domingo, 3 de julho de 2005

A solidariedade dos mestres



O Deep Purple foi a mais aplaudida das atrações da perna canadense do Live 8, aquele rodízio de shows gratuitos, em países ricos, pra arrecadar recursos e combater a fome na África. Durante vinte minutos, na cidade de Barrie, em Ontario, eles tocaram três músicas: "Highway Star", "Smoke on the Water" e "Hush". Os 35 mil ingressos para o show acabaram em 21 minutos.

Questionado por um repórter sobre o motivo de não haver um bis, Gillan respondeu: "não é pela gente, é pela causa". Uma das tônicas do evento era tentar convencer o G8 a cancelar a dívida externa dos países do terceiro mundo. "Não importa quais sejam as reações dos políticos, eles precisam saber que esta vai se tornar uma questão importante, tanto quanto as questões verdes e sociais se tornaram", disse o Gillan em entrevistas no Canadá. "Eles precisam parar de subestimar a inteligência das pessoas dos países onde esses shows estão acontecendo", completou.

Tal como todos os outros artistas que participaram da iniciativa em oito cidades do mundo rico, os mestres não ganharam sequer um centavo pela apresentação. A RDA Airlines forneceu o vôo, eles forneceram o talento. "Não é caridade, e sim uma forma de promover uma causa. Vários de nós vemos muito desequilíbrio no mundo, e várias vezes a gente se sente de mãos atadas para fazer alguma coisa a respeito", disse o Roger Glover. "Numa iniciativa desse tamanho, é uma honra ser escolhido. Seria esnobismo recusar."

Também tocaram lá o Mötley Crüe e babas como Bryan Adams e Celine Dion. Esta, que se apresentou ao vivo via satélite, foi vaiada pelos canadenses, segundo o National Post.

A EMI vai pagar uma gigantesca contribuição financeira à organização do Live 8 em troca dos direitos autorais para lançar DVDs com os shows.

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