Acabo de receber o Gillan's Inn, o disco que comemora os 40 anos de carreira do mestre Ian Gillan, com um bilhetinho de cumprimentos. A nova versão de Trashed está a todo volume nos meus ouvidos exatamente neste instante. Melhor do que o original, assim como Hang Me Out to Dry e Unchain your Brain. When a Blind Man Cries ficou bem pessoal, intimista mesmo.
Com o perdão da má palavra, pau no cu de quem diz que o Gillan não canta mais nada. Ele evita gritar como gritava aos 20 anos (embora dê um grito gillanesco em "No Worries"), o que é saudável pra um senhor de 60, mas está cantando melhor do que nunca. Tem um controle muito maior do que faz com a voz e da entonação que dá às palavras. Musicalmente, ele recria as composições do passado de um jeito muito maduro. When a Blind Man Cries mostra bem isso. É diferente do original, mas de um jeito surpreendente, com o Jon Lord no teclado e o Jeff Healey (que é cego como o título da música) na slide guitar. O Gillan saboreia mais as palavras.
Pessoalmente não gostei de Smoke on the Water, achei a guitarra do riff muito crua e o eco da voz muito artificial, muito Rita Lee. (Só curti o coro cantando o refrão e os dois solos.) Mas todo o resto está fabuloso. Do que ouvi até agora, eu fiquei impressionadíssimo com todas as faixas. Algumas, como Hang Me Out to Dry e Trashed, ficaram melhor do que o original. E Loving on Borrowed Time está de arrepiar a espinha.
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