quinta-feira, 1 de agosto de 2002

Escute, saiba e siga lendo

A Deep Purple Appreciation Society liberou um preview da caixa Listen, Learn, Read On - seis CDs que vão cobrir toda a primeira metade da carreira do Deep Purple (antes do Purple, depois de 1968 a 1976), com muita coisa selecionada e alguma coisa nova.

Do primeiro CD (Pre-Deep Purple and Mark 1), tenho tudo da Mark 1 e as duas do Episode Six. Ficam me faltando "Keep a Knockin", dos The Outlaws (uma das primeiras bandas do Blackmore), "You'll Never Stop me Loving You" e "Only Time Will Tell", do MI5 (que tinha entre seus membros Ian Paice e Rod Evans, "Send for that girl", de Johnny Kidd & The Pirates (Nick Simper), "Porcupine Juice", do Santa Barbara Machine Head (Jon Lord), "Medusa", do Trapeze (Glenn Hughes), "Does Anybody Really Know What Time It Is", do The Government (David Coverdale) e "See My People Come Together", do Zephyr (Tommy Bolin).

No segundo, que vai da Mark 1 à Mark 2, há coisas bem interessantes. "Ricochet", que é uma das primeiras versões de Speed King, gravada nos estúdios da BBC, nunca tinha sido lançada oficialmente. Tenho pirata. Ian Gillan, em seus primeiros dias no Purple, cantando "The Bird Has Flown" (da Mark 1) na BBC. "Hush" ao vivo, com o Gillan, na abertura do Concerto Para Grupo e Orquestra - só lançada no Powerhouse. "Wring That Neck" ao vivo no cassino de Montreux, em 1969 - e essa nem eu tinha ouvido, e por isso eles botaram um trechinho. "Jam Stew" e "Speed King" gravadas na BBC e uma galinhagem de estúdio deles enquanto gravavam "Flight of the Rat" para o In Rock.

No terceiro CD tem "Mandrake Root" ao vivo em Aachen (1970), "Grabsplatter", gravada especialmente para a BBC, "Child in Time" na BBC, uma entrevista com Jon Lord sobre o sucesso do single "Black Night", em 1970, "Into The Fire" na BBC. O ouro escondido neste CD é uma raridade de estúdio: Ian Gillan improvisando uma letra para "Fools", enquanto a banda compunha o disco Fireball. Essa ficou de fora do remaster de 1996 por "não ter espaço", mas eu tenho certeza de que é por causa dessa caixa.

O quarto CD, da Mark 2 à Mark 3, tem a mais doida versão possível da doidíssima "No No No", gravada para uma TV da Alemanha em 1971 - Gillan está bebíssimo e começa a improvisar com "vocês gostam do Mickey Mouse? No, No, No! Vocês gostam de mim? No, No, No!". Foi dessa sessão que saiu uma das primeiras versões de Highway Star, muitcho louca e toda berrada, ainda sem a progressão bachiana no solo do Blackmore, que passa na MTV às vezes como clipe. Também está no CD. Tem, claro, a "Strange Kind of Woman" do BBC In Concert - coisa muito boa, que passou esta semana na BBC. Uma versão de "Lazy", tocada na turnê japonesa de 1972, que não entrou no Made in Japan clássico, além de um bis inédito com "Black Night"

No quinto, vai muita coisa da Mark 3 - aquela com o Coverdale e o Hughes. Este e o sexto dão uma idéia do que vem por aí nos remasters de Burn, Stormbringer e Come Taste The Band. De novidades, um remaster de "Sail Away", um remaster do single "Coronarias Redig" (instrumental quase desconhecida), "Mistreated" ao vivo em San Diego, inédita, e a também inédita - e MUITO longa - versão de "Space Truckin" ao vivo em Kilburn, daquele show que acabou virando o Live in London. Que a Six Music da BBC também passou neste ano.

O sexto vai do final da Mark 3 ao final do Deep Purple em 1976. Tem mixes quadrafônicos (que não me chamam muito a atenção) de "Stormbringer", "Soldier of Fortune" e "Hold On". Tem uma versão instrumental de "Highball Shooter", boa para brincar de karaokê e mostrando todo o poder da guitarra do Blackmore, ocultada pelos berros do Hughes no original. "The Gypsy" ao vivo na Europa, que já saiu no CD Final Concerts. Um ensaio com "Drifter" e "Dance To The Rock And Roll", que já saiu no Days May Come And Days May Go. Remasters de "This Time Around", "You Keep on Moving" e "Love Child", de Come Taste The Band. Ao vivo, "Wild Dogs" (com Bolin cantando, coisa do Last Concert in Japan), "Lady Luck" e "Getting Tighter".

Em resumo: muita coisa boa, mas quase dispensável. As raridades que saem aí são indispensáveis para purple heads como eu. Mas ainda mais com o dólar do jeito que está, não arrisco muito meus trocados nisso. Infelizmente.

Nenhum comentário:

Postar um comentário