Há uns três anos, quando alguém diz que o Gillan não tem mais voz porque ele não grita mais, costumo responder que ele mudou o jeito de cantar - que, em vez de tentar imitar depois dos 60 o que fazia aos 20, ele nos últimos anos saboreia mais as palavras, brinca mais com outros recursos da voz como a entonação. Ele nunca tinha falado claramente sobre isso até esta semana, no Q&A de seu site:
"In Rock" foi um catalizador (da minha voz), porque ali foi a primeira vez em que eu me soltei, e depois veio "JC Superstar". Desde então, tem sido toda uma jornada de descoberta. Outro grande momento foi o conselho que eu recebi de Roger Glover há uns cinco ou seis anos. Acho que todos nós deterioramos durante os traumas do começo dos anos 90. Jon Lord, Paicey e Rog se recuperaram bem rápido quando o Stevie entrou pra banda, mas eu nunca me recuperei a ponto de voltar aos altos padrões anteriores até que Rog resolveu o problema. Ele disse que eu devia relaxar, simples assim. Eu sofria em cada nota, o que dava um toque chato à minha voz e limitava severamente o alcance de expressão que eu aproveitava em anos anteriores. Então, eu relaxei, e com a ajuda da meditação e encorajamento do meu querido Roger, tudo voltou.
Houve uma crise semelhante no começo dos anos 80, antes de eu tirar minhas amígdalas. Acho que foi ao me recuperar desses tempos horríveis que eu "descobri" como fui agraciado por ter este instrumento natural, e como eu tenho sorte de ele estar ainda funcionando.
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