O Gillan deu uma entrevista para um jornal indiano sobre o Deep Purple e o porquê da demora do novo disco. Interessante é que, agora que o Jon Lord saiu, ele arrisca umas farpas para o nosso respeitável Tomato ao lado das que reserva para o Homem de Preto. Na biografia dele, ele costumava deixar umas farpas para o baterista, Ian Paice --quer dizer, "bons mesmo" só ele e o Glover, seu amigo desde o Episode Six. Não gosto muito desse esquema de panelinha, mas o Gillan é um dos caras que eu respeito.
Abaixo, os melhores trechos da entrevista.
"A maior parte das nossas músicas foi escrita de um ponto de vista de ao vivo. Às vezes, reduzíamos as turnês quando havia problemas dentro da família. Esses problemas podiam ser causados pelo Ritchie (Blackmore), ou porque Jon de repente decidia que não queria visitar um país em particular. Mas, de qualquer forma, sempre enfatizamos as turnês. Na formação atual, nos damos muito bem e estamos abertos a fazer muitas turnês. Mas o processo de lançar discos só por lançar será evitado. Vamos prestar um pouco mais de atenção ao tipo de novas músicas que produzimos."
Este aqui é o melhor, que explica muito da pobreza musical de hoje em dia:
"Veja, quando entrei no Deep Purple os membros tinham várias influências musicais. Um adorava clássico. Outro gostava de rock'n'roll, um terceiro de música instrumental e um quarto preferia blues. Nossos modelos iam de Beethoven a Buddy Rich e Bob Dylan, passando por Ella Fitzgerald, Sonny Boy Williamson, Chuch Berry e muitos outros. Então, havia uma variedade de influências nas músicas que escrevíamos. Em contraste, as bandas de hoje são somente influenciados pelo Deep Purple, pelo Black Sabbath, e uma meia dúzia de outros grupos. Por isso, eles fazem basicamente todos quase a mesma coisa. É sempre legal saber que tantos grupos novos são influenciados por nós. Mas eu preferiria ser uma influência menor do que uma influência maior."
"Durante os últimos anos, estive cada vez mais interessado em música popular de vários países. Escuto música da Indonésia, da Noruega, do Brasil [por isso é que ele adorou minha versão bossa nova de Smoke on the Water...], da Rússia, de muitos lugares. Em todo lugar há uma riqueza de brilhantismo musical. Desta vez, pretendo comprar muitos CDs de música indiana. Não consigo gostar de hip-hop. Talvez eu esteja muito velho pra isso, mas minha filha adora. Eles vêem esse tipo de música como um estilo de vida, e vêem muita profundidade nisso [Ô! Us mano, pow, as mina, pá!] Não faço parte da turma, mas respeito. Temos que respeitar o fato de que cada geração tem o direito de escolher o que prefere."
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