quinta-feira, 5 de setembro de 2002

Coisas que só se ouve em disco pirata

Estou terminando de baixar o show do Deep Purple em Amsterdã, em 24 de agosto de 1969. É o mais antigo registro ao vivo da Mark 2. Gillan e Glover estavam na banda havia apenas dois meses.

A primeira música é "Kneel And Pray", uma versão primitiva de "Speed King", com uma letra que é uma preciosidade da malícia: "lady, lady, lady... kneel down, look around, tell me what you've found". O jamming entre os instrumentistas durante os solos mata a pau. Essa música já havia sido registrada antes, nos estúdios da BBC, no dia 11 daquele mês. Com o título provisório de Ricochet.

A banda se apresenta antes da segunda música, "Child in Time", uma versão mais rápida que a que acabou sendo gravada no disco. Na verdade, a primeira versão de estúdio de Child só foi gravada oficialmente cinco dias depois, na BBC - portanto, este TAMBÉM é o primeiro registro de CiT. É uma versão mais rápida na parte lenta. Ian Gillan está com os berros a todo vapor.

Mas eu queria falar da apresentação deles.

Gillan olha para a platéia e, polidamente, se apresenta:

-- Hello, we're Deep Purple.

Um cheiro acre de fumaça vem da platéia. Amsterdã tem essas coisas (tá, Porto Alegre e São Paulo também têm). Gillan dá uma longa respirada.

-- Smells good!

Depois vêm Mandrake Root, Paint it Black (que tradicionalmente inclui um longo solo de Ian Paice) e Wring That Neck (aparentemente bem cortada). Mas essas eu ainda não ouvi.

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