segunda-feira, 28 de fevereiro de 2005
Vivendo alto
O Living Loud, projeto do qual participam Don Airey e Steve Morse, é assunto da coluna do Arthur Dapieve no No Mínimo.
sexta-feira, 11 de fevereiro de 2005
Turner acha seu disco maravilhoso

Joe Lynn Turner andou dando uma entrevista em janeiro. Ela foi reproduzida pelo Deep-Purple.net. Seu sem-nocionismo continua no lugar, o que torna bastante divertido ler a entrevista - fica muito claro quem é escravo e quem é mestre, pra fazer um trocadalho com o título do disco do Purple que ele gravou. Toma lá:
P: Como você vê, em retrospecto, o período do "Slaves and Masters"? Não foi difícil substituir Ian Gillan, especialmente frente a fãs ferrenhos do Deep Purple?
JLT: Substituir Ian Gillan ou qualquer outro cantor admirado pelos fãs é, sim, sempre um desafio. Mas eu tentei interpretar as músicas do passado do Purple do meu jeito singular. [NR: Ô. Bota singular nisso.] Na verdade, depois que eu entrei pro DP o Ian chegou a me mandar um bilhete muito simpático, dizendo pra "cantar como você canta". Foi algo muito cavalheiresco da parte dele. Sobre como eu lembro daquele tempo, acho que fizemos um grande álbum, "Slaves and Masters", e escrevemos algumas outras músicas que não foram lançadas. Fizemos uma turnê pelo mundo durante a Guerra do Golfo, quando muitas bandas tinham medo de sair pra estrada [NR: acuma?!?!?!], e os fãs apreciaram bastante [NR: Arrã...]. Foi uma grande experiência. Eu respeito completamente todos os membros do Deep Purple e sempre vou admirá-los por sua incrível contribuição à história do rock and roll. Fico feliz de ter podido fazer parte disso também.
P: Você foi o protegido de Ritchie. Como era com o resto da banda?
JLT: Bom, o Rainbow me recebeu de braços abertos. Sem problemas lá! Todos eram parte do time e todos trabalhávamos bem juntos. Éramos felizes por termos tanto talento na nossa turma durante todos os 3 álbuns do Rainbow de que participei. No Deep Purple... havia muitas frustrações reprimidas do passado, egos e ciumeiras que levaram ao fim da encarnação do Purple de que fiz parte. Basicamente, tudo veio abaixo quando estávamos no estúdio pra gravar o segundo álbum. Aí, logo depois de sair o "The Battle Rages On", Ritchie deixou o grupo.
P: O que você acha da formação atual do Deep Purple?
JLT: É uma banda diferente agora. Falta autenticidade a eles sem o Ritchie Blackmore [NR: uiuiuiui, chefinho...]. Acredito que os riffs e a forma de tocar de Blackmore ajudaram a definir o legendário som do Purple que se identifica mais com a banda. Entretanto, "Bananas" é um bom disco. Parece que agora o Purple está chegando mais perto de seu som original, e "Bananas" foi um passo na direção certa.
P: O que você acha de eles não quererem tocar faixas de álbuns onde o Gillan não canta?
JLT: Eu não entendo esse conceito. É estranho, porque eu cantava qualquer uma das músicas deles, porque eu consigo. [NR: Sim. Child in Time, então, estava primorosa, sem falar em A Whiter Shade of Pale. Credo.]
P: Existe alguma chance de você voltar a tocar com o Ritchie?
JLT: Eu adoraria, e um tempo atrás a empresária dele, Carol Stevens, disse que o Ritchie e a Candice queriam que eu fizesse um dueto com a Candice, e espero que eles continuem pensando assim. Sempre tivemos uma química mágica... [NR: noooooffa!] Sinto que fomos uma das melhores equipes de voz e guitarra de toda a história. [NR: a MODÉSTIA do homem, senhoras e senhores!]
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quarta-feira, 2 de fevereiro de 2005
Blackmore no teatro
Vai sair uma peça chamada TELSTAR, sobre a vida do produtor de discos Joe Meek. O Homem de Preto, que começou sua carreira tocando com ele nos Outlaws, vai ser interpretado pelo ator Tarl Caple. A peça estréia amanhã em Cambridge. Ó lá: www.musicmayhemmadness.com.
Caple é este sujeito aqui (realmente parecido com o Blackmore no início da carreira):

Blackmore tocou com artistas produzidos por Joe Meek nestes trabalhos:
Don't You Think It's Time/... [Mike Berry] : UK late 1962 HMV [is Blackmore on this?]
Return Of The Outlaws/Texan Spiritual [Outlaws] : UK February 1963 HMV POP 1124
Dreams Do Come True/Been Invited To A Party [Heinz] : UK May 1963 Decca F.11652
That Set The Wild West Free/Hobo [Outlaws] : UK 1963 HMV POP 1195
San Francisco Bay/Like A Bird Without Feathers [Burr Bailey] : UK June 1963 Decca F.11686
Just Like Eddie/Don't You Knock At My Door [Heinz] : UK June 1963 Decca F.11693
If You Gotta Pick A Baby/... [Glenda Collins] : UK 1963 HMV POP 1233
Merry Go Round/Go On Then [Gunilla Thorne] : UK 1963 HMV POP 1239
In Sweden (EP) [Michael Cox] : Sweden 1963 His Master's Voice HMV 7EGS 296
Heinz (EP) [Heinz] : UK October 1963 Decca DFE 8545
Country Boy/Long Tall Jack [Heinz] : UK November 1963 Decca F.11768
The Kennedy March/... [Joe Meek Orchestra] : UK December 1963
A Tribute to Buddy Holly [lp; Mike Berry] : UK 1963 HMV 7EG 8808
It's Time for Mike Berry [lp; Mike Berry] : UK 1963 HMV 7EG 8793
Law And Order/Do Da Day [Outlaws] : UK January 1964 HMV POP 1241
You Were There/No Matter What They Say [Heinz] : UK January 1964 Decca F.11831
Galway Bay/Living Alone [Houston Wells] : UK January 1964 Parlophone R 5141
Ramona (EP) [Houston Wells] : UK January 1964 Parlophone GEP 8914
A Fool Such As I/... [Dave Kaye] : UK March 1964
Keep a-Knockin'/Shake With Me [Outlaws] : UK April 1964 HMV POP 1277
Please Little Girl/For Lovin' Me This Way [Heinz] : UK June 1964 Decca F.11920
The Bike Beat 1/The Bike Beat 2 [Rally Rounders = Outlaws] : UK 1964 Lyntone LYN 574
Tell The Truth/... [Andy Cavell] : UK 1964 Pye 7N 15610
A Tribute To Eddie [lp; Heinz] : UK 1964 Decca LK.4599
A Tribute To Eddie [lp; Heinz] : Germany April 1965 Decca Records X-ARL-6249/50-X
A Tribute To Eddie [cd; Heinz] : UK 1993 Castle Legends CLC 5117 CM
Thou Shalt Not Steal/Been Invited To A Party [Glenda Collins] : UK 1965 HMV POP 1475
Hurt Me/It Can Happen To Anyone [Jess Conrad] : UK 1965 [Blackmore on the b-side]
Caple é este sujeito aqui (realmente parecido com o Blackmore no início da carreira):

Blackmore tocou com artistas produzidos por Joe Meek nestes trabalhos:
Don't You Think It's Time/... [Mike Berry] : UK late 1962 HMV [is Blackmore on this?]
Return Of The Outlaws/Texan Spiritual [Outlaws] : UK February 1963 HMV POP 1124
Dreams Do Come True/Been Invited To A Party [Heinz] : UK May 1963 Decca F.11652
That Set The Wild West Free/Hobo [Outlaws] : UK 1963 HMV POP 1195
San Francisco Bay/Like A Bird Without Feathers [Burr Bailey] : UK June 1963 Decca F.11686
Just Like Eddie/Don't You Knock At My Door [Heinz] : UK June 1963 Decca F.11693
If You Gotta Pick A Baby/... [Glenda Collins] : UK 1963 HMV POP 1233
Merry Go Round/Go On Then [Gunilla Thorne] : UK 1963 HMV POP 1239
In Sweden (EP) [Michael Cox] : Sweden 1963 His Master's Voice HMV 7EGS 296
Heinz (EP) [Heinz] : UK October 1963 Decca DFE 8545
Country Boy/Long Tall Jack [Heinz] : UK November 1963 Decca F.11768
The Kennedy March/... [Joe Meek Orchestra] : UK December 1963
A Tribute to Buddy Holly [lp; Mike Berry] : UK 1963 HMV 7EG 8808
It's Time for Mike Berry [lp; Mike Berry] : UK 1963 HMV 7EG 8793
Law And Order/Do Da Day [Outlaws] : UK January 1964 HMV POP 1241
You Were There/No Matter What They Say [Heinz] : UK January 1964 Decca F.11831
Galway Bay/Living Alone [Houston Wells] : UK January 1964 Parlophone R 5141
Ramona (EP) [Houston Wells] : UK January 1964 Parlophone GEP 8914
A Fool Such As I/... [Dave Kaye] : UK March 1964
Keep a-Knockin'/Shake With Me [Outlaws] : UK April 1964 HMV POP 1277
Please Little Girl/For Lovin' Me This Way [Heinz] : UK June 1964 Decca F.11920
The Bike Beat 1/The Bike Beat 2 [Rally Rounders = Outlaws] : UK 1964 Lyntone LYN 574
Tell The Truth/... [Andy Cavell] : UK 1964 Pye 7N 15610
A Tribute To Eddie [lp; Heinz] : UK 1964 Decca LK.4599
A Tribute To Eddie [lp; Heinz] : Germany April 1965 Decca Records X-ARL-6249/50-X
A Tribute To Eddie [cd; Heinz] : UK 1993 Castle Legends CLC 5117 CM
Thou Shalt Not Steal/Been Invited To A Party [Glenda Collins] : UK 1965 HMV POP 1475
Hurt Me/It Can Happen To Anyone [Jess Conrad] : UK 1965 [Blackmore on the b-side]
terça-feira, 18 de janeiro de 2005
O Elo Perdido
Essa é uma daquelas notícias gostosas de ler e que geram todo tipo de galinhagem, inclusive esta. Reparem bem nesta notícia:
Deus da guitarra ganha impostor
SOUTHAMPTON, Inglaterra (AP) - 11.jan.2005 — A polícia de Southampton, na Inglaterra, está à procura de um homem que se faz passar por Ritchie Blackmore.
Segundo os relatos, ele tem feito aparições pessoais, cobra por seu autógrafo e desaparece. A polícia recebeu a dica de que ele havia se internado num hospital, mas já havia ido embora quando eles chegaram.
Uma enfermeira disse que o impostor chegou a escrever uma canção para ela. O próprio Blackmore disse: 'Por que ele não vai pegar no pé de alguém mais famoso?'
Segundo o site oficial da Blackmore's Night, o sujeito se internou na Unidade de Tratamento Cardíaco do Southampton General Hospital na semana passada, com o nome de Ritchie Blackmore. Afirmando ser o Blackmore "original" e que tocou no Deep Purple, abusou da boa-fé das pessoas de lá. O site também afirma que "não é a primeira vez em que esse homem se fez passar por Ritchie, e ele já fez isso em diversas partes do mundo". O site indica a Polícia de Southampton como o canal competente para qualquer denúncia.
Sei não.
Acho que esse sujeito é a peça-chave para finalmente descobrirem o mistério dos grandes homens substituídos por clones malignos exatamente em 1990. Nesse ano, o senador esquerdista Fernando Henrique Cardoso desapareceu misteriosamente, sendo substituído por um clone maligno que acabou vencendo a disputa pela Presidência. Ozzy Osbourne foi substituído por um clone que fazia clipes para a MTV e no final acabou se prestando a ser artista de big brother.
Eu há muito suspeitava que o Blackmore havia sido substituído por um clone malvado - aquele sujeito de Slaves & Masters, Come Hell or High Water e de toda a discografia de Blackmore's Night não pode ser o homem que botou fogo no palco em California Jam. Esse cara que se internou no hospital deve ser o verdadeiro, que fugiu do cativeiro.
Se encontrado, o suposto impostor que deve ser o verdadeiro Blackmore poderá indicar o paradeiro do verdadeiro Ozzy Osbourne e do verdadeiro FHC.
Entrei em contato com o hospital pra tentar descobrir mais detalhes. Quero especificamente saber mais sobre a música que o "Blackmore" escreveu pra enfermeira. Deve haver pistas valiosas nela.

SOUTHAMPTON, Inglaterra (AP) - 11.jan.2005 — A polícia de Southampton, na Inglaterra, está à procura de um homem que se faz passar por Ritchie Blackmore.
Segundo os relatos, ele tem feito aparições pessoais, cobra por seu autógrafo e desaparece. A polícia recebeu a dica de que ele havia se internado num hospital, mas já havia ido embora quando eles chegaram.
Uma enfermeira disse que o impostor chegou a escrever uma canção para ela. O próprio Blackmore disse: 'Por que ele não vai pegar no pé de alguém mais famoso?'
Segundo o site oficial da Blackmore's Night, o sujeito se internou na Unidade de Tratamento Cardíaco do Southampton General Hospital na semana passada, com o nome de Ritchie Blackmore. Afirmando ser o Blackmore "original" e que tocou no Deep Purple, abusou da boa-fé das pessoas de lá. O site também afirma que "não é a primeira vez em que esse homem se fez passar por Ritchie, e ele já fez isso em diversas partes do mundo". O site indica a Polícia de Southampton como o canal competente para qualquer denúncia.
Sei não.
Acho que esse sujeito é a peça-chave para finalmente descobrirem o mistério dos grandes homens substituídos por clones malignos exatamente em 1990. Nesse ano, o senador esquerdista Fernando Henrique Cardoso desapareceu misteriosamente, sendo substituído por um clone maligno que acabou vencendo a disputa pela Presidência. Ozzy Osbourne foi substituído por um clone que fazia clipes para a MTV e no final acabou se prestando a ser artista de big brother.
Eu há muito suspeitava que o Blackmore havia sido substituído por um clone malvado - aquele sujeito de Slaves & Masters, Come Hell or High Water e de toda a discografia de Blackmore's Night não pode ser o homem que botou fogo no palco em California Jam. Esse cara que se internou no hospital deve ser o verdadeiro, que fugiu do cativeiro.
Se encontrado, o suposto impostor que deve ser o verdadeiro Blackmore poderá indicar o paradeiro do verdadeiro Ozzy Osbourne e do verdadeiro FHC.
Entrei em contato com o hospital pra tentar descobrir mais detalhes. Quero especificamente saber mais sobre a música que o "Blackmore" escreveu pra enfermeira. Deve haver pistas valiosas nela.
segunda-feira, 17 de janeiro de 2005
Gillan e clásicos
Hoje no Orkut um colega tentou imaginar como seriam as colaborações entre Gillan e Pavarotti (de 2001 e 2003) caso elas tivessem ocorrido há 35 anos, quando Ian estava no auge. Minha resposta:
Não rolava. O Gillan achava coisa de velho. Pros dois concertos que o Jon Lord compôs pra orquestra e Deep Purple, o mestre escreveu as letras nas coxas, na última hora.
No Concerto for Group and Orchestra, com três meses de estrada com o Deep Purple, ele tinha medo de se perder na música e de que fossem rir da cara dele:
How can I see
When the light is gone out
How can I hear
When you speak so silently
More than enough
Is never too much
Hold out a hand
I'm so out of touch
Do unto me
As your heart would have you do
Looks on my head
Cannot get the message through
Sword in my hand
Can cut through the wood
Peace in my heart
Can summon the mood
What shall I do
When they stand smiling at me
Look at the floor
And be oh so cool
Oh so cool
How shall I know
When to start singing my song
What shall I do
If they all go wrong
What shall I do
Já pro Gemini Suite, ele não tinha mais medo de nada. Só estava MUITO puto da vida de ter que cantar de novo junto com uma orquestra. Continuava achando que ia pagar mico, e soltou tudo isso na letra, escrita nas coxas na última hora:
All I wish,
That I wasn't here,
Don't you know?
I've got a rotten feeling,
Of dizzy heights,
It's what they want to know,
Oh, well here I go,
Oh, what a funny show.
Take my time,
It's the odds that count,
Who am I?
What a silly sound,
Hold my breath,
Talk of sudden death,
Rhyme and reason must prevail,
I need a glass of ale.
Still I've a got a feeling now,
No need for me to tell you how,
It's kind of easy now,
Woh-oh like rock'n'roll.
Boogaloo and now I feel alright,
It's funky and it's out of sight,
Feeling good, feeling right,
It's gonna be alright.
Now I know where I'm going,
Now I know where it's at,
Can I treat you alone?
Na hora de regravar o Gemini Suite com a Yvonne Elliman (aquela vocalista que fez a Maria Madalena em Jesus Christ Superstar), o Jon Lord mudou completamente a letra. Porque certamente teria ficado puto com o Gillan.
Somente trinta anos depois do Concerto, em 1999, é que o Ian Gillan entrou no espírito da coisa. Quando a imensa salva de palmas no Royal Albert Hall já se dissipava, ele fez as pazes com o passado: "Yeah. We finally got it right".
É interessante notar que, na época, nem orquestra e nem parte da banda notava o que seria o negócio.
Não rolava. O Gillan achava coisa de velho. Pros dois concertos que o Jon Lord compôs pra orquestra e Deep Purple, o mestre escreveu as letras nas coxas, na última hora.
No Concerto for Group and Orchestra, com três meses de estrada com o Deep Purple, ele tinha medo de se perder na música e de que fossem rir da cara dele:

When the light is gone out
How can I hear
When you speak so silently
More than enough
Is never too much
Hold out a hand
I'm so out of touch
Do unto me
As your heart would have you do
Looks on my head
Cannot get the message through
Sword in my hand
Can cut through the wood
Peace in my heart
Can summon the mood
What shall I do
When they stand smiling at me
Look at the floor
And be oh so cool
Oh so cool
How shall I know
When to start singing my song
What shall I do
If they all go wrong
What shall I do
Já pro Gemini Suite, ele não tinha mais medo de nada. Só estava MUITO puto da vida de ter que cantar de novo junto com uma orquestra. Continuava achando que ia pagar mico, e soltou tudo isso na letra, escrita nas coxas na última hora:

That I wasn't here,
Don't you know?
I've got a rotten feeling,
Of dizzy heights,
It's what they want to know,
Oh, well here I go,
Oh, what a funny show.
Take my time,
It's the odds that count,
Who am I?
What a silly sound,
Hold my breath,
Talk of sudden death,
Rhyme and reason must prevail,
I need a glass of ale.
Still I've a got a feeling now,
No need for me to tell you how,
It's kind of easy now,
Woh-oh like rock'n'roll.
Boogaloo and now I feel alright,
It's funky and it's out of sight,
Feeling good, feeling right,
It's gonna be alright.
Now I know where I'm going,
Now I know where it's at,
Can I treat you alone?
Na hora de regravar o Gemini Suite com a Yvonne Elliman (aquela vocalista que fez a Maria Madalena em Jesus Christ Superstar), o Jon Lord mudou completamente a letra. Porque certamente teria ficado puto com o Gillan.
Somente trinta anos depois do Concerto, em 1999, é que o Ian Gillan entrou no espírito da coisa. Quando a imensa salva de palmas no Royal Albert Hall já se dissipava, ele fez as pazes com o passado: "Yeah. We finally got it right".
É interessante notar que, na época, nem orquestra e nem parte da banda notava o que seria o negócio.
domingo, 12 de dezembro de 2004
Anya, spirit of freedom
Deu no Wall Street Journal: na Rússia, o Deep Purple é sinônimo de liberdade. “Para uma geração inteira de russos, os acordes familiares de ‘Smoke on the Water’ revivem memórias de rebelião juvenil contra os esforços soviéticos de suprimir o heavy metal”, diz o mais importante jornal financeiro do mundo na primeira página da edição deste domingo (que eu vou ter que dar um jeito de comprar, porque não tenho senha pra ler online).
Claro que os mestres e seus fãs já sabiam disso há pelo menos 11 anos. Em 1993, o carro-chefe de The Battle Rages On foi uma música inspirada na paisagem russa: “Anya”. Na turnê que gerou Come Hell or High Water, o Gillan cantava essa música logo depois de “Child in Time”, explicando que “isso foi antes, agora é agora e todas as coisas voltam”.
Nos países da ex-cortina de ferro, explica Gillan em sua autobiografia, “the line between the good and the bad” era lida como uma metáfora à guerra fria. O cego atirando no mundo, as balas voando e fazendo vítimas. Tudo o que restava às populações que ficavam no meio da briga dos poderosos era fechar os olhos, baixar a cabeça e esperar o ricochete. Que, nessa leitura metafórica, seria a queda do muro.
Os gritos ficam com vocês. I wanna hear you si-ing...
Claro que os mestres e seus fãs já sabiam disso há pelo menos 11 anos. Em 1993, o carro-chefe de The Battle Rages On foi uma música inspirada na paisagem russa: “Anya”. Na turnê que gerou Come Hell or High Water, o Gillan cantava essa música logo depois de “Child in Time”, explicando que “isso foi antes, agora é agora e todas as coisas voltam”.
Nos países da ex-cortina de ferro, explica Gillan em sua autobiografia, “the line between the good and the bad” era lida como uma metáfora à guerra fria. O cego atirando no mundo, as balas voando e fazendo vítimas. Tudo o que restava às populações que ficavam no meio da briga dos poderosos era fechar os olhos, baixar a cabeça e esperar o ricochete. Que, nessa leitura metafórica, seria a queda do muro.
Os gritos ficam com vocês. I wanna hear you si-ing...
quinta-feira, 9 de dezembro de 2004
Gonna send ya back to schoolin'
Segundo o jornal The Argus de 24 de novembro, o show do Purple no Brighton Centre, na semana retrasada, teve a presença de dois convidados especiais: Jimmy Page e Robert Plant. Até pediram pra eles subirem no palco dos ex-concorrentes, mas preferiram ficar lá embaixo curtindo junto com o fanzaredo.
Sei lá vocês, mas eu outro dia antei comparando as versões de Page e Plant pras músicas do Led com as originais. E costumeiramente comparo as versões recentes ao vivo do Purple para as músicas antigas com as originais. Sem dúvida alguma, a garganta do Ian Gillan envelheceu muito melhor que a do Plant. Na verdade, não só a garganta - até de rosto o mestre está muito menos demolido.
Sei lá vocês, mas eu outro dia antei comparando as versões de Page e Plant pras músicas do Led com as originais. E costumeiramente comparo as versões recentes ao vivo do Purple para as músicas antigas com as originais. Sem dúvida alguma, a garganta do Ian Gillan envelheceu muito melhor que a do Plant. Na verdade, não só a garganta - até de rosto o mestre está muito menos demolido.
sábado, 4 de dezembro de 2004
I see you down the Speak
O site da DPAS botou no ar uma seçãozinha contando o que foi o Speakeasy (lugar onde a Mk2 do Purple fez sua primeira apresentação, com a estréia de Gillan e Glover em 1969) e mostrando o que é lá hoje.
Também tem lá uma valiosíssima entrevista com Tommy Bolin, para a Melody Maker, de quando ele estava entrando no Purple. Ele conta entre outras coisas que quem o indicou foi o próprio Homem de Preto. Para botar vergonha na cara da gente, ele tinha 23 anos em 1975 e tocava tudo aquilo. Um ano depois, um mês antes de eu nascer, a química acabou com ele.
A DPAS também avisa que vai ressair o disco "Teaser", primeiro registro solo do carinha.
Também tem lá uma valiosíssima entrevista com Tommy Bolin, para a Melody Maker, de quando ele estava entrando no Purple. Ele conta entre outras coisas que quem o indicou foi o próprio Homem de Preto. Para botar vergonha na cara da gente, ele tinha 23 anos em 1975 e tocava tudo aquilo. Um ano depois, um mês antes de eu nascer, a química acabou com ele.
A DPAS também avisa que vai ressair o disco "Teaser", primeiro registro solo do carinha.
quarta-feira, 1 de dezembro de 2004
Seis notícias
1) Em mais um pedaço do quebra-cabeça da história do Deep Purple que vai para o túmulo, o empresário Artie Mogul, ex-presidente da Tetragrammaton Records (EUA), morreu em 26 de novembro. Foi ele quem assinou o contrato com o Deep Purple em maio de 1968, garantindo que eles fizessem sucesso com Hush nos EUA antes mesmo de serem conhecidos na Inglaterra. Apenas para recapitular, há poucas semanas morreu o DJ John Peel, da BBC, o primeiro cara que apresentou o Purple no rádio na Europa.
2) Foi lançado no Brasil o mais novo disco solo do Jon Lord, Beyond the Notes. Salvo engano, é o primeiro disco solo dele que sai por aqui. No ano passado, também foi lançado no Brasil o Snapshot, mais novo disco solo do Roger Glover (e também acho que o primeiro dele a sair no Brasil). Os quatro primeiros da Blackmore's Night também foram lançados por aqui e andam sendo vendidos bem baratinho. São os primeiros esforços solo dos mestres que são lançados nestas plagas sem haver nenhum contexto promocional ou turnê. Parece-me o início de uma muito bem-vinda tendência, que vai poupar os bolsos dos fanáticos. Aguardem resenha aqui.
3) Na FNAC da Paulista, os remasters importados de In Rock e Who Do We Think We Are estão baratinhos: R$ 39,90. Há três anos, comprei na galeria do rock o In Rock por R$ 50 e na Boca do Disco o WDWTWA (sueco) por R$ 80. Os remasters de Fireball e Made in Japan já saíram no Brasil. Já achei o de Fireball por R$ 16 (R$ 31 na FNAC) e o de MiJ por R$ 44 (R$ 51 na FNAC). Paguei R$ 60 pelo de Fireball e R$ 70 pelo de MiJ. Apenas estou no lucro com o remaster duplo de Machine Head: na FNAC está R$ 72, e eu paguei R$ 45 por ele em 2001. Vão lá, completem suas coleções, substituam seus discos antigos e saiam ganhando com os papos de estúdio de In Rock, as galinhagens etílicas de Fireball, a inteira reconstrução de Machine Head, o blues com Blackmore no baixo de WDWTWA e o bis do Made in Japan.
4) Já falei antes, mas repito: é amanhã, dia 2, o especial do Ian Gillan apresentado pelo Bruce Dickinson na Radio 2 da BBC. Dá pra ouvir numa boa pela internet. O Deep Purple foi uma das bandas formadoras da cabeça do goela de sirene do Iron Maiden - cujo teste na banda foi Black Night. No segundo dia deste ano, ele apresentou um especial sobre o Deep Purple que começava com uma narração sobre o tecladinho calmíssimo da versão de estúdio de Speed King:
--Eu queria ser o pé esquerdo do baterista. Eu queria gritar feito uma banshee. Eu queria maltratar as cordas de uma guitarra e fazê-la chorar. Tudo começou quando eu passei pela frente de uma porta fechada de estúdio e de trás dela ouvi isto:
(entra a letra na música: "Good golly, said the little miss Molly, while she was rockin' in the house of blue light...")
5) Já leram a entrevista interativa com o Roger Glover no site dele?
6) Confirmado: Ian Paice e Glenn Hughes fazem parte do projeto italiano Moonstone, que lança seu primeiro disco em janeiro. É a velha cozinha da Mk3 e Mk4 voltando a funcionar brevemente. Também participaram do projeto os feras Carmine Appice, Paul Shortino, Steve Walsh, Eric Bloom, Graham Bonnet, Kelly Keeling, Chris Catena, Tony Franklin, James Christian e Howie Simon.
2) Foi lançado no Brasil o mais novo disco solo do Jon Lord, Beyond the Notes. Salvo engano, é o primeiro disco solo dele que sai por aqui. No ano passado, também foi lançado no Brasil o Snapshot, mais novo disco solo do Roger Glover (e também acho que o primeiro dele a sair no Brasil). Os quatro primeiros da Blackmore's Night também foram lançados por aqui e andam sendo vendidos bem baratinho. São os primeiros esforços solo dos mestres que são lançados nestas plagas sem haver nenhum contexto promocional ou turnê. Parece-me o início de uma muito bem-vinda tendência, que vai poupar os bolsos dos fanáticos. Aguardem resenha aqui.
3) Na FNAC da Paulista, os remasters importados de In Rock e Who Do We Think We Are estão baratinhos: R$ 39,90. Há três anos, comprei na galeria do rock o In Rock por R$ 50 e na Boca do Disco o WDWTWA (sueco) por R$ 80. Os remasters de Fireball e Made in Japan já saíram no Brasil. Já achei o de Fireball por R$ 16 (R$ 31 na FNAC) e o de MiJ por R$ 44 (R$ 51 na FNAC). Paguei R$ 60 pelo de Fireball e R$ 70 pelo de MiJ. Apenas estou no lucro com o remaster duplo de Machine Head: na FNAC está R$ 72, e eu paguei R$ 45 por ele em 2001. Vão lá, completem suas coleções, substituam seus discos antigos e saiam ganhando com os papos de estúdio de In Rock, as galinhagens etílicas de Fireball, a inteira reconstrução de Machine Head, o blues com Blackmore no baixo de WDWTWA e o bis do Made in Japan.
4) Já falei antes, mas repito: é amanhã, dia 2, o especial do Ian Gillan apresentado pelo Bruce Dickinson na Radio 2 da BBC. Dá pra ouvir numa boa pela internet. O Deep Purple foi uma das bandas formadoras da cabeça do goela de sirene do Iron Maiden - cujo teste na banda foi Black Night. No segundo dia deste ano, ele apresentou um especial sobre o Deep Purple que começava com uma narração sobre o tecladinho calmíssimo da versão de estúdio de Speed King:
--Eu queria ser o pé esquerdo do baterista. Eu queria gritar feito uma banshee. Eu queria maltratar as cordas de uma guitarra e fazê-la chorar. Tudo começou quando eu passei pela frente de uma porta fechada de estúdio e de trás dela ouvi isto:
(entra a letra na música: "Good golly, said the little miss Molly, while she was rockin' in the house of blue light...")
5) Já leram a entrevista interativa com o Roger Glover no site dele?
6) Confirmado: Ian Paice e Glenn Hughes fazem parte do projeto italiano Moonstone, que lança seu primeiro disco em janeiro. É a velha cozinha da Mk3 e Mk4 voltando a funcionar brevemente. Também participaram do projeto os feras Carmine Appice, Paul Shortino, Steve Walsh, Eric Bloom, Graham Bonnet, Kelly Keeling, Chris Catena, Tony Franklin, James Christian e Howie Simon.
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domingo, 28 de novembro de 2004
O sonho de um coroa
Há muitos meses, pouco depois de se aposentar do Deep Purple Jon Lord disse numa entrevista que o seu sonho era fazer um grande show de homenagem ao Deep Purple, colocando no palco em sistema de rodízio todos os ex-membros ainda vivos (ou seja: todos menos Tommy Bolin, que faleceu mesmo, e Rod Evans, que morreu pra fins de direitos sobre seu quinhão da memória purpleana).
Sempre achei que seria inviável, principalmente por causa do clima pouco amigável entre Ian Gillan e Ritchie Blackmore, o homem de preto. Mas agora em dezembro sai uma edição especial da revista Record Collector, com uma imensa matéria sobre o Purple e entrevistas com dez membros e ex-membros da banda. Nessas entrevistas, Blackmore e Lord dizem que ainda se falam bastante e não descartam uma volta aos palcos para alguma coisa especial.
Desde 2002, quando o Jon Lord se aposentou, as turnês do Deep Purple têm tido convidados especiais no palco. Joe Satriani, que substituiu Blackmore, subiu ao palco já duas vezes para trocar licks com seu sucessor Steve Morse. Glenn Hughes andou passando pelos bastidores. Coverdale e Lord já andaram trocando abraços no aeroporto de Los Angeles. Semana passada, como botei aqui no Cabide, Lord subiu ao palco pra ver se o Don Airey está cuidando bem de seu Hammond.
A única grande incógnita é o Blackmore, mas depois dessa entrevista me parece que só falta combinar com os russos (leia-se: Gillan). Nunca entendi direito a briga deles, e olha que eu já li tudo sobre o assunto. Li os argumentos de ambos os lados em várias entrevistas e na autobiografia do Gillan. Quanto mais eu leio, mais me soa infantil a briga. Tomara que os dois coroas voltem a se falar. Depende mais do Blackmore, parece. "You know I loved you once and I wanna love again, but you don't give nothing", gravou o homem da goela de prata em 1973. Tem muita mágoa em trinta anos, incluindo principalmente as duas saídas do Gillan do Deep Purple, um copo d'água jogado na patroa do cantor (no vídeo Come Hell or High Water) e uma história malcontada de algo feio que o Blackmore teria feito à filha do Gillan há muitos anos. Mas eu, como otimista e pacífico que sou, acho que não é nada que uma cervejada e um bate-papo sincero não resolva. Pombas, são dois senhores de 59 anos. Mais do que maduros. Torço por isso.
Juro que, se sair o concerto dos sonhos do Jon Lord, eu quebro o porquinho, me endivido até o último fio de cabelo e saio voando para onde quer que seja.
Sempre achei que seria inviável, principalmente por causa do clima pouco amigável entre Ian Gillan e Ritchie Blackmore, o homem de preto. Mas agora em dezembro sai uma edição especial da revista Record Collector, com uma imensa matéria sobre o Purple e entrevistas com dez membros e ex-membros da banda. Nessas entrevistas, Blackmore e Lord dizem que ainda se falam bastante e não descartam uma volta aos palcos para alguma coisa especial.
Desde 2002, quando o Jon Lord se aposentou, as turnês do Deep Purple têm tido convidados especiais no palco. Joe Satriani, que substituiu Blackmore, subiu ao palco já duas vezes para trocar licks com seu sucessor Steve Morse. Glenn Hughes andou passando pelos bastidores. Coverdale e Lord já andaram trocando abraços no aeroporto de Los Angeles. Semana passada, como botei aqui no Cabide, Lord subiu ao palco pra ver se o Don Airey está cuidando bem de seu Hammond.
A única grande incógnita é o Blackmore, mas depois dessa entrevista me parece que só falta combinar com os russos (leia-se: Gillan). Nunca entendi direito a briga deles, e olha que eu já li tudo sobre o assunto. Li os argumentos de ambos os lados em várias entrevistas e na autobiografia do Gillan. Quanto mais eu leio, mais me soa infantil a briga. Tomara que os dois coroas voltem a se falar. Depende mais do Blackmore, parece. "You know I loved you once and I wanna love again, but you don't give nothing", gravou o homem da goela de prata em 1973. Tem muita mágoa em trinta anos, incluindo principalmente as duas saídas do Gillan do Deep Purple, um copo d'água jogado na patroa do cantor (no vídeo Come Hell or High Water) e uma história malcontada de algo feio que o Blackmore teria feito à filha do Gillan há muitos anos. Mas eu, como otimista e pacífico que sou, acho que não é nada que uma cervejada e um bate-papo sincero não resolva. Pombas, são dois senhores de 59 anos. Mais do que maduros. Torço por isso.
Juro que, se sair o concerto dos sonhos do Jon Lord, eu quebro o porquinho, me endivido até o último fio de cabelo e saio voando para onde quer que seja.
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