quinta-feira, 20 de dezembro de 2007
"Olá! Bem-vindos à reunião do Led Zeppelin!"
O Deep Purple tocou para uma exclusiva platéia de mil amigos de um banqueiro suíço, dia 18. Ao abrir o show, Ian Gillan disse a frase acima. Um trechinho para os mortais:
quarta-feira, 19 de dezembro de 2007
O rei da velocidade
Uma das minhas músicas favoritas do Deep Purple é Speed King. Tenho versões dela desde que ela se chamava Kneel and Pray, incluindo o elo perdido do festival de Montreux de 1969 - dois anos antes do famoso incêndio que vocês já conhecem.
Por obra e graça do Vitor Banana Benvindo, do Mofodeu, tirei um tempinho para fazer algo pelo Purpendicular e gravei um novo podcast para passar no programa. Editei por aqui e fiz uma versão para o Purpendicular. É o Purpendicular In Pod 2, desta vez com tudo o que você queria saber sobre Speed King mas não sabia para quem perguntar.
Incluí algumas informações do Wordography que o mestre fez sobre Speed King. Fiz uma tradução para o português mas só entra depois. Logo no comecinho deste blog, fiz um clássicos Purpendicular com uma boa pesquisa sobre as raízes da música. Na época, não se conhecia ainda a gravação de Montreux 1969.
Ouve lá:
Os podcasts do Purpendicular passam a ser, a partir deste, arquivados no Gafanhoto, o site/casa das idéias do amigo Cazé Peçanha, da MTV. Role na grama você também, clicando aqui.
Quer ouvir o primeiro podcast do blog, com o relato da viagem para Londres e da peregrinação pelos locais sagrados do Purple? Está aqui embaixo:
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sábado, 15 de dezembro de 2007
Led Zeppelin - entre o passado e o futuro
LED ZEPPELIN - ENTRE O PASSADO E O FUTURO
Robert Plant, o ex-vocalista do Led Zeppelin, anunciou que vai fazer uma turnê com a cantora Allison Krauss, com quem gravou o belíssimo disco "Raising Sand". Isso de certa forma enterrou as esperanças de uma turnê seguir-se ao show mais concorrido do mundo, ocorrido dia 10 na O2 Arena.
E eu acho que está certo ele.
O show da O2 Arena foi emocionante, pelo pouco que vi. Pelo um pouco mais que ouvi do som, eles tocaram como dignos sessentões que sabem muito bem o que fazem - mais ou menos o mesmo que o Deep Purple faz. Mas é duro mergulhar na rotina do Deep Purple atual. Hoje, a grana de verdade está em fazer turnês mundiais, visitando vários países. O Purple faz hoje muito mais shows e visita muito mais países do que quando seus membros tinham vinte e poucos anos de idade. Há cinco anos, o tecladista Jon Lord não agüentou o tirão e pediu pra sair. Afinal, eles são senhores pra lá da meia-idade. Todos sentimos falta dele, mas eu entendo seus motivos.
Minha grande referência é sempre o Deep Purple. Nos anos 70, Led Zeppelin e Deep Purple (e outros!) representavam facetas da excelência a que o rock poderia chegar.
Sendo um único show, o da O2 Arena só tende a engrossar a mitologia do Led Zeppelin - quem conseguiu estar lá contará aos netos, quem não esteve que compre o DVD. Caso se desenvolva em uma turnê mundial, ou mesmo uma volta da banda, isso corre o risco de tirar a força da volta. Ter acabado em 1980, com uma só formação, foi um fator importante para o Led Zeppelin ter desenvolvido uma mitologia mais enraizada do que o Deep Purple, com suas várias voltas e mudanças de formação.
Quando o Purple esteve no Brasil pela primeira vez, em 1991, com sua quinta formação, foi um sucesso danado - embora o vocalista Joe Lynn Turner não fosse nenhum dos outros gênios que fizeram a glória do grupo e o guitarrista Ritchie Blackmore não estivesse lá em seus melhores dias. Entre 2003 e 2006, já estabelecida a oitava formação e o calendário intenso de turnês, o Deep Purple veio ao Brasil três vezes. Na de 2005, lembro de um amigo ter dito algo como "não vou; ano que vem eles estão aí de novo". E de fato estavam. Eu não me queixo, mas é inegável que isso tira o impacto da novidade.
"Percy" Plant tem mais uma coisa que explica sua posição, e que é o melhor argumento possível: sua carreira solo está num dos momentos mais inspirados. O disco "Raising Sand" lembra muito pouco o velho Led Zeppelin, mas é a melhor coisa nova que ouvi nos últimos tempos. Ao preferir Allison Kraus a Jimmy Page como parceria para uma turnê, Plant acerta em cheio.
Entre apostar no passado e apostar no futuro, é sempre mais sábio apostar no futuro. Especialmente para um homem que já experimentou os louros do sucesso com o Led Zeppelin quando era jovem e magro, gritava sem esforço e nunca tinha ouvido falar em Aids. Se ele deixasse de lado a turnê de seu belo novo disco, deixaria de investir no músico experiente que é hoje para viver pelo menos temporariamente das glórias do rapaz cobiçado que um dia foi, mas que nunca mais vai voltar a ser.
Eu adoraria assistir a um show do Led Zeppelin ao vivo. Não seria a mesma coisa, como os shows do Purple hoje não são a mesma coisa da minha fase favorita deles (de quando eu sequer era nascido). Mantenho meu profundo respeito por eles se não houver. Afinal, passei 15 anos ouvindo o Led sabendo que nunca veria um show do grupo. Agora: se Plant vier ao Brasil com a turnê de seu novo disco, eu não perco de jeito nenhum.
Robert Plant, o ex-vocalista do Led Zeppelin, anunciou que vai fazer uma turnê com a cantora Allison Krauss, com quem gravou o belíssimo disco "Raising Sand". Isso de certa forma enterrou as esperanças de uma turnê seguir-se ao show mais concorrido do mundo, ocorrido dia 10 na O2 Arena.
E eu acho que está certo ele.
O show da O2 Arena foi emocionante, pelo pouco que vi. Pelo um pouco mais que ouvi do som, eles tocaram como dignos sessentões que sabem muito bem o que fazem - mais ou menos o mesmo que o Deep Purple faz. Mas é duro mergulhar na rotina do Deep Purple atual. Hoje, a grana de verdade está em fazer turnês mundiais, visitando vários países. O Purple faz hoje muito mais shows e visita muito mais países do que quando seus membros tinham vinte e poucos anos de idade. Há cinco anos, o tecladista Jon Lord não agüentou o tirão e pediu pra sair. Afinal, eles são senhores pra lá da meia-idade. Todos sentimos falta dele, mas eu entendo seus motivos.
Minha grande referência é sempre o Deep Purple. Nos anos 70, Led Zeppelin e Deep Purple (e outros!) representavam facetas da excelência a que o rock poderia chegar.
Sendo um único show, o da O2 Arena só tende a engrossar a mitologia do Led Zeppelin - quem conseguiu estar lá contará aos netos, quem não esteve que compre o DVD. Caso se desenvolva em uma turnê mundial, ou mesmo uma volta da banda, isso corre o risco de tirar a força da volta. Ter acabado em 1980, com uma só formação, foi um fator importante para o Led Zeppelin ter desenvolvido uma mitologia mais enraizada do que o Deep Purple, com suas várias voltas e mudanças de formação.
Quando o Purple esteve no Brasil pela primeira vez, em 1991, com sua quinta formação, foi um sucesso danado - embora o vocalista Joe Lynn Turner não fosse nenhum dos outros gênios que fizeram a glória do grupo e o guitarrista Ritchie Blackmore não estivesse lá em seus melhores dias. Entre 2003 e 2006, já estabelecida a oitava formação e o calendário intenso de turnês, o Deep Purple veio ao Brasil três vezes. Na de 2005, lembro de um amigo ter dito algo como "não vou; ano que vem eles estão aí de novo". E de fato estavam. Eu não me queixo, mas é inegável que isso tira o impacto da novidade.
"Percy" Plant tem mais uma coisa que explica sua posição, e que é o melhor argumento possível: sua carreira solo está num dos momentos mais inspirados. O disco "Raising Sand" lembra muito pouco o velho Led Zeppelin, mas é a melhor coisa nova que ouvi nos últimos tempos. Ao preferir Allison Kraus a Jimmy Page como parceria para uma turnê, Plant acerta em cheio.
Entre apostar no passado e apostar no futuro, é sempre mais sábio apostar no futuro. Especialmente para um homem que já experimentou os louros do sucesso com o Led Zeppelin quando era jovem e magro, gritava sem esforço e nunca tinha ouvido falar em Aids. Se ele deixasse de lado a turnê de seu belo novo disco, deixaria de investir no músico experiente que é hoje para viver pelo menos temporariamente das glórias do rapaz cobiçado que um dia foi, mas que nunca mais vai voltar a ser.
Eu adoraria assistir a um show do Led Zeppelin ao vivo. Não seria a mesma coisa, como os shows do Purple hoje não são a mesma coisa da minha fase favorita deles (de quando eu sequer era nascido). Mantenho meu profundo respeito por eles se não houver. Afinal, passei 15 anos ouvindo o Led sabendo que nunca veria um show do grupo. Agora: se Plant vier ao Brasil com a turnê de seu novo disco, eu não perco de jeito nenhum.
sábado, 17 de novembro de 2007
Lay Down, Stay Down
No vídeo abaixo, o grande Abdalla estréia na banda Big Balls, cantando "Lay Down, Stay Down" e "No No No" ao lado do guitarrista Xando Zupo - leitor de longa data deste blog, a quem eu vinha devendo uma visita a um show há muito tempo. Ainda por cima era aniversário dele.
Ao fundo, não dá pra ver, mas estão o tecladista Márcio Porto (da Fireball) e o baterista Ivan Scartezzini (da Born Again). À esquerda de quem olha pro Abdalla está o baixista Luiz Fernando.
Fiquei babando em ver que o Xando REALMENTE sabe improvisar do mesmo jeito que o Blackmore. Porque tocar os riffs e solos nota por nota até eu aprendo, se olhar numa revista de guitarra. O mais difícil é pensar como o Blackmore, com cabeça e dedos, na hora de improvisar. O Xando faz isso, como vocês podem ver no vídeo abaixo. (Aliás, Abdalla, tu improvisou na letra de No No No igual ao Gillan, hem?)
O show, no Café Aurora, foi ducacete, só com lados B das melhores bandas de rock que já pisaram no planeta. Mesmo quando era algo mais conhecido (tipo "We Will Rock You", do Queen), era em versões menos pop. "No No No" teve até Mickey Mouse e "Speed King" começou com "you were good, I was bad" - pra quem é do ramo.
Dia 20 tem mais um - desta vez, só com Deep Purple. Vou pegar os dados e posto aqui.
Ao fundo, não dá pra ver, mas estão o tecladista Márcio Porto (da Fireball) e o baterista Ivan Scartezzini (da Born Again). À esquerda de quem olha pro Abdalla está o baixista Luiz Fernando.
Fiquei babando em ver que o Xando REALMENTE sabe improvisar do mesmo jeito que o Blackmore. Porque tocar os riffs e solos nota por nota até eu aprendo, se olhar numa revista de guitarra. O mais difícil é pensar como o Blackmore, com cabeça e dedos, na hora de improvisar. O Xando faz isso, como vocês podem ver no vídeo abaixo. (Aliás, Abdalla, tu improvisou na letra de No No No igual ao Gillan, hem?)
O show, no Café Aurora, foi ducacete, só com lados B das melhores bandas de rock que já pisaram no planeta. Mesmo quando era algo mais conhecido (tipo "We Will Rock You", do Queen), era em versões menos pop. "No No No" teve até Mickey Mouse e "Speed King" começou com "you were good, I was bad" - pra quem é do ramo.
Dia 20 tem mais um - desta vez, só com Deep Purple. Vou pegar os dados e posto aqui.
terça-feira, 30 de outubro de 2007
Hughes toca Stormbringer no Brasil
Este é Glenn Hughes tocando Stormbringer no Rio.
A resenha você lê depois no Mofodeu. Diz o Vitor que até santo baixou no terreiro, numa invocação à alma de Tommy Bolin.
Eu, infelizmente, não consegui ir ao show paulistano.
A resenha você lê depois no Mofodeu. Diz o Vitor que até santo baixou no terreiro, numa invocação à alma de Tommy Bolin.
Eu, infelizmente, não consegui ir ao show paulistano.
Os sertanejos também curtem o Deep Purple
Há algum tempo, o colunista do JT Diogo Salles escreveu um artigo fazendo um elogio do brega no rock. Agora, o jornal publica uma resposta escrita por Zezé Di Camargo que, convenhamos, me surpreendeu:
Zezé sabe do que fala, talvez por ser leitor do Purpendicular. No ano passado, fiz as contas e descobri que 70,23% das canções do Whitesnake têm a palavra "love" no título.
Não é a primeira vez nos últimos tempos em que um cantor sertanejo me surpreende citando o Deep Purple. Edson, da dupla Edson & Hudson, também andou falando isso recentemente.
Nas comunidades sobre o Deep Purple no Orkut, quando postei a informação, o pessoal comentou que pode ser a influência dos duetos entre Coverdale e Hughes. Sem falar na indumentária do Ritchie Blackmore.
Continuando desse jeito, dia desses o Coverdale vai processar o Wando por uso indevido da letra inédita de "Fire'n'Passion".
E você, o que acha? Tirando "Anyone's Daughter", o que o Deep Purple tem a ver com o sertanejo? O que "Is This Love" tem a ver com "É o Amor"?
Se você faz parte do Orkut, clique aqui e vote na enquete.
- Para finalizar, você, como roqueiro e fã de Whitesnake, há de convir que o David Coverdale quando veio do Deep Purple e fundou o Whitesnake, deu um tratamento (como diriam?) brega para as letras da banda. Aliás, em termos de letras, é o grupo que mais fala de amor. Não precisa ir muito. Basta analisar os títulos das músicas (Is This love, Looking for love). Mas uma coisa é certa, e isso prova que, de amor, o Brasil entende bem. Em 1985, substituindo o Def Leppard no Rock In Rio, o Whitesnake passou a se consagrar no nosso país com esta apresentação. Sendo assim, dou a mão à plamatória: Diogo e tantos outros que ainda estampam a camiseta do preconceito, vamos vestir a camiseta dos ‘bregas’, se assim preferirem rotular, ou dos puros, como prefiro chamar. E cantar "É o Amor" em todos os sons e tons. Não acredito que as 25 milhões de pessoas que compraram nossos CDs até hoje estejam todas erradas.
Zezé sabe do que fala, talvez por ser leitor do Purpendicular. No ano passado, fiz as contas e descobri que 70,23% das canções do Whitesnake têm a palavra "love" no título.
Não é a primeira vez nos últimos tempos em que um cantor sertanejo me surpreende citando o Deep Purple. Edson, da dupla Edson & Hudson, também andou falando isso recentemente.
Nas comunidades sobre o Deep Purple no Orkut, quando postei a informação, o pessoal comentou que pode ser a influência dos duetos entre Coverdale e Hughes. Sem falar na indumentária do Ritchie Blackmore.
Continuando desse jeito, dia desses o Coverdale vai processar o Wando por uso indevido da letra inédita de "Fire'n'Passion".
E você, o que acha? Tirando "Anyone's Daughter", o que o Deep Purple tem a ver com o sertanejo? O que "Is This Love" tem a ver com "É o Amor"?
Se você faz parte do Orkut, clique aqui e vote na enquete.
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segunda-feira, 22 de outubro de 2007
Beethoven?
Não. O compositor de concertos grisalho aí em cima é o Jon Lord, apresentando o Concerto de Durham no sábado.
sábado, 20 de outubro de 2007
Concerto de Durham
Jon Lord apresenta hoje, na universidade inglesa de Durham, sua mais nova peça orquestral: o Concerto de Durham, composto para comemorar os 175 anos da universidade e com alguns trechos disponíveis nesse site linkado.
A universidade recorreu ao sábio dos teclados porque, apesar de ser uma instituição bastante tradicional, ainda não é conhecida no exterior tanto quanto Oxford ou Cambridge. O Concerto será apresentado depois de hoje em países exportadores de estudantes, para tornar a universidade conhecida.
O site da universidade descreve assim a obra:
- O concerto de 45 minutos contém influências de jazz, ragtime, rock e até de música folk da Nortúmbria, incluindo um antigo lamento de mineiros. Consiste em seis movimentos, arranjados em três partes: Manhã, Tarde e Noite. A Manhã descreve a Catedral ao alvorescer e a cidade ganhando vida. A Tarde começa com um movimento representando o evento histórico em que os monges garregaram o corpo de São Cuthbert de Lindisfarne, e conclui com o compositor contemplando a maravilhosa vista da Ponte das Prebendas. A última seção, Noite, captura o elevado espírito de um baile de estudantil e de uma Gala de Mineiros, e termina com um momento imponente, mas empolgante, em homenagem à Catedral.
Nos trechos disponíveis na internet, é possível ouvir trechos que soam como o mais recente disco de Lord, "Beyond the Notes", e de sua primeira obra orquestral, o nosso Concerto para Grupo e Orquestra.
Será que Durham tem um bom curso de pós-graduação em ciências políticas com bolsas para jornalistas brasileiros?
sexta-feira, 19 de outubro de 2007
Here be friends, here be heroes
Mestre Jon Lord finalmente abriu seu novo website oficial. O anterior, PicturedWithin, era basicamente um site de fã com a bênção do mestre (o que não é pouca coisa). Mas não vinha sendo atualizado há um bom tempo. Assim sendo, minhas boas vindas ao mestre.
domingo, 14 de outubro de 2007
Turner suspende a turnê
Joe Lynn Turner cancelou a turnê sul-americana que faria. Assim, ele não vem mais ao Brasil. O Purpendicular vinha tentando uma entrevista com ele em virtude da turnê, mas assim sendo fica para uma próxima vez.
sábado, 6 de outubro de 2007
quarta-feira, 26 de setembro de 2007
Smoke over Beethoven
Ao longo dos anos, já li, ouvi e passei adiante todo tipo de explicação sobre a origem do riff de Smoke on the Water. Minha favorita é a que coloca Tom Jobim na história, com a introdução da música "Maria Moita".
Em entrevista à CNN, porém (veja aqui), Ritchie Blackmore dá outra versão: segundo ele, nosso querido dã-dã-dã é o tema da Quinta Sinfonia de Beethoven tocado ao contrário. É a primeira vez que eu o vejo dizer isso. "Isso significa que eu devo uma grana preta a Beethoven", disse Blackmore.
Não faz sentido: enquanto o riff de Smoke on the Water tem quatro notas, o da Quinta tem duas: tchan-tchan-tchan-tchaaaaan...
Já havia visto anteriormente um paralelo entre Smoke on the Water e a Quinta na questão do poder da simplicidade. Quinta ao contrário, é a primeira vez.
Mas, como foi o Blackmore quem compôs e eu toco mal pra cacilda, quem sou eu pra tirar sarro, certo?
O entrevistador - que não conseguiu aprender o riff nem com o Blackmore ensinando - também pergunta se alguma vez na vida o guitarrista já cansou de tocar nosso querido dã-dã-dã. Ele responde:
-- Absolutamente nunca. È um riff que todos devemos ter em nossas mentes. Toda noite quando eu vou dormir, eu lembro dele e penso: "nossa, sou muito feliz por ter escrito o pam-pam-pam, pam-pam-param...".
Em entrevista à CNN, porém (veja aqui), Ritchie Blackmore dá outra versão: segundo ele, nosso querido dã-dã-dã é o tema da Quinta Sinfonia de Beethoven tocado ao contrário. É a primeira vez que eu o vejo dizer isso. "Isso significa que eu devo uma grana preta a Beethoven", disse Blackmore.
Não faz sentido: enquanto o riff de Smoke on the Water tem quatro notas, o da Quinta tem duas: tchan-tchan-tchan-tchaaaaan...
Já havia visto anteriormente um paralelo entre Smoke on the Water e a Quinta na questão do poder da simplicidade. Quinta ao contrário, é a primeira vez.
Mas, como foi o Blackmore quem compôs e eu toco mal pra cacilda, quem sou eu pra tirar sarro, certo?
O entrevistador - que não conseguiu aprender o riff nem com o Blackmore ensinando - também pergunta se alguma vez na vida o guitarrista já cansou de tocar nosso querido dã-dã-dã. Ele responde:
-- Absolutamente nunca. È um riff que todos devemos ter em nossas mentes. Toda noite quando eu vou dormir, eu lembro dele e penso: "nossa, sou muito feliz por ter escrito o pam-pam-pam, pam-pam-param...".
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terça-feira, 18 de setembro de 2007
Fênix
O Deep Purple voltou em 1984, depois de oito anos parado. A volta foi chamada de caça-níqueis na época. Depois, ficou comum bandas voltarem para homenagear a si próprias - mas praticamente só o Deep Purple voltou a ser uma banda que dá a cara a tapa produzindo coisas novas consistentemente.
Em novembro, duas ótimas bandas farão um tributo a seu passado glorioso em Londres: Led Zeppelin (com Jason Bonham na bateria) e Sex Pistols (que já voltou duas ou três vezes antes). O Led vai homenagear o produtor Ahmet Ertegun - o cidadão que assinou o contrato deles com a Atlantic Records. Os Pistols vão homenagear os 30 anos do disco "Nevermind the Bollocks".
Ambos valem a pena para quem estiver a fim de vender a mãe pra ver grandes bandas fazendo grandes shows. Eu, pessoalmente, só vendo a minha se um dia rolar aquele show proposto pelo Jon Lord, reunindo todos os ex-membros do Deep Purple. Mas só o Jon Lord e os ex-membros da Mk3 e da Mk5 (menos o Blackmore) são a favor, portanto minha genitora pode dormir sossegada.
Em novembro, duas ótimas bandas farão um tributo a seu passado glorioso em Londres: Led Zeppelin (com Jason Bonham na bateria) e Sex Pistols (que já voltou duas ou três vezes antes). O Led vai homenagear o produtor Ahmet Ertegun - o cidadão que assinou o contrato deles com a Atlantic Records. Os Pistols vão homenagear os 30 anos do disco "Nevermind the Bollocks".
Ambos valem a pena para quem estiver a fim de vender a mãe pra ver grandes bandas fazendo grandes shows. Eu, pessoalmente, só vendo a minha se um dia rolar aquele show proposto pelo Jon Lord, reunindo todos os ex-membros do Deep Purple. Mas só o Jon Lord e os ex-membros da Mk3 e da Mk5 (menos o Blackmore) são a favor, portanto minha genitora pode dormir sossegada.
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domingo, 16 de setembro de 2007
Radio One, you're the only one - for me!
No dia 30 de setembro, a rádio BBC 1 completa 40 anos. Lá pelos idos de 1967, apenas as rádios piratas tocavam roquenrôu mais ousado do que Beatles. Quando ela foi criada, tudo estourou - de Jimi Hendrix (que compôs a letra do título) a Led Zeppelin e Deep Purple.
Boa parte do rock inglês passou por aqueles estúdios, e é claro que grandes momentos do Purple estiveram lá. Foi na BBC que eles tocaram publicamente pela primeira vez na Inglaterra com a Mk1, por exemplo, uma semana depois de gravarem o Shades of Deep Purple. Houve um show antes, na Dinamarca, em que eles anunciaram que "Roundabout é o caralho, nosso nome agora é Deep Purple, porra".
Foi na BBC que o Deep Purple tocou Kneel and Pray, em 29 de agosto de 1969, poucos dias depois de a música ser tocada em Amsterdã, num dos mais antigos piratas conhecidos da Mk2. Era assim:
Dois meses depois, em 31 de outubro, eles voltam aos estúdios pra tocar a mesma música com uma nova letra. Vocês conhecem:
Nesse meio tempo, eles já haviam estreado a nova letra no festival de jazz de Montreux, em 4 de outubro. O Gillan não fazia idéia de que ritmo queria dar à música, nem tinha escrito direito a letra, mas matou a pau. No dia 14, eles estavam no estúdio batendo ponto pra gravar a versão com o piano, homenageando Jerry Lee Lewis.
No dia em que eles tocaram a nova música no estúdio da BBC, eles também tocaram uma "nova" música - John Stew. Por acaso, muito parecida com What Do You Want, dos Yardbirds.
Também foi na BBC, em 9 de setembro de 1970, que o Deep Purple estreou o single Black Night. E, no dia 23 daquele mês, o locutor pediu pra eles entrarem no estúdio e trazerem uma coisa nova. Trouxeram Grabsplatter, uma instrumental que saiu no The Anthology (1985) e que tinha tudo a ver com uma faixa gravada pelo Blackmore e pelo Paice no disco "Green Bullfrog", gravado em fevereiro.
Hoje, a rádio está bem diferente. Não toca nenhum tipo de música que me agrade. Mas claro: ela toca o que tem de mais novo na música britânica, e o que me agrada era o que havia de mais novo alguns anos antes de eu nascer.
De qualquer forma, os 40 anos da Radio One merecem ser celebrados por todo fã da pegada inglesa sobre o rock.
Boa parte do rock inglês passou por aqueles estúdios, e é claro que grandes momentos do Purple estiveram lá. Foi na BBC que eles tocaram publicamente pela primeira vez na Inglaterra com a Mk1, por exemplo, uma semana depois de gravarem o Shades of Deep Purple. Houve um show antes, na Dinamarca, em que eles anunciaram que "Roundabout é o caralho, nosso nome agora é Deep Purple, porra".
Foi na BBC que o Deep Purple tocou Kneel and Pray, em 29 de agosto de 1969, poucos dias depois de a música ser tocada em Amsterdã, num dos mais antigos piratas conhecidos da Mk2. Era assim:
- You were good
I was bad
I just want everything you had
Good loving is meant for two
A bit for me and a bit for you
Oh please, set me free
Stop my misery - OH!
Dois meses depois, em 31 de outubro, eles voltam aos estúdios pra tocar a mesma música com uma nova letra. Vocês conhecem:
- Good Golly, said the little miss Molly
While she was rocking in the house of blue light
Tutti Frutti was oh, so rooty
When whe was rocking to the east and west
Come on baby, drive me crazy
Do it, do it - AAAAAAAAHHHH!!!!
Nesse meio tempo, eles já haviam estreado a nova letra no festival de jazz de Montreux, em 4 de outubro. O Gillan não fazia idéia de que ritmo queria dar à música, nem tinha escrito direito a letra, mas matou a pau. No dia 14, eles estavam no estúdio batendo ponto pra gravar a versão com o piano, homenageando Jerry Lee Lewis.
No dia em que eles tocaram a nova música no estúdio da BBC, eles também tocaram uma "nova" música - John Stew. Por acaso, muito parecida com What Do You Want, dos Yardbirds.
Também foi na BBC, em 9 de setembro de 1970, que o Deep Purple estreou o single Black Night. E, no dia 23 daquele mês, o locutor pediu pra eles entrarem no estúdio e trazerem uma coisa nova. Trouxeram Grabsplatter, uma instrumental que saiu no The Anthology (1985) e que tinha tudo a ver com uma faixa gravada pelo Blackmore e pelo Paice no disco "Green Bullfrog", gravado em fevereiro.
Hoje, a rádio está bem diferente. Não toca nenhum tipo de música que me agrade. Mas claro: ela toca o que tem de mais novo na música britânica, e o que me agrada era o que havia de mais novo alguns anos antes de eu nascer.
De qualquer forma, os 40 anos da Radio One merecem ser celebrados por todo fã da pegada inglesa sobre o rock.
domingo, 9 de setembro de 2007
Venha provar a banda
Achei agora há pouco um arquivo com todas as cifras de Come Taste the Band. Se você toca violão, é um prato cheio.
quinta-feira, 6 de setembro de 2007
Nessun Dorma
Morreu hoje o tenor Luciano Pavarotti. O cantor italiano era amigo do Ian Gillan desde 2001, quando o Deep Purple participou do Pavarotti and Friends, em Módena (Itália). Gillan cantou com ele uma versão em inglês de Nessun Dorma.
Em 2005, quando o CD Gillan's Inn estava sendo gravado, rolou a história de que Pavarotti cantaria em Smoke on the Water - o que não aconteceu. De fato, o cantor já estava afastado dos palcos. Desde 2006, ele tinha diagnosticado um câncer no pâncreas.
No DVD Highway Star, que conta a carreira do Ian Gillan, o tenor diz que Gillan ou é um gênio ou é um doido por topar cantar uma das músicas mais queridas dos fãs de ópera. E ele conclui: só pode ser um gênio. Pavarotti também diz admirar Gillan porque, enquanto um cantor lírico tem que cantar exatamente do mesmo jeito sempre, um cantor de rock pode recriar o ato toda noite.
Isso se mostrou nas colaborações entre os dois, também. Em cada uma das vezes em que Gillan cantou com Pavarotti, ele cantou uma letra diferente para Nessun Dorma. Na primeira, Gillan compôs uma letra em inglês preservando mais o ritmo ("no, no, I'll cry till the morning, cuando la luce splenderà"). Na segunda vez, em 2003, ele fez mais respeitando o texto original ("I will keep it till the morning, cuando la luce splenderà"). O vídeo da segunda vez só tem, que eu saiba, no DVD do Gillan.
Meus respeitos ao tenor. Fiquem abaixo com sua colaboração com o Ian Gillan.
EDITADO: Segue abaixo a homenagem feita por Ian Gillan ao tenor.
Luciano Pavarotti
Eu nunca vou esquecer a alegria daquelas experiências com o Maestro.
Nesta noite, haverá duas estrelas extras no céu, as mais brilhantes de todas - seus olhos cintilantes.
Ele foi um artista titânico - o maior tenor de todos os tempos.
Ele era um homem generoso e gentil.
Obrigado, Luciano,
ig
Em 2005, quando o CD Gillan's Inn estava sendo gravado, rolou a história de que Pavarotti cantaria em Smoke on the Water - o que não aconteceu. De fato, o cantor já estava afastado dos palcos. Desde 2006, ele tinha diagnosticado um câncer no pâncreas.
No DVD Highway Star, que conta a carreira do Ian Gillan, o tenor diz que Gillan ou é um gênio ou é um doido por topar cantar uma das músicas mais queridas dos fãs de ópera. E ele conclui: só pode ser um gênio. Pavarotti também diz admirar Gillan porque, enquanto um cantor lírico tem que cantar exatamente do mesmo jeito sempre, um cantor de rock pode recriar o ato toda noite.
Isso se mostrou nas colaborações entre os dois, também. Em cada uma das vezes em que Gillan cantou com Pavarotti, ele cantou uma letra diferente para Nessun Dorma. Na primeira, Gillan compôs uma letra em inglês preservando mais o ritmo ("no, no, I'll cry till the morning, cuando la luce splenderà"). Na segunda vez, em 2003, ele fez mais respeitando o texto original ("I will keep it till the morning, cuando la luce splenderà"). O vídeo da segunda vez só tem, que eu saiba, no DVD do Gillan.
Meus respeitos ao tenor. Fiquem abaixo com sua colaboração com o Ian Gillan.
EDITADO: Segue abaixo a homenagem feita por Ian Gillan ao tenor.
Luciano Pavarotti
Eu nunca vou esquecer a alegria daquelas experiências com o Maestro.
Nesta noite, haverá duas estrelas extras no céu, as mais brilhantes de todas - seus olhos cintilantes.
Ele foi um artista titânico - o maior tenor de todos os tempos.
Ele era um homem generoso e gentil.
Obrigado, Luciano,
ig
sexta-feira, 31 de agosto de 2007
Turner também vem ao Brasil
Depois do Glenn Hughes, o Joe Lynn Turner anunciou sua turnê pelo Brasil. A dica é do Marco Almada:
30 de novembro - "Opera 1", Curitiba
01 de dezembro - "Teatro Rival", Rio de Janeiro
02 de dezembro - "Victoria Hall", São Paulo
O Victoria Hall fica em São Caetano, pelo que eu consegui pesquisar. O Teatro Rival, no Rio, me parece o mais legal de todos: fica na Cinelândia, perto da Biblioteca Nacional. Um dos lugares de que tenho as melhores memórias no Rio.
Preparem seu bolso, trabalhem dobrado, joguem na loto: este final de ano será cruel com os fãs do Deep Purple.
30 de novembro - "Opera 1", Curitiba
01 de dezembro - "Teatro Rival", Rio de Janeiro
02 de dezembro - "Victoria Hall", São Paulo
O Victoria Hall fica em São Caetano, pelo que eu consegui pesquisar. O Teatro Rival, no Rio, me parece o mais legal de todos: fica na Cinelândia, perto da Biblioteca Nacional. Um dos lugares de que tenho as melhores memórias no Rio.
Preparem seu bolso, trabalhem dobrado, joguem na loto: este final de ano será cruel com os fãs do Deep Purple.
quinta-feira, 23 de agosto de 2007
Poupe seus dólares
Sabe aquele disco ao vivo do Deep Purple que você andava louco pra comprar mas só existia em versão importada? Não sacrifique seu cartão de crédito tão rapidamente. A Biplane Records está lançando no Brasil três novos discos do Purple ao vivo, lançados pela Purple Records, que só se conseguia importado.
Todos eles são versões mais completas de discos que já eram conhecidos e reverenciados pelos fãs brasileiros:
Stockholm 70 - É a versão remasterizada do disco antigamente conhecido como Scandinavian Nights, gravado na Suécia durante a turnê de In Rock. Tem versões gloriosamente longas de Child in Time, Wring That Neck e Mandrake Root. Algumas dessas versões você pode encontrar num CDzinho tabajara italiano, de capa preta, vendido em lojas por aí a menos de R$ 10. Prefira esta. (Aliás, não tenho certeza sobre se Scandinavian Nights chegou a ser lançado oficialmente no Brasil. Só lembro de ver em vinil e CD importados.)
Paris 75 - É a íntegra, remasterizada, do último show com o Ritchie Blackmore na Mark 3. Partes dessa performance já saíram anteriormente nos discos Made in Europe e The Final Concerts. Apesar de ser o último dia da terceira formação do Purple, é um de seus melhores momentos ao vivo: o Coverdale não estava mais tão verde quanto no California Jam e no Live in London, sem falar que tem Lady Double Dealer (OBA!). Pra não ficar só nos elogios, eu certamente dispenso a versão de Highway Star que é tocada aí. Tem meia hora de material nunca antes lançado, segundo a DPAS.
This Time Around - É a versão completa, remasterizada e sem edições canhestras daquilo que os fãs mais antigos conheciam como Last Concert in Japan. Vale a pena para conhecer melhor a fase que tem o Tommy Bolin. Embora o guitarrista estivesse num mau momento, o resto da banda estava com todo o gás. Com Bolin travadão, restou ao Lord fazer o riff de Burn, por exemplo - e segurou imensamente bem. Salvo engano, é o primeiro lançamento oficial da Mk4 em CD no Brasil. (O Days May Come and Days May Go que andou circulando há poucos anos nas lojas brasileiras era tabajara.)
Serão edições limitadas, com 1.500 cópias. Não se preocupem: sobrarão 1.499 de cada um para vocês. No site da Biplane, cada um custa R$ 49,90. Já solicitei mais informações.
Mas comprem mesmo: possivelmente, se o selo se empolgar com os lançamentos, pode ter mais coisas a caminho. Lá fora está para sair uma versão integral de Live in London. Sem falar que já foram lançados outros shows ótimos, como Montreux 1969, Perks and Tit (um show antes do California Jam) e Space 1970 (que tem um dos melhores instrumentais do Purple que já ouvi).
Todos eles são versões mais completas de discos que já eram conhecidos e reverenciados pelos fãs brasileiros:
Stockholm 70 - É a versão remasterizada do disco antigamente conhecido como Scandinavian Nights, gravado na Suécia durante a turnê de In Rock. Tem versões gloriosamente longas de Child in Time, Wring That Neck e Mandrake Root. Algumas dessas versões você pode encontrar num CDzinho tabajara italiano, de capa preta, vendido em lojas por aí a menos de R$ 10. Prefira esta. (Aliás, não tenho certeza sobre se Scandinavian Nights chegou a ser lançado oficialmente no Brasil. Só lembro de ver em vinil e CD importados.)
Paris 75 - É a íntegra, remasterizada, do último show com o Ritchie Blackmore na Mark 3. Partes dessa performance já saíram anteriormente nos discos Made in Europe e The Final Concerts. Apesar de ser o último dia da terceira formação do Purple, é um de seus melhores momentos ao vivo: o Coverdale não estava mais tão verde quanto no California Jam e no Live in London, sem falar que tem Lady Double Dealer (OBA!). Pra não ficar só nos elogios, eu certamente dispenso a versão de Highway Star que é tocada aí. Tem meia hora de material nunca antes lançado, segundo a DPAS.
This Time Around - É a versão completa, remasterizada e sem edições canhestras daquilo que os fãs mais antigos conheciam como Last Concert in Japan. Vale a pena para conhecer melhor a fase que tem o Tommy Bolin. Embora o guitarrista estivesse num mau momento, o resto da banda estava com todo o gás. Com Bolin travadão, restou ao Lord fazer o riff de Burn, por exemplo - e segurou imensamente bem. Salvo engano, é o primeiro lançamento oficial da Mk4 em CD no Brasil. (O Days May Come and Days May Go que andou circulando há poucos anos nas lojas brasileiras era tabajara.)
Serão edições limitadas, com 1.500 cópias. Não se preocupem: sobrarão 1.499 de cada um para vocês. No site da Biplane, cada um custa R$ 49,90. Já solicitei mais informações.
Mas comprem mesmo: possivelmente, se o selo se empolgar com os lançamentos, pode ter mais coisas a caminho. Lá fora está para sair uma versão integral de Live in London. Sem falar que já foram lançados outros shows ótimos, como Montreux 1969, Perks and Tit (um show antes do California Jam) e Space 1970 (que tem um dos melhores instrumentais do Purple que já ouvi).
sexta-feira, 17 de agosto de 2007
Glenn Hughes a caminho
Já estão confirmados os shows do Glenn Hughes em outubro em São Paulo, Santos e Rio de Janeiro. Falta confirmar o que vai rolar em Curitiba. A princípio, as datas são as que vão abaixo. Aguardem novas informações.
24 de outubro - Master Hall, Curitiba (PR)
26 de outubro - Hakka Eventos (festa Hard'N'Heavy), São Paulo (SP)
27 de outubro - Local a confirmar, Santos (SP)
28 de outubro - Circo Voador, Rio de Janeiro (RJ)
24 de outubro - Master Hall, Curitiba (PR)
26 de outubro - Hakka Eventos (festa Hard'N'Heavy), São Paulo (SP)
27 de outubro - Local a confirmar, Santos (SP)
28 de outubro - Circo Voador, Rio de Janeiro (RJ)
quarta-feira, 15 de agosto de 2007
Blackmore como convidado do Gillan, em 1981
Pesquisando as tretas da banda Gillan, descobri esta raridade que é parte de algo que há muito tempo procuro:
Na foto, estão Bernie Torme, Ritchie Blackmore e Ian Gillan. Ou seja: é aquele show feito depois do natal de 1981, quando Blackmore procurou Gillan pra convidá-lo a participar do Rainbow e Gillan devolveu-lhe o convite. Isso abriu as portas para uma canja e para a futura reformação do Deep Purple. Nunca consegui pirataria desse show.
A foto saiu desta entrevista com Torme, de sete anos atrás. Nela, ele também revela que o Ian Paice fez teste para ser baterista da banda do Gillan. Desistiu porque as músicas eram muito rápidas e ele, além de só ter um pulmão (eu não sabia disso), andava fora de prática havia um ano na época. Depois disso, convidado pelo Jon Lord, foi tocar com o Whitesnake.
Na foto, estão Bernie Torme, Ritchie Blackmore e Ian Gillan. Ou seja: é aquele show feito depois do natal de 1981, quando Blackmore procurou Gillan pra convidá-lo a participar do Rainbow e Gillan devolveu-lhe o convite. Isso abriu as portas para uma canja e para a futura reformação do Deep Purple. Nunca consegui pirataria desse show.
A foto saiu desta entrevista com Torme, de sete anos atrás. Nela, ele também revela que o Ian Paice fez teste para ser baterista da banda do Gillan. Desistiu porque as músicas eram muito rápidas e ele, além de só ter um pulmão (eu não sabia disso), andava fora de prática havia um ano na época. Depois disso, convidado pelo Jon Lord, foi tocar com o Whitesnake.
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O calote do mestre
O DVD recente do Ian Gillan, que eu recomendo, é uma das auto-homenagens mais sinceras e autocríticas que já vi. Muita gente boa fala do problema do Gillan com a marvada da Kátia e tira sarro da briga dele com o Blackmore. Até Colin Towns, tecladista da banda Gillan, é entrevistado - e abre a boca sobre o lado financeiro da banda em que tocou. Ele acusa o mestre de ter dado o calote na banda inteira.
Recapitulando: o Ian Gillan saiu do Deep Purple em 1973. Em 1975, convidado pelo Roger Glover, cantou "Sitting in a Dream" no Butterfly Ball. O disco do show foi gravado no estúdio que Gillan havia comprado, o Kingsway Studio (hoje no lugar do estúdio funciona uma farmácia). Como o mestre se empolgou com os aplausos que recebeu, aproveitou a banda que tocou no disco composto pelo Glover pra compor sua própria banda, a Ian Gillan Band.
Em 1978, a banda trocou de nome para Gillan - e contava com músicos poderosíssimos, como o próprio Towns (a partir de 1973) e o guitarrista Bernie Torme. Teve praticamente uma formação por ano e acabou em 1982. A coisa já estava feia dentro da banda, com as brigas por causa de grana. Os músicos viam a banda tocando pra caramba e não viam o saldo da conta crescer. Apenas Ian Gillan estava contente. Mas quebrado: segundo a mulher dele, o mestre vivia num apartamento onde não cabia sequer um gato.
Nessa época, Gillan dizia estar mal das cordas vocais e que teria de deixar de cantar por um tempo. Em 1983, sai o disco "Born Again", do Black Sabbath, com o Gillan esmerilhando o gogó. Os colegas da banda solo reclamaram: um deles gravou uma música chamada "Because you Lied" (Porque você mentiu). O baterista Mick Underwood, que tocou com Gillan no Episode Six e indicou o vocalista ao amigo Ritchie Blackmore em 1969, não fala com Ian desde essa época.
Recentemente, ex-membros da banda Gillan têm aberto a boca sobre isso em entrevistas. Já li acusações de que Gillan usaria a renda da banda solo pra pagar os altos impostos que deixou de pagar quando cantava no Deep Purple. Bernie Torme e John McCoy acabam de gravar um disco onde, mais uma vez, descascam o mestre. No DVD, Gillan reconhece a burrada e lembra que ele mesmo sofreu com isso. E acha que o negócio é bola pra frente, que isso é passado.
Entendo os motivos dos que sofreram com o caso todo pra continuar putos da vida com o Gillan, embora fique meio mal porque admiro demais o cara. E vocês, o que acham?
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sábado, 28 de julho de 2007
Deep Purple In Pod
DEEP PURPLE IN POD
Vamos expandir um pouco os limites deste blog. Hoje, inauguramos a primeira edição do podcast DEEP PURPLE IN POD, o podcast do Purpendicular. Você pode ouvir neste link ou aqui:
Nesta edição, o podcast traz algumas lembranças da minha viagem a Londres, há poucos dias. Fiz uma peregrinação a alguns dos lugares que marcaram a história da banda. Deixei de tirar fotos de dois deles - o antigo Speakeasy, onde o Gillan cantou pela primeira vez com o Purple, e o estúdio De Lane Lea, onde a maior parte dos primeiros discos foi gravada. O primeiro porque a bateria da máquina estava enchendo o saco, o segundo porque um mendigo estava enchendo o saco.
Antes, vejam as músicas tocadas no podcast, em ordem:
1. Grabsplatter - na BBC
2. Child in Time - Ian Gillan Band
3. Kneel and Pray - na BBC
4. Bloodsucker - na BBC
5. Black Night - na BBC
6. Aranea - Butterfly Ball, ao vivo (cantada por Judi Kuhl, ex-mulher do Roger Glover)
7. 69 - Abandon
8. Show me the Way to Go Home - outtake, 1971
Posto algumas imagens nos próximos dias.
Vamos expandir um pouco os limites deste blog. Hoje, inauguramos a primeira edição do podcast DEEP PURPLE IN POD, o podcast do Purpendicular. Você pode ouvir neste link ou aqui:
Nesta edição, o podcast traz algumas lembranças da minha viagem a Londres, há poucos dias. Fiz uma peregrinação a alguns dos lugares que marcaram a história da banda. Deixei de tirar fotos de dois deles - o antigo Speakeasy, onde o Gillan cantou pela primeira vez com o Purple, e o estúdio De Lane Lea, onde a maior parte dos primeiros discos foi gravada. O primeiro porque a bateria da máquina estava enchendo o saco, o segundo porque um mendigo estava enchendo o saco.
Antes, vejam as músicas tocadas no podcast, em ordem:
1. Grabsplatter - na BBC
2. Child in Time - Ian Gillan Band
3. Kneel and Pray - na BBC
4. Bloodsucker - na BBC
5. Black Night - na BBC
6. Aranea - Butterfly Ball, ao vivo (cantada por Judi Kuhl, ex-mulher do Roger Glover)
7. 69 - Abandon
8. Show me the Way to Go Home - outtake, 1971
Posto algumas imagens nos próximos dias.
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sexta-feira, 27 de julho de 2007
In Pod
Estou preparando para este final de semana a primeira edição do IN POD, o podcast do Purpendicular. A primeira edição terá material da minha viagem a Londres, na semana passada.
Quem é muçulmano sempre sonha visitar Meca. Quem é judeu faz de tudo por uma visita ao Muro das Lamentações. Os seguidores de Paulo Coelho sentam e choram no caminho de Santiago de Compostela. Alguns cristãos refazem a via-crúcis em Jerusalém.
Eu, que sou purpleano, caminhei pelas redondezas da Oxford Street, em Londres, para conhecer alguns lugares que marcaram a história do Deep Purple: escritório, estúdios, ruas - e alguns botecos, claro. Muitos desses lugares não têm mais relação com o que já foram. Mas os prédios ainda estão lá.
As narrações, feitas in loco, mostram o som desses lugares, o vento, o cansaço deste gordo subindo a lomba.
Aguardem o IN POD.
Quem é muçulmano sempre sonha visitar Meca. Quem é judeu faz de tudo por uma visita ao Muro das Lamentações. Os seguidores de Paulo Coelho sentam e choram no caminho de Santiago de Compostela. Alguns cristãos refazem a via-crúcis em Jerusalém.
Eu, que sou purpleano, caminhei pelas redondezas da Oxford Street, em Londres, para conhecer alguns lugares que marcaram a história do Deep Purple: escritório, estúdios, ruas - e alguns botecos, claro. Muitos desses lugares não têm mais relação com o que já foram. Mas os prédios ainda estão lá.
As narrações, feitas in loco, mostram o som desses lugares, o vento, o cansaço deste gordo subindo a lomba.
Aguardem o IN POD.
quarta-feira, 11 de julho de 2007
O que Gillan fez com a voz
Há uns três anos, quando alguém diz que o Gillan não tem mais voz porque ele não grita mais, costumo responder que ele mudou o jeito de cantar - que, em vez de tentar imitar depois dos 60 o que fazia aos 20, ele nos últimos anos saboreia mais as palavras, brinca mais com outros recursos da voz como a entonação. Ele nunca tinha falado claramente sobre isso até esta semana, no Q&A de seu site:
"In Rock" foi um catalizador (da minha voz), porque ali foi a primeira vez em que eu me soltei, e depois veio "JC Superstar". Desde então, tem sido toda uma jornada de descoberta. Outro grande momento foi o conselho que eu recebi de Roger Glover há uns cinco ou seis anos. Acho que todos nós deterioramos durante os traumas do começo dos anos 90. Jon Lord, Paicey e Rog se recuperaram bem rápido quando o Stevie entrou pra banda, mas eu nunca me recuperei a ponto de voltar aos altos padrões anteriores até que Rog resolveu o problema. Ele disse que eu devia relaxar, simples assim. Eu sofria em cada nota, o que dava um toque chato à minha voz e limitava severamente o alcance de expressão que eu aproveitava em anos anteriores. Então, eu relaxei, e com a ajuda da meditação e encorajamento do meu querido Roger, tudo voltou.
Houve uma crise semelhante no começo dos anos 80, antes de eu tirar minhas amígdalas. Acho que foi ao me recuperar desses tempos horríveis que eu "descobri" como fui agraciado por ter este instrumento natural, e como eu tenho sorte de ele estar ainda funcionando.
"In Rock" foi um catalizador (da minha voz), porque ali foi a primeira vez em que eu me soltei, e depois veio "JC Superstar". Desde então, tem sido toda uma jornada de descoberta. Outro grande momento foi o conselho que eu recebi de Roger Glover há uns cinco ou seis anos. Acho que todos nós deterioramos durante os traumas do começo dos anos 90. Jon Lord, Paicey e Rog se recuperaram bem rápido quando o Stevie entrou pra banda, mas eu nunca me recuperei a ponto de voltar aos altos padrões anteriores até que Rog resolveu o problema. Ele disse que eu devia relaxar, simples assim. Eu sofria em cada nota, o que dava um toque chato à minha voz e limitava severamente o alcance de expressão que eu aproveitava em anos anteriores. Então, eu relaxei, e com a ajuda da meditação e encorajamento do meu querido Roger, tudo voltou.
Houve uma crise semelhante no começo dos anos 80, antes de eu tirar minhas amígdalas. Acho que foi ao me recuperar desses tempos horríveis que eu "descobri" como fui agraciado por ter este instrumento natural, e como eu tenho sorte de ele estar ainda funcionando.
domingo, 1 de julho de 2007
Soares on the Water
Estão chegando ao Flickr as fotos tiradas na festa de 25 anos de carreira do grande baterista André Gonzales, que toca na Fireball. Eu participei como convidado em duas músicas: Lady Double Dealer e Smoke on the Water. Vejam só que momento.
sábado, 23 de junho de 2007
O mestre do gênio
Parte do motivo pelo qual o Ritchie Blackmore tem aquela presença ao mesmo tempo discreta e inflada no palco é o fato de ele ter tocado com Screaming Lord Sutch nos anos 60. Sutch tinha bandas malucas, homenageando o império romano e Jack, o Estripador. Presença de palco era tudo, até o fim de sua vida. Em 1999, quando Sutch se suicidou, seus amigos cumpriram à risca seu último desejo expresso no testamento: uma grande festa de rock'n'roll até o dia clarear.
Mais de 30 anos antes de dar cabo à vida, porém, Sutch era um gênio do rock. Descobriu grandes como Blackmore e Jeff Beck. Beck, aliás, apareceria no filme "Blow Up", de Michelangelo Antonioni, tocando uma música famosa na versão de Sutch: "Train Kept a-Rolling". No filme, porém, a letra da música foi mudada.
Abaixo, dois vídeos do Lorde Gritão Sutch. O primeiro mostra um Blackmore MUITO novinho tocando (e cantando!) "Jack the Ripper". O segundo mostra Sutch usando o suspeito traje da banda Screaming Lord Sutch and the Roman Empire para cantar a música do cara que entrou no trem e conheceu uma dama que não era muito bonita, mas que ele não podia deixar passar. Chega junto, mocinha maneira, chega junto...
Mais de 30 anos antes de dar cabo à vida, porém, Sutch era um gênio do rock. Descobriu grandes como Blackmore e Jeff Beck. Beck, aliás, apareceria no filme "Blow Up", de Michelangelo Antonioni, tocando uma música famosa na versão de Sutch: "Train Kept a-Rolling". No filme, porém, a letra da música foi mudada.
Abaixo, dois vídeos do Lorde Gritão Sutch. O primeiro mostra um Blackmore MUITO novinho tocando (e cantando!) "Jack the Ripper". O segundo mostra Sutch usando o suspeito traje da banda Screaming Lord Sutch and the Roman Empire para cantar a música do cara que entrou no trem e conheceu uma dama que não era muito bonita, mas que ele não podia deixar passar. Chega junto, mocinha maneira, chega junto...
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sexta-feira, 8 de junho de 2007
A eterna polêmica do setlist
O The Highway Star colocou no ar uma pesquisa para cada um votar quais são as 15 músicas que acha que deviam estar no setlist do Deep Purple.
Só quatro das que eu escolhi ficaram entre as 15 primeiras.
O mais legal é o seguinte: as 15 primeiras não mudam em quase nada a estrutura das últimas turnês. Do que eles não andaram tocando ultimamente, só Anya e Rat Bat Blue. Se for olhar as 25 primeiras, só duas músicas da turnê atual, mais o solo do Steve Morse, não estão na lista.
Ou seja: a gente reclama, reclama, reclama que o setlist é engessado, mas na hora de brincar de escolher a média não varia muito. Continuam as mesmas seis músicas do Machine Head e as mesmas duas do Perfect Strangers.
Ou seja: na média, as escolhas que eles fazem agradam à maioria. Não a cada um especificamente, mas à maioria. Eles acertam ao usar a lógica do "em time que está ganhando não se mexe" - embora um golzinho a mais não faça mal a ninguém.
Só quatro das que eu escolhi ficaram entre as 15 primeiras.
O mais legal é o seguinte: as 15 primeiras não mudam em quase nada a estrutura das últimas turnês. Do que eles não andaram tocando ultimamente, só Anya e Rat Bat Blue. Se for olhar as 25 primeiras, só duas músicas da turnê atual, mais o solo do Steve Morse, não estão na lista.
Ou seja: a gente reclama, reclama, reclama que o setlist é engessado, mas na hora de brincar de escolher a média não varia muito. Continuam as mesmas seis músicas do Machine Head e as mesmas duas do Perfect Strangers.
Ou seja: na média, as escolhas que eles fazem agradam à maioria. Não a cada um especificamente, mas à maioria. Eles acertam ao usar a lógica do "em time que está ganhando não se mexe" - embora um golzinho a mais não faça mal a ninguém.
quinta-feira, 24 de maio de 2007
Sim, Blackmore tem senso de humor
Um violão, uma voz, duas pints de Guinness. Uma câmera. Isso é tudo de que Ritchie Blackmore precisa para mostrar que tem um senso de humor. Ele e o vocalista Dougie White, que fez parte da última formação para o Rainbow, gravaram um improviso acústico na turnê japonesa de 1995. Ele até sorri, brevemente. Alguma alma caridosa pôs no YouTube, um serendipitoso pôs no The Highway Star e eu comento aqui.
Já pensou Ritchie Blackmore tocando Hey Joe no violão? Com uma letra satirizando o caso do O.J. Simpson, conhecido no mundo inteiro na época por ter esfaqueado a esposa? ("O.J., where are you going with that knife in your hand?")
Uma parte engraçada da coisa é quando Blackmore propõe um tema para o cantor improvisar sobre uma "melodia perfeita" que ele tocaria. O tema: bebida. A música: "Greensleeves". Aí saem coisas como "Drinking is my only love..." Depois, uma homenagem ao Japão: "Rainbow will do its thing in Tokyo, Osaka and somewhere else...", ao que o Blackmore corrige cantando: "Nagoya..."
Altamente recomendado. Não tirem o olho da mão esquerda do Blackmore - vendo, até parece fácil. O cara é um MONSTRO.
Já pensou Ritchie Blackmore tocando Hey Joe no violão? Com uma letra satirizando o caso do O.J. Simpson, conhecido no mundo inteiro na época por ter esfaqueado a esposa? ("O.J., where are you going with that knife in your hand?")
Uma parte engraçada da coisa é quando Blackmore propõe um tema para o cantor improvisar sobre uma "melodia perfeita" que ele tocaria. O tema: bebida. A música: "Greensleeves". Aí saem coisas como "Drinking is my only love..." Depois, uma homenagem ao Japão: "Rainbow will do its thing in Tokyo, Osaka and somewhere else...", ao que o Blackmore corrige cantando: "Nagoya..."
Altamente recomendado. Não tirem o olho da mão esquerda do Blackmore - vendo, até parece fácil. O cara é um MONSTRO.
domingo, 6 de maio de 2007
With a little help from a friend
Em abril de 1984, corria mundo a notícia de que o Deep Purple voltara e gravara um disco - Perfect Strangers. A turnê, porém, só ocorreria em dezembro, começando pela Austrália. No segundo show, em 13 de dezembro, um convidado muito especial subiu ao palco: George Harrison, para tocar Lucille. Esse foi o mesmo dia da famosa foto da meia.
Um benfeitor da humanidade, no fundo do palco, teve a presença de espírito de pegar uma câmera. Algum gênio do Deep Purple Hub achou o vídeo. Alguma alma caridosa dentre as tantas que freqüentam o site pôs no Youtube. Vejam como os tios estão descontraídos e o Blackmore não pára de sorrir:
Um benfeitor da humanidade, no fundo do palco, teve a presença de espírito de pegar uma câmera. Algum gênio do Deep Purple Hub achou o vídeo. Alguma alma caridosa dentre as tantas que freqüentam o site pôs no Youtube. Vejam como os tios estão descontraídos e o Blackmore não pára de sorrir:
sábado, 28 de abril de 2007
Um sonho realizado
Ontem, no tributo ao Deep Purple da Fireball, no bar Blackmore, eu realizei um sonho de 17 anos.
Quando eu tinha 13 anos, minha mãe tinha acabado de comprar um toca-discos novo. Eu queria testar, mas sequer sabia o que eu gostava em música.
Era o dia da "formatura" da minha turma da oitava série. As professoras nos homenagearam com um banquete de salgadinhos com um coquetel de vinho com frutas e refrigerante. Acho que chamavam de "bole", mas já vi chamarem de sangria. Pra nós, as mestras disseram que não havia álcool. (Eu notei que havia porque uma professora com problemas de saúde perguntou pra uma colega, que respondeu no ouvido, e só bebeu água.) Saí alegrinho. Nunca atravessei a Cristóvão Colombo tão feliz.
Achei na estante uns discos empoeirados e com a capa comida pelos cupins. Pertenceram à minha prima, mais velha, que morou lá em casa por um tempo uns anos antes. Eram "A Night at the Opera", do Queen; "Abraxas", do Santana; "Saracura", do Saracura; e "Stormbringer", do Deep Purple.
Peguei primeiro o disco que tinha o Pégaso na capa. Puxei pra fora.
O lado A estava mais ou menos comido pelos cupins, então preferi o lado B.
Quando coloquei a agulha em Lady Double Dealer, aquela bateria já me chamou a atenção. O riff, mais ainda. Os duetos me vidraram. Mas o solo de guitarra me jogou ao chão, com espasmos semelhantes aos do Lacraia, tocando guitarra no ar.
Passei as férias ouvindo aquele disco. No começo do segundo grau, eu ia caminhando pra escola cantando o Stormbringer inteiro. Antes disso, eu fazia pequenos serviços bancários para minha tia, que me dava uns trocos pra comprar gibi, e ia cantando o tempo todo. Adorava isso. E dava especial atenção pra Lady Double Dealer. Só comprei o Made in Europe porque tinha essa música ao vivo. (Depois atualizei com o The Final Concerts.)
Logo comecei a trabalhar e a comprar meus discos. Comecei com a fase do Coverdale (Burn), comprei o disco então atual (Slaves & Masters) depois descobri os sebos de Porto Alegre. Descobri a fase do Gillan, descobri os discos do Purple ao vivo, comprei um pôster que ficou 15 anos lá na casa da mãe e hoje adorna o quarto do Abdalla, achei umas revistas-pôster antigas da Somtrês, babei pelo photobook, completei a coleção.
De qualquer forma, eu estava perdido pra sempre. Foi naquele dia, alegrinho de sangria, deitado no chão da sala tocando guitarra no ar ao som de Lady Double Dealer, que eu descobri o que me agrada em música.
Ontem, o Abdalla - que só não é meu irmão de sangue porque se fosse não tinha graça - me chamou pra cantar os duetos de Lady Double Dealer com ele.
Nunca ensaiamos, mas eu ensaio pra isso desde a adolescência. Subi ao palco do Blackmore, ao lado do André Carvalho e do Márcio Porto, segurando o microfone e olhando pro Abdalla, e mandei ver.
Depois de 17 anos, eu me senti de novo um moleque cheio de espinhas.
Agora, se cantei direito ou não é outra história bem diferente...
Quando eu tinha 13 anos, minha mãe tinha acabado de comprar um toca-discos novo. Eu queria testar, mas sequer sabia o que eu gostava em música.
Era o dia da "formatura" da minha turma da oitava série. As professoras nos homenagearam com um banquete de salgadinhos com um coquetel de vinho com frutas e refrigerante. Acho que chamavam de "bole", mas já vi chamarem de sangria. Pra nós, as mestras disseram que não havia álcool. (Eu notei que havia porque uma professora com problemas de saúde perguntou pra uma colega, que respondeu no ouvido, e só bebeu água.) Saí alegrinho. Nunca atravessei a Cristóvão Colombo tão feliz.
Achei na estante uns discos empoeirados e com a capa comida pelos cupins. Pertenceram à minha prima, mais velha, que morou lá em casa por um tempo uns anos antes. Eram "A Night at the Opera", do Queen; "Abraxas", do Santana; "Saracura", do Saracura; e "Stormbringer", do Deep Purple.
Peguei primeiro o disco que tinha o Pégaso na capa. Puxei pra fora.
O lado A estava mais ou menos comido pelos cupins, então preferi o lado B.
Quando coloquei a agulha em Lady Double Dealer, aquela bateria já me chamou a atenção. O riff, mais ainda. Os duetos me vidraram. Mas o solo de guitarra me jogou ao chão, com espasmos semelhantes aos do Lacraia, tocando guitarra no ar.
- Get outta my way! I'm getting tired of you!
There ain't no chance! Doing what you wanna do!
I've been down, down, down, down, down!
Got to get my feel back on the ground!
Passei as férias ouvindo aquele disco. No começo do segundo grau, eu ia caminhando pra escola cantando o Stormbringer inteiro. Antes disso, eu fazia pequenos serviços bancários para minha tia, que me dava uns trocos pra comprar gibi, e ia cantando o tempo todo. Adorava isso. E dava especial atenção pra Lady Double Dealer. Só comprei o Made in Europe porque tinha essa música ao vivo. (Depois atualizei com o The Final Concerts.)
- Lady Double Dealer
Get outta my way!
Lady Double Dealer
You got nothing to say!
Logo comecei a trabalhar e a comprar meus discos. Comecei com a fase do Coverdale (Burn), comprei o disco então atual (Slaves & Masters) depois descobri os sebos de Porto Alegre. Descobri a fase do Gillan, descobri os discos do Purple ao vivo, comprei um pôster que ficou 15 anos lá na casa da mãe e hoje adorna o quarto do Abdalla, achei umas revistas-pôster antigas da Somtrês, babei pelo photobook, completei a coleção.
- I ain't satisfied dealin' with second hand goods
You wanted somethin' for nothin', taking everything you could
You been round - oh - I got the news
But you ain't waitin' round for me to lose
De qualquer forma, eu estava perdido pra sempre. Foi naquele dia, alegrinho de sangria, deitado no chão da sala tocando guitarra no ar ao som de Lady Double Dealer, que eu descobri o que me agrada em música.
- Lady Double Dealer
get outta my way!
Lady Double Dealer
you got nothing to say!"
Ontem, o Abdalla - que só não é meu irmão de sangue porque se fosse não tinha graça - me chamou pra cantar os duetos de Lady Double Dealer com ele.
- I gave love to you
did what you wanted me to
but all you did was bring me down
so I just had to try
try the reason why
you took advantage of my loooooooooove!!!!"
Nunca ensaiamos, mas eu ensaio pra isso desde a adolescência. Subi ao palco do Blackmore, ao lado do André Carvalho e do Márcio Porto, segurando o microfone e olhando pro Abdalla, e mandei ver.
- Two timin' woman, trying to take me for a ride
You are a hard lover, honey, but you sure don't keep me satisfied
I wanna be there, to try to make you see
There ain't no woman gonna make a fool outta me>
Depois de 17 anos, eu me senti de novo um moleque cheio de espinhas.
- Get outta my way!
Get outta my way!
Get outta my way!
Get outta my way!
Agora, se cantei direito ou não é outra história bem diferente...
quinta-feira, 12 de abril de 2007
Entrevista esclarecedora do Blackmore
Em 1975, quando Ritchie Blackmore saiu do Deep Purple e formou o Ritchie Blackmore's Rainbow, ele deu uma gloriosa entrevista ao jornalista Steven Rosen. Nela, ele abre o coração sobre sua saída do Purple. Deixa de lado alguns fatos, como os detalhes da sua saída no meio da turnê européia de abril daquele ano. Mas vale muito a pena ler.
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Raridade: Demon's Eye em 1971
Tem coisas que só o YouTube traz pra gente.
Imagine o Deep Purple tocando Demon's Eye em uma versão tão inicial que o Gillan nem sabia a letra direito. Há quase nenhum registro deles tocando isso ao vivo, então é a raridade da raridade - o pessoal do The Highway Star não sabe nem se chegou a ser transmitida pela TV.
Jon Lord improvisando nos teclados, Ian Paice sem camisa, Roger Glover no bom humor habitual e Ritchie Blackmore saboreando os solos de olhos fechados. E repare só - está lá uma das primeiras versões do... duelo guitarra/voz consagrado em Strange Kind of Woman!!! É isso que tem no vídeo abaixo. Antes, eles tocaram Into the Fire. Clique aqui pra ver o vídeo.
O primeiro semestre de 1971 foi o auge da Mk2, antes de as brigas começarem a corroer a melhor de todas as formações do Deep Purple. Eles estão na ponta dos cascos - tinham acabado de ganhar disco de ouro por In Rock. O Gillan parece meio doente - naquele ano, em que houve uma sucessão monstruosa de shows, eles se revezaram no hospital várias vezes.
Duvido um pouco da data apresentada no YouTube. Ali, diz que o vídeo é de 1º de janeiro de 1971. Acho que não é essa a data - segundo o Deep Purple Diary, nesse dia eles estavam tocando na Holanda. O Nigel Young coloca o setlist desse show numa apresentação em Berlim em algum dia de setembro. Possivelmente no início.
Deixem a controvérsia das datas pra lá - é uma questão menor. Apenas deliciem-se com o Olho do Demônio.
Imagine o Deep Purple tocando Demon's Eye em uma versão tão inicial que o Gillan nem sabia a letra direito. Há quase nenhum registro deles tocando isso ao vivo, então é a raridade da raridade - o pessoal do The Highway Star não sabe nem se chegou a ser transmitida pela TV.
Jon Lord improvisando nos teclados, Ian Paice sem camisa, Roger Glover no bom humor habitual e Ritchie Blackmore saboreando os solos de olhos fechados. E repare só - está lá uma das primeiras versões do... duelo guitarra/voz consagrado em Strange Kind of Woman!!! É isso que tem no vídeo abaixo. Antes, eles tocaram Into the Fire. Clique aqui pra ver o vídeo.
O primeiro semestre de 1971 foi o auge da Mk2, antes de as brigas começarem a corroer a melhor de todas as formações do Deep Purple. Eles estão na ponta dos cascos - tinham acabado de ganhar disco de ouro por In Rock. O Gillan parece meio doente - naquele ano, em que houve uma sucessão monstruosa de shows, eles se revezaram no hospital várias vezes.
Duvido um pouco da data apresentada no YouTube. Ali, diz que o vídeo é de 1º de janeiro de 1971. Acho que não é essa a data - segundo o Deep Purple Diary, nesse dia eles estavam tocando na Holanda. O Nigel Young coloca o setlist desse show numa apresentação em Berlim em algum dia de setembro. Possivelmente no início.
Deixem a controvérsia das datas pra lá - é uma questão menor. Apenas deliciem-se com o Olho do Demônio.
quarta-feira, 11 de abril de 2007
Volta da Mk3 não rola, dizem Coverdale e Hughes
Este blog vem acompanhando há meses o vai-e-vem de declarações do Glenn Hughes sobre seus planos de voltar com a Mk3 para alguma coisa comemorativa. Sempre que Hughes dá uma entrevista, alguém pergunta isso a ele e ele fala otimisticamente sobre sua vontade. Repetidas vezes, este blog demonstrou que não passava de uma vontade. Vontade sincera, de um grande músico, mas ainda assim só vontade.
Na quinta-feira, Hughes deu mais uma entrevista sobre o assunto:
- "antiMUSIC: Do fundo do seu coração, você acha que a tão esperada reunião da Mk3 vai um dia acontecer?
Hughes: Acho que todo mundo... menos o Ian Paice... está a fim. Ian ainda está na Mk2. Todos já falamos sobre isso, por meio de terceiros. Todos já conversamos. Quer dizer, David e Jon Lord e eu já conversamos bastante sobre isso. Ritchie já falou com pessoas. Quer dizer... olha, eu gostaria de fazer isso por dois motivos. O primeiro seria simplesmente tocar de novo com meus irmãos e fechar esse capítulo. Mas, sabe, eu acho que seria ótimo tocar com Ritchie de novo, e David e Jon e Ian de novo. Acho que seria muito, muito bom. Acho que seria uma banda realmente ótima. Por uma última vez, sabe?"
No sábado, o Coverdale jogou água na fervura:
- "Por mais que alguns possam ficar desapontados, e eu fico chateado de ter que ficar repetindo isso, eu nunca concordei de nenhuma maneira, jeito ou forma em reformar a Mk3 do Deep Purple, e meu irmão de espírito já devia saber disso depois de nossas várias conversas. Aqueles de vocês que seguiram e apoiaram minha carreira por tantos anos sabem como eu me sinto sobre 'voltar atrás'. A única consideração que eu faço, como já disse repetidas vezes em entrevistas, seria minha vontade de me envolver em um único show de caridade que apresentasse todos os membros sobreviventes do Deep Purple. (...) Se de fato for haver uma reunião, desejo a eles todo sucesso, e talvez o Whitesnake possa chamá-los a algum lugar como 'convidados especiais'!"
Foi aí que o Glenn Hughes se viu forçado a voltar atrás, em seu blog:
- "Estou na Rússia, e quero dar a vocês todas as notícias sobre o boato de uma reunião da Mk3 do Deep Purple.
Eu tenho sido constantemente bombardeado com a mesma pergunta, o tempo todo. Minha resposta sempre foi que havia cinco membros, e que em tempo algum tivemos uma discussão da banda inteira sobre uma reunião. Sim, David e eu flertamos com a idéia há 18 meses, e desde então meu irmão se comprometeu completamente com seu amor e cuidados de seu amado Whitesnake.
Todos os fãs de GH podem ver que minha carreira solo subiu para outro nível, tocando pra mais gente ao redor do mundo - a popularidade e a demanda por minha atividade subiram...
A declaração recente de David finalmente pôs esse boato pra dormir. Embora eu pudesse adorar ver isso acontecer nas certas circunstâncias, fico feliz em deixar o incrível legado da Poderosa Mk3 permanecer intacto..."
Este blog falou. Este blog avisou. Clique aqui para ler textos anteriores a respeito.
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sexta-feira, 30 de março de 2007
Stormbringer coming... time to die!
Vai ser hora de morrer com uns cem paus quando sair o remaster de Stormbringer. Vejam só o que o Hughes diz a respeito, em entrevista ao Music Street Journal:
- Estive no estúdio, em Abbey Road, há uns três meses pra fazer a mixagem de "Holy Man", e fiz bem rápido. Pus a fita de 24 pistas de 1974 e o som era tão bom que eu mixei. Mixei mais algumas músicas. Mixei "Holy Man", "You Can't Do It Right", "Love Don't Mean a Thing". Mixei tudo de tarde. Fiz uma mixagem um pouco diferente do que você já ouviu, com um vocal meio cru, provavelmente com mais funk nessas faixas, mais do que você deve lembrar. Acrescentei algumas coisas de guitarra que a gente não tinha no original. E coloquei um novo vocal em "Hold On", então o mix ficou bem interessante.
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quinta-feira, 29 de março de 2007
O lorde das teclas
Nos anos 70, a TV alemã tinha um programa onde música clássica e rock se encontravam. Calhou de Jon Lord passar por lá em 1974, com a turnê de Windows, um dos seus discos solo que misturavam as duas linguagens. Ele e o maestro Eberhard Schoener, co-autor de Windows, foram convidados a participar.
Não deixaram de levar consigo alguns amigos, que participaram da turnê de Windows: Tony Ashton, David Coverdale, Glenn Hughes, Ray Fenwick e Pete York. A TV entrou com a Orquestra de Câmara de Ópera de Munique e com o Coral de Meninos de Toelz. Vejam abaixo o resultado, com trechos da Missa da Coroação, de Mozart:
Não deixaram de levar consigo alguns amigos, que participaram da turnê de Windows: Tony Ashton, David Coverdale, Glenn Hughes, Ray Fenwick e Pete York. A TV entrou com a Orquestra de Câmara de Ópera de Munique e com o Coral de Meninos de Toelz. Vejam abaixo o resultado, com trechos da Missa da Coroação, de Mozart:
sábado, 24 de março de 2007
Vai assistir Blackmore's Night? Veja estas dicas.
O guitarrista Jim Brodie, fã de Blackmore e que mantém o site God of Guitar, com dicas para guitarristas, fez um vídeo muito legal com orientações para fãs de Deep Purple e Rainbow que vão aos shows de Blackmore's Night.
A legenda é a seguinte:
"Jim Brodie apresenta um vídeo de utilidade pública para a comunidade Renaissance Rock."
"Conselhos para os fãs de Deep Purple e Rainbow que forem assistir a um show de Blackmore's Night."
"Geralmente você vai ver isto. (Perceba a reação da platéia.)"
"Mas às vezes você vai ver isto!"
"Nota: você NÃO deve reagir como essa platéia!"
"Porque senão o bis pode ser assim..."
A legenda é a seguinte:
"Jim Brodie apresenta um vídeo de utilidade pública para a comunidade Renaissance Rock."
"Conselhos para os fãs de Deep Purple e Rainbow que forem assistir a um show de Blackmore's Night."
"Geralmente você vai ver isto. (Perceba a reação da platéia.)"
"Mas às vezes você vai ver isto!"
"Nota: você NÃO deve reagir como essa platéia!"
"Porque senão o bis pode ser assim..."
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Prova documental
Estou me preparando para entrevistar o Turner, então procurei no YouTube alguns vídeos da passagem dele pelo Deep Purple. Por mais que a gente queira olhar a sério, alguns acabam sendo involuntariamente vídeos de comédia. Vejam a cara dele quando começa a cantar Burn, na abertura de um dos shows em São Paulo:
Claro que o som do lugar não ajudou (o Glover está inaudível e os outros flutuam), mas é impagável ver a pose com que ele chegou ao palco e contrastar com a cara que ele faz olhando pro microfone.
Ontem, conversando sobre o Turner com o Abdalla, cheguei a uma metáfora sobre o estilo do sujeito. Turner não é um mau cantor. Pelo contrário. Em estúdio, ele manda muito bem. Ao vivo, vacila. Disse ao Abdalla: "ele parece um guri de cinco anos que vestiu o paletó do pai e quer fazer a barba".
Claro que o som do lugar não ajudou (o Glover está inaudível e os outros flutuam), mas é impagável ver a pose com que ele chegou ao palco e contrastar com a cara que ele faz olhando pro microfone.
Ontem, conversando sobre o Turner com o Abdalla, cheguei a uma metáfora sobre o estilo do sujeito. Turner não é um mau cantor. Pelo contrário. Em estúdio, ele manda muito bem. Ao vivo, vacila. Disse ao Abdalla: "ele parece um guri de cinco anos que vestiu o paletó do pai e quer fazer a barba".
quarta-feira, 21 de março de 2007
Telefone sem fio
No Blabbermouth, Coverdale afirma:
"Glenn (Hughes) e eu estivemos em contato recentemente, e ele me contou sobre sua turnê na Rússia. Ele disse que existe um grande interesse por lá numa reunião da Mk3 do Deep Purple."
Na versão do Whiplash:
"Segundo David, ele e Hughes conversaram recentemente, quando Glenn lhe contou sobre sua turnê na Rússia e sobre seu interesse em uma reunião da formação Mk.3 do DEEP PURPLE."
De concreto, porém, só a vontade abstrata.
"Glenn (Hughes) e eu estivemos em contato recentemente, e ele me contou sobre sua turnê na Rússia. Ele disse que existe um grande interesse por lá numa reunião da Mk3 do Deep Purple."
Na versão do Whiplash:
"Segundo David, ele e Hughes conversaram recentemente, quando Glenn lhe contou sobre sua turnê na Rússia e sobre seu interesse em uma reunião da formação Mk.3 do DEEP PURPLE."
De concreto, porém, só a vontade abstrata.
terça-feira, 13 de março de 2007
The Battle Rages On entra no setlist
Os italianos colocaram no Youtube o vídeo de "The Battle Rages On", gravado no show de Parma dia 7. Foi a primeira vez em que a banda tocou a música pelo menos desde 1995. Minhas impressões: o ritmo está mais lento (parece mais pesado) e o Gillan canta a música em tom mais grave.
sexta-feira, 9 de março de 2007
Velhas novidades no setlist
Parece que o setlist do Deep Purple está desengessando. Não é um fenômeno novo - costuma acontecer especialmente depois do primeiro ano de turnê de um disco sem o lançamento de outro novo. (A turnê de Abandon, que durou praticamente cinco anos, foi pródiga em variações do setlist.)
"The Battle Rages On" reestreou no setlist, depois de 12 anos, no show de Parma, anteontem (7). Isso cumpre a promessa que Ian Paice fez quando andou tocando na Itália com uma banda de tributo ao Deep Purple. Ele mencionou que havia a possibilidade de a banda incluir "The Battle Rages On" ou alguma coisa do disco Purpendicular no setlist.
O site do fã-clube italiano do Deep Purple conseguiu e mandou pro The Highway Star a lista de músicas que seriam tocadas ou que poderiam ser tocadas naquele show. Ela não foi seguida à risca - não rolou Into the Fire, que foi trocada por The Battle Rages On -, mas anotações no pé dela diziam:
- Screamin'
- Ted
- Battle Rages On
De resto, o show teve mais ou menos a mesma composição dos shows brasileiros de novembro:
Pictures Of Home/Things I Never Said/The Battle Rages On/Strange Kind Of A Woman/Rapture Of The Deep/Fireball/Wrong Man/Steve Morse Solo/The Well Dressed Guitar/When A Blind Man Cries/Lazy/Kiss Tomorrow Goodbye/Don Airey Solo/Perfect Strangers/Space Truckin’/Highway Star/Smoke On The Water, e no bis Hush (with Ian Paice solo)/Black Night
Os italianos estão botando aos poucos os vídeos no YouTube. Assim que rolar vídeo da velha música nova, boto aqui.
"The Battle Rages On" reestreou no setlist, depois de 12 anos, no show de Parma, anteontem (7). Isso cumpre a promessa que Ian Paice fez quando andou tocando na Itália com uma banda de tributo ao Deep Purple. Ele mencionou que havia a possibilidade de a banda incluir "The Battle Rages On" ou alguma coisa do disco Purpendicular no setlist.
O site do fã-clube italiano do Deep Purple conseguiu e mandou pro The Highway Star a lista de músicas que seriam tocadas ou que poderiam ser tocadas naquele show. Ela não foi seguida à risca - não rolou Into the Fire, que foi trocada por The Battle Rages On -, mas anotações no pé dela diziam:
- Screamin'
- Ted
- Battle Rages On
De resto, o show teve mais ou menos a mesma composição dos shows brasileiros de novembro:
Pictures Of Home/Things I Never Said/The Battle Rages On/Strange Kind Of A Woman/Rapture Of The Deep/Fireball/Wrong Man/Steve Morse Solo/The Well Dressed Guitar/When A Blind Man Cries/Lazy/Kiss Tomorrow Goodbye/Don Airey Solo/Perfect Strangers/Space Truckin’/Highway Star/Smoke On The Water, e no bis Hush (with Ian Paice solo)/Black Night
Os italianos estão botando aos poucos os vídeos no YouTube. Assim que rolar vídeo da velha música nova, boto aqui.
quinta-feira, 8 de março de 2007
Desmontando notícias
Jornalistas de música, como dizia o saudoso Frank, são caras que não sabem escrever entrevistando gente que não sabe falar para gente que não sabe ler. Quem acompanha as notícias sobre música seguido tropeça em boatos que não se confirmam e outras bizarrias do gênero.
Dois ex-membros do Deep Purple são pródigos em aparecer em sites como o Whiplash com notícias bombásticas: Glenn Hughes e Joe Lynn Turner. Sempre que Hughes dá uma entrevista, ele dá um jeito de dizer que seria ótimo se um dia pudesse haver uma reunião da Mk3. Existe uma intenção boa o suficiente pra eu poder garantir que venderia até a mãe pra ir assistir, mas de concreto absolutamente nada. Aí é batata: quem dá a notícia coloca no título algo como "Glenn Hughes anuncia volta da Mk3".
Na semana passada, aconteceu outro desses boatos: Blackmore e Glover em CD de Joe Lynn Turner. O novo disco do vocalista mais polêmico da minha banda favorita tem uma faixa cuja autoria inclui os dois ex-colegas dele no Purple e o tecladista Jim Peterick - que compôs na banda Survivor o tema de Rocky 4.
Como é? Blackmore e Glover participaram do CD? Blackmore e Glover se reuniram com Turner para compor? Nada disso.
Nas sessões de composição do disco que seria o sucessor do Slaves & Masters, várias músicas ficaram de fora e não chegaram sequer a ser gravadas em demo. Caso tivessem sido, estariam no The Battle of Slaves & Masters. Foram simplesmente desconsideradas.
Elas incluem "Bloodline" (já gravada por Turner no disco JLT), "Lost in the Machine" e "Stroke of Midnight". Esta última é que foi gravada agora pelo Turner.
Em entrevista dada há um ou dois anos ao site Virtuosityone.com, ele disse a respeito: "Realmente não sei como os outros caras do Purple reagiriam se tirássemos essas músicas do baú, e não preciso de nenhuma repercussão. Tenho um bom relacionamento com eles hoje."
É interessante observar o comportamento do mestre Jon Lord na Mk5. Ele não tocou no show de apresentação do Turner, em 1989, no Red Fox Inn. Era só Blackmore, Turner, Glover e Paice. Não tocou, também, na música gravada para um filme palha do Roger Moore ("Fire, Ice and Dynamite"). Salvo engano, o Glover resolveu a parada. Na hora de compor essa coisa que o Turner gravou, o tecladista era o cara do Survivor.
Tudo o que merece ser lido merece ser lido com cuidado e atenção.
Dois ex-membros do Deep Purple são pródigos em aparecer em sites como o Whiplash com notícias bombásticas: Glenn Hughes e Joe Lynn Turner. Sempre que Hughes dá uma entrevista, ele dá um jeito de dizer que seria ótimo se um dia pudesse haver uma reunião da Mk3. Existe uma intenção boa o suficiente pra eu poder garantir que venderia até a mãe pra ir assistir, mas de concreto absolutamente nada. Aí é batata: quem dá a notícia coloca no título algo como "Glenn Hughes anuncia volta da Mk3".
Na semana passada, aconteceu outro desses boatos: Blackmore e Glover em CD de Joe Lynn Turner. O novo disco do vocalista mais polêmico da minha banda favorita tem uma faixa cuja autoria inclui os dois ex-colegas dele no Purple e o tecladista Jim Peterick - que compôs na banda Survivor o tema de Rocky 4.
Como é? Blackmore e Glover participaram do CD? Blackmore e Glover se reuniram com Turner para compor? Nada disso.
Nas sessões de composição do disco que seria o sucessor do Slaves & Masters, várias músicas ficaram de fora e não chegaram sequer a ser gravadas em demo. Caso tivessem sido, estariam no The Battle of Slaves & Masters. Foram simplesmente desconsideradas.
Elas incluem "Bloodline" (já gravada por Turner no disco JLT), "Lost in the Machine" e "Stroke of Midnight". Esta última é que foi gravada agora pelo Turner.
Em entrevista dada há um ou dois anos ao site Virtuosityone.com, ele disse a respeito: "Realmente não sei como os outros caras do Purple reagiriam se tirássemos essas músicas do baú, e não preciso de nenhuma repercussão. Tenho um bom relacionamento com eles hoje."
É interessante observar o comportamento do mestre Jon Lord na Mk5. Ele não tocou no show de apresentação do Turner, em 1989, no Red Fox Inn. Era só Blackmore, Turner, Glover e Paice. Não tocou, também, na música gravada para um filme palha do Roger Moore ("Fire, Ice and Dynamite"). Salvo engano, o Glover resolveu a parada. Na hora de compor essa coisa que o Turner gravou, o tecladista era o cara do Survivor.
Tudo o que merece ser lido merece ser lido com cuidado e atenção.
quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007
Nem só de más memórias viveu aquela noite
O show no Birmingham NEC teve um grande ponto alto. Não era uma música exatamente do Deep Purple, e sim dos Rolling Stones: Paint it Black. Em 1970, eles costumavam tocá-la para dar desculpa a um solo de bateria. Em 1993, fizeram uma gloriosa jam como nos bons velhos tempos da verdadeira Mk2 da era de prata que um dia foram.
Blackmore esmerilhando a guitarra. Lord completamente à vontade com seu brinquedo favorito. Gillan sorrindo nas congas. Glover tocando as mesmas duas notas que tocava aos 25 anos pra segurar a piração dos amigos. E Paice colocando os pigmeus pra trabalhar.
Tudo bem, o Blackmore desaparece durante a maior parte do tempo, quando devia trocar solos com o Lord, e volta só no final. Repare no gesto final do Gillan, apresentando o Blackmore como quem diz "senhoras e senhores, EIS O HOMEM!"
Não foi uma noite perfeita. Mas é essa a melhor lembrança que eu tenho da segunda reunião.
Blackmore esmerilhando a guitarra. Lord completamente à vontade com seu brinquedo favorito. Gillan sorrindo nas congas. Glover tocando as mesmas duas notas que tocava aos 25 anos pra segurar a piração dos amigos. E Paice colocando os pigmeus pra trabalhar.
Tudo bem, o Blackmore desaparece durante a maior parte do tempo, quando devia trocar solos com o Lord, e volta só no final. Repare no gesto final do Gillan, apresentando o Blackmore como quem diz "senhoras e senhores, EIS O HOMEM!"
Não foi uma noite perfeita. Mas é essa a melhor lembrança que eu tenho da segunda reunião.
terça-feira, 27 de fevereiro de 2007
Quatro versões
Para entender um fato, é preciso ter acesso ao máximo possível de versões sobre ele. Cada um reage de acordo com o que viu e o que sentiu no calor do momento. Não é inteligente tomar partido acriticamente. Eu, pessoalmente, não dou razão a ninguém - só acho o caso lamentável. Assim, vamos juntar aqui tudo o que se sabe e se falou sobre o caso da água.
Primeiro, o vídeo:
Depois, a versão do palco. Traduzido da biografia de Ian Gillan:
Agora, ao lado do palco. Candice Night, que estava lá no dia do incidente (e provavelmente carregou Blackmore pela coleira), conta seu lado da história:
Da platéia, vem a versão do Darker Than Blue, a publicação da Deep Purple Appreciation Society. Richard Whitehead (só pode ser sacanagem):
Primeiro, o vídeo:
Depois, a versão do palco. Traduzido da biografia de Ian Gillan:
- O grande show ocorreu no NEC, em Birmingham, em 9 de novembro. Ritchie, a essa altura, tinha destruído seu visto, dizendo que ele não iria conosco ao Japão no final do mês, mas ninguém poderia prever o que ocorreria em Birmingham. As coisas andavam ruins entre nós e, em Manchester, nossos roadies tentaram se certificar de que chegaríamos ao palco sem tomar o mesmo caminho. Ainda assim, o show foi legal, assim como o de Brixton, particularmente o segundo, onde Ritchie foi ótimo, e eu encontrei alguns velhos amigos depois, incluindo Dean Howard.
Mas em Birmingham, estava tudo chegando ao fim. As histórias variam sobre o que exatamente aconteceu, dependendo de sua localização: palco, platéia ou coxias. O que havia sido combinado (e todos concordaram) era que o show seria filmado. (...) A atmosfera nos bastidores era vil, e Ritchie havia se trancado em seu quarto, com uma placa dizendo "O Antro do Texugo". Ele topou a idéia dascâmeras, e assim, não surpreendentemente, havia pilhas de caras caminhando por aí - pra todo lado que você olhasse havia alguém com uma câmera.
Bom, do meu ponto de vista, os dias em que um artista pode exigir o palco só pra si já foram pela janela há muitos anos. Todo aquele negócio precioso do comportamento - quer dizer, sempre tem alguém por perto, e você tem que aprender a viver com isso. Não existe motivo pra deixar algo assim, algo aliás com que você concordou, estragar sua performance. Mas o Ritchie deixou!
Assim, as luzes se apagaram, Ian Paice abriu o caminho, Jon e Roger começaram a tocar Highway Star e eu entrei.
Estava eu no microfone, e percebi que algo não estava certo. Jon estava segurando a onda, e quando eu virei pro lado vi que o Ritchie não estava conosco! Quer dizer, quando um quinto da banda não está lá, o som fica meio ruim, particularmente quando se trata da abertura do show! Então era hora de decidir - ou parávamos o show, ou encarávamos a parada, que foi o que eu fiz. Chegamos ao solo e o guitarrista apareceu, tocou um pouco e sumiu.
Soube que um jato d'água voou ao meu lado logo atrás das congas, e entramos em Black Night do mesmo jeito - sem guitarrista.
Nos bastidores, parece que o Ritchie se enfezou com um câmera, e jogou um balde d'água nele. Então, ele achou outro balde e foi atrás de outro cara que estava filmando tudo. Só que o câmera não estava onde o Ritchie achava que estaria, e por isso ele acabou acertando minha senhora, e uma coisa levou a outra.
Então, eu estava no palco cantando e pensando, "o que será que está rolando lá atrás?", e finalmente larguei o microfone e saí, só pra ver a B em lágrimas. Tendo chegado a algum tipo de compreensão da situação, eu disse: "Eu vou matar esse cara agora - provavelmente com uma bala muito lenta, chamada meu braço direito!"
A reação da B foi, digamos, brilhantemente compenetrada. Ela disse: "não deixe isso te afetar. Acalme-se e faça um grande show!" E ela disse isso muitas vezes. Na verdade, ela estava me avisando com tanta força que até estava me ameaçando - abençoada seja ela!
Logo eu estava de volta ao palco com a banda, e o show continuou, com o guitarrista tocando de qualquer jeito, terminando antes, deixando trechos de lado e geralmente me deixando perdido sempre que possível. No final, o Ian Paice jogou couros de bateria autografados para a platéia estupefata e gritou: "devemos pra caralho a vocês!".
Não consigo sequer começar a explicar o que o Ritchie tinha em mente naquela noite, se ele estava consciente do que estava rolando ou se estava apenas hiperfodido mentalmente e supertenso, como só ele consegue. Será que a visão de algumas pessoas o chatearam tanto assim ou foi premeditado, por suas próprias e inexplicáveis razões? Eu soube (pelo Darker Than Blue) que em torno da meia-noite o Antro do Texugo abriu e ele foi visto sendo carregado por uma garota carregando uma corrente, com uma coleira em torno do pescoço dele! Ele estava vestido com seu longo e negro casaco de couro, e usava a máscara de bruxa que às vezes era usada pelo assistente de palco, mais um chapéu de bruxa! Se for verdade, é triste.
Agora, ao lado do palco. Candice Night, que estava lá no dia do incidente (e provavelmente carregou Blackmore pela coleira), conta seu lado da história:
- Eu estava lá no dia do incidente, e a verdade é que ele jogou a água no câmera. Por três vezes ele pediu ao câmera que saísse do palco pra não ficar na frente do Ritchie. Se você tivesse pago pra ver o Ritchie tocar e só pudesse ver as costas da cabeça de um câmera a noite inteira, não ficaria chateado? Por isso, pediram pro câmera sair. Mas ele não saiu. Então, o que você viu foi o temperamento do Ritchie, mas não pelos motivos que você imagina... sempre existe um método na loucura.
Da platéia, vem a versão do Darker Than Blue, a publicação da Deep Purple Appreciation Society. Richard Whitehead (só pode ser sacanagem):
- Estávamos sentados do lado dele do palco, e vimos mais do que a maioria. Ele apareceu logo depois de os outros já estarem no palco, caminhou até onde o ajudante dele estava esperando atrás dos amplificadores, depois voltou correndo pro vestiário sem tocar nada. Quando ele reapareceu, depois de três quartos de Highway Star, caminhou pro lado do Lordy e atirou o conteúdo de uma vasilha plástica de bebida contra alguém que estava ao lado do palco. No final da música, ele voltou pra trás do amplificador, largou a guitarra e correu pra trás do Paicey, pra área dos bastidores, onde ele atacou alguém e jogou mais água. Tirando isso, o show foi bem curtível, embora o Gillan e o Blackmore não olhassem pra cara um do outro.
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Não compre nosso disco, diz Gillan
A BBC está cobrindo hoje um fato inédito na história da música: um artista - Ian Gillan - que recomenda aos fãs que não comprem um disco seu.
Não é qualquer disco: é o mais famoso show da turnê de The Battle Rages On, em 1993 – a versão integral do show editado em Come Hell or High Water. Só tem importado e custa US$ 19 na Amazon.
O vocalista chamou a BMG de oportunista pelo lançamento. A gravadora, que não sabia que o Gillan não sabia, tampouco que ele discordava do lançamento, prometeu tirar o disco das lojas. Ou seja: quem comprou, comprou. Quem não comprou, que corra.
A história do show é conhecida por boa parte dos fãs. A Mk2 do Deep Purple havia acabado de voltar pela segunda vez, para um disco e uma turnê comemorando os 25 anos da banda. Blackmore e Gillan mal se falavam. Esse show no NEC, em 9 de novembro, seria gravado, mas Blackmore rodou a baiana com um câmera pelo segundo vídeo de sua vida. Entrou no palco só na metade de Highway Star e jogou um copo d'água no câmera. Consta que teria atingido a mulher do Gillan e deixou o cantor puto. Em sua autobiografia, Gillan conta o caso.
Embora o Deep Purple pudesse impedir a circulação dessas imagens deprimentes logo de cara, não foi o que houve. Menos de um ano após o show, eles lançaram o vídeo "Come Hell or High Water", cuja edição intercala as músicas do show com entrevistas dos quatro membros remanescentes da Mk2 contando causos da banda e descendo a lenha no polêmico guitarrista - que havia deixado a banda algumas semanas depois da gravação.
Gillan tem alguma razão em não gostar desse show. Mas todo mundo já o conhecia. É uma peça de colecionador. Ele ganha tostões com a venda.
A imprensa inglesa deitou e rolou: "Deep Purple faz promoção em estilo bizarro"; ”Deep Purple: Não Comprem Nosso Disco, Por Favor”.
A Deep Purple Appreciation Society não deixou por menos:
Tudo isso uma semana depois de uma gloriosa entrevista dada por Gillan e Paice ao The Sun. A melhor entrevista que já vi membros do Deep Purple darem.
Todos podíamos passar sem essa.
Veja a cobertura toda no Google News.
Não é qualquer disco: é o mais famoso show da turnê de The Battle Rages On, em 1993 – a versão integral do show editado em Come Hell or High Water. Só tem importado e custa US$ 19 na Amazon.
- "Foi um dos pontos mais baixos da minha vida. De todas as nossas vidas, aliás. De fato, aquela formação só durou cinco ou seis shows depois daquele de Birmingham. Aí, o Ritchie saiu da banda. Desde então, temos 13 anos de estabilidade."
O vocalista chamou a BMG de oportunista pelo lançamento. A gravadora, que não sabia que o Gillan não sabia, tampouco que ele discordava do lançamento, prometeu tirar o disco das lojas. Ou seja: quem comprou, comprou. Quem não comprou, que corra.
A história do show é conhecida por boa parte dos fãs. A Mk2 do Deep Purple havia acabado de voltar pela segunda vez, para um disco e uma turnê comemorando os 25 anos da banda. Blackmore e Gillan mal se falavam. Esse show no NEC, em 9 de novembro, seria gravado, mas Blackmore rodou a baiana com um câmera pelo segundo vídeo de sua vida. Entrou no palco só na metade de Highway Star e jogou um copo d'água no câmera. Consta que teria atingido a mulher do Gillan e deixou o cantor puto. Em sua autobiografia, Gillan conta o caso.
Embora o Deep Purple pudesse impedir a circulação dessas imagens deprimentes logo de cara, não foi o que houve. Menos de um ano após o show, eles lançaram o vídeo "Come Hell or High Water", cuja edição intercala as músicas do show com entrevistas dos quatro membros remanescentes da Mk2 contando causos da banda e descendo a lenha no polêmico guitarrista - que havia deixado a banda algumas semanas depois da gravação.
Gillan tem alguma razão em não gostar desse show. Mas todo mundo já o conhecia. É uma peça de colecionador. Ele ganha tostões com a venda.
A imprensa inglesa deitou e rolou: "Deep Purple faz promoção em estilo bizarro"; ”Deep Purple: Não Comprem Nosso Disco, Por Favor”.
A Deep Purple Appreciation Society não deixou por menos:
- “Foi mesmo o pior show deles? Conte a nós se você discorda e por quê. Nossas glamorosas assistentes estão esperando seu telefonema, e a melhor resposta receberá uma cópia da terrível coletânea Purplexed (duas cópias para a concorrente).”
Tudo isso uma semana depois de uma gloriosa entrevista dada por Gillan e Paice ao The Sun. A melhor entrevista que já vi membros do Deep Purple darem.
Todos podíamos passar sem essa.
Veja a cobertura toda no Google News.
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quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007
Mudworth
Domingo, às 21h no Brasil, a rádio digital 6 Music da BBC vai passar uma hora de Deep Purple ao vivo num dos shows considerados mais interessantes da reunião da Mk2: Knebworth, 1985. Esse show existe no mercado no CD "In the Absence of Pink".
A rádio pode ser ouvida pela internet, e o link é este: http://www.bbc.co.uk/6music/shows/liveatmidnight/
A rádio pode ser ouvida pela internet, e o link é este: http://www.bbc.co.uk/6music/shows/liveatmidnight/
domingo, 18 de fevereiro de 2007
Gillan e o Rei - Tudo a ver
Falei brincando outro dia numa comunidade do Orkut sobre o quanto a capa do disco "Mr. Universe", do Gillan, não condiz com o glorioso conteúdo do play. "Parece capa de disco do Roberto Carlos", eu disse, meio que brincando.
Resolvi pagar pra ver o que meu cantor favorito tem a ver com o cantor favorito do meu pai. E tem a ver. Vejam abaixo as capas separadas no nascimento:
Roberto Carlos 1995 x Mr. Universe (1979)
Roberto Carlos 1969 x Naked Thunder (1990)
Roberto Carlos 1994 x Toolbox (1992)
Resolvi pagar pra ver o que meu cantor favorito tem a ver com o cantor favorito do meu pai. E tem a ver. Vejam abaixo as capas separadas no nascimento:
Roberto Carlos 1995 x Mr. Universe (1979)
Roberto Carlos 1969 x Naked Thunder (1990)
Roberto Carlos 1994 x Toolbox (1992)
quinta-feira, 15 de fevereiro de 2007
Novo disco em 2008?
Em declaração enterrada lá nos últimos parágrafos de uma entrevista ao jornal inglês Express & Star, o Ian Gillan deu o que me parece ser a primeira indicação até agora de prazo para o próximo disco do Deep Purple:
Bananas foi gravado no começo de fevereiro e lançado em meados de agosto de 2003. Rapture of the Deep foi gravado entre março e abril e lançado no final de outubro de 2005. Se eles forem pro estúdio em dezembro de 2007, vai ter aumentado um pouco a demora entre um disco e outro, mas talvez tenha coisa boa nas lojas lá por julho de 2008.
- "Lá pelo final deste ano, vamos estar malucos de tantas idéias e vamos direto pro estúdio. O Purple nunca chega a fazer planos de verdade - não somos muito profissionais, nesse sentido. É isso que torna tudo emocionante, e é por isso que todos os nossos discos são tão diferentes."
Bananas foi gravado no começo de fevereiro e lançado em meados de agosto de 2003. Rapture of the Deep foi gravado entre março e abril e lançado no final de outubro de 2005. Se eles forem pro estúdio em dezembro de 2007, vai ter aumentado um pouco a demora entre um disco e outro, mas talvez tenha coisa boa nas lojas lá por julho de 2008.
domingo, 28 de janeiro de 2007
quarta-feira, 17 de janeiro de 2007
Gillan da montanha
Yodel-ay, hoo-hoo! Yodel-ay, hoo-hoo!
Pouco mais de meio ano antes daquele show incendiário do Frank Zappa, o Deep Purple tocou no Cassino de Montreux. E lá pelas tantas Gillan começa a cantar o "Yodel", aquele tipo de música dos montanheses suíços.
Isso era comum em vários shows do Deep Purple em 1971 e chegou a dar o título a um pirata dinamarquês - "Danish Yodel/Beware". O "Beware" é porque o Gillan recita seu poema com essse nome:
Beware a chair that's not there (Cuidado com a cadeira que não está lá)
It's a furniture illusion (é uma ilusão de móvel)
If you ever squat on that chair (se você sentar nessa cadeira)
You'll suffer some confusion (vai sofrer uma confusão)
A Wikipedia define o Yodel desta forma: "é uma forma de canto que envolve cantar uma nota estendida que rápida e repetidamente muda de afinação entre o registro vocal do peito e o registro da cabeça, fazendo um som grave-agudo-grave-agudo."
Quer ver o Gillan em pleno Yodel?
Pouco mais de meio ano antes daquele show incendiário do Frank Zappa, o Deep Purple tocou no Cassino de Montreux. E lá pelas tantas Gillan começa a cantar o "Yodel", aquele tipo de música dos montanheses suíços.
Isso era comum em vários shows do Deep Purple em 1971 e chegou a dar o título a um pirata dinamarquês - "Danish Yodel/Beware". O "Beware" é porque o Gillan recita seu poema com essse nome:
Beware a chair that's not there (Cuidado com a cadeira que não está lá)
It's a furniture illusion (é uma ilusão de móvel)
If you ever squat on that chair (se você sentar nessa cadeira)
You'll suffer some confusion (vai sofrer uma confusão)
A Wikipedia define o Yodel desta forma: "é uma forma de canto que envolve cantar uma nota estendida que rápida e repetidamente muda de afinação entre o registro vocal do peito e o registro da cabeça, fazendo um som grave-agudo-grave-agudo."
Quer ver o Gillan em pleno Yodel?
quarta-feira, 10 de janeiro de 2007
Palhetada
Descobri via The Highway Star o fórum onde Richard Dawk, que trabalhou na parte técnica com Blackmore nos anos 70 e 80, responde a perguntas de leitores.
Há questões bem interessantes, como esta aqui: por que nunca se ouve o clique da palheta de Blackmore contra as cordas nas gravações?
A resposta: a palheta é especial, feita de casca de tartaruga. É contra a lei em vários países ter isso - motivos ecológicos -, mas o som é perfeito.
Pelas maravilhas da internet, você também pode ter uma palheta do Ritchie.
Há questões bem interessantes, como esta aqui: por que nunca se ouve o clique da palheta de Blackmore contra as cordas nas gravações?
A resposta: a palheta é especial, feita de casca de tartaruga. É contra a lei em vários países ter isso - motivos ecológicos -, mas o som é perfeito.
Pelas maravilhas da internet, você também pode ter uma palheta do Ritchie.
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