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domingo, 11 de setembro de 2005

Que tal as capas do Purple?

Ainda não vi ninguém que tenha gostado da capa de Rapture of the Deep. Ainda não escrevi pro Glover, que foi quem teve a idéia. Mas o Deep Purple sempre foi uma banda em que o som vale mais do que a imagem. Alguns exemplos de capas desse tipo:

Abandon - eu acho até bonita essa capa, mas o disco já foi acusado por fanáticos religiosos de induzir ao suicídio. Por não ser à prova de idiotas, vem pra lista.



The Battle Rages On - aos 16 anos, quando saiu o disco, eu quase tatuei isso no braço. Por sorte, eu tive bom senso.



Slaves and Masters - ok, a capa é até estilosa, o ranço é muito por causa do som. Mas desde os 14 anos tenho pesadelos ao enxergar o Fernando Collor estilizado naquela bola de cristal.



Who Do We Think We Are - sentado na calçada, de canudo e canequinha, tublét-tublin... eu vi uma bonequinha, tublét-tublin... fazendo uma bolinha, tublét-tublin... bolinha de sabão, tublét-tublin, bolinha de sabão, tublét-tublin...



Burn - sim, até eu quero comprar essas velas. Mas é bizarro, concordam?

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2005

Turner acha seu disco maravilhoso



Joe Lynn Turner andou dando uma entrevista em janeiro. Ela foi reproduzida pelo Deep-Purple.net. Seu sem-nocionismo continua no lugar, o que torna bastante divertido ler a entrevista - fica muito claro quem é escravo e quem é mestre, pra fazer um trocadalho com o título do disco do Purple que ele gravou. Toma lá:

P: Como você vê, em retrospecto, o período do "Slaves and Masters"? Não foi difícil substituir Ian Gillan, especialmente frente a fãs ferrenhos do Deep Purple?
JLT:
Substituir Ian Gillan ou qualquer outro cantor admirado pelos fãs é, sim, sempre um desafio. Mas eu tentei interpretar as músicas do passado do Purple do meu jeito singular. [NR: Ô. Bota singular nisso.] Na verdade, depois que eu entrei pro DP o Ian chegou a me mandar um bilhete muito simpático, dizendo pra "cantar como você canta". Foi algo muito cavalheiresco da parte dele. Sobre como eu lembro daquele tempo, acho que fizemos um grande álbum, "Slaves and Masters", e escrevemos algumas outras músicas que não foram lançadas. Fizemos uma turnê pelo mundo durante a Guerra do Golfo, quando muitas bandas tinham medo de sair pra estrada [NR: acuma?!?!?!], e os fãs apreciaram bastante [NR: Arrã...]. Foi uma grande experiência. Eu respeito completamente todos os membros do Deep Purple e sempre vou admirá-los por sua incrível contribuição à história do rock and roll. Fico feliz de ter podido fazer parte disso também.

P: Você foi o protegido de Ritchie. Como era com o resto da banda?
JLT:
Bom, o Rainbow me recebeu de braços abertos. Sem problemas lá! Todos eram parte do time e todos trabalhávamos bem juntos. Éramos felizes por termos tanto talento na nossa turma durante todos os 3 álbuns do Rainbow de que participei. No Deep Purple... havia muitas frustrações reprimidas do passado, egos e ciumeiras que levaram ao fim da encarnação do Purple de que fiz parte. Basicamente, tudo veio abaixo quando estávamos no estúdio pra gravar o segundo álbum. Aí, logo depois de sair o "The Battle Rages On", Ritchie deixou o grupo.

P: O que você acha da formação atual do Deep Purple?
JLT:
É uma banda diferente agora. Falta autenticidade a eles sem o Ritchie Blackmore [NR: uiuiuiui, chefinho...]. Acredito que os riffs e a forma de tocar de Blackmore ajudaram a definir o legendário som do Purple que se identifica mais com a banda. Entretanto, "Bananas" é um bom disco. Parece que agora o Purple está chegando mais perto de seu som original, e "Bananas" foi um passo na direção certa.

P: O que você acha de eles não quererem tocar faixas de álbuns onde o Gillan não canta?
JLT:
Eu não entendo esse conceito. É estranho, porque eu cantava qualquer uma das músicas deles, porque eu consigo. [NR: Sim. Child in Time, então, estava primorosa, sem falar em A Whiter Shade of Pale. Credo.]

P: Existe alguma chance de você voltar a tocar com o Ritchie?
JLT:
Eu adoraria, e um tempo atrás a empresária dele, Carol Stevens, disse que o Ritchie e a Candice queriam que eu fizesse um dueto com a Candice, e espero que eles continuem pensando assim. Sempre tivemos uma química mágica... [NR: noooooffa!] Sinto que fomos uma das melhores equipes de voz e guitarra de toda a história. [NR: a MODÉSTIA do homem, senhoras e senhores!]

terça-feira, 28 de outubro de 2003

A qualidade de Slaves & Masters

Mestre Roger Glover comenta Slaves & Masters em resposta a um fã que perguntou se ele considera que o infame disco do Joe Lynn Turner é um "disco de qualidade":

"A própria questão já é um indicativo do que você pensa sobre ele, e eu nunca poderei mudar a sua idéia disso. Em todo caso, a 'qualidade' a que você se refere é um julgamento subjetivo; não é algo que possa ser medido de alguma forma. Do que pode ser medido, podemos dizer com certeza o seguinte: o CD pesa tanto quanto outros CDs; tem as mesmas dimensões de outros CDs; a duração do conteúdo musical pode ser comparada à da maior parte dos outros CDs; as informações na capa estão corretas – acho que posso dizer, com segurança, que Slaves & Masters é realmente um produto de qualidade."

quarta-feira, 15 de janeiro de 2003

Direto do distante ano de 1991

Em 1991, o ano em que eu comecei a curtir o Deep Purple, a banda foi um dos grandes assuntos da imprensa musical brasileira. Gillan estava demitido havia pouco tempo, e eles haviam contratado um novo vocalista - Jue Lynn Turner, que participara com Blackmore e Glover do Rainbow. Eles lançavam um disco novo, o "Slaves & Masters". Gillan também arriscava lançando seu disco solo, "Naked Thunder". Tenho tudo documentado.

A crítica da Bizz sobre os discos:

Se os velhos fãs já ficaram céticos com a volta do Purple em 84, imaginem como estão agora com o grupo tendo como vocalista Joe Lynn Turner (ex-Rainbow e banda de Yingwie Malmsteen), nunca muito bem-visto pelas hordas metálicas. Dizer que este é um LP interessante é muita bondade. Na verdade, só 'King of Dreams' aparece um pouco, graças ao órgão de Jon Lord. Uma desonra ao nome do Deep Purple, que, assim como o desrespeitado Black Sabbath, devia ser melhor preservado. Por sua vez, o ex-vocalista do grupo, Ian Gillan, retoma sua carreira solo com um belo disco, pautado em suas origens musicais (vide o arranjo para o tema tradicional 'No More Cane on the Brazos') e em levadas purpleanas ('Nothing to Lose', 'Gut Reaction' e 'No Good Luck'). L.R."

Será que esse LR é o Lúcio Ribeiro? Não lembro mais. Faz séculos que eu retalhei essas Bizz. Essa aí eu acho que é de janeiro ou fevereiro de 1991. Na edição de março, uma entrevista de duas páginas com Joe Lynn Turner. O melhor trecho:

"Bizz - Falando a respeito do disco novo, Roger Glover disse que houve uma mudança dramática de direção.
JLT - Não concordo, a não ser que isso queira dizer que o Purple tenha voltado ao lugar de onde veio. Essa foi a mudança de direção. E há também um som dos anos 90 que foi por insistência minha. [NM: Ah, bão, isso explica tudo...] Mas acho que as raízes hard rock e r'n'b continuam as mesmas. Faixas como 'Fire in the Basement' soam como 'Lazy', só que modernizadas, com uma atitude mais irônica."

Do alto dos meus 14 anos, eu até achava o disco bonzinho. Relevem, era guri novo.

Em agosto de 1991, os véios vieram ao Brasil. No Fundilho D'Askhalsa, tenho o pôster da turnê. Pois é. Lembro das árduas madrugadas de chuva em que eu ficava arrancando pôsteres na rua! *risos* Era um barato. Tenho aqui o do show do Ian Gillan, em 9 de maio de 1992.

Mas aí os véios vieram a Porto Alegre. O equipamento de som ficou trancado na alfândega, então eles mexeram em todo o calendário. Eles passaram primeiro pelo Olympia, em São Paulo (12 e 13), Ginásio do Ibirapuera (16 e 17), Curitiba (18) e tinham marcado o show de Porto Alegre para o dia 20. Só que, com o problema na aparelhagem de som, eles remarcaram o show para o dia 23. Nos dias anteriores, eles circulavam por Porto Alegre, especialmente pelo centro. Blackmore chegou depois. Diz que o Blackmore ficou apaixonado pelo Gruta Azul. Vi Jon Lord e Roger Glover na loja de instrumentos na frente do hotel Plaza São Rafael (onde, no ano seguinte, acabei bancando o intérprete do Roxette).

Eu fui pra frente do Gigantinho, junto com uma galera. Subindo nas costas de outro Marcelo (que subiu nas minhas), consegui ver o Ritchie Blackmore jogando bola com alguém no Gigantinho vazio. No dia 24, sai a resenha do show na Zero Hora:

"Por mais experiente e competente que seja, o Deep Purple, carismático, cheio de hits cravados na memória da maioria das oito (ou por aí) mil pessoas que estiveram no gigantinho, ontem, sofreu da falta de um som apropriado para o local. O Gigantinho, é bom dizer, não oferece essas condições para ninguém. Mas engenheiros de som mais antenados sabem contorná-lo. Não aconteceu isso com a equipe do Deep Purple. O quinteto inglês tocou todas as músicas que se poderiam esperar, com um punch próximo, mas nem tanto, do passado. Os efeitos do canhão de raio laser são interessantes, mas longe de substituir a verdadeira garra da velha banda. O vocalista sofre das maiores restrições. Coitado, não teve a ajuda nem da equipe técnica. O som foi sofrível. Tire-se esses pontos desfavoráveis, o show do Deep Purple foi intenso. Não poderia ser de outra forma. Quem tenha vivido um pouco dos anos 70 sabe do que se fala. O show teve seus problemas. Mas quem ousaria, destes que sempre enxergaram a banda como uma espécie de paradigma, dizer algo contrário?"

Mas quem deu a real foi o lendário André Forastieri, na Bizz:

"Os bundões bem-pensantes que fiquem com REM e Lenny Kravitz. Deep Purple é para quem tem culhão, sacou? Música de macho, meu - apesar de o novo vocalista, Joe Lynn Turner, ter menos voz que a Xuxa. Pô, qualquer show que começa com 'Burn', acaba com 'Smoke on the Water' e tem no meio 'Perfect Strangers' é maravilhoso. Em que outro show um cara da minha idade pode tocar guitarra no ar sem vergonha de estar sendo ridículo? Ritchie, Ian, Jon, Roger - está tudo perdoado, inclusive os dois últimos discos e a infame e injustificada demissão do Ian Gillan. Long live rock'n'roll."

Depois de Porto Alegre, eles tocaram no Maracanãzinho. O Blackmore já andava de ovos virados e aprontava aquelas birrinhas dele no meio do show. Três shows depois, eles mandaram o Turner embora, em Tel Aviv (Israel).

domingo, 24 de novembro de 2002

Tá sobrando grana?

A sucursal européia da BMG está lançando uma caixa com três dos mais recentes e mais criticados discos do Deep Purple: "Slaves & Masters", "The Battle Rages On" e "Abandon". (Dos três, meu favorito é Abandon, mas nem todo mundo concorda comigo.) A caixinha tem a famosa imagem do dragão dentro do D e do P, capa de The Battle Rages On.

Por que comprar: Há anos não lançam "Slaves & Masters" em CD.
Por que não comprar: Aparentemente, não tem nenhum material extra. E tu comprarias "Slaves & Masters" em CD?

Na França, a EMI está lançando uma caixa com Burn e Stormbringer, os dois discos de estúdio lançados pela terceira formação do Purple. A caixinha tem a imagem das velas esculpidas com o rosto dos membros do Purple, capa de Burn.

Por que comprar: Se tu não tens os discos, de repente valia a pena.
Por que não comprar: É fácil achá-los por vinte pila nas boas lojas do ramo, em impressão nacional. Além do mais, ambos estão para ser lançados até o final do ano em versão remasterizada, com faixas extras e o escambau. Se quer gastar uns trocos com uma versão importada deles, espere mais um pouco. Aparentemente essa versão francesa não tem extras. Se tivesse "Come Taste the Band" era uma boa (há anos não lançam em CD), mas não tem.

Sim, é caça-níqueis. A EMI fez um mais competente (embora caro) há alguns anos: