quarta-feira, 31 de maio de 2006

Para maníacos

Abaixo, o vídeo do Deep Purple tocando "Burn" na Leeds Polytechnic, em maio de 1974 - um mês depois de California Jam. As vozes ficaram mixadas mais alto que os instrumentos. Confesso que não me agradam os gritinhos do Hughes, tampouco o fato de ele uivar no refrão. Não me agradam porque eu sei que ele sabe fazer melhor do que isso.



E que tal a única gravação em vídeo conhecida que mostra a Mk2 original tocando Smoke on the Water?



E o que vocês diriam de ver Roger Glover e David Coverdale dividindo o palco? É o baile da borboleta. São poucos segundos, eu tenho o vídeo inteiro e de repente um dia eu subo pro YouTube:

Cuidado com o que diz

Trecho de uma entrevista do Gillan a um site grego:

Rockpages.gr: Você acha que a carreira do Deep Purple foi negligenciada em comparação com, digamos, a do Led Zeppelin?

Ian Gillan: Bom, o Led Zeppelin e o Black Sabbath tiveram a vantagem de terem acabado. E quando eles terminam, não são mais ameaça para ninguém. A indústria da música odeia coisas que não pode controlar. Isso são negócios. Se você é um bom empresário, tem que controlar seu produto, e é por isso que há uma relação de amor e ódio entre músicos e empresários. Um não pode existir sem o outro. Tem que entrar no circo. (...) Acho que, aos olhos da mídia também, nós nunca jogamos o jogo. Nunca nos preocupamos com as roupas que usávamos, nem com a nossa imagem. Até certo ponto, estávamos um pouco depois do Led Zeppelin e um pouquinho antes do Black Sabbath, mais ou menos ali no meio. Um dia eu vi um vídeo e pensei "meu deus, esse é o Ritchie Blackmore", mas não era! Não era o Ritchie! Você vê lá um cara vestido de preto fazendo aquilo tudo, mas foi exatamente o Jimmy Page que fez aquilo primeiro! E eu pensei "Meu deus!" E aí eu olho pra mim mesmo: eu copiei o Elvis Presley. Todos nós copiamos. Todos evoluímos... nós discordamos de todo mundo, incluindo nossos empresários, incluindo nós mesmos, incluindo certamente a mídia. Nós não fazemos esse jogo, e você pode chamar isso de respeito se quiser, ou de qualquer outra coisa. Não acho necessariamente que merecíamos porque eles, como um plano de longo prazo, se quiser, não sabíamos na época, mas era uma política de longo prazo, e chegamos perto de morrer como família em uma ou duas ocasiões, mas nós ainda...

(As luzes da sala do hotel piscam.)

Perdoe-me por dizer essas coisas! (rindo)

Rockpages.gr: Deve ter sido aquele comentário sobre o Ritchie Blackmore...

Ian Gillan: Não... ele não é tão poderoso assim! Ele é bom, mas não tanto assim! (rindo)

They all may go to Montreux

Mais notícias: Pete York confirmou que Jon Lord estará em Montreux dia 15 de julho. Por acaso, será o último dia do festival, e está marcado o show do Purple pra esse dia. Na agenda de Blackmore's Night, não há nada marcado até 28 de julho.

Estou batalhando uma entrevista com "Funky" Claude. Vamos ver o que conseguiremos.

Funky Claude, ainda correndo pra cima e pra baixo

"Funky" Claude Nobs, o papa do Festival de Jazz de Montreux, citado na letra de Smoke on the Water, comemora em julho os 40 anos do tradicional festival. Ele já fechou com o Deep Purple (que acaba de lançar um DVD com os shows que fez lá em 1996 e em 2000) para participar. Em entrevista à Billboard, ele afirma: Ritchie Blackmore está sendo convidado pra fazer uma aparição especial no show do Purple. Resta saber se o genioso gênio vai topar. O Lord topa facinho.

No Orkut, previ estes quatro cenários possíveis:

1) Blackmore topa e por uma noite a Mk2 estará de volta. Ele toca mas nem olha na cara do Gillan;

2) Blackmore topa, mas só pra tocar Smoke on the Water e olhe lá. Já tá bom demais;

3) Blackmore topa, mas só por videoconferência. Ele toca de dentro de seu castelo ou em outro palco, e a imagem é transmitida pelo telão;

4) Blackmore não topa, manda todo mundo à merda e processa quem reclamar.

É claro que tem o quinto cenário, o mais absurdo de todos:

Blackmore topa, se comporta durante o show inteiro e, com um sorrisinho, bota fogo no palco no meio de Smoke on the Water - não sem antes dar uma guitarrada na cabeça do Gillan, que desmaia. Com o joelho ferrado, Lord tropeça e cai embaixo do teclado. Ian Paice atira uma baqueta contra a cabeça do Blackmore, que fura seu cérebro. Glover consegue salvar Lord. Mas, com o incêndio, Gillan e Blackmore morrem carbonizados. Ninguém consegue identificar qual é qual e os corpos são trocados no enterro. O Deep Purple acaba, mas seus discos passam a vender feito água.

(Um abraço à Ana Cristina Gomes, que forneceu o link da entrevista do Funky Claude.)

terça-feira, 30 de maio de 2006

Pára tudo

Amigos, pausa para o grande momento da arqueologia purpleana.

É o equivalente na história do Deep Purple ao elo perdido na antropologia.

Respirem fundo.

Respiraram?

Estão prontos?

Sério?

Achei no YouTube o mais antigo vídeo do Deep Purple que existe.

Foi gravado em 20 de abril de 1968, na TV dinamarquesa.

Quando a banda marcou o estúdio, ainda se chamava Roundabout. MINUTOS ANTES de ir ao ar, eles mudaram de nome para Deep Purple - e o Jon Lord EXPLICOU ISSO NO AR.

(A banda se chamava Roundabout por herança do primeiro baterista, Chris Curtis. Com o desaparecimento dele e a substituição por Ian Paice, eles queriam um novo nome. Parte da banda queria "Fire". Blackmore bateu pé no "Deep Purple". Vocês sabem quem venceu.)

O vídeo mostra um trecho do solo de "Help", dublada de uma demo - que saiu em CD no Brasil no remaster de Shades of Deep Purple.

Raridades alemãs

Achei no YouTube umas preciosidades purpleanas, quase todas vindas da Alemanha. É a verdadeira Mk2 da Era de Prata amigos.

A primeira mostra o Deep Purple tocando em Stuttgart, em 16 de fevereiro de 1972. Tem trechos de Highway Star (com o Gillan errando a letra, pois era uma das primeiras apresentações após a gravação de Machine Head), tem imagens da platéia com o bolachão de In Rock e imagens dos mestres relaxando no camarim ao som de Child in Time. Adoraria entender alemão, mas pra mim é grego.



Direto de Paris, do Pop Deux (1970), temos Wring That Neck.



Aqui, um trecho de sete minutos do Purple tocando Mandrake Root no South Bank Summer Festival de 1970, em Londres. Eu nunca canso de ouvir apresentações deles tocando Mandrake Root em 1969-71. Não tem uma versão igual à outra. E em cada uma delas eles fazem tudo o que sabem.



Gonna make it hard for you, you're gonna - INTO THE FIRE!!!! Primeira vez em que eu vejo isso em vídeo, ao vivo. Diz a legenda do YouTube que foi gravado em 1971.



Já que estamos no terreno das novidades alemãs, que tal esta Speed King psicodélica de abril de 1970? O cenário chega a ser macabro. Será que é o mesmo programa que no ano seguinte gravou a primeiríssima versão ao vivo de Highway Star? Infelizmente, a fita original tava meio nhonha.



Este aqui eu mostrei pro Abdalla outro dia aqui em casa e ele ficou de queixo caído. É na TV alemã, em 1971. Os mestres dublam Fireball para uma platéia extasiada. Obviamente, Ritchie Blackmore não curtiu nem um pouco o teatrinho. Percebam como ele toca a guitarra no final da música.



Pra não dizer que só tem Mk2, apesar de pra mim a Mk2 original ser o que de mais perfeito o Purple já fez, que tal um promo alemão de Stormbringer?

segunda-feira, 29 de maio de 2006

Buenos Aires, tchê

O grande cantor Ronnie James Dio faz turnê sul-americana em julho e vai passar pelo Brasil. Em seu site, constam as seguintes datas:

12 de julho - Belo Horizonte, Brazil (Marista Hall)
14 de julho - Rio de Janiero, Brazil (Claro Hall)
15 de julho - Sao Paulo, Brazil (Credicard Hall)
16 de julho - Buenos Aires, Argentina (Gigantinho)

Acuma? Gigantinho em Buenos Aires?

sábado, 27 de maio de 2006

O Lord, a princesa e o zepelim

Na semana passada, os remanescentes do Led Zeppelin estiveram na Suécia para ganhar o Prêmio Polar, da família real sueca. Quem entregou o prêmio foi Jon Lord. Na foto abaixo, Jon Lord, a princesa Victoria e Jimmy Page.

sexta-feira, 26 de maio de 2006

Encontro de lendas vivas

Comecei a pôr no YouTube algumas das raridades que tenho em vídeo. Aqui, Blackmore (SORRINDO e de CAMISA DE SEDA AZUL) ensina Hugh Hefner a fazer um acorde de guitarra. Como guitarrista, Hef é um ótimo editor de revista de mulher pelada.



E que tal a Liga da Justiça tocando Black Night na BBC em 1970? Ian Gillan é o Capitão América. Ian Paice é o Super-Homem.

sábado, 13 de maio de 2006

O ataque das guitarras do Purple

Aos 15, 16 anos, meu ídolo absoluto era um certo Richard Hugh Blackmore. Eu estava começando a tocar guitarra, e pra mim nada superava a possibilidade de extrair dos meus dedos um som parecido com o que ele tirava. Acabei desviando de carreira, deixei de aprender a tocar guitarra e hoje em dia só o que eu tenho em casa é um violão fabricado com trabalho escravo na China. O mais barato que achei.

Hoje, passeando pela Teodoro Sampaio, entrei na Matic e brinquei um pouco com uma Fender cor de creme (R$ 3.200) plugada num amplificador Marshall valvulado. Basicamente, brinquei com algumas introduções, como Burn, Mandrake Root, Lay Down Stay Down, Lazy e Strange Kind of Woman. Estou caminhando nas nuvens - pela primeira vez na vida, senti que tocava Deep Purple direito. Ficou igualzinho, pela primeira vez na minha vida, saído diretamente dos meus dedos. Nada substitui essa sensação. Absolutamente nada. Eu me senti realizando o sonho dos meus 15 anos.

Em homenagem a isso, vamos ver em ação cada um dos guitarristas que o Deep Purple já teve em toda sua história. Começando por...

1) O homem de camisa de seda azul, ainda com uma Gibson, tocando Hush no Playboy Late Night Club, em 1968:


Get this video and more at MySpace.com

2) Tommy Bolin, tocando Love Child no Rises Over Japan:


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3) Joe Satriani, com Maybe I'm a Leo, num vídeo pirata:


Get this video and more at MySpace.com

4) Steve Morse, com Contact Lost:


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quarta-feira, 10 de maio de 2006

O motora do beco da morte

Se você conhece o Slaves & Masters, vale a pena dar uma olhada neste vídeo do Rainbow, que tem três quintos daquela formação do Deep Purple. Eles tocam "Death Alley Driver".

terça-feira, 9 de maio de 2006

Quando Coverdale era verde

Nesta entrevista abaixo, lindamente editada, David Coverdale conta seus primeiros dias no Deep Purple.

quinta-feira, 4 de maio de 2006

Rolam as pedras

Esta aqui embaixo é a capa do número mil da revista Rolling Stone, lendária bíblia da música pop. Vocês conseguem identificar algum membro do Deep Purple nesse onde-está-Wally? Eu ainda não procurei direito.



Vale a pena ler, no site da Rolling Stone, as resenhas de alguns discos do Deep Purple. Eles começam em Machine Head e resenham todos os principais discos até House of Blue Light (incrivelmente considerado melhor do que Perfect Strangers pela revista).

Como muitos de nós não vivemos a época original do lançamento dos discos (eu nasci uma semana antes da resenha de Made in Europe), ainda mais nos EUA, é sempre uma preciosidade encontrar essas coisas pra ver como os vaivéns do Deep Purple foram recebidos na época. Sente só, no original:

Machine Head - "Now, I can't be that much of a purist, because I'm sure that "Highway Star" and "Space Truckin'" took at least 20 minutes each to compose, but I do know that this very banality is half the fun of rock 'n' roll. And I am confident that I will love the next five Deep Purple albums madly so long as they sound exactly like these last three." (Ele comenta três músicas na resenha. Nenhuma delas é Smoke on the Water.)

Made in Japan - "While Purple refuses to take themselves too seriously, all of the solos on Made In Japan are technically superior to most instrumental melodramatics one hears from supposedly more serious bands."

Who Do We Think We Are - "Jeez, what an unsettling album! For the life of Reilly I can't understand how Deep Purple evidently lost the macho glory which made their In Rock LP such an Owsleyan mindfuck."

Burn - "Deep Purple's first album since last year's departure of vocalist Ian Gillan and bassist/composer Roger Glover is a passable but disappointing effort. On Burn, new lead singer David Coverdale sounds suitably histrionic, like Free's brilliant Paul Rodgers (rumored to have been Purple's first replacement choice). But the new material is largely drab and ordinary, without the runaway locomotive power of the group's best work."

Stormbringer - "While the two newcomers are just as competent as their predecessors (as witnessed on the title cut, one of the few real throwbacks to Machine Head days), the attempts that the band has made at diversifying its sound have been only partly successful. (...) Stormbringer still exhibits a few points of flash—the occasional familiar Blackmore riff or Lord organ wail—but in toto it's a far cry from the band's peak."

Come Taste The Band - "Like Blackmore, Bolin establishes tension between Purple's solid rhythm foundation and his own sustained clarity and agitated upper-fret playing. While Blackmore was largely confined by this style, Bolin employs it as only one of many. His more flexible approach to writing and arranging produces a more melodic and dynamic feel. With him, Purple's music has outgrown the predictability of the past. Textures replace a reliance on volume, and changes in tone and pace more frequently contrast and augment each other. There is evidence of give and take that Deep Purple hasn't shown for some time. (...) A visible attempt to experiment has expanded the group's music beyond the heavy-metal trap, and this could lead them to rediscover the progressive style that somehow vanished after In Rock."

Made in Europe - "Composed of five extended tracks from three European concerts in early 1975, Made in Europe chronicles the last moments of guitarist Ritchie Blackmore's membership in Deep Purple, and the opportunity to glean a few more bucks from Blackmore's currently rising status seems to be the sole reason for its release. (...) The only interesting moments occur on "Burn," the seven-minute opening cut. It's a well-done, solid rocker, but its fascination stems largely from how hard vocalist David Coverdale tries to mimic his popular predecessor Ian Gillan." (Acuma?)

Perfect Strangers - "Excepting the title cut and the rambunctious but less effective "Knocking at Your Back Door," the material consists of hastily knocked-off jams that allow guitar demigod Ritchie Blackmore to whip out his finger exercises in public. The band spent about six to eight weeks recording this comeback. (The current lineup is actually neither the original nor the final Deep Purple but the most successful – of "Smoke on the Water" fame.) It doesn't sound as if they spent much more time thinking about it, either. (...) Then again, did Deep Purple ever have more than one or two really good, concise numbers on an album? Maybe they're just making the kind of record they always did, the only kind they know how to make."

House of Blue Light - "Of the seventies hard-rock dinosaurs that still roam the earth, Deep Purple is one of the few with any credibility left in its crunch. The House of Blue Light – the second album by Purple's classic In Rock lineup since their return to active duty – is certainly a marked improvement over their lukewarm '84 comeback, Perfect Strangers, and, except for a couple of outright duds on side two, is as good as this band has ever been since its "Smoke on the Water" salad days."

O que eles falam de outros discos:

Os primeiros - "Their first two American albums on Tetragrammaton were mostly uninspired, despite some good cover versions of songs like "I'm So Glad" and "Hush." The basic problem seemed to be that the group hadn't really learned to write yet, so the covers were the best way to grow without losing the audience. Except that no self-respecting late-Sixties rock band wants to put out an album with nothing but covers on it, so we were left with a bunch of boring originals, half of them instrumental. When, that is, they weren't indulging in long "improvisational" forays such as their first album's bolero rendition of Hey Joe."

Concerto - "The pretentious side of Deep Purple found its fullest expression in their first album for Warner's, Concerto For Group and Orchestra, written by Lord and performed with the aid of Malcolm Arnold and the "Royal Philharmonic Orchestra." It was an atrocity."

In Rock - Deep Purple in Rock was a dynamic, frenzied piece of work sounding not a little like the MC5 (anybody who thinks that all heavy bands put out thudding slabs of "downer" music just hasn't gotten into Deep Purple).

Quem dá mais?

A Universal está leiloando uma cópia do recém-lançado "Whitesnake: The Definitive Collection", autografada pelo Coverdale. Atualmente, tá em US$ 202, mais US$ 4 de postagem (onde a UPS alcance). Quer bater o martelo? Clica na capa.

segunda-feira, 1 de maio de 2006

Só para fanáticos

Todo fã sabe que o nome do Deep Purple veio da música favorita da avó do Blackmore. Poucos, hoje em dia, ouviram essa música. Apesar de o original ser de 1939, uma regravação dela ganhou o grammy de melhor rock de 1963 na voz de April Stevens e Nino Tempo. April já tinha sido sucesso em 1959 com "Teach Me Tiger". A graça desta versão é que na vez de o Nino cantar o refrão ele esqueceu a letra. Então, sua irmã começou a ditar linha por linha e isso foi gravado. Ficou bonito.

Tudo sobre a música que batizou nossa banda favorita, inclusive a letra pra você e eu e todo mundo cantar junto, está neste link.

Quer ver os dois cantando?

Fazendo o que sabem

Um colega numa das comunidades do Blackmore no Orkut perguntou se ele já havia tocado uma Les Paul. Já fui melhor em reconhecer tipos de guitarra, mas em "Doing Their Thing" (abaixo, o vídeo de Child in Time) ele certamente toca uma Gibson. Em Speed King é uma Fender preta, provavelmente a que ele ganhou do Eric Clapton em 1968 quando o Purple abriu para o Cream nos EUA.



Acho que a guitarra do vídeo aí de baixo, de quando ele tinha 18 anos, é quase certamente uma Les Paul, né?