Em
entrevista à rede de jornais McClatchy-Tribune, Candice Blackmore disse que deve lançar seu primeiro disco solo no início de 2009, depois que Blackmore's Night terminar sua turnê com músicas de natal. O repórter aponta a surpresa, visto que os dois músicos acabaram de casar de papel-passado após viverem juntos por 19 anos.
Ela diz que resolveu partir para a carreira solo porque tinha muitas idéias de músicas e o Blackmore não tinha tempo para compor porque estava ocupado demais fazendo outras coisas. O jornal The Oklahoman não diz que coisas são essas. Mas vai que é uma volta do Rainbow, por exemplo. Nada foi anunciado, mas eu não duvidaria.
Na entrevista, Candice diz que nunca havia pensado em fazer carreira-solo. Mas eu já havia visto muitas pistas para esse resultado. Em
setembro de 2002 eu já tinha indicações disso, tiradas do
site da Candice. Com o tempo, achei que estava errado porque ela não é mais exatamente da idade da Amy Winehouse, Mallu Magalhães ou Britney Spears. É difícil lançar uma cantora nova com quase 40 anos de idade.
Quando soube que haveria um projeto de música renascentista do Blackmore, achei genial. Depois de ouvir o primeiro CD de Blackmore's Night, meio que me decepcionei. Sempre me pareceu que a idéia de Blackmore's Night era lançar a patroa do meu guitarrista favorito como uma espécie de Anya, cantando música para solteironas que curtem incenso e bonequinhos de duendes.
O tempo foi passando e me pareceu que Blackmore, um cara de personalidade dominante que não aceitava menos do que ascendência criativa total no Deep Purple, havia se resignado ao papel de ser o cara que faz os solos geniais no show. Aturar música new-age era o imposto que se pagava para ouvir o gênio dar umas palinhas com seus dedos mágicos.
Blackmore's Night amealhou uma boa quantidade de fãs. No início, havia mais fãs do Deep Purple e do Rainbow do que da música da Candice. O jeito mais fácil de ganhar uma camiseta de Blackmore's Night era ir ao show deles vestindo alguma imagem do Deep Purple. Aos poucos, a banda foi ganhando seu próprio público, e de fato hoje não me parece mais necessário ter o gênio na banda para que haja interesse no show da Candice.
No fim, por obra e graça do amor, Blackmore pôde passar alguns anos sem se irritar no palco, Candice ganhou seu público e fãs de música new-age já sabem cantar refrões de coisas do Deep Purple e do Rainbow.
Que venha o velho Blackmore. Genial, genioso e quebrando tudo. Será muito bem-vindo pelos fãs de rock. Agora, o frio na barriga é pra saber o que vem por aí.