O Black Country Communion, a superbanda do Glenn Hughes, está se promovendo de um jeito especial: pedindo que os fãs filmem a banda nos shows e abrindo um concurso pra esses vídeos. Os fãs postam o vídeo no site da banda e quem tiver mais views pode levar uma graninha modesta, créditos pra comprar no site da banda e uma guitarra Epiphone autografada pelos músicos.
Hughes, arrisco dizer, é um dos músicos que mais entende como funciona a internet. Há cinco anos, quando você entrava num show, ainda era revistado e corria o risco de ter de deixar sua máquina fotográfica na portaria. Depois, quando câmeras de foto e vídeo migraram para os celulares, as casas de espetáculo descobriram que não dava mais para reprimir. Até porque não funciona - taí o YouTube que não me deixa mentir.
Se você não pode evitar que as câmeras entrem, pode torná-las parte do espetáculo. E é isso que o Black Country Communion fez. Estimula neguinho a ir ao show, fazer um baita vídeo e ficar rondando o site da banda. Ficar torcendo pro seu vídeo ser o mais visto. Chamar os amigos pra ver o vídeo no site, o que também não faz mal pra banda.
David Coverdale, numa entrevista recente, fez as contas: a estreia do clipe de "Love Will Set You Free" no YouTube deu mais audiência do que a chegada de qualquer clipe do Whitesnake na MTV nos anos 80. Isso significa o seguinte: o YouTube vai estar lá. Os downloads estarão lá. Você pode queimar neurônios pra incorporar isso à sua estratégia ou pode reclamar da vida.
Hughes e Coverdale resolveram queimar neurônios digitais. Compare isso com declarações recentes, por parte do Steve Morse, de que testar músicas novas no palco expunha o Deep Purple porque no dia seguinte um monte de gente postou no YouTube. Isso não reduz a admiração e respeito que tenho pelo Morse. Só me diz que dois músicos que admiro estão usando a internet a seu favor. Outros cinco, alguns dos quais admiro até mais do que os dois, não.
O BCC também tem uma estratégia interessante (embora meio insistente demais) de e-mail marketing. Dia sim, dia não, recebo algum email cujo remetente é "Glenn Hughes", "Joe Bonamassa", "Derek Sherinian" ou "Jason Bonham". Na verdade é um email institucional da banda contando as novidades. Neste press-release, seus empresários falam dessa estratégia.
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