quinta-feira, 30 de junho de 2011

Exigências de camarim do Coverdale

O Whitesnake vem aí, e no momento a turnê de Forevermore está se preparando para passar pela Bulgária. O site Novinite conta algumas exigências de camarim do vocalista David Coverdale.

Segundo informações dos produtores, Balkan Entertainment Company, o frontman David Coverdale parece ter as mais intrigantes exigências de camarim entre o grupo de rock stars. [O Judas Priest também toca na turnê] Elas incluem não apenas vinhos finos búlgaros como também água mineral vulcânica de Fiji e uma absoluta proibição de cebolas e brócolis em sua dieta de resto centrada em vegetais.
Água mineral vulcânica de Fiji? Pois é. Segundo o website da marca, é uma água intocada pelo homem, rica em flúor e eletrólitos que fazem tão bem ao corpo quanto bebidas energéticas, só que sem a mesma bomba calórica.

O que eu achei interessante foi a exigência do vinho búlgaro. Além de ser um apreciador de vinhos, Coverdale produz os seus na Califórnia. Geralmente, quando VIPs vêm ao Brasil, ganham vinho importado - no backstage do Deep Purple, por exemplo, o vinho costuma ser chileno. Eu duvido que seja por exigência da banda. Deve ser porque é o melhor vinho que o produtor conhece, e em comparação com os vinhos nacionais os chilenos têm melhor qualidade e até menor preço.

Provavelmente imaginando que os produtores iam querer lhe oferecer vinhos franceses (que Coverdale certamente encontra até na sua importadora favorita em Lake Tahoe), o cantor deve ter exigido os melhores vinhos nacionais.

Que vinhos brasileiros você sugeriria para Coverdale beber quando tocar aqui em setembro?

sábado, 25 de junho de 2011

Um documentário dolorido. E fascinante.



Acabo de assistir ao documentário do DVD de Phoenix Rising, que conta a história do Deep Purple desde o final da Mk2 até o fim da banda, em 1976. Foram entrevistados Jon Lord e Glenn Hughes, e a sinceridade deles chega a ser brutal em várias partes do documentário. Especialmente a sinceridade do Hughes.

O DVD, que ainda não foi lançado no Brasil, tem feito certo sucesso comercial na Europa. E tem ótimos motivos. Phoenix Rising é um documento definitivo sobre os excessos que acabaram com as melhores bandas de rock do mundo - inclusive o Deep Purple.

Veja o trailer aqui:



Ele não tem comparação, por exemplo, com "Classic Albums: Machine Head". Naquele, o grande fascínio é a música (o que não é pouco) - mas nem as brigas entre os membros aparecem. Não se compara também com "Heavy Metal Pioneers", o documentário lançado durante os anos em que Joe Lynn Turner estava na banda. O DVD novo não busca contar o passado da banda do ponto de vista de seu presente.

Em Phoenix Rising, o ponto central é a história de uma grande banda em plena desintegração. Contada em primeira pessoa por dois ex-membros.

Dói ver a banda que eu mais aprecio no mundo chegando ao fim. Tudo bem que foi antes de eu nascer. Mas dói igual.

Dói ver músicos talentosos, como Hughes e Tommy Bolin, se detonando do jeito como se detonaram. Por sorte, e basicamente apenas sorte, Hughes sobrou pra contar a história.

Dói ver músicos ainda mais talentosos e extremamente disciplinados, como Jon Lord, contarem das vezes em que tinham que empurrar os colegas mais displicentes para o palco ou chamar sua atenção devido aos excessos. Lord, sempre carinhoso com os amigos, faz questão de fazer várias vezes a ressalva "não estou dizendo que eu era santo, mas...". Quando você acha que ele contou podres muito fortes dos ex-colegas, vem Hughes e conta seus próprios podres com mais detalhes.

Exatamente por isso, trata-se de um documentário fabuloso. Eles não estão preocupados em agradar ninguém - e nem precisam ter vergonha de expor colegas. Bolin, o que mais pisou na jaca, morreu há 35 anos. O vice-campeão, Hughes, faz questão de falar da jaca em que pisou até pra contrastar com o quanto sua vida melhorou.

Algumas notícias a respeito anunciam como inéditos os 30 minutos do show no Japão.

É mentira. "Rises Over Japan" foi lançado em VHS, nos anos 80. Está fora de catálogo há muitos anos, mas é facinho de achar no YouTube. Partes dele já saíram oficialmente em DVDs como o "History, Hits and Highlights". Inédito é ele ser lançado inteiro em DVD.



Mas esse DVD tem cenas inéditas, sim. Delas, pouquíssimo se falou até agora. Pelas minhas contas, são:

* Alguns segundos de "Smoke on the Water" do Made in Japan, na parte onde se fala do final da Mk2. As imagens do mais mitológico show do Deep Purple estão sendo lançadas a conta-gotas. No "History, Hits and Highlights", saíram segundos de "Highway Star". No "Deepest Purple", saíram segundos de "Space Truckin'". Um dia ainda sai a gravação completa, espera-se.

* Alguns segundos em preto-e-branco com o Gillan usando um traje meio que de marinheiro.

* Algumas cenas em vídeo de shows da Mk3, possivelmente do finalzinho da formação, lá em 1975. Impossível para mim identificar qual é o show.

* Trechos fabulosos da turnê do Deep Purple na Indonésia, em dezembro de 1975. Eles filmaram desde a chegada da banda à capital, Jacarta, até o momento em que roadies tiveram de encher o pneu do avião para a banda conseguir sair do país. Trechos dos dois shows, incluindo a polícia ameaçando a plateia com cachorros, estão lá.

Como não podia deixar de ser, a parte mais dolorosa do documentário é aquela que se aproxima do final. Toda a descrição da turnê do Deep Purple em Jacarta - a corrupção, os achaques, o calote, as drogas, a morte de Patsy Collins - é muito forte. E fica mais forte ainda com os depoimentos de Lord e Hughes sendo contrastados com as imagens daqueles dias pesados.



E fica ainda mais pesado quando você chega ao final do DVD, aos créditos, e aparece uma declaração de que as opiniões emitidas por Hughes e Lord sobre a morte de Patsy Collins não refletem a opinião de David Coverdale a respeito. Os dois acreditam que Collins - um homem forte, treinado como segurança - não tropeçaria assim tão fácil pra cair no poço de um elevador desativado e fechado. Lord diz que Collins foi certamente assassinado. Hughes, que chegou a ser preso por ter sido um dos últimos a ver o roadie vivo, diz que precisaria da ajuda de cinco homens fortes pra um homem daquele porte cair por acidente no poço de um elevador.

Eu lembro da primeira vez em que ouvi pedaços do "Last Concert in Japan". Foi num sebo de discos em Porto Alegre, acho que em 1992. O vendedor, Paulo, me mostrava o disco e lamentava o quanto as drogas haviam detonado aquele guitarrista. Sua guitarra estava inaudível. Anos depois, quando comprei o "This Time Around", com a versão completa e remasterizada do mesmo show, consegui ouvir a guitarra e disse a mim mesmo: "uau, o cara não estava tão mal assim".

No DVD de agora, Hughes coloca a coisa em contexto ao lembrar que o show do Japão foi o primeiro logo depois da experiência traumática em Jacarta. Segundo ele e Lord, o que detonou Bolin ali não foram as drogas. Não exatamente. O promotor local deu morfina para o guitarrista, e ele acabou dormindo em cima de sua própria mão esquerda. Assim, tudo o que ele conseguia fazer era uma posição só. Suas guitarras foram afinadas cada uma num tom diferente para ele poder tocar.

O final do Deep Purple, em março de 1976, foi melancólico. Sua última turnê foi praticamente em casa, no interior do Reino Unido. Hughes, literalmente o homem que tocou a última nota num show da primeira encarnação do Deep Purple, conta que nos últimos dias da banda ele virou de um show a outro sem dormir e sem comer, apenas bebendo e usando drogas. A bronca que Jon Lord conta ter dado no colega é daquele tipo que você nunca gostaria de ouvir de ninguém. Já contei aqui um par de vezes o final daquele show.

Se você é fã do Deep Purple, assista Phoenix Rising. Seus depoimentos são muito sinceros e chocantes. Você é trazido para os bastidores da fase mais shakespeariana da banda.

Se você é fã de rock, ainda que não especialmente do Deep Purple, assista Phoenix Rising. É um documento de uma fase do rock, tão completo e pungente quanto "The Decline Of Western Civilization Part 2: The Metal Years".

Se você não curte nem rock e nem Deep Purple, mas tem interesse em antropologia e sociologia, ou quem sabe em documentários em geral, assista Phoenix Rising. É um documentário fascinante.

terça-feira, 21 de junho de 2011

BCC usa vídeos de fãs como estratégia de divulgação



O Black Country Communion, a superbanda do Glenn Hughes, está se promovendo de um jeito especial: pedindo que os fãs filmem a banda nos shows e abrindo um concurso pra esses vídeos. Os fãs postam o vídeo no site da banda e quem tiver mais views pode levar uma graninha modesta, créditos pra comprar no site da banda e uma guitarra Epiphone autografada pelos músicos.

Hughes, arrisco dizer, é um dos músicos que mais entende como funciona a internet. Há cinco anos, quando você entrava num show, ainda era revistado e corria o risco de ter de deixar sua máquina fotográfica na portaria. Depois, quando câmeras de foto e vídeo migraram para os celulares, as casas de espetáculo descobriram que não dava mais para reprimir. Até porque não funciona - taí o YouTube que não me deixa mentir.

Se você não pode evitar que as câmeras entrem, pode torná-las parte do espetáculo. E é isso que o Black Country Communion fez. Estimula neguinho a ir ao show, fazer um baita vídeo e ficar rondando o site da banda. Ficar torcendo pro seu vídeo ser o mais visto. Chamar os amigos pra ver o vídeo no site, o que também não faz mal pra banda.

David Coverdale, numa entrevista recente, fez as contas: a estreia do clipe de "Love Will Set You Free" no YouTube deu mais audiência do que a chegada de qualquer clipe do Whitesnake na MTV nos anos 80. Isso significa o seguinte: o YouTube vai estar lá. Os downloads estarão lá. Você pode queimar neurônios pra incorporar isso à sua estratégia ou pode reclamar da vida.

Hughes e Coverdale resolveram queimar neurônios digitais. Compare isso com declarações recentes, por parte do Steve Morse, de que testar músicas novas no palco expunha o Deep Purple porque no dia seguinte um monte de gente postou no YouTube. Isso não reduz a admiração e respeito que tenho pelo Morse. Só me diz que dois músicos que admiro estão usando a internet a seu favor. Outros cinco, alguns dos quais admiro até mais do que os dois, não.

O BCC também tem uma estratégia interessante (embora meio insistente demais) de e-mail marketing. Dia sim, dia não, recebo algum email cujo remetente é "Glenn Hughes", "Joe Bonamassa", "Derek Sherinian" ou "Jason Bonham". Na verdade é um email institucional da banda contando as novidades. Neste press-release, seus empresários falam dessa estratégia.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Airey conta uma dica do Lord

Uma das minhas faixas favoritas do In Rock, quando o ouvi pela primeira vez aos 15 anos de idade, era Hard Lovin' Man. Era um riff que eu conseguia tocar no violão. Agora, essa música faz parte do novo setlist do Deep Purple. Nem nos melhores anos da Mk2, quando foi gravada, ela chegou ao palco. (Adoro esse trabalho de garimpo nas últimas duas formações do Deep Purple, aliás.)

Em entrevista ao Windsor Star, Don Airey diz que conversou com Jon Lord recentemente e contou ao mestre que eles haviam resgatado a pérola.

"Ele me disse pra tocar a linha de teclado o mais alto que eu pudesse. Também disse pra eu nunca me meter na frente dos rolos de bateria do Ian Paice."

Chequemos o novo, então.



O original, conforme inaugurado no Top of the Pops, da BBC, com entrevista do Jon Lord e tudo:



Qual seu veredito? Airey aprendeu?

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Hughes: "eu uivo de rir com Coverdale"

Glenn Hughes se sente meio excluído da "família" Deep Purple. Em entrevista ao Geeks of Doom, ele revelou isso e revelou que fala com o Coverdale todo santo dia.

"Olha, vou te contar a verdade. Eu nunca falo sobre isto a menos que alguém cave lá fundo como você está cavando agora, David Coverdale e eu... eu entrei na banda três meses antes dele. Ele nunca tinha subido num palco antes, e eu já tocava com o Trapeze havia 3 anos na América. Ficamos amigos. Nós dois somos do norte da Inglaterra; ele é de Yorkshire, eu sou de West Midlands. O resto do Purple estava estabelecido, sabe? O Jon Lord, o Ian Paice, o Ritchie Blackmore estavam estabelecidos. Eu saí da banda há muitos anos e não tenho contato nenhum com ninguém além do David. Na verdade, eu não falo com o Blackmore e nem o vejo desde 1977. Estar numa banda por três anos, três anos, e não receber nenhum cartão de natal, nem oi, nem foda-se, nem nada, é bizarro. É bizarro, então eu recebo do David Coverdale todo o amor que eu preciso daquela banda. Somos muito bons amigos. Ele me faz uivar de rir! Conversamos pela internet todo dia; todo santo dia. Não passa um dia em que eu não fale com o David, então recebo dele todo o amor que preciso do Deep Purple."
Duas observações, portanto:

1) Como já falei outro dia, acho excelente que os dois se deem bem hoje depois de coroas, e gostaria que mais deles se dessem bem. (Ele também, aliás.) Mas quando eles eram colegas no Deep Purple, rolava uma grande competição da parte do Hughes pra aparecer mais que o Coverdale. É natural, por se tratar de um músico altamente talentoso. Mas, enfim, essa amizade de infância é coisa da maturidade deles.

2) Hughes fala que não conversa com o Blackmore desde 1977. Com o Jon Lord, só falou em 2009 - mas mesmo mais ou menos por aquela época ainda lamentava de ter perdido a namorada para o tecladista. O Ian Paice está bem no Deep Purple. O David Coverdale tem lá o Whitesnake. Não sei como é que a imprensa especializada conseguiu entrar no bonde da boataria toda vez em que o Hughes levantou a lebre de sua vontade de voltar com a Mk3.

Falta de assunto, talvez?

domingo, 12 de junho de 2011

Que tal o Deep Purple com a orquestra ao fundo?

No documentário "Classic Albums: Machine Head", Jon Lord diz que compôs o solo de Highway Star numa sequência bachiana de acordes.

Na turnê atual, "Songs that Built Rock", o Deep Purple está colocando orquestras no palco para dar uma turbinada em suas músicas. Encontrei um vídeo de Highway Star que começa no solo de teclado. Ficou interessante.



Segundo o Press of Atlantic City, a orquestra "certamente fez muitas das músicas ainda mais memoráveis e até transformou Rapture of the Deep, de 2005, de uma música medíocre numa experiência memorável ao vivo".

Bora conferir? A imagem tá horrível, mas o som ficou excelente aqui:



Cá pra nós? Ficou legal. Mas, por mais que o Roger Glover não curta a comparação, não é nada muito diferente do que o Metallica fez com orquestra há alguns anos.



Em 2002, o maestro Paul Mann, que regeu a turnê mundial do Concerto for Group and Orchestra, disse que esse tipo de roupagem era "importantite". Na tradução que postei aqui, na época:

"Uma banda que apenas usa uma orquestra como um apoio de luxo, mas sem que isso adicione muita coisa ao material. Acho que escolhemos (na turnê com o Deep Purple, em que a orquestra fez o fundo de algumas) músicas que ganharam uma dimensão completamente nova com o uso da orquestra, ao lado, claro, da forma como o Concerto explora a relação entre os dois mundos."
Nesta turnê, a orquestra basicamente acrescenta uma roupagem ao setlist que a banda já toca, como diz Steve Morse:

"Estamos fazendo o que sempre fazemos, com mais textura onde é apropriado."
Enfim, preciso ouvir um show inteiro da nova turnê do Purple pra formar opinião a respeito. Mas, em se tratando da banda que fez o Concerto for Group and Orchestra, parece meio retrocesso.

E você, o que acha?

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Um mestre faz 70 anos

Eu já pensei que um homem de 60 anos era um velho. Quando mudei de ideia, por conta dos meus mestres do Deep Purple, passei a pensar que velho mesmo é com 70. Recentemente mudei de ideia de novo - 70 era quase a idade do Jon Lord. É a idade que o mestre faz hoje.

Sou fã de todos os membros e ex-membros do Deep Purple, até daqueles a quem critico. Mas o Lord tem um lugar especial na minha admiração. (OK, tem mais uns três de quem eu diria o mesmo.) Foi por conta da ansiedade em torno de sua aposentadoria do Deep Purple que este blog foi criado, aliás.

Primeiro, porque desde que vi suas primeiras fotos ele sempre me pareceu um pouco com meu tio favorito - alto, magro, com um bigodão e aquela cara de bonachão. Mais ou menos numa época da vida em que esse tio fazia o nobre papel de dar os empurrões, puxões de orelha, gargalhadas e copos de cerveja de que um jovem precisa. Tinham mais ou menos a mesma idade, embora meu tio fosse mais maltratado pela vida. Então, sempre que eu via o Jon Lord fazer alguma micagem, eu lembrava das micagens do tio Nelson. Quando meu tio morreu, em janeiro, minha trilha sonora pessoal era "To Notice Such Things", que mestre Lord compôs em memória do amigo Sir John Mortimer.

Segundo, porque foi a partir de suas intervenções, influências e improvisos que muita música boa me foi apresentada ao longo da vida. Foi Jon Lord quem me consolidou a ideia de que existem apenas dois tipos de música: boa e ruim. Sou-lhe extremamente grato por isso. Sem falar que a história de ele se aposentar do rock para virar compositor de música erudita quase full-time é sensacional.

Terceiro, porque foi o primeiro membro do Deep Purple que recebeu (E RESPONDEU!) um e-mail meu, em 1999. Imaginem minha alegria.

Quarto, porque ele tinha meros 27 anos quando compôs o Concerto for Group and Orchestra. Quando fiz 27, eu ficava me martirizando, me perguntando se eu conseguiria fazer algo tão grandioso com tão pouca idade. Ganhei um prêmio de jornalismo aos 29, quase 30, e na época me contentei: aquele era o meu Concerto. Posso fazer melhor, mas Jon Lord também fez melhor depois do Concerto.

Quinto, porque embora não tenha sido o primeiro membro do Deep Purple que conheci pessoalmente, nem o primeiro que entrevistei, Lord foi o primeiro que eu entrevistei pessoalmente (saiu até no site dele). E tenho o vídeo para provar.



Nessa entrevista, para a MTV, brinquei: "vida boa, essa sua; você toca o que quer, faz os shows que quer, viaja pelo mundo e ainda pode voltar a tocar com seus amigos quando dá". E ele: "você acaba de fazer minha vida parecer maravilhosa".

Jon Lord, meu mestre, lhe desejo muito mais anos de uma vida maravilhosa.

(O que eu acho que é velho hoje? Talvez minha avó, que tem 92 anos. Mas ainda posso mudar de ideia. Tudo depende da longevidade dos membros do Deep Purple.)

terça-feira, 7 de junho de 2011

O primeiro vídeo do BCC 2

É "Man in the Middle", que Hughes considera uma história pessoal. Ele contou a história desta e de todas as outras faixas numa entrevista ao MusicRadar.

Curtam o vídeo:

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Pra quem duvidou na outra entrevista...

...Roger Glover confirmou ao Boston Herald que a banda concordou em gravar um disco novo:

We had a writing session in March. We did manage to get together and agree to do an album. People were saying the business has changed, people don’t buy albums anymore. I’m not of that belief. We’re an album band. We were born and should die that way. An album is almost like a school report of a particular era, a great tradition.
Mas o Steve Morse deu outra entrevista e pelo jeito parece que não vai rolar de eles testarem as músicas novas no palco.

“We used to do that. You Tube has derailed that concept. The first time you do a new song, it’s immediately pushed out on You Tube.”
Aconteceu na pré-turnê de Bananas, em 2002. Duas músicas foram testadas ao vivo: "Up the Wall", que depois virou "I've Got Your Number", e "Long Time Gone", que não foi pro disco. Esta foi gravada no Festival de Jazz de Montreux em 2000:

sábado, 4 de junho de 2011

Tietando no palco

Nick Fyffe, ex-baixista do Jamiroquai, passou três semanas cobrindo a licença-paternidade do Glover. Em seu blog, Fyffe agradeceu a oportunidade e postou fotos de fazer qualquer fã babar.

Primeiro, ele com a banda:



Depois, seu instrumento todo autografado com agradecimentos dos mestres:



Gillan escreveu: "Grande cara você é. Valeu, parceiro."

Paice: "Prova de fogo!"

Morse: "Nick - ótimo trabalho! Te vejo no palco, na boa e velha Inglaterra"

Airey: "Nick - u rock!"

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Se a vida fosse fácil

Roger Glover lança em 11 de julho seu novo disco solo, "If Life Was Easy". Ele tem o carimbo "with Guilty Party", indicando que é mais ou menos a mesma banda que gravou seu disco anterior, "Snapshot", de 2002. Isso inclui sua filha, a excelente vocalista Gillian Glover.

EDITADO: Glover já trouxe mais detalhes do disco, mas não tive tempo de trazer. Don Airey, o tecladista do Deep Purple, é outro dos convidados para o disco. Segundo o baixista, as canções refletem tudo o que ele passou nos últimos cinco anos: separação, novo casamento, virar pai coroa, virar avô ao mesmo tempo, mudar de pais (hoje ele mora na Suíça). Esta é a lista das faixas e seus respectivos músicos:

DON’T LOOK NOW [EVERYTHING HAS CHANGED] (Roger Glover/Randall Bramblett)
Randall Bramblett – vocals, keyboards, saxophone
Gillian Glover – vocals
Roger Glover – bass, baglama, guitar, piano
Joe Bonadio – drums, percussion
Oz Noy – guitars
Harvey Jones – synthesizers

BOX OF TRICKS (Roger Glover)
Roger Glover – Vocals, bass, guitar, programming
Eliot Denenberg – drums, guitar atmosphere

MOONLIGHT (Roger Glover)
Gillian Glover – vocals
Roger Glover – Godin fretless bass
Randall Bramblett – keyboards
Joe Bonadio – drums, percussion
Oz Noy – guitars
Joe Mennonna – horns, horn arrangement

THE CAR WON‘T START (Roger Glover)
Roger Glover – vocals, guitar, harmonica, Godin fretless bass, keyboards, percussion, programming.
Nicky Moroch – guitar

THE DREAM I HAD (Roger Glover)
Dan McCafferty and Pete Agnew – vocals
Roger Glover – guitar, bass, percussion
Joe Bonadio – drums, percussion
Oz Noy – slide, guitar

STAND TOGETHER (Roger Glover/Randall Bramblett)
Randall Bramblett – vocals, keyboards
Gillian Glover – vocals
Roger Glover – bass, keyboards, programming
Don Airey – pianet
Joe Bonadio – drums, percussion
Oz Noy – guitars

IF LIFE WAS EASY (Roger Glover)
Roger Glover – vocals, Spanish and electric guitars, Godin fretless bass, percussion

WELCOME TO THE MOON (Roger Glover)
Roger Glover – vocals, bass, guitar, keyboards, percussion, programming

SET YOUR IMAGINATION FREE (Roger Glover/Gillian Glover)
Gillian Glover – vocals
Roger Glover – bass, guitar, strings
Randall Bramblett – keyboards
Joe Bonadio – drums, percussion
Oz Noy – sitar guitars

WHEN LIFE GETS TO THE BONE (Roger Glover)
Roger Glover – vocals, guitar, bass, percussion

WHEN THE DAY IS DONE (Roger Glover)
Walther Galley – vocals
Roger Glover – guitar, keyboards, percussion, programming
Sim Jones – strings, string arrangement

STARING INTO SPACE (Roger Glover)
Roger Glover – vocals, bass, guitar, synthesizer, percussion, programming

GET AWAY (CAN’T LET YOU) (Roger Glover /Gillian Glover)
Gillian Glover – vocals
Randall Bramblett – piano
Roger Glover – bass
Joe Bonadio – drums, percussion, electric drill
Oz Noy – guitar
Nicky Moroch - guitar
Joe Mennonna – horns, horn arrangement

THE GHOST OF YOUR SMILE (Roger Glover)
Mickey Lee Soule – vocals
Randall Bramblett – keyboards
Roger Glover – Godin fretless bass, keyboards, percussion
Oz Noy - acoustic guitar
Joe Bonadio – drums, percussion
Nicky Moroch – lead guitar

CRUEL WORLD (Roger Glover)
Roger Glover – vocals, bass, acoustic and ‘Tin–Tone’ guitars, percussion, programming
Randall Bramblett – keyboards
Joe Bonadio – drums, percussion
Oz Noy – sitar guitar

FEEL LIKE A KING (Roger Glover)
Sahaj Ticotin – vocals
Roger Glover – vocals, lead and rhythm guitars, bass, programming
Joe Bonadio – drums, percussion
Nicky Moroch – guitar

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Glover: o novo disco está só composto, não gravado

Mestre Glover, em plena licença-paternidade, deu uma entrevista ao Vancouver Sun sobre a turnê com a orquestra que começa neste final de semana.

Na entrevista, ele deu mais detalhes sobre o disco, que aparentemente só está composto:

"Estamos trabalhando num novo álbum. Já tivemos uma sessão de composição; ficamos uns nove dias na Espanha e tiramos um monte de ideias boas nas quais trabalharemos mais tarde neste ano, e depois viremos, presumivelmente, com um álbum matador."
Aqui faz sentido a declaração do Steve Morse de que as músicas novas podem estrear já na nova turnê, mesmo sem o disco. Segundo o site oficial da banda, o disco deve sair só em 2012, e eu estava estranhando o fato de que já diziam estar gravado.

Fazer o disco, porém, não foi consenso. Ian Gillan algumas vezes disse que não precisava. E o que realmente dá dinheiro é fazer turnês - coisa que eles não páram de fazer. Glover foi questionado sobre a maior demora da história do Deep Purple em lançar algo novo. Já faz quase seis anos que saiu o Rapture of the Deep, enfim. Resposta do Glover:

"Já houve discordâncias na banda sobre se devíamos fazer um novo disco. Isso realmente não dá mais dinheiro. Minha opinião é que somos uma banda de álbuns e devemos fazê-los mesmo perdendo dinheiro, porque isso é o que fazemos. Talvez eu seja tradicionalista, mas acredito que devemos continuar como somos. Podemos progredir com nossa música, mas a forma como a fazemos deve ser como sempre a fizemos. Não há nada de errado nisso. Um disco é como capturar um momento no tempo. E, numa banda com uma história como a nossa, esses momentos dizem muito."
Leia tudo o que já saiu aqui sobre os vaivéns do novo disco do Deep Purple neste link.