Deu no Wall Street Journal: na Rússia, o Deep Purple é sinônimo de liberdade. “Para uma geração inteira de russos, os acordes familiares de ‘Smoke on the Water’ revivem memórias de rebelião juvenil contra os esforços soviéticos de suprimir o heavy metal”, diz o mais importante jornal financeiro do mundo na primeira página da edição deste domingo (que eu vou ter que dar um jeito de comprar, porque não tenho senha pra ler online).
Claro que os mestres e seus fãs já sabiam disso há pelo menos 11 anos. Em 1993, o carro-chefe de The Battle Rages On foi uma música inspirada na paisagem russa: “Anya”. Na turnê que gerou Come Hell or High Water, o Gillan cantava essa música logo depois de “Child in Time”, explicando que “isso foi antes, agora é agora e todas as coisas voltam”.
Nos países da ex-cortina de ferro, explica Gillan em sua autobiografia, “the line between the good and the bad” era lida como uma metáfora à guerra fria. O cego atirando no mundo, as balas voando e fazendo vítimas. Tudo o que restava às populações que ficavam no meio da briga dos poderosos era fechar os olhos, baixar a cabeça e esperar o ricochete. Que, nessa leitura metafórica, seria a queda do muro.
Os gritos ficam com vocês. I wanna hear you si-ing...
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