sábado, 28 de janeiro de 2006

Dream Theater grava Made in Japan

Consta que a banda, que eu conheço só de nome, tocou o Made in Japan inteiro em Tóquio e em Osaka, em 15 e 17 de janeiro. Alguém aí ouviu pirataria disso? Ficou bom?

quinta-feira, 26 de janeiro de 2006

Butterfly Ball finalmente sai em DVD

Finalmente vai sair lá fora, em 14 de março, um DVD do show de Butterfly Ball, em 16/out/75. A ópera-rock sobre a festa na floresta foi composta por Roger Glover e executada por seus amigos - basicamente, a árvore genealógica do Deep Purple, mais o eterno Drácula Vincent Price fazendo a narração. Fizeram desenho também, para o clipe de "Love is All" - que está no CD remasterizado que saiu há algum tempo.

Originalmente, o cantor principal da ópera era Ronnie James Dio. Ele cantava "Love is All" e "Sitting in a Dream". No dia em que haveria gravação em vídeo, ele ficou doente. Glover resolveu chamar um grande amigo seu, que estava aposentado do rock e vendia motocicletas - um certo Ian Gillan. Foi sua primeira aparição em público depois de sair do Deep Purple. Foi aplaudido de pé.

No vídeo, há algumas cenas antológicas. Por exemplo, Roger Glover e David Coverdale lado a lado em "Behind the Smile".

Cometam esse granicídio que vale a pena.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2006

Deep Purple Hub: uma mina de ouro

Já quis achar piratarias obscuras do Deep Purple? Gosta de colecionar essas coisas? Tanto os shows a que tu foste quanto os shows a que gostarias de ter ido? Tem coisas pra trocar? Seja lá qual destas perguntas rendeu um sim, clica aqui e te diverte.

Depois de baixar o primeiro boot, tire seu chapéu para o Leandro Fiss. A indicação - a melhor do ano até aqui e provavelmente por uns bons meses - foi dele. Sabe esse show aí embaixo? Pois é, já tá lá pra baixar.

O dia em que voltei a ser fã do Deep Purple

Baixei e estou ouvindo o show do Deep Purple no Opinião, em Porto Alegre, em 5 de março de 1997. Foi o primeiro show do Deep Purple a que fui. Em 1991, a falta de grana e os meus 14 anos não me deixaram entrar no Gigantinho. Em 92, cheguei a cumprimentar o Gillan mas não tinha grana pra entrar no Araújo.

Naquele dia terrivelmente quente de março de 97, eu estava trabalhando à noite no telex do Correio do Povo. Estava conformado com a possibilidade de não assistir ao show. Naquela época, eu estava tão empolgado com meu começo de profissão que o Deep Purple era um hobby quase relegado ao esquecimento na minha vida. De mais a mais, meu toca-discos andava estragado e eu não tinha onde ouvir CDs. Fazia dois anos que o Ritchie Blackmore tinha saído do Purple. Eu não tinha ouvido o Purpendicular e nem queria ouvir - Deep Purple sem Blackmore não era Deep Purple, eu pensava.

Mas aí eu chego na redação, depois de o show já ter começado, e vou fuçar no retorno do repórter Paulo Moreira sobre que músicas eles já tinham tocado. A editora de Variedades escreveu "Black In Night". Corrigi.

- Como tu sabes? - ela perguntou.
- Tenho quase todos os discos deles.
- E tá fazendo o quê aqui?
- Tenho que trabalhar, né? E tava sem grana pro ingresso.

Ela me expulsou da redação com um ingresso de cortesia (número 0002) e dez pilas pro táxi. Fiquei por cinco segundos no dilema moral de abandonar o telex. Vai que o Papa morre, ou algo assim. Mas já eram dez e pouco da noite, o jornal já estava bem encaminhado e eu podia escapar um pouco. Fui.

Cheguei ao Opinião naquele calorão portoalegrense e procurei um lugar onde eu conseguisse pelo menos enxergar a cabeça do mestre Ian Gillan. De camisa de manga curta e bermuda. Porra, bermuda? Tudo bem que estivesse calor, mas bermuda? O cara é simplesmente um deus da porra do rock pesado. Bermuda, cacete?

(Aliás, um parêntese: outro dia, ouvindo "Metal is the Law", do Massacration, comecei a raciocinar por que diabos eu estranhei e por que diabos minhas pernas são tão brancas até hoje. Dificilmente uso bermuda. Aos 14/15 anos, metaleiro ferrenho, eu ia para o clube de piscina de jeans e jaqueta. Usar bermuda era coisa pra skatista ou surfista, que era exatamente o tipo de gente que eu deplorava. Depois, por costume, continuei usando calça comprida no verão - até porque nunca tiro férias. Até hoje preciso de aviso da digníssima pra lembrar de pôr bermuda.)

Enfim: cheguei no meio de um solo de guitarra antes de Smoke on the Water. Que não estava no final do show. As luzes sobre o Jon Lord e o velho TOMATO emocionadíssimo. Depois de vê-lo em carne e osso de cabelo branco, confirmando as fotos que eu tinha visto na internet, estranhei em dobro. Aquele, definitivamente, não era o Deep Purple que eu conhecia. Não tinha Blackmore, Gillan usando bermuda, Jon Lord de cabelo branco, Roger Glover de faixa na cabeça e não de chapéu... caralho! Só o Ian Paice que eu não estava vendo direito, mas só faltava ele estar sem óculos.

Parei no meio de uns gringos de Caxias do Sul, que estavam tomando uísque e levantando-se uns aos outros pra enxergar o palco inteiro. Bebi com eles, levantei alguns, fui levantado por outros e todos curtimos muito. Foi numa dessas levantadas que eu vi o Steve Morse tocando. Aquela mão parecia uma aranha escalando o braço da guitarra. E o sujeito tocava MUITO. Não era o Blackmore, mas era muito bom. E é estranho: o som da guitarra parecia sorrir. Sorria tanto quanto aquele caipira americano de cabelo de palha com mãos de aranha.

Simpatizei. Talvez houvesse realmente um futuro para o Deep Purple. No meio dos gringos, participei do coro de "Smoke on the Water, Fire in the Sky". Levantei os dedos pro ar pra cantar When a Blind Man Cries, logo depois de um emocionante solo do Lord. O solo do Morse não lembrava nada o do Blackmore, mas incrivelmente eu não achava isso ruim. E ainda tinha Speed King (com um duelo de guitarra e teclado e outro de guitarra e voz que me deixaram babando) e Highway Star (com a guitarra rugindo feito um motor de carro) pela frente. A voz do Gillan estava claríssima, Glover martelava o baixo como nunca e Paice continuava um trator. Aquele era o Deep Purple, em que pese não ter o baixinho enfezado na guitarra.

Naquela noite, voltei para o jornal todo suado e de camisa aberta. Minha camisa era chinesa, sintética. Reagiu mal ao meu suor. Fedia mesmo. Ainda extasiado pelo show, tive que enfrentar minha culpa por ter largado o telex às moscas. Fui olhar o que tinha chegado de notícia. Nada importante. Nada necessário. O papa, como vocês sabem, não tinha morrido.

Ainda de camisa aberta, entrei na sala do diretor de redação, meu mestre até hoje.

- Mestre, posso te confessar uma coisa feia que eu fiz?
- Diga lá.
- Tô chegando agora do show do Deep Purple.
- Guri, quer levar uma suspensão?
- Não.
- Então eu não ouvi nada -, disse ele, sorrindo.

Quando eu saía da sala, ele diz:

- Ô! Fecha a porta aí e me conta como tava. Também gosto deles.

Mesmo com todas as contraprovas que o Morse tinha dado naquele show, de que ainda existia vida para o Deep Purple após o Blackmore, eu não comprei o Purpendicular. Não tinha onde ouvir CD. Aí comprei um computador. Em 98, saiu o Abandon, que tinha uma versão de Bloodsucker (do In Rock). Comprei o importado, só pra comparar. Fui direto à faixa 12. Quando eu ouvi aquela guitarra sorrindo, voltei a me tornar um grande fã do Deep Purple.

Só em 2003 eu leria a frase que melhor define o que eu saí pensando: "Gillan is god, and in Morse we trust". Pode sair o Blackmore, pode sair o Jon Lord. A gente lamenta. Mas o Deep Purple é maior que a soma de suas partes.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2006

O novo setlist

Ontem, em Londres, o Deep Purple tocou 19 músicas - das quais 11 são da fase Morse (SETE delas são do disco novo, incluindo uma faixa-bônus que só saiu no Japão mas todo mundo já baixou na internet, e duas são do disco Purpendicular). O set abriu com Pictures of Home e ainda teve Living Wreck no meio. Quer instrumentais? Então taca Steve Morse com Contact Lost e Well-Dressed Guitar, enganchadinhas e seguida de Lazy, que é seguida de um solo do Airey.

Puta showzaço - se não tivesse Smoke on the Water era melhor ainda. Fotos do show aqui. Claro que coisas assim eles só podem fazer no Velho Continente. Aqui no Bananão, o que o pessoal quer ouvir é o que todo mundo está careca de conhecer. E se duvidar ainda saem reclamando por eles não tocarem Burn.

Abaixo, o setlist:

Pictures of Home
Things I Never Said
Wrong Man
Ted the Mechanic
Living Wreck
Rapture of the Deep
Back To Back
Before Time Began
Contact Lost
Well-Dressed Guitar
Lazy
Keyboard Solo
Perfect Strangers
Junkyard Blues
Sometimes I Feel Like Screaming
Space Truckin
Highway Star
Smoke on The Water

Kiss Tomorrow Goodbye
Black Night

sexta-feira, 13 de janeiro de 2006

Pra querer ficar rico

Jon Lord vai tocar o Concerto agora em julho, no Festival de Henley, na Inglaterra. Já estou jogando na Mega-Sena pra ir. Mas tem um detalhe: a organização do festival exige que os cavalheiros vão de black-tie ou, no máximo, de terno e gravata.

Simon Robinson, que certamente vai estar lá, está candando e agando pra isso: "Não tenho (nem uso) gravata desde que cerimoniosamente queimamos todas em uma escrivaninha no meu último dia na escola. E isso faz muito tempo mesmo."

Mais uma edição limitada do Rapture

A Edel está lançando uma NOVA edição limitada do Rapture of the Deep, na Europa.

Tem onze faixas (as dez da edição brasileira, mais MTV), mais quatro faixas bônus gravadas ao vivo em 2005 - Rapture, Wrong Man, Highway Star e Smoke on the Water. Segundo a DPAS, não foi informado onde foi a gravação.

Em 1º de novembro, segundo o Glover, era a quarta vez em que eles tocavam as novas faixas ao vivo. No México e na Argentina, a voz do Gillan estava ferrada. Em São Paulo, até estava bem boa.

Mas o mais importante é o seguinte: de onde é que eu vou tirar dinheiro pra comprar a nova edição?

quinta-feira, 12 de janeiro de 2006

Notícia sobre o incêndio de Montreux

Achei uma preciosidade na internet: um site que tem um recorte de jornal do dia seguinte ao incêndio no cassino de Montreux. Só que está em francês.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2006

A agenda pesada do Purple, por Lord

P: Estava olhando ontem o site do Deep Purple e vi um calendário imenso de shows. O que você acha disso?

R: Sei lá, não estou mais na banda. De fato, foi por isso que eu saí, era muito pesado. Acho saudável que uma banda como eles faça muitos shows, mas fico muito feliz de não estar mais envolvido com isso.


JON LORD, em entrevista a Johnnie Walker na BBC