quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Glover fala sobre o novo disco

Mestre Roger Glover deu uma entrevista ao G1. Segundo ele, o grupo só vai parar pra pensar num novo disco no final do ano. Alguns pontos:

    "O Deep Purple se tornou um grupo focado em turnês. Fazemos shows o tempo todo, e o grande motivo para isso é que os negócios mudaram muito. Com a queda na venda de CDs, que está praticamente acabada, o trabalho das bandas se foca em shows ao vivo. É a forma que elas encontraram para sobreviver. Nosso grupo se consolidou como o de uma grande apresentação ao vivo, e hoje podemos encontrar lugares para tocar com bastante público em qualquer lugar do mundo, o que nos mantém muito ativos. Fazemos mais shows e turnês muito mais longas. Antes, fazíamos turnês de três a quatro meses para promover discos recém-lançados. Os shows eram agendados apenas na Europa, nos EUA e no Japão. Isso até 15 anos atrás, quando, mesmo na Europa, não conseguíamos tocar em lugares como a Espanha, por exemplo. Não havia infra-estrutura para grandes shows em nenhum outro lugar do mundo, o que também limitava as viagens. Hoje isso mudou, e podemos ir a qualquer lugar do mundo, à América do Sul, à África, à Europa Oriental, à Indonésia e até mesmo à China, lugares que se desenvolveram nos últimos 15 anos. Mudou a indústria, que requer mais shows para sustentar as bandas, e mudou a tecnologia, que permite que toquemos com som de qualidade em qualquer lugar do mundo, o que faz com que nos apresentemos mais vezes em todos os lugares onde há público." "Por ser um grupo formado por músicos muito competentes, nem sequer ensaiamos mais. Decidimos o repertório nos camarins, pouco antes de entrar no palco. Soa como uma estratégia perigosa, mas sempre dá certo. Mesmo quando acabamos tocando as mesmas músicas, a atmosfera de cada show é completamente diferente, há solos diferentes. Isso é o que torna divertido. Se fosse o mesmo show, seria uma apresentação de cabaré do rock. Não somos um grupo de música de cabaré." "Sou fã do Led Zeppelin, acho que eles são fabulosos e mudaram a forma como se faz música. Foi algo que o Purple ajudou, nos anos 1960 e 1970, um período mágico, revolucionário da música. Na época, havia uma grande profissionalização da música. Os grupos eram formados por músicos, as gravadoras tinham músicos em suas equipes. Hoje o mundo é outro. As gravadoras estão falidas, estão desaparecendo. Isso é em grande parte porque as empresas foram comandadas por advogados e contadores. Além disso a tecnologia se difundiu no mundo, fazendo com que proliferassem novas bandas, e que se tornasse fácil divulgar novas músicas. O que acontece é que o Purple sobreviveu a isso tudo, já estava na mente de todas as pessoas, um clássico, que se mantém atual. É algo que acontece também com o Zeppelin. Essas bandas fizeram algo mágico no passado e continuam queridas em todo o mundo, o que novos grupos não conseguem." "Devemos voltar a pensar num novo álbum de estúdio no final do ano. É algo difícil de fazer atualmente, já que se vendem poucos discos. Perdemos dinheiro para gravar. Mas o foco é fazer shows, e pretendemos voltar ao Brasil muitas outras vezes. Não temos um limite, uma data de quando pretendemos parar de tocar. Não estou querendo me aposentar. Isto é a minha aposentadoria, na verdade. Meu último trabalho foi quando tinha 19 anos."

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