"Só pra vocês saberem, fomos liberados do estúdio. Deve ter mais gente lá agora, mas em termos de Deep Purple o lugar está deserto.
Negocinho estranho, esse de gravar: você passa por um intenso período de composição, toca e toca e toca de novo, muda, melhora, ri, chora, faz direito - depois vai pro estúdio, toca uma vez, mais ou menos, e era isso - acabou. Você sempre quer fazer de novo, não necessariamente para melhorar, mas porque quer tocar mais um pouco.
Foi uma grande alegria trabalhar com um produtor de classe, especialmente pra mim. Fiquei olhando ele lidar com a pressão, o stress, as dores no coração e a solidão do maratonista - e ele fez isso com muito estilo e aplomb (que em francês, por sinal, significa perpendicularidade). Foi uma gravação relativamente rápida. Todo o trabalho foi completado em três horas e quatro minutos, embora tenha parecido mais. Os primeiros minutos pareceram quatro dias, o meio minuto seguinte pareceu uma semana, o minuto seguinte pareceu uma noite... Chris, nosso valoroso engenheiro assistente, escreveu tudo em algum lugar; ele foi muito bom com isso. Todo o pessoal dos Estúdios Royaltone foi legal assim.
Não vou sugerir nomes, me meter em semântica ou brincar de esconde-esconde com detalhes, exceto por dizer que completamos treze músicas. Temos um título, que não posso divulgar - não posso nem dizer qual é ele. Até que elas estejam mixadas, não decidimos nada sobre o que vai para o álbum, o que é incluído fora dele, se e quando ou qualquer coisa. Michael Bradford escreveu um pouco com a gente, e ele fez a engenharia do disco, bem como a produção. Ele é ótimo com os menus. Não tem nada de rap e não parecemos com Kid Rock. Nada de bateristas balineses. Vamos lançar lá pelo final de agosto/começo de setembro - as far as any fule kno.
O tempo que passamos em LA foi cheio de momentos. Além das canjas que mencionei na última carta, também encontrei muitos amigos que eu não via há eras; Harvey Shield, meu parceiro da Escola de Meninos de Harrow County, e o primeiro baterista com quem trabalhei (nos Madisons e depois no Episode Six); Rupert Hine (que por sinal tem um brilhante website) e seu velho parceiro David, cujo primeiro álbum, Pick Up a Bone (Mclver-Hine, Purple Records - 1971), foi também minha primeira produção; Paul Buckmaster, que tocou cello, compôs e fez arranjos para Elton John no começo dos anos 70 (que tocou em Pick Up a Bone); Peter Robinson (Quatermass), tecladista e compositor substituto (que também tocou naquele álbum); Pete Thomas e sua família (que não tocaram naquele álbum); Ronnie James Dio (cujo álbum Elf eu produzi logo depois daquele); Simon Wright, baterista do Dio (que não estava nerm perto daquele álbum, mas teria feito um grande trabalho se estivesse); e Mike Ager, o Spike, meu ex-técnico de baixo de Orlando (que nem era nascido quando aquele disco foi gravado). Foi quase como um Esta É Sua Vida prolongado.
Mas esta É a minha vida!
RG February 2003"
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