Chegou a vez de o produtor Michael Bradford abrir a boca sobre o novo álbum:
"Estou num lugar não-revelado, mixando o novo disco do Deep Purple. Não-revelado principalmente porque não me meto muito com estranhos ou visitantes, mas principalmente porque estou aqui dentro há dois meses, e nem sei mais onde estou!
Recebi muitos emails de fãs do Deep Purple ao redor do mundo, e dei uma espiada em alguns sites e chats de fãs, então sei que o pessoal está empolgado com a vinda do novo disco. Devo dizer que os fãs do DP são alguns dos mais devotsdos que já vi, com um conhecimento fantástico da carreira, músicas, pessoal e outros detalhes da banda. É muito bom ver verdadeiros fãs de música, e não aqueles caçadores de tablóides que muitas outras bandas têm como fãs.
O que posso dizer sobre o disco? Bom, devo dizer que esses caras tocam feito monstros! Ficaram em turnê por dois anos, então estão bem afiados, mas dar uma parada antes de gravar significou que eles estavam bem descansados e prontos pra tocar. Eles tinham tudo: cara, coragem, força, habilidade e tempo. A voz de Ian Gillan é fantástica, e ele realmente meteu o gogó neste álbum. A gurizada lá fora faria bem em dar uma escutada numa banda de verdade que nem esta, que honrou a cara tocando ao vivo e compondo junto, e não se esforçando pra aparecer na MTV. Como já disse o Marvin Gaye, 'não há nada como a coisa de verdade'.
Ficamos cerca de três semanas em dezembro ensaiando o material que a banda trouxe. Algumas idéias novas também surgiram no processo de tocar junto> Roger me contou que muitas das maiores músicas do Purple começou com canjas que se desenvolveram. Todos tinham idéias e riffs para testar, e tínhamos um gravador rolando pra não perder nada [NM: Leia-se "aguarde, em 2027, a versão remasterizada, com faixas bônus e papo de estúdio, comemorativa dos 25 anos do novo álbum"]. Ensaiar te deixa trabalhar as idéias numa situação sem pressões, e aí você pode testar, mudar e descartar idéias sem o opressivo 'relógio do estúdio' rolando.
Também comemos muito bem, bebemos um vinho ótimo, e geralmente curtimos o processo.
Garantida a muamba, levamos a coisa toda para um dos melhores estúdios de Los Angeles em janeiro e parte de fevereiro. Gravar o material bem ensaiado foi rapidinho, com a banda tocando uma faixa numa dada tarde/noite e os vocais sendo postos na manhã seguinte. Ian pode cantar de manhã ou à noite, o que é muito legal. Muitos cantores fazem uma ou outra. Conheço alguns que não cantam antes da meia-noite.
Fizemos algo como 14 músicas, parte delas desenvolvida na estrada, parte escrita durante o mês. Uma música vai ter inclusive uma seção de cordas ao vivo, cortesia do meu grande amigo Paul Buckmaster, que trabalhou com todo mundo, de Elton John a Train, e que morava perto do Ian Paice quando era criança. Mundo pequeno, né?
A banda se espalhou por muitas direções, mas o som fechou fantasticamente. Algumas músicas são rockões clássicos, na melhor tradição do Deep Purple. Outras são mais progressivas, mas fazem um belo barulho. Uma música tem inclusive dois ritmos diferentes, mas Ian veio com uma melodia sólida que deixa a coisa toda nos trilhos. Ian também está fazendo grandes vocais em múltiplas camadas, como Brian Wilson. O estúdio é um mundo diferente do palco, então tiramos a caixona de giz sonoro e mos fivertimos muito. Tiramos vantagem dos ótimos fluidos, do estídio genial e do melhor que a tecnologia moderna tem a oferecer.Entretanto, não há dúvida de que é um álbum do Deep Purple. E essa criança faz um belo barulho! Você devia ter estado lá!
O álbum está agendado para sair em agosto. Sei que parece um tempão, mas é um lançamento global e as gravadoras precisam de muito tempo para botar um disco na prensa e na loja para que o pessoal saiba que está lá. Muitas grandes revistas operam com três meses de antecedência, e um artigo ou resenha escrito hoje não sai antes de maio ou junho! Mesmo uma banda como o Deep Purple pode ficar de escanteio se não tiver o apoio certo, porque muitos discos são lançados atualmente. Como produtor e fã, quero que a música saia tão logo quanto possível, mas este negócio já não é mais como era quando comecei, há 20 anos. Com sorte, você vai concordar que valeu a espera, afinal.
Vou trazer mais detalhes no futuro, então fiquem de olho. Também vou botar umas fotos quando eu conectar minha câmera digital no meu computador.
P.S. Para os que se preocuparam que eu fosse fazer a banda tocar rap ou nu-metal, podem dormir agora; essa não é uma banda que caça tendências. Trabalhei com todo mundo, de Kid Rock a Anita Baker. Gravo cada um conforme sua situação. O Deep Purple tem desenvolvido seu som e sua identidade há mais de 30 anos. Foi um privilégio gravar este estágio de sua vida musical. Não teria perdido isso por nada no mundo."
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