 2008

O último chilique final

Se você é um viúvo da Mk2, passe sua melhor camisa preta neste domingo e guarde luto. Há 15 anos, neste mesmo dia, ficou cristalinamente claro que seria inviável Ritchie Blackmore continuar na banda. Pouco mais de uma semana depois, ele saiu, embora já tivesse pedido demissão em 30 de outubro. (Aguarde o post do dia 17 para mais detalhes.)

A noite de 9 de novembro de 1993 - registrada originalmente no CD e no DVD "Come Hell or High Water" - foi aquela em que a fricção entre Gillan e Blackmore fez surgir o fogo. Ou a água, se preferirem. Blackmore entrou no palco na metade de Highway Star e sumiu no começo de Black Night. Jogou água no câmera. O homem estava com a macaca.

Nos últimos cinco anos, este blog juntou todas as versões que encontrou a respeito daquela noite fatídica. Em setembro, cheguei a conversar, em Copenhagen, com o megafã Rasmus Heide, autor de uma completa e empolgante, porém triste resenha feita para o The Highway Star. Ele estava lá naquela noite. E foi ele quem viu a cena que eu li pela primeira vez quando foi escrita pelo Gillan em sua autobiografia:

    When Blackmore finally did appear, it was only to leave the venue. He was disguised in his roadie's medieval peasant's outfit (which has since formed the basis of his dress code with Blackmore's Night!) and his girlfriend lead him to the door by way of a dog collar and leash. Very strange.

No ano passado, traduzi neste blog três versões sobre o caso da água. Uma era da autobiografia de Ian Gillan; outra, do website de Candice Night (possivelmente a moça que puxava Blackmore pela coleira); a terceira, do Darker Than Blue, fanzine da DPAS.

Eu tenho o vídeo (em VHS) e o CD daquela noite. Está longe de ser minha performance favorita do Deep Purple. O DVD é editado com entrevistas em que os quatro remanescentes falam mal do Blackmore - algo como a mais comentada do que vista edição do debate do Lula com o Collor em 1989.

A EMI tentou relançar o CD com o show completo, mas em fevereiro do ano passado o Ian Gillan chiou a respeito. Disse ele à BBC:

    "Foi um dos pontos mais baixos da minha vida. De todas as nossas vidas, aliás. De fato, aquela formação só durou cinco ou seis shows depois daquele de Birmingham. Aí, o Ritchie saiu da banda. Desde então, temos 13 anos de estabilidade."

O protesto do Gillan fez efeito. Hoje, você não encontra o DVD de "Come Hell or High Water", novo, por menos de R$ 60 nas principais lojas especializadas. O CD desapareceu feito fumaça. E o CD com o show completo, só em ponta de estoque. No site da Livraria Cultura, custa R$ 90.

Desde a primeira vez em que vi o show, apenas uma parte dele me abre um largo sorriso. Não é nenhuma música do próprio Deep Purple, e sim dos Rolling Stones: "Paint it Black". Eles tocavam isso no início dos anos 70 para o Paice fazer um longo solo de bateria e os outros descansarem um pouco ou talvez irem pra baixo do piano com alguma fã mais empolgada. Em 1993, a música virou uma vitrine dos talentos de cada um dos mestres.

Blackmore esmerilha sua guitarra. Lord põe seus dedos pra dançar sobre o teclado de seu brinquedo favorito. Gillan sorri enquanto surra as congas. Glover, sempre discreto, toca as mesmas duas notas que tocava aos 25 anos pra garantir uma base firme pra piração dos amigos. E Paice bota pra trabalhar os pigmeus percussionistas que traz escondidos sob sua manga. Vá lá que o Blackmore desapareça durante a maior parte do tempo, quando devia trocar solos com o Lord, e volte só no final. Mas aí todos eles estão completamente à vontade fazendo o que sabem fazer melhor.

É esse o Deep Purple para o qual eu tiro o chapéu desde a adolescência:

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Novidades no calendário

Acrescentei ontem algumas datas novas no calendário da história do Deep Purple. Estão lá marcados os aniversários do primeiro e do último show de todas as formações, por exemplo, além de alguns fatos importantes como a morte do Tommy Bolin, a saída do Jon Lord, o California Jam, o incêndio no cassino de Montreux e o famoso caso da água jogada em Come Hell or High Water.

(Algumas coisas bizarras. A Mk4 fez seu primeiro show no dia de Finados. Tommy Bolin morreu no aniversário do incêndio do cassino. A primeira vinda do Deep Purple ao Brasil coincidiu com os aniversários de 19 anos dos shows que deram origem ao Made in Japan - e os dois ex-membros que aniversariavam no período não estavam mais na banda. Quer mais uma? O último show da segunda formação com o Gillan aconteceu exatamente três anos antes do último show da formação com o Turner.)

Também procurei colocar os endereços. Assim, se você abrir os detalhes da data - especialmente se for de um show - vai encontrar um link para o mapa mostrando onde tudo aconteceu.

Em algumas das datas, como a de Come Hell e a do incêndio, já coloquei textos resumindo e links apontando para tudo o que eu já escrevi a respeito neste blog. Não tenho como escrever em tudo agora, mas posso garantir que no dia do aniversário da data os textos estarão no lugar.

Também acrescentei duas datas de shows de uma banda que faz tributo ao Deep Purple em Belo Horizonte (MG), chamada In Rock. Se você também faz tributos ao Deep Purple em algum ponto do Brasil, Entre em contato e me avise que eu coloco lá a data.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

O aniversariante do dia: Nick Simper

Se você olhou a agenda do Purpendicular, já viu que o aniversariante de hoje (junto com meu irmão mais novo) é o Nick Simper, primeiro baixista do Deep Purple. Este é o perfil dele que eu escrevi para a agenda:

    Nicolas David Simper (Londres, 1945) foi o primeiro baixista a participar do Deep Purple, tendo sido convidado pelo guitarrista Ritchie Blackmore - com quem tocou na banda "Lord Sutch and the Savages". Em julho de 1969, porém, foi substituído por Roger Glover sem ser avisado anteriormente. Até hoje, ele guarda mágoas em relação a isso. Após sair do Deep Purple, simper participou das bandas Warhorse e Fandango. Atualmente, toca em seu tempo livre com a Good Old Boys e neste ano participou de alguns tributos ao Deep Purple na Europa.

Veja abaixo ele tocando "Emmaretta" (!!!!) em maio, em Viena. Relevem os trejeitos e tropeços do vocalista, porque desde 1968 ninguém do Purple tocava isso:


Este é mais recente: em setembro, ele toca "Hush" como convidado da banda 24 Carat Purple, em Londres - com direito a um "lacraia" pulando na frente da câmera:

domingo, 2 de novembro de 2008

O calendário do Deep Purple

Veja aqui ao lado o calendário exclusivo criado pelo blog Purpendicular com todos os eventos relevantes do Deep Purple: aniversários, casamentos (como o do Blackmore, mês passado), shows da banda e de ex-membros no Brasil, shows interessantes fora do país e até as datas das turnês antigas da banda, se você tiver paciência de buscar até 1991.

Se você tem um Google Calendar, você pode adicionar essas datas todas à sua agenda usando este link.

Se você tem uma banda que faz tributo ao Deep Purple em algum lugar do Brasil e quiser colocar seu show neste calendário, avise aqui nos comentários.