quarta-feira, 26 de fevereiro de 2003
Michael Bradford fala
Chegou a vez de o produtor Michael Bradford abrir a boca sobre o novo álbum:
"Estou num lugar não-revelado, mixando o novo disco do Deep Purple. Não-revelado principalmente porque não me meto muito com estranhos ou visitantes, mas principalmente porque estou aqui dentro há dois meses, e nem sei mais onde estou!
Recebi muitos emails de fãs do Deep Purple ao redor do mundo, e dei uma espiada em alguns sites e chats de fãs, então sei que o pessoal está empolgado com a vinda do novo disco. Devo dizer que os fãs do DP são alguns dos mais devotsdos que já vi, com um conhecimento fantástico da carreira, músicas, pessoal e outros detalhes da banda. É muito bom ver verdadeiros fãs de música, e não aqueles caçadores de tablóides que muitas outras bandas têm como fãs.
O que posso dizer sobre o disco? Bom, devo dizer que esses caras tocam feito monstros! Ficaram em turnê por dois anos, então estão bem afiados, mas dar uma parada antes de gravar significou que eles estavam bem descansados e prontos pra tocar. Eles tinham tudo: cara, coragem, força, habilidade e tempo. A voz de Ian Gillan é fantástica, e ele realmente meteu o gogó neste álbum. A gurizada lá fora faria bem em dar uma escutada numa banda de verdade que nem esta, que honrou a cara tocando ao vivo e compondo junto, e não se esforçando pra aparecer na MTV. Como já disse o Marvin Gaye, 'não há nada como a coisa de verdade'.
Ficamos cerca de três semanas em dezembro ensaiando o material que a banda trouxe. Algumas idéias novas também surgiram no processo de tocar junto> Roger me contou que muitas das maiores músicas do Purple começou com canjas que se desenvolveram. Todos tinham idéias e riffs para testar, e tínhamos um gravador rolando pra não perder nada [NM: Leia-se "aguarde, em 2027, a versão remasterizada, com faixas bônus e papo de estúdio, comemorativa dos 25 anos do novo álbum"]. Ensaiar te deixa trabalhar as idéias numa situação sem pressões, e aí você pode testar, mudar e descartar idéias sem o opressivo 'relógio do estúdio' rolando.
Também comemos muito bem, bebemos um vinho ótimo, e geralmente curtimos o processo.
Garantida a muamba, levamos a coisa toda para um dos melhores estúdios de Los Angeles em janeiro e parte de fevereiro. Gravar o material bem ensaiado foi rapidinho, com a banda tocando uma faixa numa dada tarde/noite e os vocais sendo postos na manhã seguinte. Ian pode cantar de manhã ou à noite, o que é muito legal. Muitos cantores fazem uma ou outra. Conheço alguns que não cantam antes da meia-noite.
Fizemos algo como 14 músicas, parte delas desenvolvida na estrada, parte escrita durante o mês. Uma música vai ter inclusive uma seção de cordas ao vivo, cortesia do meu grande amigo Paul Buckmaster, que trabalhou com todo mundo, de Elton John a Train, e que morava perto do Ian Paice quando era criança. Mundo pequeno, né?
A banda se espalhou por muitas direções, mas o som fechou fantasticamente. Algumas músicas são rockões clássicos, na melhor tradição do Deep Purple. Outras são mais progressivas, mas fazem um belo barulho. Uma música tem inclusive dois ritmos diferentes, mas Ian veio com uma melodia sólida que deixa a coisa toda nos trilhos. Ian também está fazendo grandes vocais em múltiplas camadas, como Brian Wilson. O estúdio é um mundo diferente do palco, então tiramos a caixona de giz sonoro e mos fivertimos muito. Tiramos vantagem dos ótimos fluidos, do estídio genial e do melhor que a tecnologia moderna tem a oferecer.Entretanto, não há dúvida de que é um álbum do Deep Purple. E essa criança faz um belo barulho! Você devia ter estado lá!
O álbum está agendado para sair em agosto. Sei que parece um tempão, mas é um lançamento global e as gravadoras precisam de muito tempo para botar um disco na prensa e na loja para que o pessoal saiba que está lá. Muitas grandes revistas operam com três meses de antecedência, e um artigo ou resenha escrito hoje não sai antes de maio ou junho! Mesmo uma banda como o Deep Purple pode ficar de escanteio se não tiver o apoio certo, porque muitos discos são lançados atualmente. Como produtor e fã, quero que a música saia tão logo quanto possível, mas este negócio já não é mais como era quando comecei, há 20 anos. Com sorte, você vai concordar que valeu a espera, afinal.
Vou trazer mais detalhes no futuro, então fiquem de olho. Também vou botar umas fotos quando eu conectar minha câmera digital no meu computador.
P.S. Para os que se preocuparam que eu fosse fazer a banda tocar rap ou nu-metal, podem dormir agora; essa não é uma banda que caça tendências. Trabalhei com todo mundo, de Kid Rock a Anita Baker. Gravo cada um conforme sua situação. O Deep Purple tem desenvolvido seu som e sua identidade há mais de 30 anos. Foi um privilégio gravar este estágio de sua vida musical. Não teria perdido isso por nada no mundo."
"Estou num lugar não-revelado, mixando o novo disco do Deep Purple. Não-revelado principalmente porque não me meto muito com estranhos ou visitantes, mas principalmente porque estou aqui dentro há dois meses, e nem sei mais onde estou!
Recebi muitos emails de fãs do Deep Purple ao redor do mundo, e dei uma espiada em alguns sites e chats de fãs, então sei que o pessoal está empolgado com a vinda do novo disco. Devo dizer que os fãs do DP são alguns dos mais devotsdos que já vi, com um conhecimento fantástico da carreira, músicas, pessoal e outros detalhes da banda. É muito bom ver verdadeiros fãs de música, e não aqueles caçadores de tablóides que muitas outras bandas têm como fãs.
O que posso dizer sobre o disco? Bom, devo dizer que esses caras tocam feito monstros! Ficaram em turnê por dois anos, então estão bem afiados, mas dar uma parada antes de gravar significou que eles estavam bem descansados e prontos pra tocar. Eles tinham tudo: cara, coragem, força, habilidade e tempo. A voz de Ian Gillan é fantástica, e ele realmente meteu o gogó neste álbum. A gurizada lá fora faria bem em dar uma escutada numa banda de verdade que nem esta, que honrou a cara tocando ao vivo e compondo junto, e não se esforçando pra aparecer na MTV. Como já disse o Marvin Gaye, 'não há nada como a coisa de verdade'.
Ficamos cerca de três semanas em dezembro ensaiando o material que a banda trouxe. Algumas idéias novas também surgiram no processo de tocar junto> Roger me contou que muitas das maiores músicas do Purple começou com canjas que se desenvolveram. Todos tinham idéias e riffs para testar, e tínhamos um gravador rolando pra não perder nada [NM: Leia-se "aguarde, em 2027, a versão remasterizada, com faixas bônus e papo de estúdio, comemorativa dos 25 anos do novo álbum"]. Ensaiar te deixa trabalhar as idéias numa situação sem pressões, e aí você pode testar, mudar e descartar idéias sem o opressivo 'relógio do estúdio' rolando.
Também comemos muito bem, bebemos um vinho ótimo, e geralmente curtimos o processo.
Garantida a muamba, levamos a coisa toda para um dos melhores estúdios de Los Angeles em janeiro e parte de fevereiro. Gravar o material bem ensaiado foi rapidinho, com a banda tocando uma faixa numa dada tarde/noite e os vocais sendo postos na manhã seguinte. Ian pode cantar de manhã ou à noite, o que é muito legal. Muitos cantores fazem uma ou outra. Conheço alguns que não cantam antes da meia-noite.
Fizemos algo como 14 músicas, parte delas desenvolvida na estrada, parte escrita durante o mês. Uma música vai ter inclusive uma seção de cordas ao vivo, cortesia do meu grande amigo Paul Buckmaster, que trabalhou com todo mundo, de Elton John a Train, e que morava perto do Ian Paice quando era criança. Mundo pequeno, né?
A banda se espalhou por muitas direções, mas o som fechou fantasticamente. Algumas músicas são rockões clássicos, na melhor tradição do Deep Purple. Outras são mais progressivas, mas fazem um belo barulho. Uma música tem inclusive dois ritmos diferentes, mas Ian veio com uma melodia sólida que deixa a coisa toda nos trilhos. Ian também está fazendo grandes vocais em múltiplas camadas, como Brian Wilson. O estúdio é um mundo diferente do palco, então tiramos a caixona de giz sonoro e mos fivertimos muito. Tiramos vantagem dos ótimos fluidos, do estídio genial e do melhor que a tecnologia moderna tem a oferecer.Entretanto, não há dúvida de que é um álbum do Deep Purple. E essa criança faz um belo barulho! Você devia ter estado lá!
O álbum está agendado para sair em agosto. Sei que parece um tempão, mas é um lançamento global e as gravadoras precisam de muito tempo para botar um disco na prensa e na loja para que o pessoal saiba que está lá. Muitas grandes revistas operam com três meses de antecedência, e um artigo ou resenha escrito hoje não sai antes de maio ou junho! Mesmo uma banda como o Deep Purple pode ficar de escanteio se não tiver o apoio certo, porque muitos discos são lançados atualmente. Como produtor e fã, quero que a música saia tão logo quanto possível, mas este negócio já não é mais como era quando comecei, há 20 anos. Com sorte, você vai concordar que valeu a espera, afinal.
Vou trazer mais detalhes no futuro, então fiquem de olho. Também vou botar umas fotos quando eu conectar minha câmera digital no meu computador.
P.S. Para os que se preocuparam que eu fosse fazer a banda tocar rap ou nu-metal, podem dormir agora; essa não é uma banda que caça tendências. Trabalhei com todo mundo, de Kid Rock a Anita Baker. Gravo cada um conforme sua situação. O Deep Purple tem desenvolvido seu som e sua identidade há mais de 30 anos. Foi um privilégio gravar este estágio de sua vida musical. Não teria perdido isso por nada no mundo."
segunda-feira, 24 de fevereiro de 2003
O relatório do Rog
O original tá no Roger Glover - the offical website:
"Só pra vocês saberem, fomos liberados do estúdio. Deve ter mais gente lá agora, mas em termos de Deep Purple o lugar está deserto.
Negocinho estranho, esse de gravar: você passa por um intenso período de composição, toca e toca e toca de novo, muda, melhora, ri, chora, faz direito - depois vai pro estúdio, toca uma vez, mais ou menos, e era isso - acabou. Você sempre quer fazer de novo, não necessariamente para melhorar, mas porque quer tocar mais um pouco.
Foi uma grande alegria trabalhar com um produtor de classe, especialmente pra mim. Fiquei olhando ele lidar com a pressão, o stress, as dores no coração e a solidão do maratonista - e ele fez isso com muito estilo e aplomb (que em francês, por sinal, significa perpendicularidade). Foi uma gravação relativamente rápida. Todo o trabalho foi completado em três horas e quatro minutos, embora tenha parecido mais. Os primeiros minutos pareceram quatro dias, o meio minuto seguinte pareceu uma semana, o minuto seguinte pareceu uma noite... Chris, nosso valoroso engenheiro assistente, escreveu tudo em algum lugar; ele foi muito bom com isso. Todo o pessoal dos Estúdios Royaltone foi legal assim.
Não vou sugerir nomes, me meter em semântica ou brincar de esconde-esconde com detalhes, exceto por dizer que completamos treze músicas. Temos um título, que não posso divulgar - não posso nem dizer qual é ele. Até que elas estejam mixadas, não decidimos nada sobre o que vai para o álbum, o que é incluído fora dele, se e quando ou qualquer coisa. Michael Bradford escreveu um pouco com a gente, e ele fez a engenharia do disco, bem como a produção. Ele é ótimo com os menus. Não tem nada de rap e não parecemos com Kid Rock. Nada de bateristas balineses. Vamos lançar lá pelo final de agosto/começo de setembro - as far as any fule kno.
O tempo que passamos em LA foi cheio de momentos. Além das canjas que mencionei na última carta, também encontrei muitos amigos que eu não via há eras; Harvey Shield, meu parceiro da Escola de Meninos de Harrow County, e o primeiro baterista com quem trabalhei (nos Madisons e depois no Episode Six); Rupert Hine (que por sinal tem um brilhante website) e seu velho parceiro David, cujo primeiro álbum, Pick Up a Bone (Mclver-Hine, Purple Records - 1971), foi também minha primeira produção; Paul Buckmaster, que tocou cello, compôs e fez arranjos para Elton John no começo dos anos 70 (que tocou em Pick Up a Bone); Peter Robinson (Quatermass), tecladista e compositor substituto (que também tocou naquele álbum); Pete Thomas e sua família (que não tocaram naquele álbum); Ronnie James Dio (cujo álbum Elf eu produzi logo depois daquele); Simon Wright, baterista do Dio (que não estava nerm perto daquele álbum, mas teria feito um grande trabalho se estivesse); e Mike Ager, o Spike, meu ex-técnico de baixo de Orlando (que nem era nascido quando aquele disco foi gravado). Foi quase como um Esta É Sua Vida prolongado.
Mas esta É a minha vida!
RG February 2003"
"Só pra vocês saberem, fomos liberados do estúdio. Deve ter mais gente lá agora, mas em termos de Deep Purple o lugar está deserto.
Negocinho estranho, esse de gravar: você passa por um intenso período de composição, toca e toca e toca de novo, muda, melhora, ri, chora, faz direito - depois vai pro estúdio, toca uma vez, mais ou menos, e era isso - acabou. Você sempre quer fazer de novo, não necessariamente para melhorar, mas porque quer tocar mais um pouco.
Foi uma grande alegria trabalhar com um produtor de classe, especialmente pra mim. Fiquei olhando ele lidar com a pressão, o stress, as dores no coração e a solidão do maratonista - e ele fez isso com muito estilo e aplomb (que em francês, por sinal, significa perpendicularidade). Foi uma gravação relativamente rápida. Todo o trabalho foi completado em três horas e quatro minutos, embora tenha parecido mais. Os primeiros minutos pareceram quatro dias, o meio minuto seguinte pareceu uma semana, o minuto seguinte pareceu uma noite... Chris, nosso valoroso engenheiro assistente, escreveu tudo em algum lugar; ele foi muito bom com isso. Todo o pessoal dos Estúdios Royaltone foi legal assim.
Não vou sugerir nomes, me meter em semântica ou brincar de esconde-esconde com detalhes, exceto por dizer que completamos treze músicas. Temos um título, que não posso divulgar - não posso nem dizer qual é ele. Até que elas estejam mixadas, não decidimos nada sobre o que vai para o álbum, o que é incluído fora dele, se e quando ou qualquer coisa. Michael Bradford escreveu um pouco com a gente, e ele fez a engenharia do disco, bem como a produção. Ele é ótimo com os menus. Não tem nada de rap e não parecemos com Kid Rock. Nada de bateristas balineses. Vamos lançar lá pelo final de agosto/começo de setembro - as far as any fule kno.
O tempo que passamos em LA foi cheio de momentos. Além das canjas que mencionei na última carta, também encontrei muitos amigos que eu não via há eras; Harvey Shield, meu parceiro da Escola de Meninos de Harrow County, e o primeiro baterista com quem trabalhei (nos Madisons e depois no Episode Six); Rupert Hine (que por sinal tem um brilhante website) e seu velho parceiro David, cujo primeiro álbum, Pick Up a Bone (Mclver-Hine, Purple Records - 1971), foi também minha primeira produção; Paul Buckmaster, que tocou cello, compôs e fez arranjos para Elton John no começo dos anos 70 (que tocou em Pick Up a Bone); Peter Robinson (Quatermass), tecladista e compositor substituto (que também tocou naquele álbum); Pete Thomas e sua família (que não tocaram naquele álbum); Ronnie James Dio (cujo álbum Elf eu produzi logo depois daquele); Simon Wright, baterista do Dio (que não estava nerm perto daquele álbum, mas teria feito um grande trabalho se estivesse); e Mike Ager, o Spike, meu ex-técnico de baixo de Orlando (que nem era nascido quando aquele disco foi gravado). Foi quase como um Esta É Sua Vida prolongado.
Mas esta É a minha vida!
RG February 2003"
domingo, 23 de fevereiro de 2003
Vale a pena
Conheci pelos fóruns do Deep Purple o Xando Zupo, guitarrista de São Paulo que é fãzaço da banda e faz alguns covers deles de vez em quando. No site dele tem trechinhos, em MP3, de uma cover de Smooth Dancer (aquela música que o Gillan fez pra dar porrada no Blackmore) e em vídeo de um solo de Fools/The Mule num tributo ao Purple. Olha: tu te sentes em pleno Live in London.
quinta-feira, 20 de fevereiro de 2003
Coincidências
O grãde Leãdro falou outro dia da tremenda coincidência de acharem uma carrada de material inédito e original dos Beatles num espaço de poucos meses. Eu comentei que tinha pencas de material antigo e sumido do Deep Purple que andou aparecendo. Pois andou aparecendo mais coisa: acharam fitas originais de um show que eles fizeram no Olympia, em Paris, em novembro de 1970. A Deep Purple Appreciation Society está em cima para lançar. O show havia sido passado no rádio e o Simon Robinson conta que ficaram 18 meses procurando esse material.
Andei pensando no assunto, e não acho que haja tanta coincidência assim. Acho que tem a ver com o avanço da tecnologia. Vou me remeter, como sempre, ao exemplo do Deep Purple. Mas esqueçam que é o Purple e reparem no processo mercadológico e tecnológico disso.
Antes, no tempo do vinil e da fitinha, tinha que selecionar muito o que ia botar, porque o espaço era curto. Acabava sobrando uma porrada de coisas e muita coisa boa acabava indo pro lixo, sumindo em arquivos ou sendo apagada. Em 1968, o Deep Purple gravou um cover de Lay, Lady, Lay e um de Glory Road. Ambos foram apagados - como não gostaram do resultado e era caro o material de gravação para uma banda iniciante, resolveram gravar coisas em cima.
Depois que o CD virou o padrão, a indústria fonográfica passou dez anos lançando discos exatamente como lançava na época do vinil, talvez com músicas a mais. Quando relançava algum disco em CD, no máximo incluía uma ou duas músicas diferentes do que já havia. Lá por 1995 isso andou mudando. Como não acompanho outros grupos antigos, volto a me reportar ao Deep Purple.
Em 1995, foi lançada a edição comemorativa de 25 anos de In Rock. Além das faixas originais, ela incluía bate-papo de estúdio, galinhagens entre os participantes, músicas que não chegaram a fazer parte do vinil, solos não usados e etc. Em 1996 ou 1997, a indústria fonográfica lançou "Free as a Bird", uma música inédita dos Beatles que estava nas gavetas. Foi sucesso. No campo do Deep Purple, na esteira do In Rock vieram as remasterizações de Fireball, Machine Head, Who Do We Think We Are, dos três discos da primeira formação e depois do clássico Made in Japan. Todos também com belos encartes de 50 páginas contando a história da época, com fotos inéditas e tal.
Quem era fã e já tinha o original, mesmo que em CD, acabava comprando esses de novo. Eu tenho todos esses em vinil. Meu In Rock em vinil é da primeira impressão brasileira, de 1973. Um bolachão grosso, pesado. Mas é muito legal ouvir os caras do Purple galinhando enquanto compõem. Meu Machine Head eu ganhei do Roxette, por vias tortas. Mas a edição remasterizada, dupla, inclui um CD "what-if" - em que o Roger Glover remixou as músicas com solos e outras linhas instrumentais que não foram usados, e nesse disco hipotético o Gillan grita "Break a leg, Frank!" nos instrumentais finais de Smoke on the Water. Era uma galinhagem com o Frank Zappa, que uma semana depois de ver o cassino de Montreaux pegar fogo no meio de um show seu, levou uma rasteira de um fã em pleno palco e quebrou a perna. Tenho Burn em vinil e em CD, mas assim que sair o remasterizado vou acabar comprando.
Criou-se um mercado para isso. Se as antigas masters tinham valor quase só para colecionadores privados, elas relançadas em novos pacotes trariam um lucro sem tamanho para a indústria da música - que também enfrenta outros problemas sérios na parte da pirataria e distribuição. Novas tecnologias, como o DVD e DVD-A, e a convergência das formas diversas de aparelhos de entretenimento para um só eletrodoméstico (o computador), tornaram ainda mais atraente esse conteúdo. Junte isso a megaconglomerados tipo AOL-Time-Warner-Turner-DC Comics-Xis do Bigode, e voilà.
Não é por acaso que a Globo está direcionando toda sua operação eletrônica para venda de conteúdo (condicionando à do acesso). Não é muito por acaso que a Globo está revirando suas gavetas para lançar em DVD minisséries e compactos do Casseta e Planeta e do TV Pirata. O Deep Purple também andou lançando um DVD do Concerto para Grupo e Orquestra na versão de 1969, que estou louco pra comprar.
Para ter uma idéia do valor dessas coisas, o colecionador que tinha em casa o rolo de fita com o show do Deep Purple na Universidade de Hosfra, em Nova York, em 1973, cobrou uma fábula da produtora que fez o vídeo com o documentário sobre a gravação de Machine Head. Ah, é pra ser lançado em DVD também? O cara cobrou uma grana preta por minuto, e muito poucos minutos puderam ser usados.
Não é coincidência essa série de encontros fortuitos. É busca agressiva de mercado.
Não é a coincidência. É a convergência.
Andei pensando no assunto, e não acho que haja tanta coincidência assim. Acho que tem a ver com o avanço da tecnologia. Vou me remeter, como sempre, ao exemplo do Deep Purple. Mas esqueçam que é o Purple e reparem no processo mercadológico e tecnológico disso.
Antes, no tempo do vinil e da fitinha, tinha que selecionar muito o que ia botar, porque o espaço era curto. Acabava sobrando uma porrada de coisas e muita coisa boa acabava indo pro lixo, sumindo em arquivos ou sendo apagada. Em 1968, o Deep Purple gravou um cover de Lay, Lady, Lay e um de Glory Road. Ambos foram apagados - como não gostaram do resultado e era caro o material de gravação para uma banda iniciante, resolveram gravar coisas em cima.
Depois que o CD virou o padrão, a indústria fonográfica passou dez anos lançando discos exatamente como lançava na época do vinil, talvez com músicas a mais. Quando relançava algum disco em CD, no máximo incluía uma ou duas músicas diferentes do que já havia. Lá por 1995 isso andou mudando. Como não acompanho outros grupos antigos, volto a me reportar ao Deep Purple.
Em 1995, foi lançada a edição comemorativa de 25 anos de In Rock. Além das faixas originais, ela incluía bate-papo de estúdio, galinhagens entre os participantes, músicas que não chegaram a fazer parte do vinil, solos não usados e etc. Em 1996 ou 1997, a indústria fonográfica lançou "Free as a Bird", uma música inédita dos Beatles que estava nas gavetas. Foi sucesso. No campo do Deep Purple, na esteira do In Rock vieram as remasterizações de Fireball, Machine Head, Who Do We Think We Are, dos três discos da primeira formação e depois do clássico Made in Japan. Todos também com belos encartes de 50 páginas contando a história da época, com fotos inéditas e tal.
Quem era fã e já tinha o original, mesmo que em CD, acabava comprando esses de novo. Eu tenho todos esses em vinil. Meu In Rock em vinil é da primeira impressão brasileira, de 1973. Um bolachão grosso, pesado. Mas é muito legal ouvir os caras do Purple galinhando enquanto compõem. Meu Machine Head eu ganhei do Roxette, por vias tortas. Mas a edição remasterizada, dupla, inclui um CD "what-if" - em que o Roger Glover remixou as músicas com solos e outras linhas instrumentais que não foram usados, e nesse disco hipotético o Gillan grita "Break a leg, Frank!" nos instrumentais finais de Smoke on the Water. Era uma galinhagem com o Frank Zappa, que uma semana depois de ver o cassino de Montreaux pegar fogo no meio de um show seu, levou uma rasteira de um fã em pleno palco e quebrou a perna. Tenho Burn em vinil e em CD, mas assim que sair o remasterizado vou acabar comprando.
Criou-se um mercado para isso. Se as antigas masters tinham valor quase só para colecionadores privados, elas relançadas em novos pacotes trariam um lucro sem tamanho para a indústria da música - que também enfrenta outros problemas sérios na parte da pirataria e distribuição. Novas tecnologias, como o DVD e DVD-A, e a convergência das formas diversas de aparelhos de entretenimento para um só eletrodoméstico (o computador), tornaram ainda mais atraente esse conteúdo. Junte isso a megaconglomerados tipo AOL-Time-Warner-Turner-DC Comics-Xis do Bigode, e voilà.
Não é por acaso que a Globo está direcionando toda sua operação eletrônica para venda de conteúdo (condicionando à do acesso). Não é muito por acaso que a Globo está revirando suas gavetas para lançar em DVD minisséries e compactos do Casseta e Planeta e do TV Pirata. O Deep Purple também andou lançando um DVD do Concerto para Grupo e Orquestra na versão de 1969, que estou louco pra comprar.
Para ter uma idéia do valor dessas coisas, o colecionador que tinha em casa o rolo de fita com o show do Deep Purple na Universidade de Hosfra, em Nova York, em 1973, cobrou uma fábula da produtora que fez o vídeo com o documentário sobre a gravação de Machine Head. Ah, é pra ser lançado em DVD também? O cara cobrou uma grana preta por minuto, e muito poucos minutos puderam ser usados.
Não é coincidência essa série de encontros fortuitos. É busca agressiva de mercado.
Não é a coincidência. É a convergência.
domingo, 16 de fevereiro de 2003
Novidades do álbm
O novo disco do Deep Purple está prontinho, informa o Ian Gillan no Caramba:
"O álbum está terminado. Acho que o som está ótimo, mas meu ponto de vista é o que vocês podem chamar de subjetivo. Não dá pra comparar com nada que fizemos no passado, o que é o grande motivo de termos feito ele como fizemos."
Não perca também o relato do Gillan sobre como era ser cantor naquele tempo.
"O álbum está terminado. Acho que o som está ótimo, mas meu ponto de vista é o que vocês podem chamar de subjetivo. Não dá pra comparar com nada que fizemos no passado, o que é o grande motivo de termos feito ele como fizemos."
Não perca também o relato do Gillan sobre como era ser cantor naquele tempo.
sexta-feira, 14 de fevereiro de 2003
Especiais do Deep Purple no rádio
A FM Cultura de Porto Alegre apresenta nesta sexta, às 21h, um especial sobre o Deep Purple no programa Contracultura.
Graças às facilidades da internet, qualquer fã da banda no mundo poderá ouvir ao vivo clicando aqui.
Em Londres, a rádio eletrônica 6 Music, da BBC, reapresentou ontem no programa Dream Ticket o clássico show do Purple em março de 1972 nos estúdios da emissora. O programa passa diariamente e é especializado em resgatar essas pérolas do arquivo. Esse show do Purple, especificamente, muita gente boa tem em vinil ou em CD, no "In Concert - 70-72". Sim, é aquele da melhor versão existente de Strange Kind of Woman ao vivo, em que Gillan e Blackmore duelam. É um show feito logo depois do lançamento de Machine Head, em que eles apresentam quase todas as músicas do disco. É o mais antigo registro que tenho, ao vivo, de Smoke on the Water - o Gillan ainda grita um "Break a leg, Frank!" nos instrumentais finais (ele faz o mesmo no remaster de estúdio de Machine Head).
Além do Purple, o programa também passou músicas de um show do Beck em 1996, da Hazel O'Connor em 1981, Jewel em 1997 e Violent Femmes em 1991. Para ouvir o programa inteiro até a próxima quarta, clique aqui.
Paguei um senhor mico hoje por causa do programa da FM Cultura. Eu estava no ônibus, quase descendo, quando ouvi os primeiros acordes de Smoke on the Water na propaganda do programa. Desci a escadinha ouvindo o cara anunciar o programa, e coloquei o volume a toda no meu radinho com fones. No que ele termina de falar, termina o riff e o Celão sacode o cabelo e canta, junto com o Gillan, a plenos pulmões: "We all came out to Montreaux..." Eu estava a poucos passos de uma das ruas mais movimentadas de Porto Alegre, e um monte de gente, incluindo o pessoal do ônibus, virou a cabeça pra ver quem era o louco. Mico total.
Aproveitem, pois. Nem que seja pra honrar o mico do seu blogueiro.
Graças às facilidades da internet, qualquer fã da banda no mundo poderá ouvir ao vivo clicando aqui.
Em Londres, a rádio eletrônica 6 Music, da BBC, reapresentou ontem no programa Dream Ticket o clássico show do Purple em março de 1972 nos estúdios da emissora. O programa passa diariamente e é especializado em resgatar essas pérolas do arquivo. Esse show do Purple, especificamente, muita gente boa tem em vinil ou em CD, no "In Concert - 70-72". Sim, é aquele da melhor versão existente de Strange Kind of Woman ao vivo, em que Gillan e Blackmore duelam. É um show feito logo depois do lançamento de Machine Head, em que eles apresentam quase todas as músicas do disco. É o mais antigo registro que tenho, ao vivo, de Smoke on the Water - o Gillan ainda grita um "Break a leg, Frank!" nos instrumentais finais (ele faz o mesmo no remaster de estúdio de Machine Head).
Além do Purple, o programa também passou músicas de um show do Beck em 1996, da Hazel O'Connor em 1981, Jewel em 1997 e Violent Femmes em 1991. Para ouvir o programa inteiro até a próxima quarta, clique aqui.
Paguei um senhor mico hoje por causa do programa da FM Cultura. Eu estava no ônibus, quase descendo, quando ouvi os primeiros acordes de Smoke on the Water na propaganda do programa. Desci a escadinha ouvindo o cara anunciar o programa, e coloquei o volume a toda no meu radinho com fones. No que ele termina de falar, termina o riff e o Celão sacode o cabelo e canta, junto com o Gillan, a plenos pulmões: "We all came out to Montreaux..." Eu estava a poucos passos de uma das ruas mais movimentadas de Porto Alegre, e um monte de gente, incluindo o pessoal do ônibus, virou a cabeça pra ver quem era o louco. Mico total.
Aproveitem, pois. Nem que seja pra honrar o mico do seu blogueiro.
quarta-feira, 12 de fevereiro de 2003
quinta-feira, 6 de fevereiro de 2003
Traetormenta, Quemar, Chico Pontual...
O site da DPAS botou no ar uma discografia ilustrada de Burn. Essa imagem aqui do lado é da versão argentina do vinil. Não sei direito qual é o motivo, mas os discos argentinos trazem uma tradução dos títulos dos discos e das músicas. E olha que o Aldo Rebelo nem é de lá! Lembro que nos meus bons e velhos passeios pelos sebos de discos do centro de Porto Alegre, lá por 90-93, eu me espantava com algumas coisas que via. Stormbringer era "Traetormenta". No "Hecho en Japán", tinha uma música chamada "Chico Pontual". Sim, era o Made in Japan e a música era Child in Time. "Chico Pontual" também estava no disco "En Rock", que também tinha a faixa "El Vuelo del Ratón" (não lembro as outras).
Eu e o Paulo, dono do sebo de vinis, certa vez imaginamos uma letra em português para a música Chico Pontual. Era algo assim (imaginem toda a estrutura musical de Child in Time):
Chico pontual
Saiu de casa
Pra voltar às cinco
Mas voltou às seis
Chico, não faz mais
Que eu vou me irritar
Vou rodar a baiana
Vou pra rua te vaiar
(gritos normais)
Eu e o Paulo, dono do sebo de vinis, certa vez imaginamos uma letra em português para a música Chico Pontual. Era algo assim (imaginem toda a estrutura musical de Child in Time):
Chico pontual
Saiu de casa
Pra voltar às cinco
Mas voltou às seis
Chico, não faz mais
Que eu vou me irritar
Vou rodar a baiana
Vou pra rua te vaiar
(gritos normais)
terça-feira, 4 de fevereiro de 2003
Antes tarde do que nunca
Finalmente a EMI está lançando no Brasil as edições comemorativas, remasterizadas, remixadas, com faixas extras e o escambau, dos discos clássicos do Deep Purple. Quase dois anos depois de eu cometer o granicídio de comprá-los todos importados. A dica é do Arthur Dapieve, do No Mínimo.
Marcadores:
Fireball remaster,
Made in Japan remaster,
remasters
Gillan reage à explosão da Columbia
Esta o Gillan botou no Dear Friends:
"February 2003
Caros Amigos
Estou aqui sentado, boquiaberto, no meu apartamento em Los Angeles, relendo o LA Sunday Times de ontem. A manchete era 'Columbia foi Perdida'.
Em nome de todos nós aqui, e daqueles de vocês que lêem isto, mando meu carinho e profundo respeito a J.P.Harrison, e a todos os outros amigos, famílias e colegas da equipe final da Columbia.
Pode parecer estranho numa hora destas, mas a mais forte imagem que eu, pessoalmente, retenho de toda essa experiência, é o largo e maravilhoso sorriso de Kalpana Chawla.
Ian Gillan"
"February 2003
Caros Amigos
Estou aqui sentado, boquiaberto, no meu apartamento em Los Angeles, relendo o LA Sunday Times de ontem. A manchete era 'Columbia foi Perdida'.
Em nome de todos nós aqui, e daqueles de vocês que lêem isto, mando meu carinho e profundo respeito a J.P.Harrison, e a todos os outros amigos, famílias e colegas da equipe final da Columbia.
Pode parecer estranho numa hora destas, mas a mais forte imagem que eu, pessoalmente, retenho de toda essa experiência, é o largo e maravilhoso sorriso de Kalpana Chawla.
Ian Gillan"
domingo, 2 de fevereiro de 2003
Direto do estúdio
Nosso chapa Roger Glover botou em seu site um studio report sobre as gravações do novo disco do Purple. Ele fala da dureza que é para um homem ter que lavar sua própria roupa e achar estacionamento em Los Angeles, "uma cidade pequena com musculatura de cidade grande". Recomenda que a gente veja o filme "Catch Me If You Can", com o DiCaprio e o Tom Hanks. Mas vamos ao que interessa:
"Trabalhamos no estúdio todo dia, exceto domingo, começando lá pelas onze e terminando em algum ponto entre as seis e as nove. É um bom regime. Há aquelas visões da banda suando tudo à noite, gravando take após take, para ficar tudo certo, perdendo o ritmo, dando um tempinho, voltando pra tentar de novo, mudando os arranjos, aprendendo o novo pedaço, arrebentando uma corda, perdendo a paciência, dando mais um tempo para um pouco de comida chinesa quentinha entregue por um adolescente com cara de malandro com tatuagens e grandes caninos, voltamos para gravar o melhor take que a noite permite antes de começar a escrever, gravar e mixar o lado B. Sim, tem sido assim. Mas quem mandou escolher isso? (...)
Algumas bandas até tocam em LA, e alguns de nós foram ver algumas; nossos velhos chapas do Vanilla Fudge, com o sempre irrepreensível Carmine Appice; o fenomenal baixista Victor Wooton e sua banda; meu parceiro Pete Thomas (Elvis Costello and The Attractions) tem um trio chamado Jack Shit (grande e divertida banda - country com atitude, e a filha dele tem uma banda chamada The Like); e uma noite matadora da House of Blues com os Dixie Dregs - a versão deles para Shapes of Things me deixou aos pulos.
Você não queria ouvir nada disto. Que tal as músicas do DP? Estou sorrindo, isso não é o bastante? É uma alegria trabalhar com Michael - profissional, esperto, rápido, decisivo, estimulante, faminto. Ele tem um grande apetite, fico pasmo com esse cara. É um excelente músico e compositor, faz toda a sua própria engenharia, manda no computador e ri um monte. Ele e a banda têm um genuíno respeito mútuo. Ele fez aniversário na semana passada e comemoramos no estúdio ouvindo o que já fizemos até agora e tomando uma soberba garrafa de malt whisky, e foi bom até a última gota.
RG
January 31, 2003"
"Trabalhamos no estúdio todo dia, exceto domingo, começando lá pelas onze e terminando em algum ponto entre as seis e as nove. É um bom regime. Há aquelas visões da banda suando tudo à noite, gravando take após take, para ficar tudo certo, perdendo o ritmo, dando um tempinho, voltando pra tentar de novo, mudando os arranjos, aprendendo o novo pedaço, arrebentando uma corda, perdendo a paciência, dando mais um tempo para um pouco de comida chinesa quentinha entregue por um adolescente com cara de malandro com tatuagens e grandes caninos, voltamos para gravar o melhor take que a noite permite antes de começar a escrever, gravar e mixar o lado B. Sim, tem sido assim. Mas quem mandou escolher isso? (...)
Algumas bandas até tocam em LA, e alguns de nós foram ver algumas; nossos velhos chapas do Vanilla Fudge, com o sempre irrepreensível Carmine Appice; o fenomenal baixista Victor Wooton e sua banda; meu parceiro Pete Thomas (Elvis Costello and The Attractions) tem um trio chamado Jack Shit (grande e divertida banda - country com atitude, e a filha dele tem uma banda chamada The Like); e uma noite matadora da House of Blues com os Dixie Dregs - a versão deles para Shapes of Things me deixou aos pulos.
Você não queria ouvir nada disto. Que tal as músicas do DP? Estou sorrindo, isso não é o bastante? É uma alegria trabalhar com Michael - profissional, esperto, rápido, decisivo, estimulante, faminto. Ele tem um grande apetite, fico pasmo com esse cara. É um excelente músico e compositor, faz toda a sua própria engenharia, manda no computador e ri um monte. Ele e a banda têm um genuíno respeito mútuo. Ele fez aniversário na semana passada e comemoramos no estúdio ouvindo o que já fizemos até agora e tomando uma soberba garrafa de malt whisky, e foi bom até a última gota.
RG
January 31, 2003"
sábado, 1 de fevereiro de 2003
Explode missão espacial que acordava com Space Truckin'
Essa Columbia que explodiu é a mesma missão STS-107 que estava sendo acompanhada, passo a passo, no site do Gillan. Eles acordavam todo dia ouvindo Space Truckin', do Deep Purple, e o marido de uma das astronautas (a Kapana Chawla) mandava observações sobre os preparativos da nave até o dia do lançamento, 16 de janeiro.
A Columbia estava ativa desde 1981 e esse foi seu 28º vôo. A missão estava sendo adiada há 18 meses, por problemas mecânicos (havia rachaduras nos alinhadores dos tanques de combustível, o que parece bem grave). A volta seria exatamente hoje, portanto o problema ocorreu na aterrissagem.
As fotos dos astronautas vão abaixo. A mulher do colaborador do Gillan era a moreninha Pocahontas. Aquele cara da última foto era Ilan Ramon, o primeiro astronauta israelense.
Esta é a mensagem que o Gillan botou em seu site exatamente agora: "We have just learned of the terrible news that the Nasa shuttle Columbia (STS 107) has been lost on re-entry. Our thoughts are with the family and friends of the crew."
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