Deu no Wall Street Journal: na Rússia, o Deep Purple é sinônimo de liberdade. “Para uma geração inteira de russos, os acordes familiares de ‘Smoke on the Water’ revivem memórias de rebelião juvenil contra os esforços soviéticos de suprimir o heavy metal”, diz o mais importante jornal financeiro do mundo na primeira página da edição deste domingo (que eu vou ter que dar um jeito de comprar, porque não tenho senha pra ler online).
Claro que os mestres e seus fãs já sabiam disso há pelo menos 11 anos. Em 1993, o carro-chefe de The Battle Rages On foi uma música inspirada na paisagem russa: “Anya”. Na turnê que gerou Come Hell or High Water, o Gillan cantava essa música logo depois de “Child in Time”, explicando que “isso foi antes, agora é agora e todas as coisas voltam”.
Nos países da ex-cortina de ferro, explica Gillan em sua autobiografia, “the line between the good and the bad” era lida como uma metáfora à guerra fria. O cego atirando no mundo, as balas voando e fazendo vítimas. Tudo o que restava às populações que ficavam no meio da briga dos poderosos era fechar os olhos, baixar a cabeça e esperar o ricochete. Que, nessa leitura metafórica, seria a queda do muro.
Os gritos ficam com vocês. I wanna hear you si-ing...
domingo, 12 de dezembro de 2004
quinta-feira, 9 de dezembro de 2004
Gonna send ya back to schoolin'
Segundo o jornal The Argus de 24 de novembro, o show do Purple no Brighton Centre, na semana retrasada, teve a presença de dois convidados especiais: Jimmy Page e Robert Plant. Até pediram pra eles subirem no palco dos ex-concorrentes, mas preferiram ficar lá embaixo curtindo junto com o fanzaredo.
Sei lá vocês, mas eu outro dia antei comparando as versões de Page e Plant pras músicas do Led com as originais. E costumeiramente comparo as versões recentes ao vivo do Purple para as músicas antigas com as originais. Sem dúvida alguma, a garganta do Ian Gillan envelheceu muito melhor que a do Plant. Na verdade, não só a garganta - até de rosto o mestre está muito menos demolido.
Sei lá vocês, mas eu outro dia antei comparando as versões de Page e Plant pras músicas do Led com as originais. E costumeiramente comparo as versões recentes ao vivo do Purple para as músicas antigas com as originais. Sem dúvida alguma, a garganta do Ian Gillan envelheceu muito melhor que a do Plant. Na verdade, não só a garganta - até de rosto o mestre está muito menos demolido.
sábado, 4 de dezembro de 2004
I see you down the Speak
O site da DPAS botou no ar uma seçãozinha contando o que foi o Speakeasy (lugar onde a Mk2 do Purple fez sua primeira apresentação, com a estréia de Gillan e Glover em 1969) e mostrando o que é lá hoje.
Também tem lá uma valiosíssima entrevista com Tommy Bolin, para a Melody Maker, de quando ele estava entrando no Purple. Ele conta entre outras coisas que quem o indicou foi o próprio Homem de Preto. Para botar vergonha na cara da gente, ele tinha 23 anos em 1975 e tocava tudo aquilo. Um ano depois, um mês antes de eu nascer, a química acabou com ele.
A DPAS também avisa que vai ressair o disco "Teaser", primeiro registro solo do carinha.
Também tem lá uma valiosíssima entrevista com Tommy Bolin, para a Melody Maker, de quando ele estava entrando no Purple. Ele conta entre outras coisas que quem o indicou foi o próprio Homem de Preto. Para botar vergonha na cara da gente, ele tinha 23 anos em 1975 e tocava tudo aquilo. Um ano depois, um mês antes de eu nascer, a química acabou com ele.
A DPAS também avisa que vai ressair o disco "Teaser", primeiro registro solo do carinha.
quarta-feira, 1 de dezembro de 2004
Seis notícias
1) Em mais um pedaço do quebra-cabeça da história do Deep Purple que vai para o túmulo, o empresário Artie Mogul, ex-presidente da Tetragrammaton Records (EUA), morreu em 26 de novembro. Foi ele quem assinou o contrato com o Deep Purple em maio de 1968, garantindo que eles fizessem sucesso com Hush nos EUA antes mesmo de serem conhecidos na Inglaterra. Apenas para recapitular, há poucas semanas morreu o DJ John Peel, da BBC, o primeiro cara que apresentou o Purple no rádio na Europa.
2) Foi lançado no Brasil o mais novo disco solo do Jon Lord, Beyond the Notes. Salvo engano, é o primeiro disco solo dele que sai por aqui. No ano passado, também foi lançado no Brasil o Snapshot, mais novo disco solo do Roger Glover (e também acho que o primeiro dele a sair no Brasil). Os quatro primeiros da Blackmore's Night também foram lançados por aqui e andam sendo vendidos bem baratinho. São os primeiros esforços solo dos mestres que são lançados nestas plagas sem haver nenhum contexto promocional ou turnê. Parece-me o início de uma muito bem-vinda tendência, que vai poupar os bolsos dos fanáticos. Aguardem resenha aqui.
3) Na FNAC da Paulista, os remasters importados de In Rock e Who Do We Think We Are estão baratinhos: R$ 39,90. Há três anos, comprei na galeria do rock o In Rock por R$ 50 e na Boca do Disco o WDWTWA (sueco) por R$ 80. Os remasters de Fireball e Made in Japan já saíram no Brasil. Já achei o de Fireball por R$ 16 (R$ 31 na FNAC) e o de MiJ por R$ 44 (R$ 51 na FNAC). Paguei R$ 60 pelo de Fireball e R$ 70 pelo de MiJ. Apenas estou no lucro com o remaster duplo de Machine Head: na FNAC está R$ 72, e eu paguei R$ 45 por ele em 2001. Vão lá, completem suas coleções, substituam seus discos antigos e saiam ganhando com os papos de estúdio de In Rock, as galinhagens etílicas de Fireball, a inteira reconstrução de Machine Head, o blues com Blackmore no baixo de WDWTWA e o bis do Made in Japan.
4) Já falei antes, mas repito: é amanhã, dia 2, o especial do Ian Gillan apresentado pelo Bruce Dickinson na Radio 2 da BBC. Dá pra ouvir numa boa pela internet. O Deep Purple foi uma das bandas formadoras da cabeça do goela de sirene do Iron Maiden - cujo teste na banda foi Black Night. No segundo dia deste ano, ele apresentou um especial sobre o Deep Purple que começava com uma narração sobre o tecladinho calmíssimo da versão de estúdio de Speed King:
--Eu queria ser o pé esquerdo do baterista. Eu queria gritar feito uma banshee. Eu queria maltratar as cordas de uma guitarra e fazê-la chorar. Tudo começou quando eu passei pela frente de uma porta fechada de estúdio e de trás dela ouvi isto:
(entra a letra na música: "Good golly, said the little miss Molly, while she was rockin' in the house of blue light...")
5) Já leram a entrevista interativa com o Roger Glover no site dele?
6) Confirmado: Ian Paice e Glenn Hughes fazem parte do projeto italiano Moonstone, que lança seu primeiro disco em janeiro. É a velha cozinha da Mk3 e Mk4 voltando a funcionar brevemente. Também participaram do projeto os feras Carmine Appice, Paul Shortino, Steve Walsh, Eric Bloom, Graham Bonnet, Kelly Keeling, Chris Catena, Tony Franklin, James Christian e Howie Simon.
2) Foi lançado no Brasil o mais novo disco solo do Jon Lord, Beyond the Notes. Salvo engano, é o primeiro disco solo dele que sai por aqui. No ano passado, também foi lançado no Brasil o Snapshot, mais novo disco solo do Roger Glover (e também acho que o primeiro dele a sair no Brasil). Os quatro primeiros da Blackmore's Night também foram lançados por aqui e andam sendo vendidos bem baratinho. São os primeiros esforços solo dos mestres que são lançados nestas plagas sem haver nenhum contexto promocional ou turnê. Parece-me o início de uma muito bem-vinda tendência, que vai poupar os bolsos dos fanáticos. Aguardem resenha aqui.
3) Na FNAC da Paulista, os remasters importados de In Rock e Who Do We Think We Are estão baratinhos: R$ 39,90. Há três anos, comprei na galeria do rock o In Rock por R$ 50 e na Boca do Disco o WDWTWA (sueco) por R$ 80. Os remasters de Fireball e Made in Japan já saíram no Brasil. Já achei o de Fireball por R$ 16 (R$ 31 na FNAC) e o de MiJ por R$ 44 (R$ 51 na FNAC). Paguei R$ 60 pelo de Fireball e R$ 70 pelo de MiJ. Apenas estou no lucro com o remaster duplo de Machine Head: na FNAC está R$ 72, e eu paguei R$ 45 por ele em 2001. Vão lá, completem suas coleções, substituam seus discos antigos e saiam ganhando com os papos de estúdio de In Rock, as galinhagens etílicas de Fireball, a inteira reconstrução de Machine Head, o blues com Blackmore no baixo de WDWTWA e o bis do Made in Japan.
4) Já falei antes, mas repito: é amanhã, dia 2, o especial do Ian Gillan apresentado pelo Bruce Dickinson na Radio 2 da BBC. Dá pra ouvir numa boa pela internet. O Deep Purple foi uma das bandas formadoras da cabeça do goela de sirene do Iron Maiden - cujo teste na banda foi Black Night. No segundo dia deste ano, ele apresentou um especial sobre o Deep Purple que começava com uma narração sobre o tecladinho calmíssimo da versão de estúdio de Speed King:
--Eu queria ser o pé esquerdo do baterista. Eu queria gritar feito uma banshee. Eu queria maltratar as cordas de uma guitarra e fazê-la chorar. Tudo começou quando eu passei pela frente de uma porta fechada de estúdio e de trás dela ouvi isto:
(entra a letra na música: "Good golly, said the little miss Molly, while she was rockin' in the house of blue light...")
5) Já leram a entrevista interativa com o Roger Glover no site dele?
6) Confirmado: Ian Paice e Glenn Hughes fazem parte do projeto italiano Moonstone, que lança seu primeiro disco em janeiro. É a velha cozinha da Mk3 e Mk4 voltando a funcionar brevemente. Também participaram do projeto os feras Carmine Appice, Paul Shortino, Steve Walsh, Eric Bloom, Graham Bonnet, Kelly Keeling, Chris Catena, Tony Franklin, James Christian e Howie Simon.
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domingo, 28 de novembro de 2004
O sonho de um coroa
Há muitos meses, pouco depois de se aposentar do Deep Purple Jon Lord disse numa entrevista que o seu sonho era fazer um grande show de homenagem ao Deep Purple, colocando no palco em sistema de rodízio todos os ex-membros ainda vivos (ou seja: todos menos Tommy Bolin, que faleceu mesmo, e Rod Evans, que morreu pra fins de direitos sobre seu quinhão da memória purpleana).
Sempre achei que seria inviável, principalmente por causa do clima pouco amigável entre Ian Gillan e Ritchie Blackmore, o homem de preto. Mas agora em dezembro sai uma edição especial da revista Record Collector, com uma imensa matéria sobre o Purple e entrevistas com dez membros e ex-membros da banda. Nessas entrevistas, Blackmore e Lord dizem que ainda se falam bastante e não descartam uma volta aos palcos para alguma coisa especial.
Desde 2002, quando o Jon Lord se aposentou, as turnês do Deep Purple têm tido convidados especiais no palco. Joe Satriani, que substituiu Blackmore, subiu ao palco já duas vezes para trocar licks com seu sucessor Steve Morse. Glenn Hughes andou passando pelos bastidores. Coverdale e Lord já andaram trocando abraços no aeroporto de Los Angeles. Semana passada, como botei aqui no Cabide, Lord subiu ao palco pra ver se o Don Airey está cuidando bem de seu Hammond.
A única grande incógnita é o Blackmore, mas depois dessa entrevista me parece que só falta combinar com os russos (leia-se: Gillan). Nunca entendi direito a briga deles, e olha que eu já li tudo sobre o assunto. Li os argumentos de ambos os lados em várias entrevistas e na autobiografia do Gillan. Quanto mais eu leio, mais me soa infantil a briga. Tomara que os dois coroas voltem a se falar. Depende mais do Blackmore, parece. "You know I loved you once and I wanna love again, but you don't give nothing", gravou o homem da goela de prata em 1973. Tem muita mágoa em trinta anos, incluindo principalmente as duas saídas do Gillan do Deep Purple, um copo d'água jogado na patroa do cantor (no vídeo Come Hell or High Water) e uma história malcontada de algo feio que o Blackmore teria feito à filha do Gillan há muitos anos. Mas eu, como otimista e pacífico que sou, acho que não é nada que uma cervejada e um bate-papo sincero não resolva. Pombas, são dois senhores de 59 anos. Mais do que maduros. Torço por isso.
Juro que, se sair o concerto dos sonhos do Jon Lord, eu quebro o porquinho, me endivido até o último fio de cabelo e saio voando para onde quer que seja.
Sempre achei que seria inviável, principalmente por causa do clima pouco amigável entre Ian Gillan e Ritchie Blackmore, o homem de preto. Mas agora em dezembro sai uma edição especial da revista Record Collector, com uma imensa matéria sobre o Purple e entrevistas com dez membros e ex-membros da banda. Nessas entrevistas, Blackmore e Lord dizem que ainda se falam bastante e não descartam uma volta aos palcos para alguma coisa especial.
Desde 2002, quando o Jon Lord se aposentou, as turnês do Deep Purple têm tido convidados especiais no palco. Joe Satriani, que substituiu Blackmore, subiu ao palco já duas vezes para trocar licks com seu sucessor Steve Morse. Glenn Hughes andou passando pelos bastidores. Coverdale e Lord já andaram trocando abraços no aeroporto de Los Angeles. Semana passada, como botei aqui no Cabide, Lord subiu ao palco pra ver se o Don Airey está cuidando bem de seu Hammond.
A única grande incógnita é o Blackmore, mas depois dessa entrevista me parece que só falta combinar com os russos (leia-se: Gillan). Nunca entendi direito a briga deles, e olha que eu já li tudo sobre o assunto. Li os argumentos de ambos os lados em várias entrevistas e na autobiografia do Gillan. Quanto mais eu leio, mais me soa infantil a briga. Tomara que os dois coroas voltem a se falar. Depende mais do Blackmore, parece. "You know I loved you once and I wanna love again, but you don't give nothing", gravou o homem da goela de prata em 1973. Tem muita mágoa em trinta anos, incluindo principalmente as duas saídas do Gillan do Deep Purple, um copo d'água jogado na patroa do cantor (no vídeo Come Hell or High Water) e uma história malcontada de algo feio que o Blackmore teria feito à filha do Gillan há muitos anos. Mas eu, como otimista e pacífico que sou, acho que não é nada que uma cervejada e um bate-papo sincero não resolva. Pombas, são dois senhores de 59 anos. Mais do que maduros. Torço por isso.
Juro que, se sair o concerto dos sonhos do Jon Lord, eu quebro o porquinho, me endivido até o último fio de cabelo e saio voando para onde quer que seja.
quarta-feira, 24 de novembro de 2004
Deep Purple em férias, mas gravando
Em 2005, o Deep Purple vai meio que tirar férias. Vai haver poucos shows, mas eles voltam ao estúdio com o Michael Bradford pra gravar um novo disco. O Gillan vai gravar um novo disco solo e vai ganhar um documentário em sua homenagem. Stormbringer deve ter seu remaster lançado.
Enquanto isso, no dia 2 de dezembro, o Bruce Dickinson apresenta seu Masters of Rock especial sobre o Ian Gillan, na Radio 2 da BBC. Pra ouvir, no dia, clica aqui. Pra saber mais sobre os especiais Masters of Rock, clica aqui. Gillan também fez uma participação especial no disco de Dean Howard (que fez com ele a turnê Repo Depo, em 1990/91). O véio canta e toca harmônica na música "Smokescreen".
O DVD duplo Living Loud, do Steve Morse, saiu no Brasil em 10 de novembro. O guitarrista com mãos-aranha fez um contrato com uma grande rede de telefonia celular (não descobri qual) para criar dois catálogos de 10 a 12 toques em true tone. O primeiro será "Killer Riffs" (riffs "matadores", como o de Smoke on the Water e Whole Lotta Love) e o segundo será "Sizzling Solos" (solos de cair o queixo).
Estão encenando Jesus Christ Superstar na Coréia. O cara que canta o papel de Judas disse que sempre quis participar de uma montagem na ópera-rock mais sensacional de todos os tempos porque era fã do Deep Purple. O Judas rouba a atenção sobre o Gillan (personagem-título) no álbum conceitual de 1971.
Dezoito anos depois de Seventh Star, Tony Iommi (do Black Sabbath) e Glenn Hughes voltam ao estúdio para gravar um disco. Recentemente, os dois também lançaram "The 1996 DEP Sessions", com gravações de umas jams que eles fizeram dez anos depois do disco que era pra ser um solo do Iommi e acabou sendo marquetado como disco do Sabbath.
E a última notícia é tipo Vera Fischer, velha mas boa. Semana passada, na turnê inglesa, Jon Lord subiu ao palco pra brincar com seu velho Hammond e ver como o sucessor Don Airey está cuidando do seu brinquedão. Olha a prova:
Enquanto isso, no dia 2 de dezembro, o Bruce Dickinson apresenta seu Masters of Rock especial sobre o Ian Gillan, na Radio 2 da BBC. Pra ouvir, no dia, clica aqui. Pra saber mais sobre os especiais Masters of Rock, clica aqui. Gillan também fez uma participação especial no disco de Dean Howard (que fez com ele a turnê Repo Depo, em 1990/91). O véio canta e toca harmônica na música "Smokescreen".
O DVD duplo Living Loud, do Steve Morse, saiu no Brasil em 10 de novembro. O guitarrista com mãos-aranha fez um contrato com uma grande rede de telefonia celular (não descobri qual) para criar dois catálogos de 10 a 12 toques em true tone. O primeiro será "Killer Riffs" (riffs "matadores", como o de Smoke on the Water e Whole Lotta Love) e o segundo será "Sizzling Solos" (solos de cair o queixo).
Estão encenando Jesus Christ Superstar na Coréia. O cara que canta o papel de Judas disse que sempre quis participar de uma montagem na ópera-rock mais sensacional de todos os tempos porque era fã do Deep Purple. O Judas rouba a atenção sobre o Gillan (personagem-título) no álbum conceitual de 1971.
Dezoito anos depois de Seventh Star, Tony Iommi (do Black Sabbath) e Glenn Hughes voltam ao estúdio para gravar um disco. Recentemente, os dois também lançaram "The 1996 DEP Sessions", com gravações de umas jams que eles fizeram dez anos depois do disco que era pra ser um solo do Iommi e acabou sendo marquetado como disco do Sabbath.
E a última notícia é tipo Vera Fischer, velha mas boa. Semana passada, na turnê inglesa, Jon Lord subiu ao palco pra brincar com seu velho Hammond e ver como o sucessor Don Airey está cuidando do seu brinquedão. Olha a prova:
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terça-feira, 2 de novembro de 2004
Blackmore's patroa
Achei ontem em promoção o "Ghost of a Rose", do Blackmore's Night. Eu já havia comprado o primeiro deles, "Shadow of the Moon", fora de promoção, e não me agradou. Depois, em promoção (R$ 11,99), comprei "Under a Violet Moon" e "Fires at Midnight". Mas ainda não tinha tido coragem de ouvir, botei hoje.
A impressão é a mesma que eu tive com o primeiro: os instrumentais, com o Homem de Preto mostrando no violão o que sabe fazer com seis cordas, são fenomenais. As canções, com a patroa do Blackmore em tom de Enya, têm clima de som ambiental de carro de balzaquiana que acredita em duendes. Não me fecha com o gosto. No primeiro, deu a impressão de que o Blackmore havia feito uma ironia em "Greensleeves", metendo no meio o riff de "Anya" (do The Battle Rages On). Daí cunhei a frase "Blackmore's Night é uma mistura de Anya com Enya".
Isso só me reforça uma percepção positiva em relação ao Blackmore: o homem é um cavalheiro romântico.
Blackmore já teve tudo. Foi um dos grandes guitarristas dos anos 70, época que gerou gigantes como Eric Clapton, Jimi Hendrix e Jeff Beck. Inspirou gerações posteriores. Criou duas das maiores bandas de rock que já houveram. Adaptou Beethoven para a guitarra. Botou fogo no palco. Fez fama e, certamente, alguma fortuna. Ele já tem e já criou tudo o que poderia querer ter e criar.
Desde 1997, ele vem apostando nesse projeto com a patroa, vários anos mais nova que ele. Ela tem boa voz, até, mas não me faz o gênero. O material é certamente diferente de tudo o que o Blackmore fez antes. Ele se submete ao mico de ele e seus colegas se vestirem feito personagens de O Senhor dos Anéis, o que é ridículo especialmente para um senhor dessa idade (ele completa 60 no ano que vem).
A grande impressão que me dá é que ele está investindo seu nome, talento, recursos e contatos na carreira da patroa, dentro de um nicho que tem mercado e para o qual ela leva jeito.
Blackmore é um sujeito que desenvolveu ao longo dos anos 90 uma em boa parte justificada fama de estourado, antipático, egoísta, ególatra, misantropo e - vamos ser claros - mau-caráter. Eu me decepcionei muito com ele (que sempre foi meu guitarrista favorito) na década passada.
Mas essa demonstração de cavalheirismo e de paixão pela patroa o redime na minha consideração, embora não muito aos meus ouvidos. Não é qualquer um que faz uma coisa dessas por uma mulher.
domingo, 31 de outubro de 2004
Teje preso!
Local: Camarins do Deep Purple, na turnê americana com Thin Lizzy e Joe Satriani (ex-guitarrista do Purple).
Um policial bate à porta do camarim de Joe, pede que ele saia e lhe dá voz de prisão. Por "tocar quantidade excessiva de notas".
Obviamente, era galinhagem. O policial era Rich Shailor, amigaço do Roger Glover. A foto do mico vai abaixo, tirada pelo próprio Rog.
Um policial bate à porta do camarim de Joe, pede que ele saia e lhe dá voz de prisão. Por "tocar quantidade excessiva de notas".
Obviamente, era galinhagem. O policial era Rich Shailor, amigaço do Roger Glover. A foto do mico vai abaixo, tirada pelo próprio Rog.
quinta-feira, 28 de outubro de 2004
Peel e o Purple
Desculpem voltar ao assunto, mas sou fascinado pela história dos dois anos mais emblemáticos do Deep Purple (1969-1970). Sou fascinado pela BBC e fascinado pelo Deep Purple. Nesse ponto, os dois fascínios se unem e revelam aos poucos o processo criativo da melhor banda do mundo. Então, vou aproveitar o gancho da morte do John Peel pra chafurdar um pouco mais nessa lama.
Como eu já falei aqui antes, naquele tempo era mais negócio na Inglaterra pedir que a banda fosse ao estúdio da rádio gravar do que usar material já gravado fora, porque tinha direitos autorais. Mais ainda: com os Beatles evanescendo, a rádio queria descobrir quem seriam os sucessores dos Fab Four, e botava MUITA pilha nas melhores bandas britânicas. É daí que vêm maravilhas como o CD duplo do Hendrix na BBC, o CD duplo do Led na BBC, etc. Mas nunca lançaram um propriamente do Deep Purple na BBC. Lançaram faixas esparsas, mas só um tarado como eu pra juntar em um CD particular as da Mark 2.
Simon Robinson lembra que John Peel foi o primeiro cara a apresentar o Deep Purple no rádio, em junho de 1968, semanas antes de estrear o single de Hush. Naquela apresentação, o grupo foi considerado por unanimidade uma boa aposta comercial, o que garantiu todas as visitas da Mark 1 ao Top Gear:
18.06.68 - BBC Radio, Studio 1, Picadilly (Hush/One More Rainy Day/Help)
25.06.68 - BBC Radio, Studio 5, Maida Vale (Hush/One More Rainy Day/Kentucky Woman/It's All Over Now)
08.01.69 - BBC Radio, interview with Rod Evans
14.01.69 - BBC Radio, Studio 4, Maida Vale (Hey Boppa Re Bop/Emmaretta/Wring That Neck/Hey Joe/It's All Over Now)
11.02.69 - BBC Radio, Studio 4, Maida Vale (Emmaretta/Bird Has Flown/Hush/Hey Boppa Re Bop)
24.06.69 - BBC Radio, Studio 5, Maida Vale (Lalena/The Painter/I'm So Glad)
30.06.69 - BBC Radio, Studio 5, Maida Vale (The Painter/I'm So Glad/Hush)
Sucesso absoluto. Parte desses sons saíram no Brasil nos remasters de Shades of Deep Purple, Book of Taliesyn e Deep Purple.
A partir de junho de 1969, o Deep Purple toma novo fôlego, trocando de vocalista e baixista em um golpe de Estado. Entram Gillan e Glover, e aquela banda que fazia covers criativos dos Beatles nunca mais seria a mesma.
Na verdade, as últimas duas gravações da Mark 1 na BBC já ocorreram durante o golpe de Estado. Em 7.6.69, três quintos do Deep Purple original se reuniam com os dois novatos para gravar Hallellujah. No dia 16, lá estavam eles no Centro Comunitário de Hanwell, improvisando o que viriam a ser Kneel and Pray (mais tarde Speed King) e Child in Time.
Em agosto, eles voltam à BBC. É fascinante acompanhar o crescimento do repertório da banda. Especialmente de Speed King, que começou como Ricochet, foi chamada de Kneel and Pray e terminou com a miss molly dançando na casa da luz azul.
11.08.69 - BBC Radio, Studio 2, Aeolin Hall (Ricochet/Bird Has Flown)
29.08.69 - BBC Radio, Studio 1, Picadilly (Kneel And Pray/Child In Time)
11.09.69 - BBC Radio, Roundabout
Em 24 de setembro de 69, a coisa mais curiosa do mundo acontece: o Concerto para Grupo e Orquestra. O Deep Purple mostra sua cara e leva ao Royal Albert Hall o poder do gogó do novo vocalista, já mostrado um mês antes na BBC. Como não podia deixar de ser, o histórico show é transmitido pela glória do império.
28.09.69 - BBC Radio, Studio 5, Maida Vale (And The Address/The Painter/Child In Time/Kneel And Pray/Bird Has Flown)
Neste ponto, eles já tinham algum repertório próprio na segunda formação. Não precisavam mais de Painter, Bird Has Flown ou mesmo Hush. Speed King já era uma canção madura e podia ser colocada em vinil. Era aproveitar a base de Kneel and Pray e botar uma letra evocando o roquenrôu dos anos 50. As gravações de Speed King e Livin'Wreck duraram uma semana, de 14 a 21 de outubro de 69. Dez dias depois, eles voltavam à rádio pra apresentar o que tinham e fazer uma jam exclusiva.
31.10.69 - BBC Radio, Studio 4, Maida Vale (Speed King/Living Wreck/John Stew)
De 3 a 6 de novembro, eles se trancam no estúdio de novo para gravar sua mais preparada canção de então: Child in Time, que já estava praticamente pronta desde agosto, sendo apresentada inclusive em shows noutros países europeus. O Deep Purple passa a fazer turnês por clubes e faculdades do Reino Unido enquanto prepara seu quarto disco de estúdio. De 25 a 28 de novembro, eles se trancam para gravar Jam Stew, uma derivação da brincadeira na BBC, mas sem letra. Acaba só entrando na edição comemorativa do In Rock. Também gravam Into the Fire. Na virada do ano, em 1o de janeiro de 1970, cheios de champanhe nas idéias eles gravam Hard Lovin'Man. No dia 13, gravam Cry Free, que só aparece em disco em 1977 e só entra no In Rock em 1995.
No início de fevereiro, é hora de voltar à BBC. No programa de John Peel, "In Concert". Se vocês têm o disco In Concert 70-72, ouçam lá. "Hi, this is John Peel, with another In Concert program, from the BBC studios in London. Tonight's guests... Deep Purple".
19.02.70 - BBC Radio, Paris Theatre, London, UK, In Concert
O repertório é matador. Speed King, Wring That Neck, Mandrake Root e Child in Time. Três mega-solos. Platéia de olhos arregalados. Aquilo é jazz, em sua mais pura forma. Mas mais eletrificado, mais animal. Muito mais animal do que as experiências que o Miles Davis andava fazendo então.
Em 11 de março eles voltam ao estúdio, pra gravar Flight of the Rat, segundo o Jon Lord um libelo contra o uso de drogas. "Somos uma banda de bebuns", esclareciam eles quando perguntados se eles realmente eram os bons-moços que apregoavam ser. Em 13 de abril, gravam Bloodsucker. Tava na hora de voltar à rádio, certo?
21.04.70 - BBC Radio, Studio 5, Maida Vale (Hard Lovin' Man/Bloodsucker/Living Wreck)
OK, eles tinham um disco pronto. Mas não dispunham de um single. A gravadora queria que aqueles gênios estourassem comercialmente, precisava de um single. Vai daí que em 4 de maio eles voltam a se trancar no estúdio, depois de comer muita massa e encher a cara de vinho. Blackmore e Glover são os primeiros a chegar. Precisa sair um riff. Glover começa a brincar com um riff conhecido. Blackmore grita: "GENIAL!" e Glover acusa que não é criação e sim cópia.
Então Glover começa a brincar com o riff de It's a Beautiful Day e o altera para ter um resultado próprio. Tan, dan, da-dan... o resultado eu ouço todo dia quando alguém me liga. Mas faltava uma letra pra isso. Nisso, já estava a banda inteira, devidamente encharcada. Começam a fazer rimas sem sentido nem coerência. O importante era rimar: black night, it's not right, I don't feel so bright, I don't care to sit tight... e o resultado é um estouro de vendas. Cumprimentados, eles manifestam ceticismo. Porra, era só um porre, uma gravação sob pressão.
John Peel não curte a idéia de o Purple andar fazendo som comercial. Single? Sem estar no disco? Convenhamos. É nesse ponto que eles perdem todo o belo apoio que tiveram da BBC. Brigam pela imprensa musical, fazem o escambau. Resultado: só voltam à jóia da coroa em setembro, quando Jon Lord é entrevistado sobre por que diabos fizeram um single.
09.09.70 - BBC TV "Top of the Pops" (Black Night)
23.09.70 - BBC Radio, Studio T1, Shepherds Bush (Black Night/Grabsplatter/Into The Fire/Child In Time/Jon Lord interview)
A partir daqui, as aparições na BBC caem drasticamente. Quase nada de Fireball ou Machine Head pintou na BBC. Tenho uma versão de Strange Kind of Woman na BBC, mas não sei direito de quando é.
Mas, nesse ponto, eles não eram mais uma mera banda inglesa precisando de uma força da melhor rádio do mundo. Eles eram big and bold and more than twice as old than all the cats they'd ever seen. Na troca de guarda seguinte, em 1974, eles ainda apareceriam na BBC gravando o que se tornou o Live in London. Mas mesmo assim, nunca mais tiveram a mesma receptividade que tiveram em 1968 e 1969.
Como eu já falei aqui antes, naquele tempo era mais negócio na Inglaterra pedir que a banda fosse ao estúdio da rádio gravar do que usar material já gravado fora, porque tinha direitos autorais. Mais ainda: com os Beatles evanescendo, a rádio queria descobrir quem seriam os sucessores dos Fab Four, e botava MUITA pilha nas melhores bandas britânicas. É daí que vêm maravilhas como o CD duplo do Hendrix na BBC, o CD duplo do Led na BBC, etc. Mas nunca lançaram um propriamente do Deep Purple na BBC. Lançaram faixas esparsas, mas só um tarado como eu pra juntar em um CD particular as da Mark 2.
Simon Robinson lembra que John Peel foi o primeiro cara a apresentar o Deep Purple no rádio, em junho de 1968, semanas antes de estrear o single de Hush. Naquela apresentação, o grupo foi considerado por unanimidade uma boa aposta comercial, o que garantiu todas as visitas da Mark 1 ao Top Gear:
18.06.68 - BBC Radio, Studio 1, Picadilly (Hush/One More Rainy Day/Help)
25.06.68 - BBC Radio, Studio 5, Maida Vale (Hush/One More Rainy Day/Kentucky Woman/It's All Over Now)
08.01.69 - BBC Radio, interview with Rod Evans
14.01.69 - BBC Radio, Studio 4, Maida Vale (Hey Boppa Re Bop/Emmaretta/Wring That Neck/Hey Joe/It's All Over Now)
11.02.69 - BBC Radio, Studio 4, Maida Vale (Emmaretta/Bird Has Flown/Hush/Hey Boppa Re Bop)
24.06.69 - BBC Radio, Studio 5, Maida Vale (Lalena/The Painter/I'm So Glad)
30.06.69 - BBC Radio, Studio 5, Maida Vale (The Painter/I'm So Glad/Hush)
Sucesso absoluto. Parte desses sons saíram no Brasil nos remasters de Shades of Deep Purple, Book of Taliesyn e Deep Purple.
A partir de junho de 1969, o Deep Purple toma novo fôlego, trocando de vocalista e baixista em um golpe de Estado. Entram Gillan e Glover, e aquela banda que fazia covers criativos dos Beatles nunca mais seria a mesma.
Na verdade, as últimas duas gravações da Mark 1 na BBC já ocorreram durante o golpe de Estado. Em 7.6.69, três quintos do Deep Purple original se reuniam com os dois novatos para gravar Hallellujah. No dia 16, lá estavam eles no Centro Comunitário de Hanwell, improvisando o que viriam a ser Kneel and Pray (mais tarde Speed King) e Child in Time.
Em agosto, eles voltam à BBC. É fascinante acompanhar o crescimento do repertório da banda. Especialmente de Speed King, que começou como Ricochet, foi chamada de Kneel and Pray e terminou com a miss molly dançando na casa da luz azul.
11.08.69 - BBC Radio, Studio 2, Aeolin Hall (Ricochet/Bird Has Flown)
29.08.69 - BBC Radio, Studio 1, Picadilly (Kneel And Pray/Child In Time)
11.09.69 - BBC Radio, Roundabout
Em 24 de setembro de 69, a coisa mais curiosa do mundo acontece: o Concerto para Grupo e Orquestra. O Deep Purple mostra sua cara e leva ao Royal Albert Hall o poder do gogó do novo vocalista, já mostrado um mês antes na BBC. Como não podia deixar de ser, o histórico show é transmitido pela glória do império.
28.09.69 - BBC Radio, Studio 5, Maida Vale (And The Address/The Painter/Child In Time/Kneel And Pray/Bird Has Flown)
Neste ponto, eles já tinham algum repertório próprio na segunda formação. Não precisavam mais de Painter, Bird Has Flown ou mesmo Hush. Speed King já era uma canção madura e podia ser colocada em vinil. Era aproveitar a base de Kneel and Pray e botar uma letra evocando o roquenrôu dos anos 50. As gravações de Speed King e Livin'Wreck duraram uma semana, de 14 a 21 de outubro de 69. Dez dias depois, eles voltavam à rádio pra apresentar o que tinham e fazer uma jam exclusiva.
31.10.69 - BBC Radio, Studio 4, Maida Vale (Speed King/Living Wreck/John Stew)
De 3 a 6 de novembro, eles se trancam no estúdio de novo para gravar sua mais preparada canção de então: Child in Time, que já estava praticamente pronta desde agosto, sendo apresentada inclusive em shows noutros países europeus. O Deep Purple passa a fazer turnês por clubes e faculdades do Reino Unido enquanto prepara seu quarto disco de estúdio. De 25 a 28 de novembro, eles se trancam para gravar Jam Stew, uma derivação da brincadeira na BBC, mas sem letra. Acaba só entrando na edição comemorativa do In Rock. Também gravam Into the Fire. Na virada do ano, em 1o de janeiro de 1970, cheios de champanhe nas idéias eles gravam Hard Lovin'Man. No dia 13, gravam Cry Free, que só aparece em disco em 1977 e só entra no In Rock em 1995.
No início de fevereiro, é hora de voltar à BBC. No programa de John Peel, "In Concert". Se vocês têm o disco In Concert 70-72, ouçam lá. "Hi, this is John Peel, with another In Concert program, from the BBC studios in London. Tonight's guests... Deep Purple".
19.02.70 - BBC Radio, Paris Theatre, London, UK, In Concert
O repertório é matador. Speed King, Wring That Neck, Mandrake Root e Child in Time. Três mega-solos. Platéia de olhos arregalados. Aquilo é jazz, em sua mais pura forma. Mas mais eletrificado, mais animal. Muito mais animal do que as experiências que o Miles Davis andava fazendo então.
Em 11 de março eles voltam ao estúdio, pra gravar Flight of the Rat, segundo o Jon Lord um libelo contra o uso de drogas. "Somos uma banda de bebuns", esclareciam eles quando perguntados se eles realmente eram os bons-moços que apregoavam ser. Em 13 de abril, gravam Bloodsucker. Tava na hora de voltar à rádio, certo?
21.04.70 - BBC Radio, Studio 5, Maida Vale (Hard Lovin' Man/Bloodsucker/Living Wreck)
OK, eles tinham um disco pronto. Mas não dispunham de um single. A gravadora queria que aqueles gênios estourassem comercialmente, precisava de um single. Vai daí que em 4 de maio eles voltam a se trancar no estúdio, depois de comer muita massa e encher a cara de vinho. Blackmore e Glover são os primeiros a chegar. Precisa sair um riff. Glover começa a brincar com um riff conhecido. Blackmore grita: "GENIAL!" e Glover acusa que não é criação e sim cópia.
Então Glover começa a brincar com o riff de It's a Beautiful Day e o altera para ter um resultado próprio. Tan, dan, da-dan... o resultado eu ouço todo dia quando alguém me liga. Mas faltava uma letra pra isso. Nisso, já estava a banda inteira, devidamente encharcada. Começam a fazer rimas sem sentido nem coerência. O importante era rimar: black night, it's not right, I don't feel so bright, I don't care to sit tight... e o resultado é um estouro de vendas. Cumprimentados, eles manifestam ceticismo. Porra, era só um porre, uma gravação sob pressão.
John Peel não curte a idéia de o Purple andar fazendo som comercial. Single? Sem estar no disco? Convenhamos. É nesse ponto que eles perdem todo o belo apoio que tiveram da BBC. Brigam pela imprensa musical, fazem o escambau. Resultado: só voltam à jóia da coroa em setembro, quando Jon Lord é entrevistado sobre por que diabos fizeram um single.
09.09.70 - BBC TV "Top of the Pops" (Black Night)
23.09.70 - BBC Radio, Studio T1, Shepherds Bush (Black Night/Grabsplatter/Into The Fire/Child In Time/Jon Lord interview)
A partir daqui, as aparições na BBC caem drasticamente. Quase nada de Fireball ou Machine Head pintou na BBC. Tenho uma versão de Strange Kind of Woman na BBC, mas não sei direito de quando é.
Mas, nesse ponto, eles não eram mais uma mera banda inglesa precisando de uma força da melhor rádio do mundo. Eles eram big and bold and more than twice as old than all the cats they'd ever seen. Na troca de guarda seguinte, em 1974, eles ainda apareceriam na BBC gravando o que se tornou o Live in London. Mas mesmo assim, nunca mais tiveram a mesma receptividade que tiveram em 1968 e 1969.
terça-feira, 26 de outubro de 2004
Morre John Peel
Morreu o legendário DJ John Peel, da BBC, aos 65 anos. Foi ele quem lançou de Pink Floyd a Oasis, e é ele quem apresenta os shows do disco "In Concert 70-72", do Deep Purple. Ele também apresentava o programa "Top Gear", onde foram gravadas algumas das faixas que aparecem nos remasters dos três primeiros discos do Purple. Meus respeitos.
Peel estava em Cuzco, no Peru, em férias com a esposa, quando teve um ataque cardíaco. No site da BBC, tem um perfil dele, um espaço para tributos e os últimos programas dele.
Peel estava em Cuzco, no Peru, em férias com a esposa, quando teve um ataque cardíaco. No site da BBC, tem um perfil dele, um espaço para tributos e os últimos programas dele.
sexta-feira, 22 de outubro de 2004
Baixaria (e tecladaria)
Nos bastidores da turnê americana, dois dos três baixistas que já passaram pelo Purple se encontram. Na foto, Don Airey, Glenn Hughes e Roger Glover:
quinta-feira, 21 de outubro de 2004
Chegou
Depois de várias idas e vindas, finalmente chega às minhas mãos, ao meu discman e aos meus ouvidos o remaster de Burn, lançado no último dia 4 em Londres e devidamente comprado na Amazon britânica (cuidado: o Leão tunga R$ 36,96 quando o sujeito compra um CD desses).
É o primeiro trabalho do Purple de que eu historicamente tive três versões: vinil, CD convencional e CD remasterizado, importado, com faixas extras e o escambau. Sempre saltei do vinil pro especial.
Algumas matérias sobre o novo Burn nos sites gringos:
- Seção especial do The Highway Star
- Trechinhos de Coronarias Redig e You Fool No One remixadas
- Resenhas contemporâneas
- Looking Back, May 1974
- Discografia do Burn
- Discografia do Live in London
- Discografia do California Jam
Enquanto ouço essa maravilha, pra postar depois a resenha, queria aproveitar o espaço e a atenção dos amigos pra recordar o longo e extenuante processo que levou à confecção disto.
4.mar.2002
Ainda não se sabia que fim haviam levado as fitas originais do estúdio. O Cabide deu:
"Alguém aí com conexões suecas poderia tentar descobrir onde estão as fitas com outtakes do disco Burn, do Deep Purple? Há alguns anos, Glenn Hughes, baixista e vocalista do Purple na época, as teria entregue a um jornalista sueco, que as repassou a outro sueco. (Dizem as más línguas que Hughes as trocou por drogas.) Sem essas fitas, não sai a edição remasterizada de Burn, a próxima da série Purple Remasters. Sem ela, não saem as seguintes."
15.abr.2002
Um dia depois do aniversário do Blackmore, o Purpendicular noticia:
"Simon Robinson conseguiu. Ele achou todas as masters de Burn, o primeiro disco da quarta formação do Deep Purple. Até o final do ano ele consegue terminar de ouvi-las, e a edição remasterizada só deve sair lá por 2003. Roger Glover deve supervisar o trabalho, apesar de não ter participado do disco. Por isso, ele consultou Jon Lord e Ian Paice, que estavam lá. Ainda não é garantido que saiam os outros dois discos da primeira fase do Purple (Stormbringer e Come Taste the Band). Glenn Hughes teria trocado por drogas todas as masters em que ele esteve envolvido."
11.mai.2002
Não só as fitas de Burn, mas também as de Stormbringer haviam sido encontradas, o que garante meu granicídio do ano que vem:
"Algumas semanas depois da descoberta das masters de Burn, a DPAS conseguiu botar as mãos nas fitas originais do disco Stormbringer. A partir do ano que vem podem sair os dois remasters. Segundo Simon Robinson, as fitas estão em excelente estado e têm três versões diferentes de vocais para a balada "Soldier of Fortune", uma poderosa versão instrumental de "Highball Shooter" e os vocais originais de Coverdale para as palavras ditas ao contrário no começo de Stormbringer: "Cocksucker, muthafucker, Stormbringer". Singelo, né?"
24.nov.2002
A EMI francesa lança uma caixa especial com as gravações convencionais de Burn e Stormbringer. Caça-níqueis.
31.jan.2003
A EMI convida Roger Glover a fazer o remaster:
"Planeta: Terra. Cidade: Londres. A EMI pediu e o Roger Glover aceitou supervisar a reedição do disco Burn, ainda que ele estivesse fora do Purple na época. Ian Paice e Jon Lord, que estavam dentro, deram seu OK. O Simon Robinson, da DPAS, conseguiu achar todas as fitas originais ainda no ano passado. Então, é extremamente possível que saia ainda este ano o disco. Já estou preparando minhas burras."
19.abr.2003
Uma notícia boa e uma ruim: Glover já estava com as fitas originais na mão, mas as gravações dos ensaios não eram boas o bastante:
"Mestre Roger Glover, que se comprometeu a remasterizar o Burn, está com as fitas já há algumas semanas, segundo a DPAS. A associação localizou as fitas com os ENSAIOS do disco, mas "infelizmente a qualidade do som não era boa o bastante". Triste, muito triste. Mas esse remaster vai ser um puta disco, de qualquer forma. Já tenho todos os das Mk 1 e 2. Estou só no aguardo dos da 3."
8.mai.2003
Roger Glover desistiu de remasterizar Burn, e eu já desconfiava que não ia muito pra frente a coisa:
No último email que eu mandei pra ele, eu o parabenizei por pegar a bronca e perguntei o que ele estava achando do material. Ele não respondeu.
9.mai.2003
Roger Glover se explica:
"Decidi não fazer a remixagem de Burn. Como eu não estava no disco originalmente, me senti meio estranho no começo por me envolver, mas eu achava que podia dar um ar diferente às gravações. Peter Denenberg e eu ouvimos as transferências digitais (feitas nos estúdios Abbey Road) e começamos a trabalhar em várias músicas, incluindo a faixa-título. Depois de alguns dias brigando com os sons, escutamos às versões remasterizadas que saíram na caixa New Live and Rare e eu cheguei à conclusão de que não estávamos trazendo nada de novo para a música. Assim, saí do projeto. A EMI vai levar adiante, mas eu não tenho mais nada a acrescentar."
19.out.2003
"Está andando o remix de Burn. Segundo o Simon Robinson, o que já está pronto ficou poderoso, "com um trabalho deslumbrante em Sail Away, em particular". O remix deve ficar pronto em outubro e o disco em si sai no ano que vem, como edição especial de 30 anos de Burn."
5.nov.2003
Promete-se que o disco sairia em abril:
"Deve sair lá por abril do ano que vem, nos trinta anos do disco original. Essa é, na minha opinião, a jóia da coroa do que vai sair. É aquela versão remasterizada, remixada, com faixas extras e o escambau, incluindo livretinho escrito pelo Simon Robinson, da DPAS. Parece que o Glenn Hughes vai supervisar a remixagem. Diz o site da DPAS que há belos trabalhos em Sail Away, Mistreated e You Fool No One. Em breve haverá trechos no site da DPAS e, claro, o Purpendicular vai dar a dica."
27.nov.2003
São anunciadas as faixas do disco:
01. Burn
02. Might Just Take Your Life
03. Lay Down Stay Down
04. Sail Away
05. You Fool No One
06. What's Goin' On Here
07. Mistreated
08. A 200
09. Mistreated remix
10. You Fool No One remix
11. Burn remix
12. Sail Away remix
13. Coronarias Redig
15.mar.2004
Ainda em Porto Alegre, eu posto aqui uma frase de um produtor do show California Jam, que se considerava culpado por Blackmore ter posto fogo no palco 30 anos antes:
"Acho que sou pessoalmente responsável por Blackmore ter batido sua guitarra contra a câmera. Eu falei com ele na noite anterior. O Deep Purple fez um ensaio técnico, e eu perguntei se ele ia quebrar a guitarra dele. E Richie disse: 'sim, talvez. Sei lá, que merda'. Ele estava meio puto com várias coisas que não tinham nada a ver comigo. E eu disse: 'Veja, se você for quebrar a guitarra, privilegie a câmera. Vou fazer uma bela filmagem e vai ficar genial'. E ele privilegiou bem a câmera, gerando US$ 8 mil de prejuízo."
11.abr.2004
Com isso, eu reedito o Clássicos Purpendicular: California Jam
27.abr.2004
Aniversário de 30 anos do lançamento de Burn. Eu reproduzo do deep-purple.net alguns cartazes promocionais da época:
15.set.2004
Posto aqui um link para as memórias do Coverdale sobre a gravação de Burn. Com observações assim:
"Passei boa parte da noite escrevendo toneladas de letras para o que virou 'Burn'... mais tarde, brinquei que eu estava tão empolgado que escrevi pelo menos doze letras pra música!!! Não era verdade, mas apenas um leve exagero... provavelmente fiz umas 3 ou 4 versões... a mais memorável pra mim se chamava... olha só... 'The Road'!!! Então, em vez de 'All I hear... is BUUUUUUURRRNNN!' era 'Take me down... the ROOOOOOAAAADDD!!!'.
Longe de ser uma das minhas melhores letras... e foi uma fonte de grande alegria para o sr.Lord. De qualquer forma... eu deixei todas as letras... incluindo a letra completamente sci-fi de 'Burn', que eu tinha escrito especificamente pensando no Ritchie... num piano de cauda no estúdio, para os caras olharem e escolherem. Não preciso nem dizer... eu estava me sentindo bem satisfeito de dar tantas escolhas a eles... e então eu saltei pra cama... absolutamente detonado..."
É o primeiro trabalho do Purple de que eu historicamente tive três versões: vinil, CD convencional e CD remasterizado, importado, com faixas extras e o escambau. Sempre saltei do vinil pro especial.
Algumas matérias sobre o novo Burn nos sites gringos:
- Seção especial do The Highway Star
- Trechinhos de Coronarias Redig e You Fool No One remixadas
- Resenhas contemporâneas
- Looking Back, May 1974
- Discografia do Burn
- Discografia do Live in London
- Discografia do California Jam
Enquanto ouço essa maravilha, pra postar depois a resenha, queria aproveitar o espaço e a atenção dos amigos pra recordar o longo e extenuante processo que levou à confecção disto.
4.mar.2002
Ainda não se sabia que fim haviam levado as fitas originais do estúdio. O Cabide deu:
"Alguém aí com conexões suecas poderia tentar descobrir onde estão as fitas com outtakes do disco Burn, do Deep Purple? Há alguns anos, Glenn Hughes, baixista e vocalista do Purple na época, as teria entregue a um jornalista sueco, que as repassou a outro sueco. (Dizem as más línguas que Hughes as trocou por drogas.) Sem essas fitas, não sai a edição remasterizada de Burn, a próxima da série Purple Remasters. Sem ela, não saem as seguintes."
15.abr.2002
Um dia depois do aniversário do Blackmore, o Purpendicular noticia:
"Simon Robinson conseguiu. Ele achou todas as masters de Burn, o primeiro disco da quarta formação do Deep Purple. Até o final do ano ele consegue terminar de ouvi-las, e a edição remasterizada só deve sair lá por 2003. Roger Glover deve supervisar o trabalho, apesar de não ter participado do disco. Por isso, ele consultou Jon Lord e Ian Paice, que estavam lá. Ainda não é garantido que saiam os outros dois discos da primeira fase do Purple (Stormbringer e Come Taste the Band). Glenn Hughes teria trocado por drogas todas as masters em que ele esteve envolvido."
11.mai.2002
Não só as fitas de Burn, mas também as de Stormbringer haviam sido encontradas, o que garante meu granicídio do ano que vem:
"Algumas semanas depois da descoberta das masters de Burn, a DPAS conseguiu botar as mãos nas fitas originais do disco Stormbringer. A partir do ano que vem podem sair os dois remasters. Segundo Simon Robinson, as fitas estão em excelente estado e têm três versões diferentes de vocais para a balada "Soldier of Fortune", uma poderosa versão instrumental de "Highball Shooter" e os vocais originais de Coverdale para as palavras ditas ao contrário no começo de Stormbringer: "Cocksucker, muthafucker, Stormbringer". Singelo, né?"
24.nov.2002
A EMI francesa lança uma caixa especial com as gravações convencionais de Burn e Stormbringer. Caça-níqueis.
31.jan.2003
A EMI convida Roger Glover a fazer o remaster:
"Planeta: Terra. Cidade: Londres. A EMI pediu e o Roger Glover aceitou supervisar a reedição do disco Burn, ainda que ele estivesse fora do Purple na época. Ian Paice e Jon Lord, que estavam dentro, deram seu OK. O Simon Robinson, da DPAS, conseguiu achar todas as fitas originais ainda no ano passado. Então, é extremamente possível que saia ainda este ano o disco. Já estou preparando minhas burras."
19.abr.2003
Uma notícia boa e uma ruim: Glover já estava com as fitas originais na mão, mas as gravações dos ensaios não eram boas o bastante:
"Mestre Roger Glover, que se comprometeu a remasterizar o Burn, está com as fitas já há algumas semanas, segundo a DPAS. A associação localizou as fitas com os ENSAIOS do disco, mas "infelizmente a qualidade do som não era boa o bastante". Triste, muito triste. Mas esse remaster vai ser um puta disco, de qualquer forma. Já tenho todos os das Mk 1 e 2. Estou só no aguardo dos da 3."
8.mai.2003
Roger Glover desistiu de remasterizar Burn, e eu já desconfiava que não ia muito pra frente a coisa:
No último email que eu mandei pra ele, eu o parabenizei por pegar a bronca e perguntei o que ele estava achando do material. Ele não respondeu.
9.mai.2003
Roger Glover se explica:
"Decidi não fazer a remixagem de Burn. Como eu não estava no disco originalmente, me senti meio estranho no começo por me envolver, mas eu achava que podia dar um ar diferente às gravações. Peter Denenberg e eu ouvimos as transferências digitais (feitas nos estúdios Abbey Road) e começamos a trabalhar em várias músicas, incluindo a faixa-título. Depois de alguns dias brigando com os sons, escutamos às versões remasterizadas que saíram na caixa New Live and Rare e eu cheguei à conclusão de que não estávamos trazendo nada de novo para a música. Assim, saí do projeto. A EMI vai levar adiante, mas eu não tenho mais nada a acrescentar."
19.out.2003
"Está andando o remix de Burn. Segundo o Simon Robinson, o que já está pronto ficou poderoso, "com um trabalho deslumbrante em Sail Away, em particular". O remix deve ficar pronto em outubro e o disco em si sai no ano que vem, como edição especial de 30 anos de Burn."
5.nov.2003
Promete-se que o disco sairia em abril:
"Deve sair lá por abril do ano que vem, nos trinta anos do disco original. Essa é, na minha opinião, a jóia da coroa do que vai sair. É aquela versão remasterizada, remixada, com faixas extras e o escambau, incluindo livretinho escrito pelo Simon Robinson, da DPAS. Parece que o Glenn Hughes vai supervisar a remixagem. Diz o site da DPAS que há belos trabalhos em Sail Away, Mistreated e You Fool No One. Em breve haverá trechos no site da DPAS e, claro, o Purpendicular vai dar a dica."
27.nov.2003
São anunciadas as faixas do disco:
01. Burn
02. Might Just Take Your Life
03. Lay Down Stay Down
04. Sail Away
05. You Fool No One
06. What's Goin' On Here
07. Mistreated
08. A 200
09. Mistreated remix
10. You Fool No One remix
11. Burn remix
12. Sail Away remix
13. Coronarias Redig
15.mar.2004
Ainda em Porto Alegre, eu posto aqui uma frase de um produtor do show California Jam, que se considerava culpado por Blackmore ter posto fogo no palco 30 anos antes:
"Acho que sou pessoalmente responsável por Blackmore ter batido sua guitarra contra a câmera. Eu falei com ele na noite anterior. O Deep Purple fez um ensaio técnico, e eu perguntei se ele ia quebrar a guitarra dele. E Richie disse: 'sim, talvez. Sei lá, que merda'. Ele estava meio puto com várias coisas que não tinham nada a ver comigo. E eu disse: 'Veja, se você for quebrar a guitarra, privilegie a câmera. Vou fazer uma bela filmagem e vai ficar genial'. E ele privilegiou bem a câmera, gerando US$ 8 mil de prejuízo."
11.abr.2004
Com isso, eu reedito o Clássicos Purpendicular: California Jam
27.abr.2004
Aniversário de 30 anos do lançamento de Burn. Eu reproduzo do deep-purple.net alguns cartazes promocionais da época:
15.set.2004
Posto aqui um link para as memórias do Coverdale sobre a gravação de Burn. Com observações assim:
"Passei boa parte da noite escrevendo toneladas de letras para o que virou 'Burn'... mais tarde, brinquei que eu estava tão empolgado que escrevi pelo menos doze letras pra música!!! Não era verdade, mas apenas um leve exagero... provavelmente fiz umas 3 ou 4 versões... a mais memorável pra mim se chamava... olha só... 'The Road'!!! Então, em vez de 'All I hear... is BUUUUUUURRRNNN!' era 'Take me down... the ROOOOOOAAAADDD!!!'.
Longe de ser uma das minhas melhores letras... e foi uma fonte de grande alegria para o sr.Lord. De qualquer forma... eu deixei todas as letras... incluindo a letra completamente sci-fi de 'Burn', que eu tinha escrito especificamente pensando no Ritchie... num piano de cauda no estúdio, para os caras olharem e escolherem. Não preciso nem dizer... eu estava me sentindo bem satisfeito de dar tantas escolhas a eles... e então eu saltei pra cama... absolutamente detonado..."
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terça-feira, 19 de outubro de 2004
Todas as covers do Purple
Descobri um site que traça covers de músicas. Escolhe o artista e ele mostra que covers ele já fez e que homenagens já recebeu. Deep Purple, por exemplo, tá aqui. Divirtam-se!
segunda-feira, 18 de outubro de 2004
They went again to Montreux
Praticamente desde que vim trabalhar em São Paulo de volta eu não cometia novamente isso de assistir a um show do Deep Purple enquanto trabalho. Hoje à tarde, achei um link para o show dos mestres no Festival de Jazz de Montreux, em julho deste ano. Estou me deliciando. O vídeo é genial. A forma como eles introduzem Knocking at Your Back Door é engraçadíssima, e tem a mais poderosa versão de Demon's Eye que já ouvi na vida. E olha que ainda falta mais de uma hora de show.
domingo, 26 de setembro de 2004
Back to the house of pain
Estou terminando de baixar, um ano depois, a gravação do show do Purple em Porto Alegre, a que eu assisti espremido no ano passado, mas a dois metros do palco. É interessante poder apreciar com mais calma o que eu vi no calor do momento há um ano. Quase me sinto um ano mais jovem. Até coloquei a camiseta que comprei na frente do Gigante do Beira-Rio (sim, house of pain mesmo).
Até o comercial da Kaiser logo antes do início de Highway Star me trouxe boas lembranças. Termina o Toni Garrido de falar, o Ian Paice senta no banquinho. Tum, tá, tum, tá, tum, tá, tum, tá... Entra o Glover com o baixo. Entra o Airey com o teclado. O Morse com a guitarra. E o mestre: "EEEEEEEAAAAAAAAAWWWWWW!!!!"
Quase posso ouvir meus próprios gritos no meio das vinte mil vozes que lá se emocionavam.
Até o comercial da Kaiser logo antes do início de Highway Star me trouxe boas lembranças. Termina o Toni Garrido de falar, o Ian Paice senta no banquinho. Tum, tá, tum, tá, tum, tá, tum, tá... Entra o Glover com o baixo. Entra o Airey com o teclado. O Morse com a guitarra. E o mestre: "EEEEEEEAAAAAAAAAWWWWWW!!!!"
Quase posso ouvir meus próprios gritos no meio das vinte mil vozes que lá se emocionavam.
sábado, 25 de setembro de 2004
Remaster de Burn sai segunda
Estou roendo as unhas. Já encomendei o meu via The Highway Star (sai o mesmo preço na Amazon, mas o nosso purplesite favorito ganha uns caraminguás). Recomendo comprar da loja britânica, que sai bem mais em conta em reais. Na americana, custa US$ 29,99 sem frete, o que dá uns R$ 86 só o CD. Na britânica, custa 12,08 libras tudo, o que deu R$ 62. Agora é esperar uma semana e roer as unhas enquanto isso. Posto resenha aqui assim que chegar.
Já é o mais vendido disco do Deep Purple na Amazon britânica, e é o 104º mais vendido de todos os CDs da loja virtual. As faixas:
1. Burn
2. Might Just Take Your Life
3. Lay Down Stay Down
4. Sail Away
5. You Fool No One
6. What’s Goin’ On Here
7. Mistreated
8. “A” 200
9. Coronarias Redig (single b-side 2004 remix)
10. Burn (2004 remix)
11. Mistreated (2004 remix)
12. You Fool No One (2004 remix)
13. Sail Away (2004 remix)
Já é o mais vendido disco do Deep Purple na Amazon britânica, e é o 104º mais vendido de todos os CDs da loja virtual. As faixas:
1. Burn
2. Might Just Take Your Life
3. Lay Down Stay Down
4. Sail Away
5. You Fool No One
6. What’s Goin’ On Here
7. Mistreated
8. “A” 200
9. Coronarias Redig (single b-side 2004 remix)
10. Burn (2004 remix)
11. Mistreated (2004 remix)
12. You Fool No One (2004 remix)
13. Sail Away (2004 remix)
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quarta-feira, 15 de setembro de 2004
Whitesnake de volta ao palco
O Whitesnake está de volta aos palcos, e sua turnê anda abrindo com... "BURN". Nos trinta anos de sua estréia no Purple, David Coverdale entra nos palcos se sentindo um guri de 21 de novo.
Aliás, recomendo fortemente a leitura das memórias que Coverdale posta sobre o período no site oficial do Whitesnake. Por exemplo, pediram que ele mandasse uma foto e ele não tinha nenhuma recente. Pediu que a mãe dele escolhesse e a véia mandou esta:
E ele conta histórias bem legais, como esta, sobre a letra da música que ele canta hoje em seu show:
"Passei boa parte da noite escrevendo toneladas de letras para o que virou 'Burn'... mais tarde, brinquei que eu estava tão empolgado que escrevi pelo menos doze letras pra música!!! Não era verdade, mas apenas um leve exagero... provavelmente fiz umas 3 ou 4 versões... a mais memorável pra mim se chamava... olha só... 'The Road'!!! Então, em vez de 'All I hear... is BUUUUUUURRRNNN!' era 'Take me down... the ROOOOOOAAAADDD!!!'.
Longe de ser uma das minhas melhores letras... e foi uma fonte de grande alegria para o sr.Lord. De qualquer forma... eu deixei todas as letras... incluindo a letra completamente sci-fi de 'Burn', que eu tinha escrito especificamente pensando no Ritchie... num piano de cauda no estúdio, para os caras olharem e escolherem. Não preciso nem dizer... eu estava me sentindo bem satisfeito de dar tantas escolhas a eles... e então eu saltei pra cama... absolutamente detonado..."
Aliás, recomendo fortemente a leitura das memórias que Coverdale posta sobre o período no site oficial do Whitesnake. Por exemplo, pediram que ele mandasse uma foto e ele não tinha nenhuma recente. Pediu que a mãe dele escolhesse e a véia mandou esta:
E ele conta histórias bem legais, como esta, sobre a letra da música que ele canta hoje em seu show:
"Passei boa parte da noite escrevendo toneladas de letras para o que virou 'Burn'... mais tarde, brinquei que eu estava tão empolgado que escrevi pelo menos doze letras pra música!!! Não era verdade, mas apenas um leve exagero... provavelmente fiz umas 3 ou 4 versões... a mais memorável pra mim se chamava... olha só... 'The Road'!!! Então, em vez de 'All I hear... is BUUUUUUURRRNNN!' era 'Take me down... the ROOOOOOAAAADDD!!!'.
Longe de ser uma das minhas melhores letras... e foi uma fonte de grande alegria para o sr.Lord. De qualquer forma... eu deixei todas as letras... incluindo a letra completamente sci-fi de 'Burn', que eu tinha escrito especificamente pensando no Ritchie... num piano de cauda no estúdio, para os caras olharem e escolherem. Não preciso nem dizer... eu estava me sentindo bem satisfeito de dar tantas escolhas a eles... e então eu saltei pra cama... absolutamente detonado..."
quarta-feira, 11 de agosto de 2004
quinta-feira, 3 de junho de 2004
Arte inspirada no Purple
Uma artista plástica alemã chamada Olga Stozhar preparou uma exposição com 100 obras de arte inspiradas nas músicas do Deep Purple, em homenagem aos 35 anos da banda (comemorados no ano passado). Esta aqui do lado, por exemplo, se inspira em Highway Star.
Para quem estiver na Alemanha, a exposição vai até 20 de junho neste endereço: Stiftung Starke, Koenigshall 30-32, 14193 Berlin Grunewald, Germany. Tel 030 / 8 25 76 85.
Quem tiver fotos, tenha a bondade. Para quem lê naquela língua enrolada, tá aqui o release.
Para quem estiver na Alemanha, a exposição vai até 20 de junho neste endereço: Stiftung Starke, Koenigshall 30-32, 14193 Berlin Grunewald, Germany. Tel 030 / 8 25 76 85.
Quem tiver fotos, tenha a bondade. Para quem lê naquela língua enrolada, tá aqui o release.
terça-feira, 4 de maio de 2004
Duas notícias recentes sobre o Deep Purple
Não esqueci vocês. É que eu estou de mudança pra São Paulo muito em breve (no sábado à noite), então perdoem a baixa freqüência.
Dez notícias recentes sobre o Purple, pra tirar atraso:
1) Mais de 2 mil leitores da revista inglesa Top Guitar votaram no maior riff de guitarra de todos os tempos. Ganhou Sweet Child O'Mine, mas Smoke on the Water ficou em quarto lugar. Perdeu pra Smells Like Teen Spirit (segundo) e Whole Lotta Love (terceiro).
2) O site indiano Webindia publicou observações de Gillan e Glover sobre como a televisão e a tecnologia mudaram a música. "Estamos num mundo diferente; a tecnologia e a televisão mudaram muita coisa, tiraram o romance. A indústria está detonada, é gananciosa, nunca se importou com a música", disse o Gillan. "Somos expostos à música pela televisão, porque tudo é orientado pela imagem. O pessoal quer tocar pelas razões erradas", disse o Glover. O que explica os dois primeiros lugares da parada acima.
3) No mesmo site indiano, o Gillan revela o que é para os velhos roqueiros o que um dia foi o sexo, drogas e roquenrôu: "Eu aprecio acordar de manhã e fazer as palavras cruzadas, ou sentar à noite com uma garrafa de vinho pra comer gorduras com os amigos", disse ele. Com minha própria garrafa de vinho aberta, cheers para o mestre.
4) Entre 13 de agosto e 10 de setembro, Joe Satriani vai fazer uma turnê com o Deep Purple e o Thin Lizzy nos EUA, acabando em Seattle. Satriani, lembrem, substituiu o Blackmore no Deep Purple, subindo ao palco com os mestres pela primeira vez em 8.dez.1993. Ele já foi convidado a acompanhar o Steve Morse duas vezes nos últimos quatro anos, e honrosamente faz parte da família do Purple.
5) "Estivemos conversando outro dia e eu acho que esta é a melhor formação que já tivemos, sem dúvida. Com o nosso nível de trabalho, nossa musicalidade é o que nos mantém de pé. O maior desafio é nos mantermos novos em folha". Palavras de Ian Gillan ao New Zealand Herald. Ele esteve no país vinte anos antes, lançando Perfect Strangers, mas não lembra de nada porque estava bêbado até não poder mais.
6) Também ao jornal neozelandês, ele minimizou o grau de influência do Deep Purple sobre bandas mais jovens. "Como tudo mais, a música é um processo evolucionário. Durante os anos das nossas formações, copiamos todo mundo, de Chuck Berry a Ella Fitzgerald, de Ray Charles a Marvin Gaye. Foi esse o começo do nosso desenvolvimento musical. Mas você não vai além da mediocridade se não tiver aquele algo mais. Para capturar boa música, você deve ser mais do que um bom artesão."
7) Um colunista australiano foi ao show do Deep Purple, curtiu pra caraco mas apontou que as letras do grupo não fazem sentido. De fato, é preciso conhecer a história por trás delas pra entender o que algumas significam. Strange Kind of Woman, por exemplo, eu só entendi direito depois de ler a biografia do Ian Gillan.
8) O jornal australiano The Age tem uma interessante reportagem sobre as bandas experientes cujas formações são irreconhecíveis pra quem não está acompanhando de perto. Comete a injustiça de dizer que não sobrou nenhum membro original do Deep Purple. Claro, um argumento de especialista colocaria o Chris Curtis nas baquetas antes do Ian Paice, mas o Curtis não chegou nem a ensaiar com o Purple.
9) Interessante ler esta matéria sobre como o rock pesado, "alternativo", virou mainstream. Ela comete a injustiça de dizer que "bandas como o Deep Purple, Black Sabbath e Led Zeppelin ficaram fascinadas pelo misticismo e pelo ocultismo", mas é um bom artigo.
10) Tô devendo uma notinha sobre o Living Loud, mas isso vai mais adiante assim que eu ouvir o disco deles.
Dez notícias recentes sobre o Purple, pra tirar atraso:
1) Mais de 2 mil leitores da revista inglesa Top Guitar votaram no maior riff de guitarra de todos os tempos. Ganhou Sweet Child O'Mine, mas Smoke on the Water ficou em quarto lugar. Perdeu pra Smells Like Teen Spirit (segundo) e Whole Lotta Love (terceiro).
2) O site indiano Webindia publicou observações de Gillan e Glover sobre como a televisão e a tecnologia mudaram a música. "Estamos num mundo diferente; a tecnologia e a televisão mudaram muita coisa, tiraram o romance. A indústria está detonada, é gananciosa, nunca se importou com a música", disse o Gillan. "Somos expostos à música pela televisão, porque tudo é orientado pela imagem. O pessoal quer tocar pelas razões erradas", disse o Glover. O que explica os dois primeiros lugares da parada acima.
3) No mesmo site indiano, o Gillan revela o que é para os velhos roqueiros o que um dia foi o sexo, drogas e roquenrôu: "Eu aprecio acordar de manhã e fazer as palavras cruzadas, ou sentar à noite com uma garrafa de vinho pra comer gorduras com os amigos", disse ele. Com minha própria garrafa de vinho aberta, cheers para o mestre.
4) Entre 13 de agosto e 10 de setembro, Joe Satriani vai fazer uma turnê com o Deep Purple e o Thin Lizzy nos EUA, acabando em Seattle. Satriani, lembrem, substituiu o Blackmore no Deep Purple, subindo ao palco com os mestres pela primeira vez em 8.dez.1993. Ele já foi convidado a acompanhar o Steve Morse duas vezes nos últimos quatro anos, e honrosamente faz parte da família do Purple.
5) "Estivemos conversando outro dia e eu acho que esta é a melhor formação que já tivemos, sem dúvida. Com o nosso nível de trabalho, nossa musicalidade é o que nos mantém de pé. O maior desafio é nos mantermos novos em folha". Palavras de Ian Gillan ao New Zealand Herald. Ele esteve no país vinte anos antes, lançando Perfect Strangers, mas não lembra de nada porque estava bêbado até não poder mais.
6) Também ao jornal neozelandês, ele minimizou o grau de influência do Deep Purple sobre bandas mais jovens. "Como tudo mais, a música é um processo evolucionário. Durante os anos das nossas formações, copiamos todo mundo, de Chuck Berry a Ella Fitzgerald, de Ray Charles a Marvin Gaye. Foi esse o começo do nosso desenvolvimento musical. Mas você não vai além da mediocridade se não tiver aquele algo mais. Para capturar boa música, você deve ser mais do que um bom artesão."
7) Um colunista australiano foi ao show do Deep Purple, curtiu pra caraco mas apontou que as letras do grupo não fazem sentido. De fato, é preciso conhecer a história por trás delas pra entender o que algumas significam. Strange Kind of Woman, por exemplo, eu só entendi direito depois de ler a biografia do Ian Gillan.
8) O jornal australiano The Age tem uma interessante reportagem sobre as bandas experientes cujas formações são irreconhecíveis pra quem não está acompanhando de perto. Comete a injustiça de dizer que não sobrou nenhum membro original do Deep Purple. Claro, um argumento de especialista colocaria o Chris Curtis nas baquetas antes do Ian Paice, mas o Curtis não chegou nem a ensaiar com o Purple.
9) Interessante ler esta matéria sobre como o rock pesado, "alternativo", virou mainstream. Ela comete a injustiça de dizer que "bandas como o Deep Purple, Black Sabbath e Led Zeppelin ficaram fascinadas pelo misticismo e pelo ocultismo", mas é um bom artigo.
10) Tô devendo uma notinha sobre o Living Loud, mas isso vai mais adiante assim que eu ouvir o disco deles.
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terça-feira, 27 de abril de 2004
Há 30 anos
Burn foi lançado em 1974, e muito em breve sai o remaster. A DPAS traz os pôsteres da época, numa extraordinária seção especial:
domingo, 11 de abril de 2004
Clássicos Purpendicular - California Jam
Semana passada fez 30 anos. Era 6 de abril de 1974. Em dezembro do ano anterior, o Deep Purple havia inaugurado em Copenhague sua terceira formação: mantinha o tripé original (Blackmore, Lord e Paice) e apresentava seus dois novos membros, David Coverdale (voz, no lugar de Ian Gillan) e Glenn Hughes (baixo, voz e gritinhos, no lugar de Roger Glover). São os primeiros meses da famosa Mark 3, que gravou os discos "Burn" e "Stormbringer".
Depois de algumas apresentações iniciais da nova formação na Europa, o Deep Purple foi convidado para ser a principal banda a tocar no festival California Jam --com a fantástica duração de 12 horas!!! Outras bandas poderosas que estariam lá: Black Sabbath, ELP, Eagles. Mas o Deep Purple seria o prato principal e o show mais polêmico do ano. Eram meados da primeira turnê americana da nova formação, quando o Deep Purple era a banda mais lucrativa do mundo e havia entrado no Guinness havia pouco tempo como a banda mais BARULHENTA do mundo.
Muito nervosismo, da banda e da organização do show. O guitarrista do grupo, Ritchie Blackmore, era conhecido por fazer misérias com suas guitarras no palco. Não chegava a tocar com os dentes ou botar fogo na guitarra, como o Jimi Hendrix, mas como bom discípulo do glorioso Screaming Lord Sutch, ele fazia lá suas balacas. Coisas como tocar com os pés, fazer longas seções de "bending" nas cordas, jogar a guitarra ao redor do corpo e voltar a tocar. O magrinho era um malabarista.
Josh White, diretor de filmagens do evento, lembra de como ele, pensando nessa fama do Blackmore, pode tê-lo induzido à cena mais famosa do evento:
"Eu falei com ele na noite anterior. O Deep Purple fez um ensaio técnico, e eu perguntei se ele ia quebrar a guitarra dele. E Richie disse: 'sim, talvez. Sei lá, que merda'. Ele estava meio puto com várias coisas que não tinham nada a ver comigo. E eu disse: 'Veja, se você for quebrar a guitarra, privilegie a câmera. Vou fazer uma bela filmagem e vai ficar genial'. E ele privilegiou bem a câmera, gerando US$ 8 mil de prejuízo."
Mais de 200 mil fãs estavam na platéia, e eram esperados no máximo 60 mil. Todos queriam ver a estréia do "novo Deep Purple", depois do fim da mais perfeita formação deles, aquela com o Gillan e o Glover. Todos os membros estavam no topo de sua energia: Jon Lord, o mais velho de todos, tinha apenas 32 anos. Coverdale e Hughes, os mais jovens, estavam excitadíssimos com o estrelato e com a primeira vez em que pisavam em solo americano.
O setlist foi mais ou menos o mesmo do Live in London, que seria gravado mais de um mês depois: Burn (com Hughes gritando "You know we had no tiiiiiiime!!! Aaah, aaah, aaah, aaaah!!!"), Might Just Take Your Life, Smoke on the Water (num esquema de jogral). Algumas cenas interessantes: Coverdale literalmente comendo mosca, uma interação simpática entre Hughes e Lord (dois anos depois, Lord "roubaria" a ex-namorada de Hughes, mas essa é outra história), Hughes tocando seu baixo e dando gritinhos. Mas a coisa ficou realmente quente depois, durante Space Truckin'.
A música era, desde os tempos de Gillan, o veículo para os solos de cada um deles. Todos faziam performances quase literalmente pirotécnicas, de quase meia hora (um amigo meu, na época do vinil, dizia que não tinha curiosidade de ouvir o Purple porque alguns discos --como o Made in Japan-- tinham "só uma música num dos lados").
Naquele dia, Blackmore se estranhou com os jornalistas, que estavam lá embaixo na platéia, bem na frente do palco. Eles queriam ângulo para tirar fotos dele, e ele só fazia caretas. Para complicar, um câmera da TV americana ABC estava lá em cima do palco querendo pegar também o melhor ângulo.
Lá pelo 17º minuto da música, ele começou seu verdadeiro show.
Quebrou duas guitarras e as atirou violentamente nos jornalistas. Bateu violentamente numa câmera com sua guitarra. Dançou sobre as cordas de guitarras inteiras e quebradas. Fez uma barulheira dos infernos. Até que o verdadeiro lance pirotécnico foi tentado.
Quando foi buscar sua terceira guitarra, Blackmore cochichou meia dúzia de palavras com um dos roadies da banda, e se posicionou. Inocentemente, começou a tocar sua guitarra e a caminhar para a frente de um grande amplificador. Lá na frente, começou a dançar sobre as cordas da guitarra.
O técnico jogou gasolina lá dentro, riscou um fósforo, saiu correndo e...
Essa é uma das cenas mais lindas da história do rock. Merece ser vista em vídeo - em áudio não tem graça nenhuma. O clipe dessa parte em especial pode ser baixado clicando aqui.
Blackmore ficou fazendo coreografias na frente do fogo, até que foi retirado de lá pelos bombeiros. Mais tarde, passou a jogar os amplificadores queimados nos jornalistas também.
Depois ele pegou outra guitarra e tocou mais um pouco até o final da música. Mas os caras do Deep Purple, todos, tiveram que ser tirados do palco de helicóptero, logo depois do show. Para não serem presos.
O show está disponível em vídeo e em CD --este lançado em 1996. Prefira o vídeo, já que o CD tem no final uns 15 minutos de barulheira completamente sem sentido... só faz sentido com a imagem junto. A vantagem do CD é o sempre providencial livretinho escrito pelo Simon Robinson, o homem que mais entende de Deep Purple no mundo. Mas nem o Robinson recomenda esse CD, e até por isso lançou no ano passado uma nova versão completa, chamada Ontario Motor Speedway 1974.
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sexta-feira, 2 de abril de 2004
Deep Purple: os primeiros roqueiros na China
Anteontem, o Deep Purple foi a primeira banda ocidental da história a tocar na China. O primeiro show, no dia 31, deu 6 mil pagantes. "Nunca imaginei que tão pouca gente poderia fazer tanto barulho", disse o chinês Chen Lanfen, de 19 anos, após o show de Pequim. Segundo a Rádio China International, o show impressionou os roqueiros chineses, mesmo tendo sido aberto pela lenda do rock local Cui Jian.
O segundo está sendo um sucesso de vendas, segundo a Xinhua, agência de notícias oficial chinesa: sete mil ingressos (70%) tinham sido vendidos até anteontem para o show que ocorre hoje no Grande Palco Xangai. O mais barato saía por 500 ienes (ou US$ 60, ou R$ 90). E eles ainda vão a Guangzhou.
Até recentemente, todo tipo de música de rock era proibida no país, porque o maoísmo considerava que o som ocidental corromperia os costumes chineses e comunistas. Originalmente, a primeira banda a tocar na China seria os Rolling Stones, em abril do ano passado. Mas eles não foram por causa da pneumonia asiática.
Foi uma viagem muito esperada pelos mestres, e divulgada com orgulho por lá. Em seu site, Roger Glover lembra da primeira vez em que planejou ir à China como turista, em 1976. Não deu certo: a mulher dele estava para dar à luz sua filha, Gillian. Andy McKay, o saxista do Roxy Music, ia com ele, mas acabou indo sozinho com sua esposa após a alegre desistência do casal Glover.
"Lembro que na época ele me contou que nunca tinha visto tanta honestidade. Aparentemente, em seu primeiro hotel em Beijing (ou Peking, como se chamava na época), sua esposa Jane tinha jogado fora uma revista Time que tinha lido no avião, e a revista os alcançou algumas semanas depois em uma cidade a milhares de quilômetros dali; as faxineiras acharam que ela tinha sido deixada por acidente. (Atenção, equipes de bordo de aviões! Talvez eu tivesse recebido de volta meu caríssimo telefone celular se o tivesse perdido na China e não em Nova York.)"
Depois do Deep Purple, o dilúvio: Mariah Carey está a caminho e lá pelo final do mês é a estréia chinesa da Britney Spears.
segunda-feira, 15 de março de 2004
...E surge a verdade
No dia 6 de abril, um dia antes do aniversário da minha digníssima, faz 30 anos que o Blackmore botou fogo no palco na Ontario Speedway, no famoso e infame California Jam (que foi o primeiro vídeo lançado pelo Purple).
Nas próximas duas semanas vou postar coisas aqui sobre a Mark 3, o Cal Jam e o Burn, que vai ser relançado agora em abril. Pra começar, encontrei esta bela frase:
"Acho que sou pessoalmente responsável por Blackmore ter batido sua guitarra contra a câmera. Eu falei com ele na noite anterior. O Deep Purple fez um ensaio técnico, e eu perguntei se ele ia quebrar a guitarra dele. E Richie disse: 'sim, talvez. Sei lá, que merda'. Ele estava meio puto com várias coisas que não tinham nada a ver comigo. E eu disse: 'Veja, se você for quebrar a guitarra, privilegie a câmera. Vou fazer uma bela filmagem e vai ficar genial'. E ele privilegiou bem a câmera, gerando US$ 8 mil de prejuízo."
JOSH WHITE, diretor de filmagens do evento California Jam
Nas próximas duas semanas vou postar coisas aqui sobre a Mark 3, o Cal Jam e o Burn, que vai ser relançado agora em abril. Pra começar, encontrei esta bela frase:
"Acho que sou pessoalmente responsável por Blackmore ter batido sua guitarra contra a câmera. Eu falei com ele na noite anterior. O Deep Purple fez um ensaio técnico, e eu perguntei se ele ia quebrar a guitarra dele. E Richie disse: 'sim, talvez. Sei lá, que merda'. Ele estava meio puto com várias coisas que não tinham nada a ver comigo. E eu disse: 'Veja, se você for quebrar a guitarra, privilegie a câmera. Vou fazer uma bela filmagem e vai ficar genial'. E ele privilegiou bem a câmera, gerando US$ 8 mil de prejuízo."
JOSH WHITE, diretor de filmagens do evento California Jam
segunda-feira, 1 de março de 2004
Cinquentona
A Fender Stratocaster, corpo e timbre de guitarra que consagrou o Ritchie Blackmore (notório destruidor de várias delas), completa meio século.
O Estadão lembra alguns de seus principais usuários (como Eric Clapton, que teria dado a primeira strato para o homedepreto) e conta fatos interessantes da história dessa guitarra. Diz, por exemplo, que as melhores guitarras Fender são as anteriores a 1965, quando Leo Fender estava morrendo e vendeu a empresa para o conglomerado CBS.
Nas primeiras gravações do Purple, até o In Rock, Ritchie usa uma Gibson. A partir de então, é tudo na base da stratocaster. É nítida a mudança do timbre. Compare, por exemplo, o som da guitarra no solo de Child in Time com o de Strange Kind of Woman.
"Prefiro a Stratocaster porque ela tem um som mais 'de ataque'. No começo, eu não conseguia me acostumar com a Strat depois da Gibson. Os braços são bem diferentes. Mas agora não consigo mais me acostumar com a Gibson. Uma Stratocaster também é mais difícil de tocar do que uma Gibson. Sei lá por quê. Acho que é porque não dá pra correr tão rápido os dedos pela escala de uma Strat. Com uma Gibson você tende a se perder. É bem fácil zunir de cima a baixo, e você acaba tocando formas físicas ao invés de realmente trabalhar algum som original. (...) Tocar uma Fender é uma arte em si. Elas estão sempre desafinando. Mas, do jeito como eu toco, eu mantenho um bom controle sobre ela."
(Entrevista à Guitar Player em 1973, a mesma em que Blackmore afirma que seu principal efeito na guitarra é o amplificador a todo volume e diz que o melhor jeito de aprender é copiando dos outros; "simplesmente roube", diz ele.)
Por ter acostumado tanto o ouvido, minha guitarra dos sonhos é uma Fender Stratocaster especial, modelo Ritchie Blackmore, existente desde 1993. Vem com o braço escavado (coisa que ele faz com as guitarras desde os 15 anos, pra dar mais sensibilidade ao toque nas cordas e, portanto, mais rapidez) e outras especificações semelhantes às usadas pelo bruxo, como o captador do meio lááááá embaixo ("fica no caminho da palheta", justificou em 1973).
Nas lojas brasileiras, custava mais ou menos o preço de um fusca em bom estado certa vez que comparei.
O Estadão lembra alguns de seus principais usuários (como Eric Clapton, que teria dado a primeira strato para o homedepreto) e conta fatos interessantes da história dessa guitarra. Diz, por exemplo, que as melhores guitarras Fender são as anteriores a 1965, quando Leo Fender estava morrendo e vendeu a empresa para o conglomerado CBS.
Nas primeiras gravações do Purple, até o In Rock, Ritchie usa uma Gibson. A partir de então, é tudo na base da stratocaster. É nítida a mudança do timbre. Compare, por exemplo, o som da guitarra no solo de Child in Time com o de Strange Kind of Woman.
"Prefiro a Stratocaster porque ela tem um som mais 'de ataque'. No começo, eu não conseguia me acostumar com a Strat depois da Gibson. Os braços são bem diferentes. Mas agora não consigo mais me acostumar com a Gibson. Uma Stratocaster também é mais difícil de tocar do que uma Gibson. Sei lá por quê. Acho que é porque não dá pra correr tão rápido os dedos pela escala de uma Strat. Com uma Gibson você tende a se perder. É bem fácil zunir de cima a baixo, e você acaba tocando formas físicas ao invés de realmente trabalhar algum som original. (...) Tocar uma Fender é uma arte em si. Elas estão sempre desafinando. Mas, do jeito como eu toco, eu mantenho um bom controle sobre ela."
(Entrevista à Guitar Player em 1973, a mesma em que Blackmore afirma que seu principal efeito na guitarra é o amplificador a todo volume e diz que o melhor jeito de aprender é copiando dos outros; "simplesmente roube", diz ele.)
Por ter acostumado tanto o ouvido, minha guitarra dos sonhos é uma Fender Stratocaster especial, modelo Ritchie Blackmore, existente desde 1993. Vem com o braço escavado (coisa que ele faz com as guitarras desde os 15 anos, pra dar mais sensibilidade ao toque nas cordas e, portanto, mais rapidez) e outras especificações semelhantes às usadas pelo bruxo, como o captador do meio lááááá embaixo ("fica no caminho da palheta", justificou em 1973).
Nas lojas brasileiras, custava mais ou menos o preço de um fusca em bom estado certa vez que comparei.
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sábado, 28 de fevereiro de 2004
Morre o primeiro Judas de JCS
Esta saiu primeiro no Cabide, mas suponho ser de interesse público pra nós aqui.
Morreu na segunda-feira o ator e cantor Carl Anderson, que fez o papel de Judas no musical Jesus Christ Superstar (1973). Anderson tinha leucemia e morreu aos 58 anos. Ele também participou do filme "A Cor Púrpura", de Steven Spielberg. A informação é da Folha Online.
Anderson tinha uma voz poderosa. Em JCS, seu personagem rouba o filme com sua performance. Isso não ficava tão evidente no álbum conceitual de dois anos antes (onde Judas - cantado por Murray Head - era o fio condutor, mas não roubava tanto a cena). O script de JCS, pra mim, lembra muito a interpretação que José Saramago deu à mesma história. E, sim, ouvi as duas primeiras versões de JCS com atenção porque o Gillan deu voz ao personagem-título no álbum conceitual.
Em memória a Carl Anderson, o Judas Superstar que atuou no papel pelo menos até o ano passado sempre roubando a cena, posto abaixo a letra de "Heaven on their Minds", música-tema de Judas, que abre o musical e tem seu riff citado todas as vezes em que o personagem aparece em outras músicas.
I can see where we all soon will be
If you strip away the myth from the man
you will see where we all soon will be
Jesus! You started to believe
The things they said of you
You really do believe
This talk of God is true
And all the good you've done
Will soon get swept away
You've begun to matter more
Than the things you say
Listen Jesus I don't like what I see
All I ask is that you listen to me
And remember -- I've been your right hand man all along
You have set them all on fire
They think they've found the new Messiah
And they'll hurt you when they find they're wrong
I remember when this whole thing began
No talk of God then -- we called you a man
And believe me -- my admiration for you hasn't died
But every word you say today
Gets twisted round some other way
And they'll hurt you if they think you've lied
Nazareth your famous son should have stayed a great unknown
Like his father carving wood -- he'd have made good
Tables chairs and oaken chests would have suited Jesus best
He'd have caused nobody harm -- no-one alarm
Listen Jesus do you care for your race?
Don't you see we must keep in our place?
We are occupied -- have you forgotten how put down we are?
I am frightened by the crowd
For we are getting much too loud
And they'll crush us if we go too far
Listen Jesus to the warnings I give
Please remember that I want us to live
But it's sad to see our chances weakening with every hour
All your followers are blind
Too much Heaven on their minds
It was beautiful but now it's sour
Yes it's all gone sour
Everybody knows he's him
Finalmente consegui ouvir o show do Jon Lord na Austrália com os The Hoochie Coochie Men e o Jimmy Barnes, em 7 de fevereiro do ano passado. Pra quem gosta de blues do bom, é material de primeira. Foi lançado nos EUA em novembro.
Jon Lord havia ido pra lá pra apresentar seu novo concerto pra piano, The Boom of the Tingling Strings, mas estava com o dedão ferrado e deixou outro tocar por ele. Mas o velho Hammond ele podia tocar, e organizou essa jam pra mostrar tudo o que sabe. Tem belas intervenções com ele contando histórias, tem solos que lembram momentos inspirados do Deep Purple ao vivo, tem cover da música do Willie Dixon que o Led Zeppelin chupou pra Whole Lotta Love, tem uma cover de When a Blind Man Cries com um vocal que não faz jus ao Gillan. Tirando esse ponto baixo, o material é sensacional.
Tá pra ser lançado na Europa só em abril. Como é pela EMI, acho que rola por aqui.
terça-feira, 24 de fevereiro de 2004
As raízes do Deep Purple
Em 1991, quando eu comecei a ir seriamente atrás dos discos do Deep Purple, passei por uma banca e encontrei uma revista-pôster que contava a história da banda. Era a segunda de duas lançadas pela revista Somtrês nos anos 80 (apenas recentemente consegui a primeira), e além de contar a história do grupo ela também tinha no pôster uma gigantesca árvore genealógica do Deep Purple.
Essa árvore mostrava de onde vieram e pra onde foram os membros do grupo, e que bandas estiveram envolvidas com eles. Era basicamente um mapa rodoviário do rock inglês. Mapa esse que sigo até hoje. De vez em quando eu tropeço no nome de alguma coisa completamente aleatória e vejo traços de Deep Purple. Tudo porque aos 14 anos eu quase decorei aquela árvore.
Agora, a DPAS está lançando uma versão online da árvore genealógica, começando pela Mark 1. E que recurso. Que recurso. Tem a história da primeira formação, as biografias de cada um dos membros do Deep Purple, a discografia, videografia, letras, resenhas da época, MP3 de algumas músicas.
Pra ler de pé, com a mão no peito.
Essa árvore mostrava de onde vieram e pra onde foram os membros do grupo, e que bandas estiveram envolvidas com eles. Era basicamente um mapa rodoviário do rock inglês. Mapa esse que sigo até hoje. De vez em quando eu tropeço no nome de alguma coisa completamente aleatória e vejo traços de Deep Purple. Tudo porque aos 14 anos eu quase decorei aquela árvore.
Agora, a DPAS está lançando uma versão online da árvore genealógica, começando pela Mark 1. E que recurso. Que recurso. Tem a história da primeira formação, as biografias de cada um dos membros do Deep Purple, a discografia, videografia, letras, resenhas da época, MP3 de algumas músicas.
Pra ler de pé, com a mão no peito.
sábado, 21 de fevereiro de 2004
Para os curiosos
PARA OS CURIOSOS
Achei um site que tem as posições do Purple nas paradas em quase todos seus discos. É o Rockdetector, que também tem uma bela biografia do grupo e informações sobre trocentas outras bandas (foi lá que encontrei dados sobre a Zephyr, uma banda sensacional de que o Tommy Bolin fez parte; já entro nisso). Coloquei os dados no Excel. Se alguém quiser, entre em contato por email.
Ando cavocando novas antiguidades. Encontrei os dois discos da Zephyr, a banda que o Tommy Bolin tinha no Colorado. E que preciosidade! É blues-rock da melhor qualidade. A vocalista, Candy Givens, calca a voz no que a Janis Joplin fazia. No primeiro (Zephyr, 1969), ela está meio gritona, quase estridente, mas tem momentos sublimes. No segundo (Going Back to Colorado, 1971), a banda inteira está em ponto de bala. Tem interlúdios jazzísticos, com aquele walking bass bem marcado e o povo solando em cima. E o sensacional é que, em 1969, o Tommy Bolin tinha apenas 18 anos. Era um piá, já era a terceira banda dele e ele já tocava tudo aquilo.
Achei um site que tem as posições do Purple nas paradas em quase todos seus discos. É o Rockdetector, que também tem uma bela biografia do grupo e informações sobre trocentas outras bandas (foi lá que encontrei dados sobre a Zephyr, uma banda sensacional de que o Tommy Bolin fez parte; já entro nisso). Coloquei os dados no Excel. Se alguém quiser, entre em contato por email.
Ando cavocando novas antiguidades. Encontrei os dois discos da Zephyr, a banda que o Tommy Bolin tinha no Colorado. E que preciosidade! É blues-rock da melhor qualidade. A vocalista, Candy Givens, calca a voz no que a Janis Joplin fazia. No primeiro (Zephyr, 1969), ela está meio gritona, quase estridente, mas tem momentos sublimes. No segundo (Going Back to Colorado, 1971), a banda inteira está em ponto de bala. Tem interlúdios jazzísticos, com aquele walking bass bem marcado e o povo solando em cima. E o sensacional é que, em 1969, o Tommy Bolin tinha apenas 18 anos. Era um piá, já era a terceira banda dele e ele já tocava tudo aquilo.
segunda-feira, 16 de fevereiro de 2004
Back to the house of pai
No sábado (14/02), o Deep Purple tocou em Los Angeles, onde há um ano terminava de gravar o disco Bananas. Subiram ao palco Michael Bradford (produtor do disco e guitarrista nas horas vagas) e Beth Hart (que faz o backing vocal de Haunted), pra tocar House of Pain. Bradford também voltou no bis pra tocar Hush.
Quem souber de pirataria disso, favor dar um grito. Adoro a voz da Beth desde que ouvi ela cantar o backing de Haunted.
Outra pirataria que eu adoraria seria a do dia 11/02, em San Francisco. Joe Satriani - que substituiu o Blackmore no final da turnê de 1993 - subiu ao palco com o Purple dez anos depois de deixar a banda pra tocar um medley de Hit the Road, Jack e Black Night.
Quem souber de pirataria disso, favor dar um grito. Adoro a voz da Beth desde que ouvi ela cantar o backing de Haunted.
Outra pirataria que eu adoraria seria a do dia 11/02, em San Francisco. Joe Satriani - que substituiu o Blackmore no final da turnê de 1993 - subiu ao palco com o Purple dez anos depois de deixar a banda pra tocar um medley de Hit the Road, Jack e Black Night.
domingo, 15 de fevereiro de 2004
Para os arqueólogos do Deep Purple
O produtor Mike Thorne, que trabalhou no Fireball, conta nesta página sobre o ruído do ar condicionado que abre a música-título do disco e outros detalhes de estúdio. Vale muito a pena.
sexta-feira, 13 de fevereiro de 2004
O clipe trash de Trashed
Acabo de ver o clipe de Trashed, gravado pelo Black Sabbath com o Gillan. Gosto do disco Born Again, mas sempre achei a capa meio tosca. Depois de ver o clipe, descobri que não é só a capa. Tem umas cenas que parecem de filme de terror classe Z. O que o Tony Iommi andava tomando?
quarta-feira, 11 de fevereiro de 2004
Machine Head inteiro no show
O primeiro show da turnê norte-americana do Purple, ocorrido no domingo em Vancouver (Canadá), foi dividido em dois.
A primeira metade abria com Silver Tongue e seguia: Woman From Tokyo / I Got Your Number / Strange Kind Of Woman / Bananas / Knocking At Your Back Door / Contact Lost / Well Dressed Guitar / House Of Pain / Perfect Strangers.
Para abrir a segunda metade do show, fotos antigas da banda foram projetadas numa tela e eles passaram a tacar fogo em TODO o repertório do Machine Head, uma por uma, sem parar pra apresentar a música seguinte: Highway Star/Maybe I'm a Leo/Pictures of Home/Never Before/Smoke on the Water/Lazy/Space Truckin'/When a Blind Man Cries.
No bis, Hush e Black Night.
Fazia tempo que os shows do Purple eram na prática divididos entre Machine Head e o resto, mas embaralhado. Agora, é oficial.
A primeira metade abria com Silver Tongue e seguia: Woman From Tokyo / I Got Your Number / Strange Kind Of Woman / Bananas / Knocking At Your Back Door / Contact Lost / Well Dressed Guitar / House Of Pain / Perfect Strangers.
Para abrir a segunda metade do show, fotos antigas da banda foram projetadas numa tela e eles passaram a tacar fogo em TODO o repertório do Machine Head, uma por uma, sem parar pra apresentar a música seguinte: Highway Star/Maybe I'm a Leo/Pictures of Home/Never Before/Smoke on the Water/Lazy/Space Truckin'/When a Blind Man Cries.
No bis, Hush e Black Night.
Fazia tempo que os shows do Purple eram na prática divididos entre Machine Head e o resto, mas embaralhado. Agora, é oficial.
sexta-feira, 6 de fevereiro de 2004
Um show histórico
O Deep Purple vai ser a primeira banda de rock ocidental a tocar na China. É ou não é de se orgulhar?
Desatualizados, os promotores locais anunciaram o Homem de Preto como guitarrista da banda. Mas, óbvio, não é. O Highway Star chama atenção a esse ponto.
Desatualizados, os promotores locais anunciaram o Homem de Preto como guitarrista da banda. Mas, óbvio, não é. O Highway Star chama atenção a esse ponto.
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sábado, 31 de janeiro de 2004
Heavy Metal Pioneers
Estava revendo hoje o vídeo Heavy Metal Pioneers, o primeiro que assisti do Deep Purple, ainda na época em que foi lançado (92). Incrível como o tempo dá perspectiva às coisas. Primeiro: eu achava na época que entendia o que tinha ouvido. Estava errado. Me surpreendi com o quanto eu ouvi de "novidade". Segundo: embora a primeira metade tenha me trazido boas lembranças, o pedaço que conta da reunião do Purple até a entrada do Joe Lynn Turner engasgou.
Esse vídeo tem grandes semelhanças com o "Come Hell or High Water", apesar da óbvia diferença de um ser um show e outro ser um documentário. Ambos são feitos com a intenção de jogar uma pá de cal sobre o mais recente saído do grupo.
Em HMP, o Judas a ser malhado é o Ian Gillan. O trecho com ele cantando Perfect Strangers parece ter sido escolhido a dedo: rouco, esquecendo as letras, inventando partes, saltando trechos, o Blackmore fazendo caretas e gesticulando. Já em CHOHW, a "vítima" é o Blackmore. O show escolhido é exatamente aquele em que o homem de preto se embromou pra subir ao palco (chegou só na metade da primeira estrofe de Highway Star), jogou água no câmera e acertou a mulher do Gillan, etc. Nas entrevistas, os ex-colegas do cara lembram seus momentos de maluquice e dizem que Blackmore "vive em um mundo particular".
São vídeos importantes, muito embora a política interna do grupo influa muito em ambos. Some à equação o California Jam (acho a MK3 áspera demais ao vivo, e o espetáculo do palco em chamas é deprimente, embora poderoso) e o melhor DVD do Purple disponível em todos os tempos é Classic Albums: Machine Head. Melhor até mesmo que o genial Black Night in Denmark (vulgo Machine Head Live 72) e que os VHS Rises Over Japan (pobre Bolin) e o sensacional Doing Their Thing.
Ainda não vi Bombay Calling e nem o da turnê de Abandon na Austrália. Mas parece que, desde a chegada do Steve Morse, as coisas mudaram muito lá dentro. Um indicador positivo disso parece ser a ausência de vídeos pra "vingar" a saída do Jon Lord.
Esse vídeo tem grandes semelhanças com o "Come Hell or High Water", apesar da óbvia diferença de um ser um show e outro ser um documentário. Ambos são feitos com a intenção de jogar uma pá de cal sobre o mais recente saído do grupo.
Em HMP, o Judas a ser malhado é o Ian Gillan. O trecho com ele cantando Perfect Strangers parece ter sido escolhido a dedo: rouco, esquecendo as letras, inventando partes, saltando trechos, o Blackmore fazendo caretas e gesticulando. Já em CHOHW, a "vítima" é o Blackmore. O show escolhido é exatamente aquele em que o homem de preto se embromou pra subir ao palco (chegou só na metade da primeira estrofe de Highway Star), jogou água no câmera e acertou a mulher do Gillan, etc. Nas entrevistas, os ex-colegas do cara lembram seus momentos de maluquice e dizem que Blackmore "vive em um mundo particular".
São vídeos importantes, muito embora a política interna do grupo influa muito em ambos. Some à equação o California Jam (acho a MK3 áspera demais ao vivo, e o espetáculo do palco em chamas é deprimente, embora poderoso) e o melhor DVD do Purple disponível em todos os tempos é Classic Albums: Machine Head. Melhor até mesmo que o genial Black Night in Denmark (vulgo Machine Head Live 72) e que os VHS Rises Over Japan (pobre Bolin) e o sensacional Doing Their Thing.
Ainda não vi Bombay Calling e nem o da turnê de Abandon na Austrália. Mas parece que, desde a chegada do Steve Morse, as coisas mudaram muito lá dentro. Um indicador positivo disso parece ser a ausência de vídeos pra "vingar" a saída do Jon Lord.
Everybody gotta live together..
Mestre Roger Glover disse ao programa Rockline que está pensando em, daqui a um ano, um ano e meio, remontar sua ópera-rock Butterfly Ball no Royal Albert Hall. Pra quem não conhece, são pequenas composições calcadas em um livro de fábulas lançado em 73 na Inglaterra, feito a partir de um poema de 1806.
Na apresentação original, em 1975, ele conseguiu praticamente fazer o que o Jon Lord queria para homenagear o Deep Purple: botou no palco David Coverdale, Glenn Hughes, Tony Ashton, Ronnie James Dio e até sua própria namorada de então. Era um desfile da árvore genealógica do Deep Purple, e foi a primeira vez em que o Ian Gillan cantou em público desde que saíra do Deep Purple dois anos antes. Foi uma apresentação só, e ele cobria o Ronnie Dio, mas foi aplaudido de pé, interrompendo o narrador.
São desse disco duas das músicas que o Dio cantou no Concerto for Group and Orchestra em 1999: "Love is All" e "Sitting in a Dream". Mas o disco inteiro é uma preciosidade, uma delícia de ouvir. Na versão relançada em 1999, tem inclusive um videozinho de Love is All. Olha o que era o panteão:
Dawn (instrumental - Glover)
Get Ready (Glover) - lead vocals Glenn Hughes
Saffron Dormouse & Lizzy Bee (Glover) - lead vocals Helen Chappelle and Barry St. John
Harlequin Hare (Glover/Dio/Soule) - lead vocals Neil Lancaster
Old Blind Mole (Glover) - lead vocals John Goodison
Magician Moth (Glover)
No Solution (Glover) - lead vocals Mickey Lee Soule
Behind The Smile (Glover) - lead vocals David Coverdale
Fly Away (Glover) - lead vocals Lisa Strike
Aranea (Glover) - lead vocals Judy Kuhl (noiva do Roger na época)
Sitting In A Dream (Glover) - lead vocals Ronnie James Dio
Waiting (Glover) - lead vocals Jimmy Helms
Sir Maximus Mouse (Glover) - lead vocals Eddie Hardin
Dreams of Sir Bedivere (Glover) - Instrumental
Together Again (Glover/Dio/Soule) - lead vocals by Tony Ashton
Watch Out For The Bat (Glover) - lead vocals John Gustafson
Little Chalk Blue (Glover/Hardin) - lead vocals John Lawton
The Feast (Glover) - Instrumental
Love Is All (Glover/Hardin) - lead vocals Ronnie James Dio
Homeward (Glover/Hardin) - lead vocals Ronnie James Dio
Na apresentação original, em 1975, ele conseguiu praticamente fazer o que o Jon Lord queria para homenagear o Deep Purple: botou no palco David Coverdale, Glenn Hughes, Tony Ashton, Ronnie James Dio e até sua própria namorada de então. Era um desfile da árvore genealógica do Deep Purple, e foi a primeira vez em que o Ian Gillan cantou em público desde que saíra do Deep Purple dois anos antes. Foi uma apresentação só, e ele cobria o Ronnie Dio, mas foi aplaudido de pé, interrompendo o narrador.
São desse disco duas das músicas que o Dio cantou no Concerto for Group and Orchestra em 1999: "Love is All" e "Sitting in a Dream". Mas o disco inteiro é uma preciosidade, uma delícia de ouvir. Na versão relançada em 1999, tem inclusive um videozinho de Love is All. Olha o que era o panteão:
Dawn (instrumental - Glover)
Get Ready (Glover) - lead vocals Glenn Hughes
Saffron Dormouse & Lizzy Bee (Glover) - lead vocals Helen Chappelle and Barry St. John
Harlequin Hare (Glover/Dio/Soule) - lead vocals Neil Lancaster
Old Blind Mole (Glover) - lead vocals John Goodison
Magician Moth (Glover)
No Solution (Glover) - lead vocals Mickey Lee Soule
Behind The Smile (Glover) - lead vocals David Coverdale
Fly Away (Glover) - lead vocals Lisa Strike
Aranea (Glover) - lead vocals Judy Kuhl (noiva do Roger na época)
Sitting In A Dream (Glover) - lead vocals Ronnie James Dio
Waiting (Glover) - lead vocals Jimmy Helms
Sir Maximus Mouse (Glover) - lead vocals Eddie Hardin
Dreams of Sir Bedivere (Glover) - Instrumental
Together Again (Glover/Dio/Soule) - lead vocals by Tony Ashton
Watch Out For The Bat (Glover) - lead vocals John Gustafson
Little Chalk Blue (Glover/Hardin) - lead vocals John Lawton
The Feast (Glover) - Instrumental
Love Is All (Glover/Hardin) - lead vocals Ronnie James Dio
Homeward (Glover/Hardin) - lead vocals Ronnie James Dio
quarta-feira, 21 de janeiro de 2004
Nos 50 anos da Playboy
O Deep Purple teve sua pequena participação na história da Playboy, que completa 50 anos este ano. Em 1959, Hugh Hefner - o dono da revista - criou um programa chamado Playboy's Penthouse. Basicamente, ele enchia a mansão de coelhinhas, chamava convidados gente-boa e deixava a festa rolar. O programa voltou ao ar em 1968, com o nome "Playboy After Dark".
Em 23 de outubro daquele ano, o Deep Purple tocou lá. Era a primeira turnê da banda nos EUA. Acabo de rever, depois de anos, a íntegra do clipe do Deep Purple tocando "Hush" no programa. É a primeira formação, com Rod Evans no vocal e Nick Simper no baixo. Mas esse clipe é muito legal porque é o único registro em vídeo, nítido, que restou dessa formação. A gravação em áudio veio como bônus da versão remasterizada do Shades of Deep Purple. Eles também teriam tocado "River Deep, Mountain High".
É certo que no início do show eles tocaram "And the Address", abertura-padrão de seus shows naquele ano. Tenho o vídeo do início. Um longo acorde do Lord no teclado enquanto Hef apresenta a coelhinha e o garçom de plantão.
Só vendo os caras em vídeo é que a gente vê por que diabos a primeira formação do Deep Purple não vingou: Rod Evans antecipando a coreografia da Lacraia; Ritchie Blackmore parecendo o Mister Bean de peruca e camisa de seda azul; Nick Simper não sabia se prestava atenção no baixo ou nas coelhinhas; Jon Lord dando uma entrevista e dizendo que os cinco tentaram alugar uma casa juntos mas não deu certo porque a casa era assombrada. "Vi com meus próprios... óculos", disse Lord. No início de Hush, Hef pede pro Blackmore ensinar um ou dois acordes pra ele na guitarra. E o home de preto se presta!!! Hef faz a maior balaca, com um cachimbo no canto da boca.
É uma curiosidade arqueológica, apenas isso. Está no vídeo "Heavy Metal Pioneers" e circula em cópia digital pirata pelos programas P2P. De qualquer forma, vale a pena ver.
Curiosidade: segundo Jon Lord, esse não foi o único mico que eles pagaram na TV americana daquela vez. Ele próprio foi concorrente de um programa estilo Namoro na TV. Eram dois rapazes: um estudante e ele, apresentado como "Jon, um músico da Inglaterra". Lá pelas tantas, a menina fez a seguinte pergunta a ele: "Se você fosse me buscar em casa e meu pai viesse à porta e dissesse pra você cortar o cabelo, você cortaria por mim?" Jon disse que não, porque queria que ela gostasse dele do jeito que ele é. "Fiquei buzina porque ela não me escolheu, era muito bonita a garota", disse ele.
Em 23 de outubro daquele ano, o Deep Purple tocou lá. Era a primeira turnê da banda nos EUA. Acabo de rever, depois de anos, a íntegra do clipe do Deep Purple tocando "Hush" no programa. É a primeira formação, com Rod Evans no vocal e Nick Simper no baixo. Mas esse clipe é muito legal porque é o único registro em vídeo, nítido, que restou dessa formação. A gravação em áudio veio como bônus da versão remasterizada do Shades of Deep Purple. Eles também teriam tocado "River Deep, Mountain High".
É certo que no início do show eles tocaram "And the Address", abertura-padrão de seus shows naquele ano. Tenho o vídeo do início. Um longo acorde do Lord no teclado enquanto Hef apresenta a coelhinha e o garçom de plantão.
Só vendo os caras em vídeo é que a gente vê por que diabos a primeira formação do Deep Purple não vingou: Rod Evans antecipando a coreografia da Lacraia; Ritchie Blackmore parecendo o Mister Bean de peruca e camisa de seda azul; Nick Simper não sabia se prestava atenção no baixo ou nas coelhinhas; Jon Lord dando uma entrevista e dizendo que os cinco tentaram alugar uma casa juntos mas não deu certo porque a casa era assombrada. "Vi com meus próprios... óculos", disse Lord. No início de Hush, Hef pede pro Blackmore ensinar um ou dois acordes pra ele na guitarra. E o home de preto se presta!!! Hef faz a maior balaca, com um cachimbo no canto da boca.
É uma curiosidade arqueológica, apenas isso. Está no vídeo "Heavy Metal Pioneers" e circula em cópia digital pirata pelos programas P2P. De qualquer forma, vale a pena ver.
Curiosidade: segundo Jon Lord, esse não foi o único mico que eles pagaram na TV americana daquela vez. Ele próprio foi concorrente de um programa estilo Namoro na TV. Eram dois rapazes: um estudante e ele, apresentado como "Jon, um músico da Inglaterra". Lá pelas tantas, a menina fez a seguinte pergunta a ele: "Se você fosse me buscar em casa e meu pai viesse à porta e dissesse pra você cortar o cabelo, você cortaria por mim?" Jon disse que não, porque queria que ela gostasse dele do jeito que ele é. "Fiquei buzina porque ela não me escolheu, era muito bonita a garota", disse ele.
Callas Forever
Outro dia a Belisa quis ver o filme "Callas Forever", sobre a cantora de ópera Maria Callas. O filme não é lá grande coisa, tirando algumas belas sacadas e a lindíssima Fanny Ardant no papel-título. Mas de lá eu tirei alguns raciocínios bem interessantes.
Por aí, e até mesmo por aqui, sempre tem alguém que vem dizer que o Gillan "não canta mais nada" desde 1983, quando gravou seus últimos agudos prolongados com o Black Sabbath (em Toolbox - de 92 - ele fez uns agudos longuinhos, diga-se). Entendo o que esses caras querem dizer, embora não concorde.
Maria Callas tinha um problema parecido. Com mais de 50 anos de idade, ela não alcançava mais os agudos da juventude. E isso, para uma cantora lírica, é fatal. O público dela esperava aqueles agudos. E as óperas são compostas para exatamente aqueles agudos.
O Gillan, embora tenha o mesmo problema que a Maria Callas teve, não precisou se esconder em casa. Desenvolveu os tons médios. Desenvolveu os graves. Ao vivo, as músicas antigas são tocadas alguns tons mais graves que o original. Sim, a voz do Ian Gillan não é mais a mesma, mas ninguém volta a ter 25 anos.
Em 1970, auge do mestre, nunca imaginaríamos que um dia ele cantaria "No More Cane on the Brazos", especialmente aquela parte do "why don't you rise up, you dead men, help me drive my road, oh, drive my road". A música "Never a Word", do Bananas, nunca seria gravada - e ali ele brinca com a voz, faz dueto consigo mesmo em dois tons diferentes, parece coisa do MPB 4.
Sim, o Gillan não canta mais "Child in Time". Mas acho que ele hoje é um cantor muito mais completo. Acho muito mais honesto da parte dele compor para a voz que tem do que usar recursos heterodoxos como a ajudinha da guitarra para os agudos de Child in Time, que se ouviu em Come Hell and High Water.
No filme, dada a oportunidade a Maria Callas de dublar, já coroa, sua voz jovem, ela inicialmente aceita... mas depois salta fora. Aquela voz não era mais dela, e a Callas que o público queria estava morta.
Dada oportunidade semelhante ao Ian Gillan, ele prefere desenvolver os tons médios e graves e continuar cantando. Temos dois cantores ótimos assim: o jovem Gillan e o Gillan maduro.
Eu acho que o Gillan é muito mais sábio nesse sentido. É algo que a música popular lhe faculta, mas ainda assim eu tiro meu chapéu.
Por aí, e até mesmo por aqui, sempre tem alguém que vem dizer que o Gillan "não canta mais nada" desde 1983, quando gravou seus últimos agudos prolongados com o Black Sabbath (em Toolbox - de 92 - ele fez uns agudos longuinhos, diga-se). Entendo o que esses caras querem dizer, embora não concorde.
Maria Callas tinha um problema parecido. Com mais de 50 anos de idade, ela não alcançava mais os agudos da juventude. E isso, para uma cantora lírica, é fatal. O público dela esperava aqueles agudos. E as óperas são compostas para exatamente aqueles agudos.
O Gillan, embora tenha o mesmo problema que a Maria Callas teve, não precisou se esconder em casa. Desenvolveu os tons médios. Desenvolveu os graves. Ao vivo, as músicas antigas são tocadas alguns tons mais graves que o original. Sim, a voz do Ian Gillan não é mais a mesma, mas ninguém volta a ter 25 anos.
Em 1970, auge do mestre, nunca imaginaríamos que um dia ele cantaria "No More Cane on the Brazos", especialmente aquela parte do "why don't you rise up, you dead men, help me drive my road, oh, drive my road". A música "Never a Word", do Bananas, nunca seria gravada - e ali ele brinca com a voz, faz dueto consigo mesmo em dois tons diferentes, parece coisa do MPB 4.
Sim, o Gillan não canta mais "Child in Time". Mas acho que ele hoje é um cantor muito mais completo. Acho muito mais honesto da parte dele compor para a voz que tem do que usar recursos heterodoxos como a ajudinha da guitarra para os agudos de Child in Time, que se ouviu em Come Hell and High Water.
No filme, dada a oportunidade a Maria Callas de dublar, já coroa, sua voz jovem, ela inicialmente aceita... mas depois salta fora. Aquela voz não era mais dela, e a Callas que o público queria estava morta.
Dada oportunidade semelhante ao Ian Gillan, ele prefere desenvolver os tons médios e graves e continuar cantando. Temos dois cantores ótimos assim: o jovem Gillan e o Gillan maduro.
Eu acho que o Gillan é muito mais sábio nesse sentido. É algo que a música popular lhe faculta, mas ainda assim eu tiro meu chapéu.
segunda-feira, 19 de janeiro de 2004
Turner em dueto com Candice
Ritchie Blackmore teria convidado Joe Lynn Turner pra cantar um dueto com a Candice Night. A informação foi dada pelo próprio "Menos-Voz-Que-A-Xuxa" em entrevista ao programa de rádio americano Rockline.
sábado, 17 de janeiro de 2004
Doumentário sobre Machine Head na GNT
Neste domingo, às 21h, passa no GNT o imperdível documentário Classic Albums: Machine Head. Nele, cada um dos membros da Mark 2 do Deep Purple, além de produtores e jornalistas, conta como foi a composição de quase todas as músicas do disco mais famoso do grupo. Lazy e Maybe I'm a Leo não estão incluídas.
Isso já saiu em DVD no Brasil, e alguns de nós já têm (eu me dei isso de presente de aniversário no ano passado). Na TV inglesa, o documentário foi apresentado em 27 de novembro de 2002. A versão televisiva tem 50 minutos. O DVD, com os extras, tem 95 e olhe lá.
Destaques:
- Ritchie Blackmore, ao violão, explicando a maneira certa de tocar o riff de Smoke on the Water (ele também diz que ele mesmo demorou pra acertar os acordes de acompanhamento do refrão).
- Jon Lord mostrando como se abre a jaula do monstro do Hammond em Highway Star
- Roger Glover na mesa de mixagem, no estúdio, separando os instrumentos pra mostrar como às vezes a genialidade vem da mistura de coisas simples; em Pictures of Home, espiem só como ele acompanha com as mãos e o rosto o solo do Lord;
- Os dois Ians sentados na mesma sala e contando causos da época
Show de bola. Vale muito a pena ver. Depois passem aqui pra comentar!
Isso já saiu em DVD no Brasil, e alguns de nós já têm (eu me dei isso de presente de aniversário no ano passado). Na TV inglesa, o documentário foi apresentado em 27 de novembro de 2002. A versão televisiva tem 50 minutos. O DVD, com os extras, tem 95 e olhe lá.
Destaques:
- Ritchie Blackmore, ao violão, explicando a maneira certa de tocar o riff de Smoke on the Water (ele também diz que ele mesmo demorou pra acertar os acordes de acompanhamento do refrão).
- Jon Lord mostrando como se abre a jaula do monstro do Hammond em Highway Star
- Roger Glover na mesa de mixagem, no estúdio, separando os instrumentos pra mostrar como às vezes a genialidade vem da mistura de coisas simples; em Pictures of Home, espiem só como ele acompanha com as mãos e o rosto o solo do Lord;
- Os dois Ians sentados na mesma sala e contando causos da época
Show de bola. Vale muito a pena ver. Depois passem aqui pra comentar!
sábado, 10 de janeiro de 2004
sexta-feira, 9 de janeiro de 2004
Posteridade
A Deep Purple Appreciation Society botou no ar uma galeria de pôsteres especialíssima, com belezas do Purple e das bandas conexas e especialmente da Alemanha. Tem coisas curiosas, como este pôster de um show em Hannover (Alemanha), em 9 de maio de 1972:
E que tal este, da Paice, Ashton & Lord, em março de 1977? (O show não rolou, foi cancelado.)
Tenho em casa o pôster da turnê de 1991, com o Turner, e o do show do Gillan em Porto Alegre, em 1992. Pena que não tenho como escanear.
E que tal este, da Paice, Ashton & Lord, em março de 1977? (O show não rolou, foi cancelado.)
Tenho em casa o pôster da turnê de 1991, com o Turner, e o do show do Gillan em Porto Alegre, em 1992. Pena que não tenho como escanear.
sexta-feira, 2 de janeiro de 2004
Para abrir o ano com o pé direito
A rádio inglesa BBC2 abriu o ano em grande estilo, com um rockumentário sobre a história do Deep Purple, apresentado pelo Bruce Dickinson (está no ar por uma semana). O vocalista do Iron Maiden está há um bom tempo na folha de pagamento da maior glória do império britânico: ele apresenta todo sábado o programa Freak Show, na rádio digital Six Music, também da Beeb. A seleção musical é competentíssima. Mas só fui ver o quanto o Dickinson manja de rádio depois que ouvi o documentário sobre o Purple.
Dickinson ganhou meus ouvidos direto na abertura do programa. Realmente não seria nada parecido com outros rockumentários sobre o Purple (como o In Profile). Já na abertura tinha aquele teclado calminho da metade final da introdução de Speed King no In Rock enquanto ele falava algo como isto:
--Eu queria ser o pé esquerdo do baterista. Eu queria gritar feito uma banshee. Eu queria maltratar as cordas de uma guitarra e fazê-la chorar. Tudo começou quando eu passei pela frente de uma porta fechada de estúdio e de trás dela ouvi isto:
(entra a letra na música: "Good golly, said the little miss Molly, while she was rockin' in the house of blue light...")
Tem entrevistas com quase todos os membros do Purple, e é sensacional ouvir o Jon Lord dizendo "ninguém poderia esperar que nosso membro mais bem-sucedido na carreira musical seria David Coverdale". O primeiro entrevistado é Don Airey, o atual tecladista do Purple, dizendo que foi o som de Jon Lord que o levou a começar a tocar teclado.
Para os registros: é a primeira vez em que um rockumentário sobre o Purple reconhece de cara que Black Night foi roubada de "Summertime" e Child in Time foi roubada de "Bombay Calling", da banda It's a Beautiful Day (inclusive a música aparece num trecho). Também é o primeiro que sugere terem sido as constantes bebedeiras de todos a causa das brigas que levaram ao fim da fase mais gloriosa do Purple em 1973.
Dickinson ganhou meus ouvidos direto na abertura do programa. Realmente não seria nada parecido com outros rockumentários sobre o Purple (como o In Profile). Já na abertura tinha aquele teclado calminho da metade final da introdução de Speed King no In Rock enquanto ele falava algo como isto:
--Eu queria ser o pé esquerdo do baterista. Eu queria gritar feito uma banshee. Eu queria maltratar as cordas de uma guitarra e fazê-la chorar. Tudo começou quando eu passei pela frente de uma porta fechada de estúdio e de trás dela ouvi isto:
(entra a letra na música: "Good golly, said the little miss Molly, while she was rockin' in the house of blue light...")
Tem entrevistas com quase todos os membros do Purple, e é sensacional ouvir o Jon Lord dizendo "ninguém poderia esperar que nosso membro mais bem-sucedido na carreira musical seria David Coverdale". O primeiro entrevistado é Don Airey, o atual tecladista do Purple, dizendo que foi o som de Jon Lord que o levou a começar a tocar teclado.
Para os registros: é a primeira vez em que um rockumentário sobre o Purple reconhece de cara que Black Night foi roubada de "Summertime" e Child in Time foi roubada de "Bombay Calling", da banda It's a Beautiful Day (inclusive a música aparece num trecho). Também é o primeiro que sugere terem sido as constantes bebedeiras de todos a causa das brigas que levaram ao fim da fase mais gloriosa do Purple em 1973.
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