quarta-feira, 29 de janeiro de 2003

O último?

O Jeogger perguntou, no fórum brasileiro sobre o Purple, se a gente achava que seria o último CD da banda esse que eles estão gravando em Los Angeles. Respondi o seguinte:

Depende.

A Wired está apostando no fim da indústria fonográfica para breve, muito breve. Talvez ainda este ano: as maiores gravadoras pertencem a conglomerados tipo AOL-Time-Warner-Turner-DC Comics-Churrasquinho do Alemão, e esses conglomerados têm pé na internet. Com a ampla difusão da banda larga, que rende pilas pra eles, e a extrema dificuldade de coibir a pirataria, a tendência seria acabar aos poucos com a indústria do disco e passar a algo como a venda de engenhocas para portar música digital.

Viagem pra caralho, mas se rolar é bem provável de esse ser o último disco do Deep Purple. Não arrisco muito ponderar sobre quando será o fim deles. Já tiveram fins demais pra poder dizer ao certo.

Ainda outro dia eu estava futricando meu imenso arquivo de recortes e encontrei as duas revistas-pôster que a finada revista Somtrês fez com o Deep Purple, em 1983 e 1984. A primeira dizia "Deep Purple - a banda que um dia vai voltar". E a outra era de logo após o lançamento de Perfect Strangers. Nada é definitivo em se tratando de Deep Purple. E isso é que é fascinante.

No fórum gringo, há mais de um ano, um cara levantou a idéia de que o Deep Purple segue a idéia de "Roundabout", carrossel. Que, por sinal, era o primeiro nome da banda. Seria um sexteto de músicos, sendo que três seriam fixos e os outros se revezariam em torno deles. Uma idéia do maluco do Chris Curtis, baterista do The Searchers, que dividia apartamento com o Jon Lord e era pirado o bastante para forrar as paredes do apartamento com papel-alumínio.

Também nesse fórum, li a frase de que o Deep Purple é maior do que a soma de suas partes. Sozinho o Gillan faz Dreamcatcher, o Blackmore toca Greensleeves no violão, o Lord compõe concertos de piano, o Glover desenha (e bem pra caralho), o Paice dá oficinas de bateria, o Morse pilota aviões e o Don Airey toca como músico convidado em trocentas bandas. Juntos, sob o nome de Deep Purple, eles fazem chover. Essa é a mágica.

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