Em junho, o problema era conseguir restaurar a capa do disco - a arte estava perdida. Aí, parece que a EMI conseguiu uma transparência que daria uma impressão de alta qualidade. Aí, foi encontrada uma pintura de 1927 em que a capa se baseou.
Agora, foram encontradas mais fitas da gravação do disco, além das que o Glenn Hughes trouxe de casa no ano passado. A EMI está vendo se essas fitas têm alguma novidade. Então, vai demorar mais um pouco.
Esse remaster está em produção pelo menos desde 2003. Foi inicialmente anunciado para o começo de 2005, depois para meados de 2006, foi reprogramado algumas vezes e ainda não rolou, entre idas e vindas. Mas já é lucro, porque está sendo produzido: em 2002, sequer se sabia se rolaria esse remaster, até que foram encontradas algumas fitas master do disco, há muito perdidas (em maio daquele ano).
Apenas para ter uma idéia, veja como foram lançados os outros remasters do Deep Purple:
- Junho de 1995: Inaugura-se a série, com a edição de 25 anos de In Rock. Capa autografada, trechos bem sacados de papo de estúdio, faixas extras. Só faltou Hallellujah pra ficar completo, mas tudo bem: eu tenho o Singles A's & B's. E ganhamos no mesmo disco TRÊS versões de Speed King, sendo uma delas a do piano que eu também tinha no Singles. O encarte, com um texto cuidadoso do Simon Robinson, imagens difíceis e reminiscências de praticamente todos os membros do Purple, me pirou o cabeção. Criou um alto padrão que se repetiria nos seguintes.
1996: Na seqüência, vem o remaster de 25 anos de Fireball. Meu disco favorito do Deep Purple vinha pela primeira vez em sua existência com Demon's Eye E Strange Kind of Woman no mesmo disco (antes, se o vinil seguia a Inglaterra vinha D'sE e se seguia os EUA vinha SKOW). Mais ainda: embora não tivesse papo de estúdio como o anterior, tinha a galinhagem "The Noise Abatement Society Tapes". Não coube o Gillan improvisando letra para Fools - que entrou numa caixa, depois - e salvo engano foi o Jon Lord quem não deixou entrar um "Show me the Way to Go Home" etílico.
8 de setembro de 1997: sai o remaster duplo de Machine Head, também mantendo o intervalo de 25 anos. Fora os gloriosos solos alternativos e a abstenção do corte em algumas faixas do disco extra, não tinha tantos petiscos de estúdio. Mas não tinha problema - é muito legal que tenha saído um disco semelhante ao que tínhamos junto com um disco como ele podia ter sido. Também se juntou pela primeira vez When a Blind Man Cries ao restante do disco, sem falar nas versões quadrafônicas (que nunca consegui ouvir em todo seu esplendor por falta de caixas de som).
Fevereiro de 1998: vai às lojas lá fora o remaster duplo de 25 anos e uns meses de Made in Japan. É o disco que conhecemos, com um extra de apenas três faixas. Mas vale muito a pena. É um disco raçudo. Pena que cortou boa parte do papo do Gillan entre as músicas (todo transcrito, anteriormente, nas letras do The Highway Star).
Fevereiro de 2000: saem de uma só vez os remasters da Mk1: Shades of Deep Purple, The Book of Taliesyn e Deep Purple. Coisa fina, interessante, abrindo os ouvidos dos fãs para a novidade do Deep Purple pré-Gillan. Os extras vinham principalmente da BBC, mas também do programa de TV do Hugh Hefner. O encarte é mais modesto do que os dos outros remasters, mas compensa. Pelo menos o do terceiro disco foi produzido na época dos seus 30 anos.
2000: é lançado o remaster de Who do We Think We Are, evitando chamar atenção sobre sua data comemorativa. Não eram mais 25 anos, e sim 27. Mas a faixa First Day Jam e a introdução de guitarra do Blackmore para Rat Bat Blue compensaram tanto a demora quanto a grana absurda que eu paguei por ele. Ralei durante meses, para encontrá-lo apenas numa edição sueca. Nem na Galeria do Rock tinha.
2002: vai às lojas, surpreendentemente até no Brasil, o remaster do Concerto for Group and Orchestra, nas versões CD e DVD. No CD, além do concerto inteiro, tem o bis resumindo o terceiro movimento e um CD extra com o set do Deep Purple antes de começar o concerto. Quem tinha o Powerhouse já conhecia, mas mesmo assim, pela primeira vez, o pré-set e o próprio concerto estavam juntos reunidos. No DVD, a leve decepção era em ver que o vídeo começava com o som já rolando.
2004: sai a edição de 30 anos de Burn. Eu, pessoalmente, fiquei babando quando saiu. Comprei na Amazon assim que vi anunciada. Achei que era um ótimo negócio, mas fui obrigado a perder minha inocência a respeito quando a Receita me garfou metade do preço do disco em impostos. Em termos de extras, nem tanto. Mas os duetos entre o Coverdale e o Hughes ficaram bem mais nítidos, o que pra mim foi uma epifania. Uma coisa de que não gostei foi a versão "modernosa" de Coronarias Redig. Não tem a versão "careta" da música - cuja introdução eu prefiro. E tem um barulhinho chato antes de You Fool No One. De qualquer forma, o disco valeu - embora tenha saído mais caro do que o anterior, no fim das contas.
Pode demorar para ser lançado, mas pode apostar que sai antes do Chinese Democracy.
ResponderExcluirSoares, você consegue expor em palavras bem escritas o que eu não consigo nem falando coloquial.
ResponderExcluirSó não concordei muito com relação ao remaster do Burn. Achei de outro mundo. Valeu.
Seu amigo Zé Luis
Minha crítica é no sentido da falta de material inédito ali dentro. Mas o som de Burn é um absurdo de tão bom, nunca ouvi tão claramente cada instrumento e voz.
ResponderExcluirNovato na área.
ResponderExcluirUm amigo, o Milton Purple, me disse que tem muito material perdido do Stormbringer, daria pra fazer outro disco.
Só não gostaria de comemorar os 25 do Abandon, Bananas e do Rapture.