domingo, 22 de fevereiro de 2009

Qual é a dos mestres

Estamos desafiados a ganhar dos argentinos nos shows brasileiros. Olha o que foi Black Night lá:


O Abdalla, vocalista da banda Powerhouse, me contou certa vez a história de um sujeito que ele conheceu na fila de um show do Deep Purple no final dos anos 90. Esse cara conhecia as duas músicas da banda que passavam na Kiss, até gostava, mas não estava muito disposto a pagar pra ver um show que consistisse só em músicos e seus instrumentos. Queria lasers, profusão de gelo seco, cenários mirabolantes, músicos fazendo piruetas e talvez um monstro de plástico caminhando pelo palco e soltando fogo pela boca.

"Fica de olho. Esses aí não precisam de nada disso", disse meu amigo. Ao final do show, o sujeito estava boquiaberto. Naquela noite, o Deep Purple ganhou mais um fã devoto.

Os mestres não têm a pirotecnia de um Iron Maiden, nem o balé todo da Madonna, nem os óculos do Elton John, nem o porco voador do Roger Waters e nem a profusão de músicos de apoio dos Rolling Stones. Mas pra quê? São apenas cinco tiozinhos tocando bem pra caramba. E curtindo muito o que fazem, e com um carisma imenso, como bem lembrou o Wilerson.

Roger Glover sabe disso melhor do que ninguém. Vejam o que ele disse num programa da TV argentina:

    "Acho que nos anos 80 houve muita competição, onde o pessoal concorria pra ver quem fazia o maior espetáculo. O nosso negócio não é o show business. Nós voltamos à música, ao nível da banda. Quem precisa dessas apresentações são os popstars. Nós, do hard rock, não precisamos."

Avise aos seus colegas de outras bandas, Rog. De repente, se tirar o espetáculo todo, eles baixam o preço dos ingressos.

2 comentários:

  1. "Eles não têm a pirotecnia de um Iron Maiden, nem o balé todo da Madonna, nem os óculos do Elton John, nem o porco voador do Roger Waters e nem a profusão de músicos de apoio dos Rolling Stones. Mas pra quê? São apenas cinco tiozinhos tocando bem pra caramba."

    E, ainda mais importante - gostando do que fazem. Eles estão lá, tocando, se divertindo, fazendo gracinha com a platéia, etc. Enquanto outras bandas claramente estão lá "pela obrigação".

    Eles podem vir todo ano, podem fazer quase sempre o mesmo setlist, etc. Mas eu gosto. Fazer o quê, né?

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  2. Anônimo1:04 PM

    Para mim não se faz um bom show somente com efeitos,pirotecnica.isso deve ser um complemento. mas o Purple em seus dois primeiros Mk's não tinha absolutamente nada de produção. era subir no palco e mandar ver. já no MkIII e MkIV havia ali o gelo seco,etc. um pouco melhor produzido. no MK Turner havia uns bons efeitos, e na do Battle Rages On também havia alguns efeitos. mas depois disso,ficou totalmente sem produção. somente a banda,ou alguma coisa no fundo. eu não me importo com isso. para mim,existem dois problemas no show do Purple atual. o primeiro,e pior se chama Steve Morse.o segundo,é o set list imutável que eles tem se apoiado nos ultimos anos.Danilo

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