sábado, 17 de março de 2012

Billy Cobham tocará no Brasil em junho


O baterista de jazz Billy Cobham - com quem Tommy Bolin gravou o disco que impressionou David Coverdale ao procurar um sucessor para Ritchie Blackmore - vai tocar em junho na décima edição do festival Rio das Ostras Jazz & Blues.

Cobham tem pedigree profissional. Em 1969, fez parte do grupo de Miles Davis que gravou o disco "Bitches Brew".

É o segundo disco mais bem-sucedido do trumpetista, escancarando sua abertura para uma fase em que ele não queria saber de encaixar sua música numa "gaveta" de estilo. Especialmente na gaveta do jazz, que ele já havia sacudido várias vezes nos 20 anos anteriores.

Por essa época, Davis já ouvia Jimi Hendrix, Sly Stone, James Brown. Queria fazer algo mais pra esse lado, sem deixar de lado o maior tesão do jazz - improvisar dentro de uma estrutura mínima, com músicos talentosos se ouvindo e improvisando de volta. Não importava quantos minutos durasse.

Não é muito diferente do que o Deep Purple fazia ao vivo nessa mesma época, em números como "Wring That Neck" e "Mandrake Root". Muita improvisação genial, com um ritmo marcado para segurar enquanto os outros piravam.

Com o guitarrista John McLaughlin, que também participou de "Bitches Brew", Cobham fez uma participação em 1970 na Mahavishnu Orchestra e gravou "Inner Mounting Flame".

Foi em 1973 que Cobham gravou seu primeiro disco solo, "Spectrum". O grande atrativo do disco é a bateria furiosa de Cobham e uma guitarra ácida, distorcida, completamente pirada, tentando acompanhar.

Os dedos que comandavam aquela guitarra eram os de um moleque de 22 anos chamado Tommy Bolin. Deles saíam coisas assim:



"Spectrum" foi o vinil que David Coverdale jogou nas mãos de Jon Lord quando estava insistindo com ele e Ian Paice que procurassem um sucessor para Ritchie Blackmore. "Se esse aí não for bom o bastante, ninguém é", disse Coverdale.

Talvez por influência desse disco, Paice fez uma jam especial com Bolin enquanto ensaiavam o Come Taste the Band. Só os dois. Essa jam saiu no remaster do único disco de estúdio da Mk4. Saca só.



Vou tentar ir a esse festival. Os shows são de graça, o maior trabalho é chegar lá (e talvez achar hospedagem). De certa maneira, devo a Billy Cobham a ampliação dos meus horizontes musicais. Só fui atrás do Miles Davis elétrico depois que registrei a conexão. Hoje em dia, meu hobby musical favorito é explorar as gravações ao vivo dessa fase de Miles Davis.

3 comentários:

  1. Anônimo10:45 AM

    Boa! Se puder, caro, passe umas dicas de gravações ao vivo da fase Bitches Brew do Miles! abraço!

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  2. Claro! Na edição dos 40 anos de Bitches Brew tem um DVD com um show da banda em Copenhague. Outro show, no festival da Ilha de Wight (onde Jimi Hendrix também tocou), está no DVD "A Different Kind of Blue". Também saiu lá fora um CD com dois shows dessa fase em que o Miles Davis tocava em festivais de rock, chamado "Bitches Brew Live".

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  3. Soares,
    Rio das Ostras é uma cidade praiana mas que possui muitas pousadas. Você consegue hospedagem tranquilamente.

    Abraço
    @brunoalsantos

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