segunda-feira, 25 de fevereiro de 2002

Clássicos Purpendicular 3: Speed King

Vejam no site do Purple o especial que traça a história de Speed King desde os tempos da letra "Kneel and Pray", composta no Hanwell Community Centre. Outras duas músicas também estão explicadas por lá (Ted the Mechanic e Long Time Gone), mas Speed King é uma das minhas favoritas. Até por causa da incrível mudança de letra.

Abaixo, a minha pesquisa anteriormente publicada no Cabide sobre a música. Rendia um Clássico Purpendicular, mas o especial do The Highway Star é melhor.

O REI DA VELOCIDADE



"Good Golly, said the little miss Molly while she was rocking in the house of blue light..."

Speed King, a primeira música do disco "In Rock" (de 1970, onde o Deep Purple levou o rock ao extremo possível na época), nem sempre começou assim. O riff foi composto pelo Roger Glover, inspirado pela música "Fire", do Hendrix. Blackmore queria algo rápido daquele jeito. Foi composta no Hanwell Community Centre. A estrutura se manteve a mesma, mas a letra mudou desde a composição até o disco.

A letra original era mais sacana. O título original era "Kneel and Pray", ajoelhe e reze, que não tinha nada a ver com religião. Possivelmente era inspirada na groupie conhecida como Dirty Doreen, que fazia trabalhos de sopro para o Gillan nos bastidores da gravação e é possivelmente a personagem de Strange Kind of Woman. (O telefone dela era 01 576 3381, informa um dos dados da minha pesquisa.)

Baixei aqui em MP3 duas das primeiras versões dessa música, mais algumas covers e ao vivo, e fiz uma coletânea com as que eu já tinha. Abaixo, a lista:

1) Kneel and Pray - Gravada em agosto de 1969, na BBC (há uma versão ao vivo, gravada no Clube Paradiso, de Amsterdã, no dia 24 de agosto --era o quarto show da formação clássica do Purple).

2) Speed King 1 - De setembro de 1969, gravada na BBC. Tem a letra com a qual a música ficou conhecida, mas lá no meio o Gillan insere a "ponte" da letra antiga: "kneel down, turn around, look at the ground, tell me what you've found..." Ele também brinca com a bobeirada da letra que ficou sendo oficial, dando uma ênfase de quem não leva a sério na segunda vez em que canta "take a little rice, take a little beans, gonna rock'n'roll down to New Orleans"

3) Piano Version - Não tenho a data. É de 14 de outubro de 1969, de quando o Purple chegou ao estúdio IBC para gravar as músicas do In Rock. É mais lenta e menos elétrica --Jon Lord substitui o clássico Hammond que o caracteriza por um piano. É mais curta que a versão final. Tinha aparecido, por engano, nos dois Singles As & Bs --foi usada em um single norueguês. Foi incluída na edição de aniversário do In Rock.


4) Speed King - Esta é a versão que ganhou o disco. tem uma introdução que classifiquei como "caos sonoro" em uma resenha que escrevi em 1998. Essa introdução é chamada de "Woffle" nas fitas do estúdio.

Há algumas versões ao vivo, feitas pelo Deep Purple --uma das mais interessantes delas tem o Gillan cobrindo com a voz o solo do Blackmore que foi colocado no lugar da ponte antiga. Steve Morse, antes de ser o guitarrista da banda, gravou uma versão instrumental. Muito boa, parece surf music. Queria ouvir o Morse tocando a música com o Purple, principalmente depois do que eles fizeram com "Bloodsucker". Ouvi em 10 de março de 97, no Opinião, mas não lembro mais.

Speed King tem nove covers (incluindo uma do Van Halen e uma de um japa chamado Osama --não é aquele--, que gravou um disco com músicas do Purple em japonês). Em lançamentos oficiais do Deep Purple, há cinco versões de estúdio (duas editadas) e 11 ao vivo.

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