terça-feira, 21 de maio de 2002

O começo do Morse

Senhores, senhoras, senhoritas e outros, tenham a bondade de visitar o especial Early Morse days, no The Highway Star. Está muito bom, mostrando como a banda fez a transição de um guitarrista de personalidade forte para um de técnica muito aguçada. E só ganhou no processo.

Eu não sei se já falei aqui sobre isso, mas eu levei muito tempo até aceitar o Morse como guitarrista do Deep Purple. Não comprei o Purpendicular na época em que foi lançado. Acompanhava as discussões na internet, na alt.music.deep-purple e nos primeiros anos do site do Purple, mas não fazia idéia de como o disco era bom.

O que quebrou minhas resistências foi quando ouvi falar, em 1998, que o então novo disco do Purple (Abandon) teria uma regravação de Bloodsucker, uma das minhas faixas favoritas do mais seminal disco do Deep Purple, o In Rock. Quando ouvi o que o Morse fazia com as cordas onde o Blackmore era enérgico mas comedido, eu simplesmente ria à toa feito um abobado. Ouvi mais vinte vezes a música, no mesmo dia - dez no meu velho vinil de In Rock (da primeira impressão brasileira, de 1973) e outras dez no CD, que então eu importara da Inglaterra.

A partir dali, Steve Morse ganhou, para mim, o distintivo de Homem das Cordas do Deep Purple --casseta, ele até casou no palco em 97 durante um show do Purple. Eu sei que no princípio é um choque ver um inglês que só se veste de preto ser substituído por um magrão californiano com batas cujas cores parecem inspiradas numa iluminação de rave. Mas o som, meus velhos, o som, que é o mais importante, é fenomenal. Piramidal. Os dois guitarristas têm suas virtudes, e eu ainda gosto muito do Blackmore. Mas para mim o Steve Morse é um homem-Purple completo desde aquele dia.

Mas o sensacional de tudo é o título de uma das primeiras gravações piratas de shows com o Morse: "Blackless Morsemania".

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